2ª Semana do Saltério
Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano Litúrgico “B” - São Marcos
São Lucas 5,33-39
Naquele tempo, os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: "Os
discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com
frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem". Jesus, porém, lhes disse: "Os
convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com
eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então,
naqueles dias, eles jejuarão".
Jesus
contou-lhes ainda uma parábola: "Ninguém tira retalho de roupa nova para
fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o
retalho novo não combinará com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em
odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se
derrama; e os odres se perdem. Vinho novo deve ser posto em odres
novos. E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque
diz: o velho é melhor".
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A
maioria das novidades que nós encontramos no dia a dia não passa, na
verdade, de mudanças superficiais em coisas que já existiam antes ou de
uma continuidade de um processo evolutivo, de modo que muito pouco vemos
de realmente novo. Por isso, temos muita dificuldade em ver a novidade
do Evangelho, não percebemos que na verdade ele nos apresenta valores
que não existiam antes e uma forma totalmente nova de nos relacionarmos
com Deus e com as outras pessoas. Se não estivermos bem atentos e
totalmente abertos para a novidade do Evangelho, corremos o risco de
querer fazer com que ele seja remendo novo em pano velho, ou vinho novo
em odres velhos, uma continuidade dos valores do homem velho, algo que
não se insere na realidade nem a transforma.
O
modo de proceder de Jesus e seus discípulos contrastava com o de outros
grupos. Os discípulos de João Batista, mesmo após a morte do mestre,
continuaram a seguir seus ensinamentos rigorosos, preparando-se para a
chegada do Messias. Os fariseus e seus seguidores faziam um jejum
suplementar, duas vezes por semana. Igualmente o faziam os mestres da
Lei.
Estes
exageros e rigorismos pouca importância tinham para Jesus. Seus
discípulos foram instruídos para seguir por uma outra estrada. As
práticas de piedade estão subordinadas à presença do Messias, comparado
com um esposo. Alegria ou tristeza, penitência ou regozijo dependerão do
momento: se o Messias está presente, é tempo de alegria pela salvação;
se está ausente, é tempo de espera paciente, com a respectiva exigência
de vida austera.
Em
todo caso, é preciso manter-se longe do velho esquema judaico. Seria
pernicioso deixar-se contaminar por ele. Aliás, trata-se de uma
mentalidade ultrapassada, que deve ser deixada de lado.
Para
entender o modo de pensar de Jesus, é preciso abrir-se para a novidade
por ele anunciada. Seria inconveniente querer unir seu modo de pensar e
agir àqueles já superados. A sabedoria do Reino exigia, pois, moderação
no jejum e nas orações.
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