28ª Semana do Tempo Comum -
4ª Semana do Saltério
São Lucas 12,1-7
Naquele tempo,
milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus
começou a falar, primeiro a seus discípulos: "Tomai cuidado com o
fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada de escondido que
não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser
conhecido. Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à
luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto,
será proclamado sobre os telhados. Pois bem, meus amigos, eu vos digo:
não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do
que isto. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a este temei.
Não se vendem
cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é
esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos
contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”. - Palavra da Salvação.
**********************
As
autoridades religiosas do tempo de Jesus eram autoridades poderosas e
opressoras, que se valiam da ocupação romana e dos privilégios obtidos
por ela para oprimir o povo, de modo que o povo era duplamente oprimido:
pelos romanos e pelo poder religioso instituído. A religião realizava
exatamente o contrário daquilo que o próprio Deus queria. Quando Jesus
fala que devemos ter cuidado com o fermento dos fariseus, ele nos diz
também que devemos nos preocupar para não sermos contaminados pela
hipocrisia, pela sede de poder e pela busca de privilégios pessoais,
para que também nós não façamos da nossa religião um meio de opressão,
mas sim subamos em cima dos telhados e denunciemos todos os falsos
valores da vivência religiosa.
Os
discípulos corriam um duplo risco: deixar-se fascinar pela atitude
hipócrita dos fariseus, e assumi-la como projeto de vida, bem como ter
medo de fazer-lhes frente, como fez Jesus, aguentando as consequências.
Foi necessário que o Mestre os alertasse a ter uma corajosa liberdade
diante de seus adversários. Mesmo diante da perspectiva de morte, não
deviam recuar.
O que tinham ouvido de Jesus, estando à sós, deveriam
proclamar aos quatro ventos. O que escutaram ao pé do ouvido, teriam a
tarefa de levar ao conhecimento de todos. Nada de se intimidar com a
perspectiva de morte.
Os adversários só têm o poder de matar o corpo, e
nada mais. Temor só se deve a Deus, que é Senhor da sorte eterna do ser
humano. A ele, sim, deve-se temer, não aos hipócritas fariseus. Em
última análise, os discípulos tinham diante de si uma dupla
possibilidade: seguir as insinuações dos fariseus, ou deixar-se guiar
por Jesus, por meio do qual se chega a Deus.
Quem escolhe colocar-se do
lado dele pode estar seguro de ser objeto de contínua proteção. Seu amor
e interesse pelos que optaram pelo Reino supera todo limite. Jesus
ilustra esta atitude divina, afirmando que "até os cabelos da cabeça
(dos discípulos do Reino) estão todos contados".
Por conseguinte, não se
justifica o medo diante da perspectiva sombria de perseguição e morte,
por causa do Reino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário