De facto, a nossa procura de Deus não é de modo algum uma questão de O encontrar através de certas técnicas ascéticas. É antes uma pacificação e ordenação de toda a nossa vida pela negação de si mesmo, pela oração e boas obras, para que o próprio Deus, que nos procura mais do que nós O procuramos, possa "encontrar-nos" e "tomar posse de nós".
«"Ser perfeito" não é tanto uma questão de procurar Deus com ardor e generosidade, mas de ser procurado, amado e possuído por Deus, de tal modo que a sua acção em nós nos torna completamente generosos, e nos ajuda a transcender as nossas limitações e a reagir contra a nossa fraqueza.
Tornamo-nos santos, não por dominarmos violentamente a nossa fraqueza, mas por deixarmos que Deus nos dê a força e a pureza do Espírito, em troca da nossa fraqueza e miséria.
Não compliquemos as nossas vidas nem nos frustremos, fixando demasiado a atenção em nós mesmos, esquecendo assim o poder de Deus e ofendendo o Espírito Santo.»
Mas se acreditarmos que Ele é um austero e frio legislador, que não tem verdadeiro interesse por nós, um mero governante, um senhor, um juiz e não um pai, teremos grande dificuldade em viver a vida cristã.
Precisamos, por isso, de começar a acreditar que Deus é o nosso Pai; se assim não for, não conseguiremos enfrentar as dificuldades do caminho da perfeição cristã.
Sem fé, o "caminho estreito" é completamente impossível.»
Thomas Merton, em "Vida e Santidade"
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