É
importante também fazer com que o consagrado como àqueles que vamos
evangelizar, à escuta de Cristo, descubra a proposta extraordinária dos
valores pessoais, sociais e históricos contidos na vida que Jesus veio
nos transmitir e na história da salvação… Desse encontro entre o
Evangelho e o mundo, entre o Evangelho e a história, deveriam surgir
respostas cristãs novas, lúcidas, criativas e engajadas para sermos
testemunhas do Senhor e construtores da história no novo milênio e
século… Uma boa pedagogia deveria conduzir dos valores ao Cristo e do
Cristo aos valores.
É necessário abrir nossa alma aos valores do nosso tempo;… mas é
necessário também que estejamos atentos contra uma mentalidade
humanista, no sentido imanente, que faz do homem seu próprio fim e
modelo. Nosso único modelo é Cristo. Nossa antropologia se deduz do
mistério e da história da salvação com suas realidades ricas de
conseqüências: a bondade da criação, o fato da queda com as desordens
dela decorrentes para natureza humana, o bendito acontecimento da
redenção de Cristo que cresce em nós e no mundo…
É somente em
Cristo e por Cristo que se realizam o mundo e o homem – um mundo digno
do homem e um homem digno desse nome – dentro de um humanismo cristão.
É importante colocar a pessoa do grande evangelizador, Nosso Senhor
Jesus Cristo, ternamente amado como o mais importante da nossa vida, no
coração de cada irmão que encontramos dentro e fora de nosso viver
comunitário e é necessário também colocar o Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo como primazia.
Jesus Cristo deseja que nós lutemos lado a lado com ele, não em uma
Igreja perfeita, mas em uma Igreja de pecadores, de peregrinos; é nesta
Igreja que, na fé e no amor, nós devemos esperar, servir e trabalhar e
sermos testemunhas vivas do Evangelho vivo e de um verdadeiro
apaixonar-se por Jesus Cristo.
A essência, o coração, o âmago do cristianismo é o amor,
amor que se manifesta no Antigo Testamento, mas se revela em toda a sua
plenitude em Jesus Cristo.
Cada um carrega em si um mistério: Jesus Cristo está em mim e eu sou
Jesus Cristo, no sentido mais profundo da palavra. E muito mais isso
devera ressoar em um consagrado.
Não podemos esquecer que a vida consagrada não é outra coisa senão a
vida evangélica de Jesus Cristo infundida em nossos corações e
trabalhada constantemente pelo Espírito Santo.
Quando um homem reza e sua vida é verdadeiramente cristã, é Cristo, o
primogênito do seio de Maria, que reza nele; sua oração não é outra
coisa que a vida de Cristo que se expressa em suas palavras em seus
gestos e em sua conduta.
Não se trata apenas de uma questão se saber chamados por um “Tu”
transcendente, mas muita mais em se saber irmãos de Jesus, configurados
nele pelo Espírito e, com sua força, poder gritar: “Abba, Pai!”
Vivamos, pois, esse tempo novo , na
ardente esperança da vinda do Senhor e no testemunho deste
apaixonamento… Deus nos é mais necessário do que o oxigênio que nós
respiramos.
A vida consagrada é uma iniciativa total do Pai que pede uma resposta
de dedicação plena e exclusiva. Um seguimento de Cristo em conformação
total com Ele.
A Vida Consagrada defronta-se com a globalização da economia e da
cultura. A comunhão com uma humanidade mergulhada no sofrimento, na
miséria, na falta de esperança e perspectiva de futuro torna-se
gigantesca provocação ao caráter profético da Vida Consagrada em tornar
o Evangelho vivo e vivido num verdadeiro e profundo enamoramento,
apaixonamento por Jesus Cristo.
A vida consagrada é importante para que o homem sinta a
superabundância e a gratuidade do amor de Deus. Este amor Vós sabeis em
quem puseste a vossa confiança: dai-Lhe tudo! Os jovens os homens hoje
querem ver em nós aquilo que não vêem em parte alguma. O amor
apaixonado por Jesus Cristo é uma atração poderosa sobre os outros.
AS PESSOAS QUEREM VER NO ROSTO DE UM CONSAGRADO A ALEGRIA QUE BROTA DO
FATO DE ESTAR COM O SENHOR. Permanecei sempre disponíveis, fiéis a
Cristo, à Igreja, a Comunidade e ao homem do nosso tempo.
O segredo de uma autêntica vida consagrada é o amor apaixonado por Cristo que conduz ao anúncio apaixonado de Cristo: “o seu segredo está na “paixão” que ele vive por Cristo. São Paulo dizia: “para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21)”
O consagrado redescobre e vive profundamente a sua identidade
quando se decide a não antepor nada ao amor de Cristo e a fazer dele o
centro da própria vida. Somos chamados a “retornar sempre de novo à
raiz de nossa consagração. A quem nos consagramos. Esta raiz, como bem
sabemos é uma só: Jesus Cristo Senhor.
Esta experiência de relação com Cristo consiste em entrar na sua
amizade, até ao ponto de não poder prescindir dele, em não sentir-se
mais sós, nem duvidar do seu amor. O Senhor nos chama amigos, nos faz
seus amigos, confia em nós, nos confia o seu corpo na eucaristia, nos
confia a sua Igreja. E então devemos ser realmente seus amigos, ter com
Ele um só sentir, querer aquilo que Ele quer e não querer aquilo que
Ele não quer. Jesus mesmo nos diz: “vós sois meus amigos se fizerdes o
que eu vos mando” (Jo 15,14)”.
Termino com uma palavra de Bento XVI :
“Colocai Jesus no centro de vossa vida, e recebereis Dele luz e valentia em toda decisão cotidiana .”
1ª Conferencia do II Capítulo Geral
Pe. Emílio carlos Mancini
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