12º Domingo do Tempo Comum - Ano
C
“Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-l’O...
A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a
figura de Jesus: quem é Ele e qual o impacto que a sua proposta de vida tem em
nós? A Palavra de Deus que nos é proposta impele-nos a descobrir em Jesus o
“messias” de Deus, que realiza a libertação dos homens através do amor e do dom
da vida; e convida cada “cristão” à identificação com Cristo – isto é, a “tomar
a cruz”, a fazer da própria vida um dom generoso aos outros.
O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “e vós, quem
dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não
como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e
de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-l’O nesse caminho de entrega,
de doação, de amor total.
A primeira leitura apresenta-nos um misterioso profeta
“trespassado”, cuja entrega trouxe conversão e purificação para os seus
concidadãos. Revela, pois, que o caminho da entrega não é um caminho de
fracasso, mas um caminho que gera vida nova para nós e para os outros. João, o
autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura profética com o
próprio Cristo.
A segunda leitura reforça a mensagem geral da liturgia deste
domingo, insistindo que o cristão deve “revestir-se” de Jesus, renunciar ao
egoísmo e ao orgulho e percorrer o caminho do amor e do dom da vida. Esse
caminho faz dos crentes uma única família de irmãos, iguais em dignidade e
herdeiros da vida em plenitude.
LEITURA I – Zac 12,10-11;13,1
Como o livro de Isaías, o livro
de Zacarias não pode ser atribuído a um só e mesmo profeta. Só os capítulos 1-8
podem ser atribuídos a esse Zacarias, filho de Baraquias (cfr. Zac 1,1.7), que
atuou em Jerusalém no pós-exílio e teve um papel preponderante na reconstrução
do Templo (estamos à volta de 520
a.C.).
Os capítulos 9-14 parecem ser uma
outra colecção de textos, que provêm de um, ou mais provavelmente de vários
autores tardios; costuma falar-se deste conjunto de textos usando a designação
“Deutero-Zacarias”.
A época em que os textos do
Deutero-Zacarias apareceram também é muito discutida (a partir das referências
históricas do livro, é possível deduzir todas as épocas, desde o séc. VIII até
ao séc. II a.C.). No entanto, a opinião mais difundida atualmente é a que situa
a redação destes capítulos em finais do séc. IV e durante o séc. III a.C. (o
ambiente parece revelar a época posterior às vitórias de Alexandre da Macedônia).
O texto que nos é proposto
integra uma coleção que vai de 12,1
a 14,21. Essa coleção apresenta-nos um mosaico de temas
diversos, embora unidos por uma certa expectativa messiânica. Depois do anúncio
da intervenção definitiva de Deus na pessoa de um rei/messias que, na
humildade, procurará instaurar o reino ideal (cf. Zac 9,9-10) e da referência a
um “pastor” enigmático que virá apascentar o rebanho de Deus (cf. Zac 11,4-17),
os textos apresentam-nos um conjunto de oráculos que se referem à salvação e
glória de Jerusalém. É nesse enquadramento que podemos situar o nosso texto.
O profeta começa por anunciar a
efusão de um espírito de piedade e de súplica sobre a casa de David e os
habitantes de Jerusalém: esse espírito irá provocar uma transformação interior
que colocará toda a gente na órbita de Deus, numa atitude de confiança e de
abertura a Deus.
Tal ação resultará da atividade
profética de um misterioso “trespassado”. Primeiro, o autor identifica-o com
Deus (“olharão para mim”, a quem trespassaram”); mas, logo a seguir, a frase
distingue de novo Deus e o misterioso personagem evocado. O “’ly” (“para mim”)
significa, provavelmente, que o próprio Deus Se sente atingido pela morte
infligida ao seu enviado.
Quem é este personagem? Há quem o
identifique com o rei Josias, morto em Meggido em combate contra os egípcios
(cf. 2 Re 23,29-30); há, também, quem diga que esta figura se inspira no sumo
sacerdote Onias III (cf. 2 Mac 4,34) ou em Simão Macabeu (cf. 1
Mac 16,11-17; se este personagem fosse Simão Macabeu, teríamos de colocar a
redação deste texto na segunda metade do séc. II a.C.). Pode, ainda, ser um
qualquer profeta cujo nome desconhecemos… De qualquer forma, trata-se de um
mártir inocente e anônimo, por cuja morte os habitantes de Jerusalém se
tornaram responsáveis. A figura que melhor ilumina esta passagem ainda é a do
“servo sofredor” de Is 53, mesmo se os termos utilizados são bastante
diferentes. Como acontece com o “servo de Jahwéh”, o sacrifício deste mártir
inocente é fonte de transformação dos corações (cf. Zac 12,10) e de purificação
(cf. Zac 13,1): a contemplação dessa vítima inocente iniciará no Povo um
processo de arrependimento e de purificação.
A repetida evocação de David
neste contexto (cf. Zac 12,7-8.10.12; 13,1) liga este personagem com a promessa
messiânica.
João, o autor do Quarto
Evangelho, verá em Jesus, morto na cruz e com o coração trespassado pela lança
do soldado, a concretização da figura aqui evocada (cf. Jo 19,37).
ATUALIZAÇÃO
Considerar, na reflexão, os
seguintes dados:
¨ Esta figura do “trespassado”
faz-nos pensar em todos os “profetas” que lutam pela justiça e pela verdade e
que são torturados, vilipendiados, massacrados por causa do seu testemunho incômodo.
A identificação do “trespassado” com o próprio Deus diz-nos que o profeta nunca
está só e perdido face ao ódio do mundo, mas que Deus está sempre do seu lado;
diz-nos, também, que é de Deus que brota a missão profética, mesmo quando ela
incomoda e questiona os homens.
¨ Fomos constituídos profetas no
momento da nossa opção por Cristo (Batismo). Como se tem “cumprido” a nossa
missão profética? Na fidelidade e no empenho, ou na preguiça e no comodismo? No
medo que paralisa, ou na inquebrantável confiança no Deus que está ao nosso
lado?
¨ Como acolhemos a interpelação e
o questionamento dos outros profetas que Deus envia ao nosso encontro? Com
desprezo e arrogância, com frieza e indiferença? Ou com a convicção de que é o
próprio Deus que, através deles, nos interpela?
¨ Este texto garante-nos que o
sofrimento por causa do testemunho profético não é em vão. Do testemunho
profético – mesmo quando “cumprido” na dor, na dificuldade, no fracasso aos
olhos do mundo – resultará sempre a transformação dos corações, a conversão e,
portanto, o nascimento de um mundo novo.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 62 (63)
Refrão: A minha alma tem sede de
Vós, meu Deus.
Senhor, sois o meu Deus: desde a
autora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem
água.
Quero contemplar-Vos no
santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais que a
vida:
por isso os meus lábios hão-de
cantar-Vos louvores.
Assim Vos bendirei toda a minha
vida
e em vosso louvor levantarei as
mãos.
Serei saciado com saborosos
manjares
e com vozes de júbilo Vos
louvarei.
Porque Vos tornastes o meu
refúgio,
exulto à sombra das vossas asas.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa mão me serve de amparo.
LEITURA II – Gal 3,26-29
Continuamos a ler essa carta
enviada aos habitantes da região central da Ásia Menor (Galácia), onde se
discute se Cristo basta para chegar à salvação ou são precisas também as obras
da Lei. Já sabemos que, para Paulo, só Cristo salva; por isso, os gálatas são
convidados a fazer “ouvidos de mercador” às exigências dos “judaizantes” e a
não se preocuparem com a circuncisão, nem com outras exigências da Lei de
Moisés.
Este texto, em concreto, aparece
na segunda parte da Carta aos Gálatas (cf. Gal 3,1-6,18), em que Paulo apresenta uma
reflexão sobre o cristão e a liberdade. Nos versículos anteriores, Paulo
comparara a Lei a um “carcereiro” (cf. Gal 3,23) e a um “pedagogo” greco-romano
(cf. Gal 3,24). Estas duas imagens são bem elucidativas: o carcereiro da época
era, com muita frequência, exemplo de crueldade; e o pedagogo (geralmente um
escravo pouco instruído que acompanhava a criança à escola e a mantinha
disciplinada) também não era muito apreciado e evocava a imagem de reprimendas
e castigos. É verdade, considera Paulo (cf. Gal 3,25), que é melhor ser
conduzido pela mão do que perder-se no caminho; mas seria uma estupidez aspirar
a viver sempre no cárcere ou considerar como um ideal ser sempre conduzido pela
mão, sem experimentar a liberdade.
Aos gálatas, tentados a voltar à
escravidão da Lei, Paulo recorda a experiência libertadora que resultou da sua
adesão a Cristo.
Pelo Batismo, os crentes foram
“revestidos de Cristo” e tornaram-se “filhos de Deus”. Dizer que os crentes
foram “revestidos de Cristo” significa que entre os batizados e Cristo se
estabeleceu uma relação que não é apenas exterior, mas que toca o âmago da
existência: pelo Batismo, os cristãos assumiram a existência do próprio Cristo
e tornaram-se, como Ele, pessoas que renunciaram à vida velha do egoísmo e do
pecado, para viverem a vida nova da entrega a Deus e do amor aos irmãos. Em
todos os crentes circula, agora, a vida do próprio Cristo; essa vida veste-os
completamente, da cabeça aos pés.
A primeira consequência que daqui
resulta é que os cristãos são livres: eles receberam de Cristo uma vida nova e
não estão mais sujeitos à escravatura do egoísmo, do pecado e da morte.
A segunda consequência que daqui
resulta é que os cristãos são iguais. Identificados com Cristo (porque todos –
judeus e não judeus, homens e mulheres – foram revestidos da mesma vida), não
há qualquer diferença ou discriminação quanto à raça, ou ao sexo; todos são
“filhos”, com igual direito quanto à herança (todos são filhos do mesmo Pai e
todos têm acesso, em Cristo, à mesma vida plena). A “salvação” que Cristo
trouxe significa a igualdade fundamental de todos.
A questão é esta: depois de
experimentar isto, os gálatas estarão dispostos a ser, outra vez, escravos?
ATUALIZAÇÃO
Considerar, para a reflexão, as
seguintes linhas:
¨ O cristão é, fundamentalmente,
aquele que se “revestiu de Cristo”. Que significa isto, em concreto? Que
assinamos um documento no qual nos comprometemos a viver como batizados? Que
respeitamos apenas as leis e orientações da hierarquia? Que nos comprometemos
somente a ir à missa ao domingo, a ir a Fátima uma vez por ano e a rezar o
terço de vez em quando? Ou significa que assumimos o compromisso de viver como
Cristo, de assumir os seus valores, de fazer da nossa vida um dom de amor, de
nos entregarmos até à morte para construir um mundo de justiça e de paz para
todos?
¨ Para os judeus, contemporâneos
de Jesus e de Paulo de Tarso, os pagãos e as mulheres eram gente discriminada.
“Dou-te graças, Deus altíssimo – diz uma célebre oração rabínica – porque não
me fizeste pagão, escravo ou mulher”. Paulo proclama, neste texto, que, a
partir da nossa identificação com Cristo, toda a discriminação entre os homens
e, sobretudo entre os cristãos, carece de sentido. A Igreja soube tirar as
consequências deste fato? Como acolhemos os estrangeiros, os discriminados, os
divorciados, os homossexuais, os drogados, as mulheres? Como filhos iguais do
mesmo Deus, ou como irmãos “coitados”, que é preciso tolerar e tratar com
caridade mas que não são iguais nem têm a mesma dignidade dos outros?
ALELUIA – Jo 10,27
Aleluia. Aleluia.
As minhas ovelhas escutam a minha
voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e
elas seguem-Me.
EVANGELHO – Lc 9,18-24
Estamos na fase final da etapa da
Galileia. Jesus passou algum tempo a apresentar o seu programa e a levar a Boa
Nova aos pobres, aos marginalizados, aos oprimidos (cf. Lc 4,16-21). À volta
d’Ele, foi-se formando um grupo de “testemunhas”, que apreciaram a sua atuação
e que se juntaram a esse sonho de criar um mundo novo, de justiça, de liberdade
e de paz para todos. Agora, antes de começar a etapa decisiva da sua caminhada
nesta terra (o “caminho” para Jerusalém, onde Jesus vai concretizar a sua
entrega de amor), os discípulos são convidados a tirar as suas conclusões
acerca do que viram, ouviram e testemunharam. Quem é este Jesus, que se prepara
para cumprir a etapa final de uma vida de entrega, de dom, de amor partilhado?
E os discípulos estarão dispostos a seguir esse mesmo caminho de doação e de
entrega da vida ao “Reino”?
A cena de hoje começa com a
indicação da oração de Jesus (vers. 18). É um dado típico de Lucas que põe
sempre Jesus a rezar antes de um momento fundamental (cf. Lc 5,16; 6,12;
9,28-29; 10,21; 11,1; 22,32.40-46; 23,34). A oração é o lugar do reencontro de
Jesus com o Pai; depois de rezar, Jesus tem sempre uma mensagem importante –
uma mensagem que vem do Pai – para comunicar aos discípulos. A questão
importante que, no contexto do episódio de hoje, Jesus tem a comunicar, tem a
ver com a questão: “quem é Jesus?”
A época de Jesus foi uma época de
crise profunda para o Povo de Deus; foi, portanto, uma época em que o
sofrimento gerou uma enorme expectativa messiânica. Asfixiado pela dor que a
opressão trazia, o Povo de Deus sonhava com a chegada desse libertador
anunciado pelos profetas – um grande chefe militar que, com a força das armas,
iria restaurar o império de seu pai David e obrigar os romanos opressores a
levantar o jugo de servidão que pesava sobre a nação. Na época apareceram,
aliás, várias figuras que se assumiram como “enviados de Deus”, criaram à sua
volta um clima de ebulição, arrastaram atrás de si grupos de discípulos exaltados
e acabaram, invariavelmente, chacinados pelas tropas romanas. Jesus é também um
destes demagogos, em quem o Povo vê cristalizada a sua ânsia de libertação?
Aparentemente, Jesus não é
considerado pelas multidões “o messias”: o Povo identifica-o, preferentemente,
com Elias, o profeta que as lendas judaicas consideravam estar junto de Deus,
reservado para o anúncio do grande momento da libertação do Povo de Deus (vers.
19); talvez a sua postura e a sua mensagem não correspondessem àquilo que se
esperava de um rei forte e vencedor.
Os discípulos, no entanto,
companheiros de “caminho” de Jesus, deviam ter uma perspectiva mais elaborada e
amadurecida. De fato, é isso que acontece; por isso, Pedro não tem dúvidas em
afirmar: “Tu és o messias de Deus” (vers. 20). Pedro representa aqui a
comunidade dos discípulos – essa comunidade que acompanhou Jesus, testemunhou
os seus gestos e descobriu a sua ligação com Deus. Dizer que Jesus é o
“messias” significa reconhecer nele esse “enviado” de Deus, da linha davídica,
que havia de traduzir em realidade essas esperanças de libertação que enchiam o
coração de todos.
Jesus não discorda da afirmação
de Pedro. Ele sabe, no entanto, que os discípulos sonhavam com um “messias”
político, poderoso e vitorioso e apressa-se a desfazer possíveis equívocos e a
esclarecer as coisas: Ele é o enviado de Deus para libertar os homens; no
entanto, não vai realizar essa libertação pelo poder das armas, mas pelo amor e
pelo dom da vida (vers. 22). No seu horizonte próximo não está um trono, mas a
cruz: é aí, na entrega da vida por amor, que Ele realizará as antigas promessas
de salvação feitas por Deus ao seu Povo.
A última parte do texto (vers.
23-24) contém palavras destinadas aos discípulos: aos de ontem, de hoje e de
amanhã. Todos são convidados a seguir Jesus, isto é, a tomar – como Ele – a
cruz do amor e da entrega, a derrubar os muros do egoísmo e do orgulho, a
renunciar a si mesmo e a fazer da vida um dom. Isto não deve acontecer em
circunstâncias excepcionais, mas na vida quotidiana (“tome a sua cruz todos os
dias”). Desta forma fica definida a existência cristã.
ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão, considerar os
seguintes elementos:
¨ O Evangelho de hoje define a
existência cristã como um “tomar a cruz” do amor, da doação, da entrega aos
irmãos. Supõe uma existência vivida na simplicidade, no serviço humilde, na
generosidade, no esquecimento de si para se fazer dom aos outros. É esse o
“caminho” que eu procuro percorrer?
¨ Na sociedade em geral e na
Igreja em particular, encontramos muitos cristãos para quem o prestígio, as
honras, os postos elevados, os tronos, os títulos são uma espécie de droga de
que não prescindem e a que não podem fugir. Frequentemente, servem-se dos
carismas e usam as tarefas que lhe são confiadas para se auto-promover, gerando
conflitos, rivalidades, ciúmes e mal-estar. À luz do “tomar a cruz e seguir
Jesus”, que sentido é que isto fará? Como podemos, pessoal e comunitariamente,
lidar com estas situações? Podemos tolerá-las – em nós ou nos outros? Como é
possível usar bem os talentos que nos são confiados, sem nos deixarmos tentar
pelo prestígio, pelo poder, pelas honras? Tem alguma importância, à luz do que
Jesus aqui ensina, que a Igreja apareça em lugar proeminente nos acontecimentos
sociais e mundanos e que exija tratamentos de privilégio?
¨ Quem é Jesus, para nós? É
alguém que conhecemos das fórmulas do catecismo ou dos livros de teologia,
sobre quem sabemos dizer coisas que aprendemos nos livros? Ou é alguém que está
no centro da nossa existência, cujo “caminho” tem um real impacto no nosso dia
a dia, cuja vida circula em nós e nos transforma, com quem dialogamos, com quem
nos identificamos e a quem amamos?
¨ É na oração que eu procuro
perceber a vontade de Deus e encontrar o caminho do amor e do dom da vida? Nos
momentos das decisões importantes da minha vida, sinto a necessidade de
dialogar com Deus e de escutar o que Ele tem para me dizer?
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