SOLENIDADE
DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
13º Domingo Comum-C
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"São Pedro e São Paulo
alicerces da Igreja
e
amigos do Senhor!"
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Leituras:
Atos
dos Apóstolos 12, 1-11;
Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9 (R/ cf. 5b);
Segunda
Carta de São Paulo a Timóteo 4, 6-8.17-18;
Mateus 16, 13-19.
COR LITÚRGICA: VERMELHO
Celebramos nesta páscoa semanal
de Jesus Cristo, a vida, o ministério e o martírio de Pedro e Paulo. No
exercício missionário, como aconteceu com estes dois apóstolos, a Igreja
continua sofrendo perseguições e prisões para que a mesma missão de Jesus
Cristo seja realidade entre nós. Hoje rezamos especialmente pelo Papa. Sua
missão é zelar para que a Igreja permaneça unida, fiel a Jesus Cristo. Ele é
para nós exemplo de evangelizador incansável.
1. Situando-nos
Solenidade dos apóstolos São Pedro
e São Paulo! Nós a celebramos em pleno domingo, dia do Senhor. Por serem eles
os fundadores da Igreja e especiais amigos do Senhor, não convém que sejam
celebrados num simples dia semana, mesmo quando o dia 29 cai em dia de semana.
Merecem um domingo!
Na verdade, o que celebramos nesta
solenidade não são os méritos destes apóstolos. O que celebramos é o Senhor
mesmo que escolheu e enviou estes apóstolos, para serem seus principais
parceiros no grande mutirão em favor da vida, inaugurado pelo mistério pascal
de Cristo e assistido pelo dom do Espírito Santo.
São Pedro e São Paulo, ao lado João
Batista e Santo Antonio, são santos muitos estimados pelo nosso povo
brasileiro; são alegremente festejados pela religiosidade popular deste país,
compondo assim nossas tradicionais festas juninas.
Pedro, a rocha firme, conhece
Cristo às margens do lago, o segue desde o começo durante toda a vida
apostólica e em Cesareia de Filipe o reconhece como o "Cristo, o Filho do
Deus vivo”. Paulo, o anunciador incansável, não o conheceu pessoalmente.
Inicialmente até o perseguiu, porque buscava um deus diferente. Um dia,
iluminado por uma luz do alto, compreendeu que Jesus era o Messias. A partir de
então mudou radicalmente sua vida. Pedro e Paulo representam duas dimensões
diferentes, mas complementares e viveram com alegria a comunhão na diversidade.
Ao mesmo tempo, se trata de uma
feliz oportunidade que nos é dada, de nos achegarmos também à fonte da vida
cristã, isto é, a Palavra de Deus e a Eucaristia que estes apóstolos viveram e
nós hoje aqui celebramos.
2.
Recordando a Palavra
Como no domingo passado, o
Evangelho de hoje nos apresenta Jesus, junto aos discípulos, fazendo uma
espécie de levantamento de opinião a respeito de sua pessoa. Os discípulos lhe
informam que a opinião geral está dividida: o povo confunde Jesus com João
Batista, Elias, Jeremias ou outros profetas....
Então Jesus se dirige diretamente
aos discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro, prontamente,
responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!”. Ao que Jesus responde:
“Feliz és tu, Simão, porque isso que estás dizendo te foi revelado por meu Pai
que está nos céus: é coisa de Deus! Fundamental, portanto, como uma rocha. Por
esse motivo, agora eu vou passar a te chamar de Pedro (que quer dizer pedra,
rocha), em memória desta verdade de fé que professas. Sobre esta pedra
construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te
darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos
céus, tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
Sabemos que este Jesus, que Pedro
professa como Messias e Filho do Deus vivo, teve de enfrentar perigosas
resistências em seu trabalho missionário. Passou, por exemplo, pela dura
experiência religiosa e política. Inclusive foi morto numa cruz.
Com Pedro, mais tarde, não foi
diferente. Como discípulo deste Jesus que, depois de morto, apareceu vivo,
ressuscitado, também Pedro teve de enfrentar ferozes resistências em seu
trabalho missionário. Passou, por exemplo, pela dura experiência de permanecer
por algumas horas na cadeia, como ouvimos na primeira leitura. Ele, porém, foi
milagrosamente libertado por um anjo. Sinal de que o Senhor, então
ressuscitado, estava com ele. Como Pedro mesmo exclamou ao se dar conta de que
estava livre: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me
libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”
Assim como Pedro, também Paulo
testemunha como o Senhor esteve ao seu lado, dando-lhe forças em sua luta
apostólica, como ouvimos na segunda leitura: “Ele esteve ao meu lado e me deu
forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e
ouvida por todas as nações, e eu fui libertado da boca do leão. Senhor me
libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória,
pelos séculos dos séculos. Amém!”.
Por isso faz sentido cantarmos,
hoje, com o Salmo 33, entre uma leitura e outra: “Bendirei o Senhor Deus em
todo o tempo!...Pois de todos os temores Ele me livrou”.
3.
Atualizando a Palavra
Deus nunca trabalha sozinho. Ele
trabalha sempre em parceria. Hoje, celebrando São Pedro e São Paulo, os
celebramos como os dois primeiros e principais parceiros do Senhor na
edificação da comunidade cristã, a Igreja, no imenso mutirão suscitado pelo
Espírito em favor da verdadeira qualidade de vida para a humanidade.
Celebrando São Pedro, celebramos o
mistério da Igreja que se edifica sobre aquela verdade de fé pro ele
proclamada: Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo.
A morte-ressurreição de Jesus
(mistério pascal) é a prova contundente desta verdade que, por isso mesmo,
tornou-se fundamento, rocha firme sobre a qual a comunidade cristã se edifica.
O nome “Pedro” (que significa “pedra, rocha”) dado por Jesus a Simão se tornou,
então, verdadeiro sacramento desta verdade eterna e invencível, enraizada no
seio da Igreja: Jesus é o Messias, Filho do Deus vivo. Isto significa que o
reino do mal e da morte não é todo-poderoso frente a este mistério da Igreja, que
Pedro é chamado a representar: “O poder do inferno nunca poderá vencê-la”.
Podem perseguir e matar os discípulos missionários de Jesus, mas a raiz (o
fundamento) da Igreja, isso ninguém mata!
Pedro torna-se, assim, referencial
(a chave) daquilo que Cristo é: Messias, Filho do Deus vivo. Por isso mesmo,
ele e seus sucessores tornam-se também os responsáveis últimos pela comunidade
cristã. No que diz respeito à orientação dos fiéis para a vida em Deus, o
caminho de Cristo.
Celebrando São Paulo, celebramos o
fundamento da Igreja que se torna corpo eclesial (Cf. 1Cor 12,12-30), ao qual
todos são chamados a se agregar pelo Batismo, para que, unidos em Cristo num só
Corpo, lutemos pelo reino da vida no meio da sociedade em que vivemos.
Celebrando São Paulo, celebramos o
mistério da Igreja que, feito Corpo de Cristo, é uma Igreja eminentemente
missionária, isto é, que procura por todos os meios expandir a justiça do
Evangelho dentro da sociedade humana. Por esta justiça Paulo combateu o “bom
combate” até o fim. A Igreja é a Comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus
como "o messias, o Filho de Deus". É uma comunidade organizada, onde
existem pessoas que presidem e desempenham serviços. A ela Cristo conferiu
poderes de "ligar e desligar" e a garantia de que nem "as portas
do inferno terão vez contra ela".
Por isso, no dia de hoje,
celebramos também o DIA DO PAPA. O Papa é Sinal de unidade, aquele que confirma
a fé de seus irmãos. O Papa continua sendo o chefe visível da Igreja na terra. Sua
missão é difícil, sobretudo hoje, pelas mudanças rápidas e violentas, pelas
contestações dentro e fora da Igreja. Demonstremos concretamente nosso amor
para com ele, rezando para que Deus lhe dê muita luz para apontar sempre o
melhor caminho para a Igreja e muita força para enfrentar com otimismo e
alegria as contestações do mundo moderno.
Qual é hoje o bom combate? Como no
tempo de Pedro e Paulo, “é a luta pela justiça e a verdade em meio a abusos,
contradições e deformações: por um lado, a exploração desavergonhada, que até
se serve dos símbolos da nossa religião; por outro, a tentação de largar tudo e
dizer que a religião é um obstáculo para a libertação. Nossa luta é,
precisamente, assumir a libertação em nome de Jesus, sendo fiéis a ele; pois,
na sua morte, ele realizou a solidariedade mais radical que podemos imagina”
(J. Konings. Liturgia dominical, p.490).
4.
Ligando a Palavra com a ação eucarística
Por isso, na alegria de
festejarmos, hoje, São Pedro e São Paulo, fizemos a Deus, no início desta
celebração, este pedido: “concedei à vossa Igreja seguir em tudo os
ensinamentos destes Apóstolos que nos deram as primícias da fé”. Eis a missão
da Igreja: seguir em tudo os ensinamentos deixados por estes Apóstolos.
Logo mais, nos achegaremos ao altar
para a celebração da liturgia eucarística. Isto fazemos em comunhão com São
Pedro e São Paulo. Colocadas as oferendas sobre o altar para serem consagradas,
pedimos a Deus que elas sejam acompanhadas pela oração destes Apóstolos e, ao
mesmo tempo, que esta mesma oração nos ajude a celebrar este sacrifício com o
coração totalmente voltado para Deus.
Com o nosso coração voltado para o
alto, damos graças a Deus por nos conceder a alegria de festejar os Apóstolos
São Pedro e São Paulo. Nesse clima de ação de graças, unidos nem só coro com
todos os anjos e santos, cantamos a santidade de nosso Deus e fazemos memória
da Páscoa de Jesus e nossa páscoa.
Nesse clima de ação de graças,
oferecemos ao Pai o sacrifício de Cristo e, santificados pelo Espírito para sermos
um só Corpo, oramos por toda a Igreja peregrina rumo ao céu.
Nesse clima de ação de graças,
acolhemos e assumimos o corpo entregue e o sangue derramado do Senhor Jesus
para então concluir com este pedido: “Concedei-nos, ó Deus, por esta
Eucaristia, viver de tal modo a vossa Igreja que, perseverando na fração do pão
e na doutrina dos Apóstolos, e enraizados no vosso amor, sejamos um só coração
e uma só alma”.
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