A Beleza é o Amor Crucificado,
revelação do coração divino que ama : do Pai fonte de todo Dom, do Filho
entregue a morte por amor a nós, do Espírito que une o Pai e o Filho e é
efundido sobre a humanidade para conduzir os distantes de Deus para o
Reino do Pai. A divina beleza se apresenta na Cruz e na ressurreição do
Filho do Homem, quando a Beleza é crucificada.
Sobre a Cruz, a dor e a morte entram em Deus por amor aos sem Deus : o
sofrimento divino, a morte em Deus, a fraqueza do Onipotente são algumas
das muitas revelações do seu amor pelos homens. É este amor incrível,
manso e atraente que nos envolve e fascina, que exprime a verdadeira
beleza que salva. Este amor é fogo devorador. A ele não resiste senão
com uma obstinada incredulidade ou com uma persistente rejeição, no
silencio, diante do seu mistério, isto é, a rejeição da dimensão
contemplativa da vida. O Deus cristão não dá, na Cruz, uma resposta
teórica a pergunta sobre o porque da dor do mundo. Ele nos oferece
solidariedade, acolhida e comunhão nesta dor. É o Deus que não deixa que
se perca nenhuma lágrima de seus filhos, porque a faz sua.
Na Cruz encontra-se o fundamento do amor pelo belo, que embeleza os
sofredores e revoluciona o conceito de beleza. Pela fé, experimenta-se
na dor e Paixão de Cristo um amor de Deus totalmente diferente o amor
totalmente altruísta. "Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos" (cf.
Jo 15,13). É o amor que torna tudo o que é pecaminoso, malvado e débil,
em beleza, sabedoria e justiça. Os pecadores tornam-se belos porque são
amados. A Paixão de Jesus revela a potencia de Deus e a morte de Cristo
expressa o infinito amor do qual Deus é capaz. A dor e a morte, são
santificadas em Cristo e elevadas a dignidade divina. A beleza da Cruz
revela-se no amor da Trindade para com as criaturas humanas. Pela fé é
possível ver o Nazareno pregado no madeiro da vergonha, como o mais belo dos seres humanos.
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