«Tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me»
O peso da cruz que Cristo carregou não é senão a decadência humana, com o
seu cortejo dos pecados e sofrimentos que atingem a humanidade. O sentido do
caminho da cruz é libertar o mundo desse fardo. […]
Sendo a nossa
felicidade a união com Cristo e sendo a progressão em direcção a essa
união a nossa bênção nesta terra, o amor à cruz não entra de modo nenhum
em contradição com a alegria de ser filho de Deus. Ajudar a levar a cruz de
Cristo dá uma alegria pura e profunda. Aqueles a quem é dada essa
possibilidade e essa força — os construtores do Reino de Deus — são os
mais autênticos filhos de Deus. A predilecção pelo caminho da cruz também
não significa ter pena por ver passada a Sexta-feira Santa e concluída a
obra de redenção; pois só os seres que foram salvos, os filhos da graça,
podem carregar a cruz de Cristo. Só a sua união ao divino Chefe confere ao
sofrimento humano uma força penitencial. […]
Manter-se de pé e avançar pelos sendeiros rudes e lamacentos desta
terra, permanecendo com Cristo à direita do Pai; rir e chorar com os filhos
do mundo e cantar sem cessar os louvores do Senhor com o coro dos anjos, tal
é a vida dum cristão até que nasça a manhã da eternidade.
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir,
co-padroeira da Europa
«O amor à cruz», meditação de 24/11/1934
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