«Ora a teu Pai em segredo»
A Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da
Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. Da Liturgia, pois,
em especial da Eucaristia, corre sobre nós, como de sua fonte, a graça, e
por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em
Cristo e a glorificação de Deus a que se ordenam, como a seu fim, todas as
outras obras da Igreja.
Para assegurar esta eficácia plena, é necessário, porém, que os
fiéis celebrem a Liturgia com retidão de espírito, unam a sua mente às
palavras que pronunciam, cooperem com a graça de Deus, não aconteça que a
recebam em vão (2Cor 6,1).
Por conseguinte, devem os pastores de almas vigiar
por que, não só se observem na ação litúrgica as leis que regulam a
celebração válida e lícita, mas também que os fiéis participem nela
consciente, ativa e frutuosamente.
A participação na sagrada Liturgia não esgota, todavia, a vida
espiritual.
O cristão, chamado a rezar em comum, deve entrar também no seu
quarto para rezar a sós (Mt 6,6) ao Pai; e, segundo ensina o Apóstolo, deve
rezar sem cessar (1Tim 5,17).
E o mesmo Apóstolo nos ensina a trazer sempre
no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, para que a sua vida se revele
na nossa carne mortal (2Cor 4,10-11).
É por essa razão que no Sacrifício da
Missa pedimos ao Senhor que, tendo aceite a oblação da vítima espiritual,
faça de nós uma «oferta eterna» (or. eucarística III) a Ele consagrada.
Concílio Vaticano II
Constituição sobre a sagrada liturgia «Sacrosantum Concilium» §§10-12
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