Na verdade, o perdão é antes de mais uma decisão pessoal, uma opção do coração que se opõe ao instinto espontâneo de devolver o mal com o mal.
O perdão tem pois uma raiz e uma medida divinas. Isto, porém, não exclui que se possa acolher o seu valor também à luz de considerações humanas razoáveis. A primeira delas deriva da experiência que o ser humano vive em si próprio quando comete o mal: apercebe-se da sua fragilidade e deseja que os outros sejam indulgentes para com ele. Deste modo, porque não fazer aos outros aquilo que cada um espera que seja feito a si próprio? Cada ser humano abriga dentro de si a esperança de poder retomar o percurso da vida sem ficar para sempre prisioneiro dos próprios erros e culpas. Sonha poder levantar de novo o olhar para o futuro, para descobrir novas perspectivas de confiança e de empenhamento.
Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Mensagem para a Jornada Mundial da Paz 2002, §§ 6-8 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
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