Qual a mais antiga oração conhecida à Mãe de Deus?
É a antífona Sub tuum præsidium, cantada
pela Santa Igreja na Liturgia das Horas e recitada por numerosos fiéis
em diversas oportunidades:
"À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de
Deus. Não desprezeis nossas súplicas em nossas necessidades, mas
livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!".
Incluída desde tempos imemoriais nos
Ritos Ambrosiano, Copta, Sírio e Armênio, sua antiguidade foi confirmada
na primeira metade do século XX, quando se encontrou no Egito um papiro
do século III contendo o original grego desta expressiva prece.
Desempenhando um elevadíssimo papel na
Redenção, a Virgem Maria é, entretanto, muito pouco mencionada no
Evangelho. Uma vez, porém, que este se difunde por toda a Terra, surge
espontaneamente no coração dos fiéis a súplica à Mãe de Deus, eficaz
amparo para sua peregrinação terrena.
O início da oração recolhe os ecos da
versão grega da Bíblia e associa à Virgem a capacidade protetora
atribuída a Deus pelo salmista: "Protegei-me sob a sombra de vossas
asas" (Sl 16, 8). E a fórmula "mas livrai-nos sempre de todos os
perigos" evoca o pedido feito na Oração Dominical: "mas livrai-nos do
mal".
Como tantas outras preces litúrgicas
antigas, o Sub tuum præsidium se destaca por sua nobre simplicidade e
sua concisão, aliadas a uma saudável espontaneidade. Segundo alguns
estudiosos, essa maneira de implorar com premência a proteção da Virgem
Maria indica que os cristãos se encontravam em situação de perseguição,
talvez a de Valeriano ou a de Décio.
Outro dado digno de nota: à vista do
iminente perigo, os cristãos do século III procuram proteção sob o manto
da Virgem Santíssima. Demonstram, pois, estarem conscientes de que Ela
ouve e atende seus pedidos, e tem poder para socorrê-los.
Por fim, o Sub tuum præsidium é uma
inquestionável prova da antiguidade da devoção a Nossa Senhora, sob a
invocação de Mãe de Deus.
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