A este propósito, S. Ambrósio diz: “Demos, pois, graças ao Senhor nosso Deus, que fez uma obra onde Ele pudesse encontrar descanso. Fez o céu, mas não leio que aí tenha repousado; fez as estrelas, a lua, o sol, e nem aqui leio que tenha descansado neles. Mas, ao contrário, leio que Ele fez o homem e que então repousou, tendo nele alguém a quem podia perdoar os pecados”.
Assim, o “dia de Deus” estará sempre diretamente relacionado com o “dia do homem”. Quando o mandamento de Deus diz: “Recorda-te do dia de sábado, para o santificares” (Ex 20,8), a pausa prescrita para honrar o dia a Ele dedicado não constitui de modo algum uma imposição grave para o homem, mas antes uma ajuda, para que se conscientize da sua dependência vital e libertadora do Criador e, simultaneamente, da vocação para colaborar na sua obra e acolher a sua graça. Deste modo, honrando o “repouso” de Deus, o homem encontra-se plenamente a si próprio, e assim o dia do Senhor fica profundamente marcado pela bênção divina (cf. Gn 2,3) e, graças a ela, dir-se-ia dotado, como acontece com os animais e com os homens (cf. Gn 1,22.28), de uma espécie de “fecundidade”. Esta exprime-se, não só no constante acompanhamento do ritmo do tempo, mas sobretudo no reanimar e, de certo modo, “multiplicar” o próprio tempo, aumentando no homem, com a lembrança do Deus vivo, a alegria de viver e o desejo de promover e dar a vida.
Jesus nos ensina a também sermos coerentes nas nossas ações e a não deixarmos para fazer depois o bem que podemos fazer hoje. Quantas vezes nós deixamos de realizar alguma boa obra porque o dia não nos é conveniente ou porque as regras do mundo não nos permitem fazê-lo! Quanto medo nós temos hoje de ajudar a alguém porque podemos estar caindo em alguma emboscada! Nem sequer paramos para escutar as pessoas, quando estamos na Igreja, ou muito ocupados(as) na nossa oração! Mesmo já tendo descoberto o reino de Deus e de querermos servir ao Senhor, nós ainda damos muito crédito às normas dos homens e aos comentários das pessoas que observam as nossas ações. Jesus não escolhia dia, hora e nem lugar para envolver-se com aqueles que Dele se aproximavam, pelo contrário: Ele até os procurava com o olhar e mesmo sem que o pedissem Ele os tocava e curava, ainda que fosse em “dia de sábado”. O dia de sábado pode significar também algo que o mundo recrimina e proíbe.
E você tem medo de ajudar as pessoas para não envolver-se em alguma trama? Qual será o dia ideal para se fazer o bem? Você tem medo de comentários maldosos quando você faz o bem “em dia de sábado”?
Pai, predispõe-me a manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta obrigação urgente.
inserido por Pe.Emílio Carlos+
22 de abril 2011
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