O diário italiano "Corriere della Sera" sublinhava, em sintonia com informações de vários correspondentes em Roma de outros jornais estrangeiros, que esta publicação tem por objetivo dissipar eventuais dúvidas sobre os últimos dias de vida de Karol Wojtyla.
A verdade é que muitos desses dados já são conhecidos do grande público, através da informação oferecida pela sala de imprensa da Santa Sé.
João Paulo II morreu no dia 2 de Abril, aos 84 anos, na sequência do progressivo agravamento do seu estado de saúde, ao longo de vários dias.
“O Santo Padre faleceu às 21h37 (hora local, menos uma em Lisboa) no seu apartamento privado”, referia o comunicado difundido pelo porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls.
O texto desse próprio dia explicava que o Papa morreu a rezar e rodeado pelos seus mais próximos colaboradores, sobretudo o denominado “clã polaco”. No momento do falecimento de João Paulo II, estavam presentes os dois Secretários pessoais do Papa, D. Stanislaw Dziwisz e D. Mieczyslaw Mokrzycki; o Cardeal Marian Jaworski; D. Stanislaw Rylko; o Pe. Tadeusz Stycze; as três irmãs polacas da Congregação das Escravas do Coração de Jesus, que prestaram serviço no apartamento do Papa, guiadas pela sua superiora, a Ir. Tobiana Sobódka; o médico pessoal do Papa, Renato Buzzonetti, com os dois médicos e os enfermeiros que estavam de turno. Depois chegaram o Cardeal Secretário de Estado, D. Angelo Sodano e o Camerlengo da Santa Igreja Romana, D. Eduardo Martínez Somalo, além do substituto da Secretaria de Estado, D. Leonardo Sandri, e o vice-substitituto, D. Paolo Sardi. Finalmente chegaram ao quarto o então Cardeal Joseph Ratzinger, Decano do Colégio Cardinalício, e o Cardeal Jozef Tomko.
Pelas 20h00 tinha começado a celebração da Missa da festa litúrgica da Divina Misericórdia, presidida pelo seu secretário pessoal e amigo de longas décadas, D. Stanislaw Dziwisz, com a participação do Cardeal Marian Jaworski, D. Stanislaw Rylko e D. Mieczyslaw Mokrzycki. No decorrer da Eucaristia, foi administrado a João Paulo II o Santo Viático e, mais uma vez, o Sacramento da Unção dos Doentes.
O comunicado destaca que “as últimas horas do Santo Padre foram caracterizadas por uma oração ininterrupta de todos os que o assistiram na pia passagem, bem como pela participação coral dos milhares de fiéis recolhidos, há muitas horas, na Praça de São Pedro”.
No Domingo 3 de Abril, de manhã, foi celebrado o rito da constatação da morte de João Paulo II (previsto pela Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis», nº 17). O Cardeal Eduardo Martínez Somalo, cardeal Camerlengo; o arcebispo Paolo Sardi, vice-camerlengo, o arcebispo Piero Marini, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, e os prelados clérigos da Câmara Apostólica dirigiram-se ao apartamento do falecido pontífice com Renato Buzzonetti, médico pessoal do Papa, para dar procedimento à constatação da morte, seguindo o rito do “Ordo Exsequiarum Romani Pontifici”.
De pé, ao lado do corpo, o Camerlengo tocou 3 vezes na testa do Papa com um martelinho de prata e chamou 3 vezes pelo nome de Batismo, Karol Wojtyla (e não pelo nome que adotou ao ser eleito). Sem resposta, ele anunciou o falecimento e quebrou o anel do Pescador (que o Papa usa para lembrar o momento em que Jesus diz a Pedro que ele seria um pescador de almas e no qual está gravado o nome do Papa).
O Camerlengo inutilizou o selo papal (que é a marca da autenticidade dos documentos assinados pelo Papa) e deu início aos preparativos para o enterro e para os nove dias de luto - os “Novelandi” - nos termos do “Ordo exsequiarum Romani Pontificis”.
O Papa João Paulo II morreu devido a “septicemia e falência cardiocirculatória”, segundo a certidão de óbito:
“Certifico que sua Santidade João Paulo II (Karol Wojtyla) nascido em Wadowice (Cracóvia, Polónia) a 18 de Maio de 1920, residente na Cidade de Vaticano, Cidadão Vaticano, e falecido às 21h37 do dia 2 de abril de 2005 em Seu Apartamento no Palácio Apostólico Vaticano (Cidade do Vaticano) por causa de:
- Choque séptico
- Falência cardio-circulatória irreversível
Afectado por:
- Doença de Parkinson
- Progressivos episódios de insuficiência respiratória aguda e consequente traqueotomia
- Hipertrofia prostática benigna complicada por uropsia.
- Cardiopatia hipertensiva e hisquémica.
A comprovação da morte foi efetuada mediante o registro eletrocardiógrafo por mais de 20 minutos.
Declaro que as causas da morte, segundo minha ciência e consciência, são aquelas indicadas. Cidade do Vaticano, 2 de Abril de 2005
O Director da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, Dr. Renato Buzzonetti”.
inserido por Pe.Emílio Carlos+
19 de abril 2011
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