II Domingo da Páscoa – Ano A | | | |
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At 2,42-47 Estamos ainda em pleno dia da Páscoa, “o Dia que o Senhor fez para nós” – é esta a Oitava da Santa Páscoa. Se no dia mesmo da Ressurreição, a liturgia centrava nossa atenção no próprio Senhor ressuscitado, vencedor da morte, hoje, neste Domingo da Oitava, a atenção concentra-se nos efeitos dessa vitória formidável para nós e para toda a humanidade. Eis! O Senhor Jesus, morto como homem, morto na sua natureza humana, foi ressuscitado pelo Pai, que derramou sobre ele o Espírito Santo, Senhor que dá a Vida. E agora, cheio do Espírito, Jesus nos dá esse Dom divino, esse fruto da sua Ressurreição. Primeiro dá-lo aos seus apóstolos “ao anoitecer daquele dia, o primeiro depois do sábado”. Passou o sábado dos judeus, passou a Lei de Moisés, passou a antiga criação. E Jesus ressuscitado sopra sobre os Apóstolos o Espírito Santo, recebido do Pai na Ressurreição: “Como o Pai me enviou na potência do Espírito, também eu vos envio agora na força desse mesmo Espírito! Recebei, pois, o Espírito Santo, dado para gerar o mundo novo, o homem novo, o homem segundo a minha imagem, o homem reconciliado, na paz com Deus! Paz a vós! Os pecados serão perdoados nesse dom do meu Espírito!” Assim começa o cristianismo, assim ganha vida a Igreja: no Espírito do Ressuscitado! Os Apóstolos agora, recebendo o Espírito, recebem a vida nova do Cristo, a vida que dura para a eternidade. Esse mesmo Espírito, nós o recebemos nas águas do Batismo e na comunhão com o Sangue do Senhor na Eucaristia. Por isso mesmo, a oração da Missa hodierna nos pede a graça de compreender melhor, isto é, de viver intensamente na vida “o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu nova vida e o Sangue que nos redimiu”. Em outras palavras: pela participação aos santos sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia, nós recebemos continuamente o Espírito do Ressuscitado e, assim, recebemos a sua nova vida, a vida que nos renova já aqui, neste mundo, e nos dá a Vida eterna. Por isso a segunda leitura de hoje nos diz que o Pai, “em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível”, reservada a nós nos céus! A Ressurreição de Cristo é garantia da nossa, o seu Espírito, que nós recebemos, é semente e garantia de vida eterna e, por isso, é causa de alegria e força para nós, cristãos. Nós recebemos a vida eterna, nós cremos na Vida eterna, nós já vivemos tendo em nós as sementes da Vida eterna! Mas, estejamos atentos: esta nossa fé na Ressurreição tem conseqüências concretas para nós: “Os que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum...” Eis: a fé na Ressurreição do Senhor, a vida vivida na Vida nova que Cristo nos concedeu, faz-nos existir de um modo novo, iluminados por uma nova regra de vida (o ensinamento dos apóstolos e seus sucessores), sustentados pela fração do Pão eucarístico e testemunhas de uma vida de comunhão, de amor fraterno, de mansidão, de coração aberto para Deus e os irmãos. Mais uma coisa: estejamos atentos para um fato importantíssimo: a Ressurreição do Senhor não é uma fábula, não é um mito, não é uma parábola. O Senhor realmente venceu a morte, realmente entrou no Cenáculo e realmente Tomé, admirado e envergonhado, feliz pelo Senhor e triste por sua incredulidade, tocou as mãos e o lado do Senhor vivo, ressuscitado! Por isso, o cristão não se apavora diante dos reveses da vida, dos compromissos e renúncias pelo testemunho de Cristo e nem mesmo diante da morte: “Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”. Caríssimos, nesta santa Oitava, estamos com o coração unidos à Igreja de Roma e ao seu Bispo, Sucessor de Pedro, o nosso Santo Padre João Paulo. Ele é uma testemunha viva de tudo quanto acabamos de contemplar. Nele, temos visto a força da Vida nova que o Cristo nos trouxe com a sua Ressurreição; nele, somos testemunhas do quanto a certeza da Ressurreição do Senhor, garantia da nossa, pode dar sentido, força, vigor, serenidade e sentido a uma vida. A agonia do Papa tem sido vivenciada pela Igreja com verdadeira serenidade e esperança! Que belo testemunho de fé na Ressurreição! Que eloqüente experiência da vitória da Vida sobre a morte! Que o testemunho do Papa João Paulo sustente nosso caminho com Cristo e que o Espírito do Ressuscitado dê a vida plena ao corpo e à alma do Santo Padre e a nós, a força para continuar o caminho como Igreja que testemunha com a vida a Ressurreição e a presença do Senhor. Que Deus dê ao Santo Padre vida e salvação eterna! Amém. |
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