O corpo entregue sem medida.
Uma pedra sela o túmulo,
o rego da sementeira foi coberto.
Um só e o silêncio.
A noite sem tempo e o dia sem luz.
Apenas o silêncio.
E a solidão do corpo entregue,
a semente lançada.
E a casca como que se rompe,
estala a vida que a habita.
Germina uma força, incontrolável.
Um prolongamento, uma haste elevar-se e procurar a luz, porque a escuridão e o calor da terra já cumpriram a missão.
O ar fresco da manhã, uma folha um caule e outras folhas.
A flor e o sol e uma mão cheia de frutos.
Alvos, rubros, dourados, todos frutos dessa semente entregue à terra lançada.
Ao cair da tarde, outra semente outro corpo, nova sementeira.
E o silêncio, outro útero para nova vida.
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