O silêncio nas comunidades CONSAGRADAS
“Tem poucas coisas tão ensurdecedoras como o silêncio” Mario Benedetti
O silêncio é uma palavra de grande impacto, que ironicamente diz muito, mas ninguém escuta nada.
Na minha experiência próxima a comunidades de consagrados tenho percebido que a questão do silêncio se repete constantemente e não me refiro a um voto ou a uma emenda por parte da comunidade, me refiro ao silêncio que cada um de seus membros sofre e o vive em silêncio, sente a dor, a tristeza e até a felicidade, mas a vive sem compartilhar, sem expressar às pessoas próximas, aos seus “irmãos (as)” o que lhe acontece.
O silêncio de alguma maneira se assemelha à morte, mas à morte de que?
À morte do vínculo com as pessoas? À morte de já não saber o que sentimos?
Por que o silêncio é o primeiro recurso onde se procura aparentemente um refugio de guardar, de esconder o que acontece, de ocultar o que pensamos e sentimos, por que há tanto medo de falar?
As comunidades CONSAGRADAS que mais se comunicam e expressam entre eles (as) o que lhes acontece, os problemas que acontecem na rotina diária do trabalho, é uma comunidade mais sã, onde pelo menos há conhecimento claro do que acontece pelo mesmo resulta más fácil abordar os problemas e os conflitos que se dão a nível interpessoal entre os irmãos (as) e a nível pessoal.
Saber o que ocorre, saber a verdade, conhecer os problemas, calma a angústia entre seus membros, evita que cada um imagine sem medida e construa circunstancias que talvez nem existem, por isso “saber” sempre é melhor que: “não saber”, a verdade por mais dura que seja se tolera ainda que machuque, ainda que deixe bravo e entristeça, mas é ter o controle do que acontece.
O silêncio nos desconecta do mundo e deste modo nos desconectamos de nós mesmos, do que sentimos e do que nos preocupa e principalmente do que somos e quem somos.
O silêncio é o vazio, é o nada e é o que mais nos afasta do amor, do amor ao semelhante e do amor a Deus.
O silêncio nos aproxima à inexistência e à escuridão, que se funde na dor e que como consagrados, seria fundamental que transmitiram a sensação de “vida” e desta maneira do amor e só falando e por meio das palavras é que um faz real o que calamos dentro.
Por Eugenia Ponce de León
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