NOTA DO REGIONAL SUL 1/CNBB
SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO
Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores
dos Municípios,
educadores e pais no Estado de São Paulo;
Nós, Bispos católicos
do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB), no exercício de nossa missão
de Pastores, queremos manifestar nosso apreço ao empenho dos Conselhos
Municipais de Educação na elaboração dos Planos Municipais de Educação para o
próximo decênio, a serem votados nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses
projetos, além da universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo
orientador da educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens
e mulheres possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as pessoas,
grupos sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e se beneficiar
da produção dos bens materiais e culturais, numa nação cada vez mais próspera e
justa. Consideramos, entretanto, oportuno e necessário esclarecer o que segue,
no que se refere à ideologia de gênero, nos Planos Municipais de Educação:
A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser
orientada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e
sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram retiradas as
expressões da ideologia de gênero.
Os projetos enviados aos Legislativos Municipais incluíram
novamente, em suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação,
tanto como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a relativizar
a natural diferença sexual.
A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta
“revolução cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção
exclusivamente cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras formas
igualmente legítimas de manifestação da sexualidade, devendo todas integrar o
processo educacional com o objetivo de combater a discriminação das pessoas em
razão de sua orientação sexual.
A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem
seu fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união
homossexual é igualmente núcleo fundante da instituição familiar.
As consequências da introdução dessa ideologia na prática
pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de
família, transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as
crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na
família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade.
Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos
governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta para
as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a
Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura
brasileira.
Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho
Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino
religioso integra a base nacional comum da Educação Básica (na resolução número
4, de 13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F).
Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino
religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na
escola.
Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem
discriminação na sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a
família e a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a
orientação sexual.
Deus abençoe a todos que trabalham na educação
das crianças, adolescentes e jovens.
Aparecida, 11 de junho de 2015.
Cardeal
Dom Odilo Pedro Scherer
Presidente do Conselho
Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
Dom Moacir
Silva
Vice-Presidente do Conselho
Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
Dom
Tarcísio Scaramussa
Secretário do Presidente do
Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
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