Brilhe a
vossa luz diante dos homens
Mateus 5,13-16
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos: “Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal
se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada,
senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do
mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída Sobre um monte.
Ninguém acende
uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro,
onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também brilhe a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
louvem o vosso Pai que está nos céus". - Palavra da Salvação.
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Todos
nós devemos testemunhar Jesus e os valores do Reino dos céus a fim de
que o mundo não se corrompa, mas descubra os caminhos da santidade, da
justiça e da graça. Com isso, é de suma importância que o anúncio da
Palavra seja acompanhado pela coerência de vida, pela busca da santidade
e pelo seguimento de Jesus a partir da vivência dos seus mandamentos. O
Papa Paulo VI nos falava sobre isso na sua Exortação Apostólica
Evangelii Nuntiandi, quando se referia à exigência da santidade em todo
trabalho evangelizador. Todo trabalho evangelizador deve começar pela
caridade, pelo serviço, ou seja, pela explicitação, através da vida, dos
valores do Evangelho.
O
horizonte da responsabilidade dos discípulos deveria abarcar o mundo
inteiro. E, assim, impedi-los de deixar-se mover por preconceitos, fazer
acepção de pessoas ou optar pela reclusão, num círculo fechado e
exclusivo. A responsabilidade diz respeito à missão de pregar ao
mundo a Boa-Nova da salvação, testemunhando-a por meio de gestos
concretos de caridade, de compromisso com a justiça e a igualdade, de
empenho pela construção da paz e da reconciliação entre os povos. Esta
seria a melhor forma de manifestar a presença de Deus na entranhas da
história humana, de modo a preservá-la do erro e da corrupção. A
orientação recebida pelos discípulos não aponta para o proselitismo nem
para o absolutismo do projeto de Jesus. No primeiro caso, a orientação
mal-entendida poderia levar os cristãos a se lançarem numa guerra santa,
para constranger toda a humanidade a optar pelo caminho cristão. No
segundo caso, cair-se-ia no erro de eliminar tudo quanto fosse
diferente, desconhecendo que os caminhos de Deus são incontáveis. As
metáforas do sal e da luz apontam para um serviço humilde e despojado,
conformado com a dinâmica do Reino de Deus, que não se impõe pela força.
Antes, apela para a liberdade humana, e dela depende. A ação do sal e
da luz deve ser percebida por sua qualidade. Caso contrário, um e outra
serão inúteis.
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