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“Fazer todas as coisas com Maria” –
Eis o caminho para a perfeição espiritual!
(Parte II)
Fé, humildade e pureza: virtudes eminentemente contra-revolucionárias
Então,
ele indica a imitação das virtudes de Nossa Senhora e, na imitação
dessas virtudes, indica três principais: a fé, a humildade e a pureza,
três virtudes eminentemente contra-revolucionárias.
A fé é o fundamento de toda virtude, sem ela nenhuma virtude merece verdadeiramente ser chamada virtude.
Ela é a raiz de todas as virtudes,
o que dá como resultado que quando uma planta não tem a raiz sadia,
toda a planta padece, porque todo sistema de nutrição da planta, ou pelo
menos grande parte de seu sistema de nutrição, fica prejudicado.
Assim
também, a Igreja Católica é o solo. A nossa raiz é a fé com que nossas
almas imergem neste solo bendito que é a Igreja Católica.
A
fé é uma confiança em Deus, por onde, nas circunstâncias mais adversas,
se está certo de que a bondade de Deus não nos desampara
O
solo da Igreja católica é sempre fecundo, o problema é saber se nossa
fé é viva, se a raiz de nossa virtude é viva. São Luís Grignion de
Montfort toma a palavra fé em dois sentidos.
Ele
a toma no sentido de crer em tudo que a Igreja ensina, mas também em
outro sentido: é uma confiança em Deus por onde, nas circunstâncias mais
adversas, se está certo de que a bondade de Deus não nos desampara.
E
ele dá então o exemplo supremo no qual Nossa Senhora deu prova da fé em
ambos os sentidos da palavra: Nossa Senhora ao pé da cruz, no alto do
calvário.
Ela ali tinha, antes de tudo, uma prova para a fé, quer dizer, quanto à crença.
Porque
é verdadeiramente terrível Ela, Mãe de Deus, sabendo que seu Filho era a
vítima inocente por excelência, ver o Filho tratado como um perseguido
pela justiça de Deus e dos homens.
A Paixão: aspecto misterioso da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo
Há
um mistério em torno de Nosso Senhor, a partir do momento do Horto das
Oliveiras, em que se tem a impressão de que toda a cólera do Pai
Celeste, do Padre Eterno, se descarrega sobre Ele, e de que todas as
coisas acontecem para fazê-Lo sofrer.
É
uma seqüência impressionante de tormentos e de dores que Ele atravessa
com aquela grandeza, com aquela serenidade, com aquela resolução, com
aquela determinação, que vai desde o momento em que começa a suar sangue
e a ter pavor, até o momento em que exclama do alto da cruz: “Meu Pai,
Meu Pai, por que Me abandonaste?” E depois disso,consumatum est, como quem diz: “A medida foi cheia, Eu bebi o cálice inteiro”.
Nossa Senhora, ou pelas revelações ou a partir do momento do encontro, assiste àquilo tudo e crê sem um minuto de vacilação.
Ela crê no que deve crer, quer dizer, que isto que parece uma injustiça pasmosa, é um pasmoso ato de justiça.
Que
o Filho d’Ela se ofereceu para ser o expiador de todos os pecados do
mundo, e que, portanto, a cólera merecida por todos os pecados do mundo
se descarrega de fato sobre Ele.
E que sublimemente triturado pela cólera divina, Ele está com isto resgatando o mundo. Que isto tem um sentido altíssimo, profundíssimo, e que aí Ele realiza a missão d’Ele, e Ela realiza a
missão d’Ela.
Ela
crê nisso o tempo inteiro e esta fé A mantém de pé junto à cruz, sem
nenhuma vacilação. Mas, de outro lado, Ela tem uma confiança sem limites
na bondade de Deus.
E
Ela sabe que esses tormentos darão numa glória: darão na Ressurreição;
darão na Ascensão; darão no Pentecostes; darão na glorificação do nome
d’Ele em todas as épocas da História;
Darão
naquele momento supremo de glória que é o fim do mundo, quando toda
humanidade de todos os tempos estiver aos pés d’Ele e Ele pronunciar o
juízo definitivo em função d’Ele: os que foram d’Ele vão para o Céu, os
que não foram dEle vão para o inferno.
Quer
dizer, toda esta imensidade de glória Ela sabia que era o prêmio que a
bondade divina daria a tanta fidelidade. Ela estava ao pé da cruz,
alimentada por essa esperança sublime, portanto na posição que Ela tinha
tomado. Esta era Maria.
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