Estava próxima a festa judaica das Tendas.
Contudo, depois de os seus irmãos partirem para a festa, Ele partiu também, não publicamente, mas quase em segredo.
Então, alguns de Jerusalém comentavam: «Não é este a quem procuravam, para o matar?
Vede como Ele fala livremente e ninguém lhe diz nada! Será que realmente as autoridades se convenceram de que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos donde Ele é, ao passo que, quando chegar o Messias, ninguém saberá donde vem.»
Entretanto, Jesus, ensinando no templo, bradava: «Então sabeis quem Eu sou e sabeis donde venho?! Pois Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que me enviou, e que vós não conheceis.
Eu é que o conheço, porque procedo dele e foi Ele que me enviou.»
Procuravam, então, prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão, pois a sua hora ainda não tinha chegado.
Reflexão:
Toda a gente deseja este autêntico tempo de festa da vida eterna; é um desejo natural, porque todos os homens querem naturalmente ser felizes. Mas não basta desejar. É por Ele mesmo que devemos seguir a Deus e procurá-Lo. Muitos gostariam muito de ter o antegozo do verdadeiro e grande dia de festa, e lamentam-se que não lhes seja dado. Quando, na oração, não fazem a experiência de um dia de festa no fundo de si próprios, e não sentem a presença de Deus, entristecem-se. Rezam menos, fazem-no de mau humor, dizendo que não sentem Deus e que é por isso que a acção e a oração os aborrecem. Aí está o que o homem não deve fazer nunca. Nunca devemos fazer nenhuma obra desanimados, porque Deus está sempre presente e, ainda que não O sintamos, todavia Ele veio secretamente à festa.
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo
Sermão 12, para a terça-feira antes dos Ramos (a partir da trad. Cerf 1991, p. 44 rev.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário