NA SAGRADA COMUNHÃO SE RECEBE COMO ALIMENTO A JESUS CRISTO
Os primeiros cristãos encontravam a razão de seu heroísmo na Eucaristia. A Comunhão dava-lhes alento e fortaleza para defender sua fé até o martírio. Tarcísio foi um menino que levava a Eucaristia aos que estavam encarcerados por causa de sua fé. Um dia, no caminho, encontrou com seus companheiros de brincadeiras, que eram pagãos. Estes, convidaram-no para brincar, mas Tarcísio não podia faze-lo, pois levava o Senhor, na Eucaristia. Como sabiam que era cristão, e, dando-se conta que escondia alguma coisa, atacaram-no violentamente, enquanto Tarcísio defendia o tesouro que carregava consigo. Neste momento passou um soldado, que levou Tarcísio para, mesmo gravemente ferido, para ser encarcerado. No cárcere, disse aos demais prisioneiros cristãos que lhes trazia a Comunhão. Assim, puderam comungar aqueles que, no dia seguinte morreriam como mártires. Tarcísio morreu antes, também como mártir da Eucaristia. É com esta fé, com este respeito e amor que os primeiros cristãos tratavam a Eucaristia.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O sacrifício eucarístico e a comunhão
O sacrifício eucarístico ou Santa Missa é memorial sacrifical que perpetua o sacrifício da cruz oferecido ao Pai, e banquete sagrado de comunhão no Corpo e Sangue do Senhor; a celebração eucarística está também orientada à união íntima dos fiéis com Cristo por meio da comunhão. Comungar é receber a Cristo mesmo que se oferece por nós. Cristo, pois, se oferece ao Pai e se dá aos homens.
2. Jesus Cristo instituiu a Eucaristia como alimento para as nossas almas
Jesus prometeu aos Apóstolos em Cafarnaúm que daria para comer sua carne para a vida do mundo e para se obter a vida eterna: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida: o que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (João 6,54-56). Na última Ceia cumpriu-se a promessa e o Senhor instituiu a Eucaristia: "Tomai e comei; isto é o meu Corpo" (Mateus 26,26). É a afirmação clara de que o Corpo do Senhor está na realmente na Eucaristia e ele nos é dado como alimento.
3. Os frutos da comunhão
A comunhão sustenta a vida espiritual de modo parecido a como o alimento material mantém a vida do corpo. Concretamente, podemos assinalar estes frutos da comunhão sacramental:
Acrescenta a união com Cristo, realmente presente no sacramento.
Aumenta a graça e as virtudes em quem comunga dignamente.
Nos afasta do pecado: purifica dos pecados veniais, das faltas e negligências, porque acende a caridade.
Fortalece a unidade da Igreja, Corpo Místico de Cristo.
Cristo, na Eucaristia, nos dá o penhor da glória futura.
4. Disposições para comungar bem
As disposições exigidas para receber dignamente a Cristo, na comunhão são:
a) Estar na graça de Deus, quer dizer, limpos do pecado mortal. Ninguém pode aproximar-se para comungar, por muito arrependido que pareça estar, se antes não tiver confessado os pecados mortais. O pecado venial não impede a comunhão, mas é lógico que tenhamos desejos de receber a Jesus com a alma muito limpa; por isso a Igreja aconselha a que se confesse com freqüência, ainda que não tenhamos pecados mortais. Se alguém se aproximasse para comungar em pecado mortal, cometeria um sacrilégio.
b) Guardar o jejum eucarístico, que supõe não ter comido nem bebido desde uma hora antes de comungar; a água e os medicamentos não quebram o jejum. Os anciãos e enfermos - e aqueles que cuidam deles - podem comungar ainda que não tenha passado uma hora depois de ter tomado algo.
c) Saber a quem se recebe. Posto que se recebe o mesmo Cristo neste sacramento, não podemos aproximar-nos para comungar desconsideradamente, ou por mera rotina, ou para que nos vejam. Temos de faze-lo para corresponder ao desejo de Jesus e para encontrar na comunhão um remédio para a nossa fraqueza.
Até na compostura externa deve manifestar-se a piedade e o respeito com que nos aproximamos para receber o Senhor. Comunga-se de joelhos ou de pé, segundo tenha sido determinado pela Hierarquia da Igreja e o peça a devoção de cada um. Comungando-se de pé, antes de comungar, ao aproximar-nos do sacerdote, deve-se fazer uma inclinação do corpo.
O sacerdote diz: "O Corpo de Cristo" e o comungante responde: "Amém". Se comungar diretamente na boca, abre-se então a boca e estende-se a língua, para que o sacerdote possa colocar a sagrada comunhão. Se comungar nas mãos, coloca-se a mão direita embaixo da mão esquerda. O sacerdote deposita a sagrada comunhão na mão esquerda. Então, na frente do sacerdote, sem mover-se, o comungante toma, com a mão direita a sagrada comunhão e leva-a à própria boca.
5. A ação de graças na comunhão
Jesus permanece na Eucaristia por amor a nós. A melhor maneira de recebe-lo será realizar uma boa preparação antes de comungar e, conscientes do dom recebido, dar graças não só no momento da comunhão, mas durante todo o dia. Depois de comungar, ficamos na Igreja dando graças, ao menos por uns minutos.
6. Obrigação de comungar e necessidade da comunhão freqüente
Comungar realmente não é necessário para salvar-se; se um recém nascido morre, se salva. Mas Jesus Cristo disse "Se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tereis a vida em vós" (João 6,53). Em correspondência a estas palavras, a Igreja nos ordena em seu terceiro mandamento que, ao menos uma vez no ano, por ocasião da Páscoa da Ressurreição, todo cristão com uso da razão deve receber a Eucaristia.
Também existe a obrigação de comungar quando se está em perigo de morte; neste caso a comunhão é recebida como "Viático", que significa preparação para a "viagem" da vida eterna. Isto é o mínimo, e o preceito deve ser bem entendido; daí que a Igreja exorte a receber ao Senhor com freqüência, até diariamente. Se algum dia não podemos comungar, é bom fazer uma comunhão espiritual, expressando o desejo que temos de receber o Senhor sacramentalmente.
7. Propósitos de vida cristã
Fazer o firme propósito de receber sempre a Sagrada Comunhão com as devidas disposições.
Ao terminar a Santa Missa, permanecer uns momentos agradecendo a Jesus.
Repetir muitas vezes durante o dia, a Comunhão Espiritual.
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