Colocar-se a serviço de todos. Esta frase é curta, mas contém um conceito revolucionário e pode influenciar o meio social.
É difícil de ser entendido, porque normalmente aprendemos a ser servidos e não o contrário.
Porém, existe uma verdade evangélica, que só pode ser provada com a experiência pessoal: "Há mais alegria em dar do que em receber” (Atos,20,35). É uma afirmação feita por quem deu o maior testemunho disto, o próprio Jesus.
Não é simplesmente doar, isto seria muito fácil. Podemos ser levados a doar algo a alguém por desencargo de consciência.
A verdadeira alegria experimenta quem dá a si próprio na ação que pratica.
Não basta doar, é preciso doar-se. Isto é servir.
Jesus, ao declarar que veio para servir, não se faz o centro, mas nos coloca no centro de sua missão. Em outras palavras, isso significa que a preocupação primeira de Jesus era os outros. A lógica do reino nos mostra que o privilégio não está no receber, mas no doar-se. Quanto mais solidários mais nos identificamos com a proposta do Mestre.
Para nós, assim como para os apóstolos do tempo de Jesus, é difícil assimilar o projeto da cruz, isto é, a proposta de fidelidade ao projeto do Pai a cada um de seus filhos e filhas. Temos a tendência forte de sermos mais servidos do que servir. Preferimos buscar e seguir um Cristo glorioso e milagreiro que resolva nossos problemas e as deficiências humanas, do que nos espelhar nele e ver suas propostas. Ele não tem privilégios para oferecer, mas sim uma proposta de vida e uma missão exigente a cumprir. Todos os servidores da comunidade deveriam estar de fato preocupados em servir às necessidades dos fiéis e não em buscar privilégios e mordomias.
Se existem ainda aqueles que buscam, nos serviços e ministérios na comunidade, prestigio e valorização; encontramos, felizmente, muitos que dão testemunho de generosidade, de doação em favor da comunidade. Quantos desentendimentos e brigas acontecem porque queremos escolher cargos e ministérios mais valorizados e vistosos. Entre vocês não deve ser assim, alerta-nos o Mestre. O desafio é aprender dele e com ele a carregar a cruz da doação, da solidariedade e das relações gratuitas e igualitárias.
Com minha benção.
Pe. Emílio Carlos +
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