As
características da personalidade madura
Por uma maturidade humana em ritmo de
crescimento constante, o Espírito de Deus pode encontrar a matéria-prima de boa
qualidade para realizar uma outra etapa do projeto divino, a saber, a
cristificação do batizado.
O
presente artigo tem como objetivo desenvolver algumas considerações
sobre a personalidade madura elaboradoras por um famoso psicólogo, professor
na Universidade de Harvard, Gordon Allport .
Foram uma fonte de reflexão muito
interessante e eu proponho a sua leitura para uma revisão de suas posturas e
comportamentos.
O homem
deve saber tomar distância dos próprios impulsos corpóreos e orgânicos para ser
ativo e oferecer a si e aos outros uma qualidade de vida progressivamente
maior.
Sabe-se que, por detrás de
comportamentos marcados por uma maturidade humana em ritmo de crescimento
constante, o Espírito de Deus pode encontrar a matéria-prima de boa qualidade
para realizar uma outra etapa do projeto divino, a saber, a cristificação do
batizado. Seguem-se, abaixo apresentadas, as descrições destas características,
no anseio de que produzam bons frutos de maturidade e santificação.
1. Extensão
do senso do eu- Indica uma personalidade que amplia os limites do
próprio eu de modo a assumir a necessidade do bem estar do outro como próprio.
Noutras palavras, a felicidade dos outros se torna a felicidade do indivíduo OU seja, trata-se de criar interesses que vão além do
próprio bem estar pessoal. O homem deve saber tomar distância dos próprios
impulsos corpóreos e orgânicos para ser ativo e oferecer a si e aos outros uma
qualidade de vida progressivamente maior. As tendências de manipular ou usar
as pessoas são consideradas, no desumanizantes ou impensáveis para quem estendeu
o senso do seu eu. Mais racionalidade e menos impulsividade não significa que
os sentimentos tenham de ser sufocados. Os sentimentos são um integrante
precioso neste processo de humanização, mas contanto que estes sentimentos e
emoções tragam a marca do equilíbrio e obedeçam a certos padrões nas modalidades
de sua expressão.
A consciência moral ocupa um lugar importante enquanto
avaliação ou juízo que a pessoa emite sobre si mesma,
seus atos e seus pensamentos tendo em vista o princípio fundamento de todo
comportamento moral:
evitar o mal e praticar o bem.
A pessoa participa criativa e livremente, mas sem cair num ativismo
febril que venha à sufocar
a liberdade bem como a participação dos outros. A superação das próprias
auto-suficiências, do egoísmo, a coragem de assumir as próprias
responsabilidades e responder pelos próprios atos pode ser uma clara expressão
da extensão do senso do eu. A consciência moral ocupa um lugar importante
enquanto avaliação ou juízo que a pessoa emite sobre si mesma, seus atos e
seus pensamentos tendo cm vista o princípio fundamento de todo comportamento
moral: evitar o mal e praticar o bem. Entra aqui, com importância e
prioridade, uma escala de valores que deve ser um referencial decisivo para uma
adequada definição do bem e do mal, saber distinguir um do outro e agir em
coerência com esta escala de valores.
As potencialidades e capacidades das pessoas,
quando são geridas adequadamente, podem fazer emergir uma síntese bem sucedida
entre liberdade pessoal e responsabilidade pelo outro.
2.
Cordial relação com os outros
Quando o indivíduo reconhece que a
sua existência é relacionada aos outros não ao nível de medo ou de defesa, mas
de reconhecimento de valor se está consolidando um nível de relações marcadas
pela cordialidade e pela comunhão. Além disso, a pessoa toma sempre mais
consciência que não é a única, mas é um ser consciente no
mundo, com os outros, formando comunidades históricas de
vida e por conseguinte de partilha. O “EU” se descobre
a partir de um “TU” e na diferença descobre a riqueza da alteridade
explicitando a unicidade inconfundível, a dimensão única e irrepetível tão
peculiar do ser pessoa. E o pressuposto para a composição do “NÓS” (a
comunidade) é o EU (a individualidade) que descobre seus atributos pessoais
específicos no confronto com o “TU” na riqueza de sua diversidade e sua
especificidade. Para tanto, a vivência será fundamentada no respeito do outro
enquanto diverso, diferente.
Terrível é o relacionamento onde o Eu não deixa
que o Tu se forme, se
autoconstrua
de maneira criativa e livre.
E um ponto de partida para
isso é não tentar manipular os outros impedindo-os de serem eles mesmos. Além disso,
na diversidade a comunidade encontra todos os recursos para explicitar e desenvolver
a riqueza dos dons e talentos individuais que não devem permanecer em função do
indivíduo, mas em função do crescimento e edificação da comunidade. A dimensão
do conflito pode ser uma oportunidade privilegiada para um crescimento e
amadurecimento em chave de auto-superação. Deste modo, realiza-se o ditado: “Pedras
que se chocam se lapidam”. É, pois, de suma importância que a verdade seja
dita na franqueza, na sinceridade, mas na caridade, na mansidão e com mel nos
lábios, sem fingimentos, falácias enganosas, bajulação barata ou mentiras
sutilmente camufladas.
A pessoa madura é capaz de desenvolver grande capacidade
de intimidade na sua capacidade de amar, seja ela dirigida para a sua vida
familiar, seja ela direcionada às amizades, seja também direcionada para os
co-irmãos e co-irmãs na comunidade religiosa ou aos fiéis da paróquia ou do
campo de missão. A pessoa madura evita se envolver com pessoas invejosas e
amarguradamente maledicentes por não saberem resolver de modo satisfatório os
conflitos. Evitará também pessoas que
invadem a intimidade alheia, fofoqueiras, indiscretamente curiosas. Saberá
manter a devida distância de pessoas possessivas, ou seja, que tomam de conta
da amizade de maneira asfixiante, polarizante e castrante, impedindo o outro
ser ele mesmo, ser livre bem como estabelecer outras amizades com outras
pessoas. Terrível é o relacionamento onde o Eu não deixa que o Tu se forme, se
autoconstrua de maneira criativa e livre.
Ocorre saber manter um
certo desprendimento e distância que lhe ajudem a respeitar e apreciar a
condição humana de todos os homens.
A
capacidade de intimidade e a capacidade de ter compaixão ajudam a pessoa a não
criar um peso aos outros na descoberta e na consolidação da própria personalidade.
Talvez, a meta de “Não contaminar o ar que os outros respiram” seja um
bom e sadio programa a ser aplicado.
Edificando a comunidade, o indivíduo cresce com
ela e nela. Acolher o diverso como riqueza é o ponto de referência obrigatório
e libertador deste nível de maturidade: diferença cultural, de mentalidade, de
sensibilidade, de gostos, de pontos de vista, etc.
A
cordialidade não vem a ser uma dependência afetiva no sentido de atrelar-se ao
outro, a ponto de introjetar as características que são dele dentro da própria
personalidade. Este bom relacionamento passa pela sinceridade, pela
franqueza, pela firmeza. Mas, ao mesmo tempo pela bondade, pela mansidão, pela
doçura, pela delicadeza de trato, mas sem afetações ou melosidades
excessivas.
As Lamentações e queixas
contínuas. os ciúmes e o sarcasmo, as ironias que debocham e humiLham os outros
são um veneno mortífero nas relações interpessoais.
Além disso, uma percepção positiva de si pode
oferecer as bases fundamentais para um relacionamento maduro com os outros.
Quando a pessoa gosta de si mesma, se aceita e tem uma boa percepção de si, com
probabilidade irradiará esta percepção para os outros. Jesus entendeu isso
quando colocou o princípio do amor ao próximo como a si mesmo como referencial
para o amor ao próximo.
AcoLher o diverso como
riqueza é o ponto de referência obrigatório e
Libertador deste níveL,de
maturidade: diferença cultural, de mentalidade, de sensibiLidade, de gostos. de
pontos de vista, etc.
Pe. Antônio
Marcos Chagas
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