Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 5 de junho de 2018

Quando Maria visita sua prima Isabel

Após ter anunciado a Maria o mistério da Encarnação, o arcanjo Gabriel confiou-lhe que sua prima Isabel, já em idade avançada e, até então, estéril, daria à luz um filho, que nasceria em três meses e isso, por meio de um novo prodígio. Maria, logo se pôs a caminho, para felicitar aquela feliz mãe.
Sua viagem não teve como motivo um sentimento humano. Em seu corpo, Maria levava Jesus, todas as riquezas e todas as alegrias do Céu; Isso lhe bastava e nenhuma carência ou necessidade agitava o seu coração; apresentava-se a Ela, um dever de terna caridade, para ser compartilhado; ela o sentia, igualmente, como um exercício de zelo e uma ocasião para glorificar a Deus.
Além disso, o Espírito Santo a conduzia: o encontro das duas futuras mamães e, sobretudo, das duas crianças que tinham em seus ventres, estava nos desígnios da Providência. 

Assim, Maria se apressou, expondo-se às fadigas de um longo caminho. Ela foi, apressadamente, às terras montanhosas da Judeia, à vila onde Zacarias morava, para visitar Isabel. Assim que Maria e Isabel se encontraram, o menino de Isabel saltou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com grande contentamento, Isabel exclamou, dirigindo-­se a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!”. Palavras que a Igreja inseriu na “Ave Maria” para delas criar uma das mais belas orações cristãs; palavras que sempre ecoarão, em toda parte e por todos os séculos! 

Assim, a missão de Jesus teve início, antes do seu nascimento; ele santificou João Batista no seio de sua mãe; pois, este estremecimento sentido por Isabel, anuncia o Profeta que se tornaria o seu Deus e anuncia o Precursor, que reconhece o Salvador.

No mês do Sagrado Coração, não deixemos de invocar 

Nossa Senhora do Sagrado Coração.

Coração de Maria
Coração de Maria
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Por mais variadas e belas que sejam as invocações com que a Santa Igreja se refere a Nossa Senhora;

Em nenhuma delas deixaremos de encontrar uma relação entre Ela e o amor de Deus.

Essas invocações, ou celebram um dom de Deus, ao qual Nossa Senhora soube ser perfeitamente fiel;
Ou um poder especial que Ela tem junto ao Seu Divino Filho.

Ora, o que provam os dons de Deus senão um amor especial do Criador?
E o que prova o poder de Nossa Senhora junto a Deus senão este mesmo amor?

Assim, pois, é com toda a propriedade que Nossa Senhora pode ao mesmo tempo ser chamada “espelho de justiça” e “onipotência suplicante”.

Espelho de Justiça, porque Deus a amou tanto, que n’Ela concentrou todas as perfeições que uma criatura pode ter;

E por isto mesmo em nenhuma Ele se espelha tão perfeitamente como n’Ela.

Onipotência suplicante, porque não há graça que se obtenha sem Nossa Senhora;


E não há graça que Ela não obtenha para nós.

Assim, pois;


Invocar Nossa Senhora sob o título do Sagrado Coração é fazer uma síntese belíssima de todas as outras invocações;
E lembrar o reflexo mais puro e mais belo da Maternidade Divina;
E fazer vibrar a um só tempo harmonicamente, todas as cordas do amor, que tocamos uma a uma;
Enunciando as várias invocações da ladainha lauretana ou da Salve Rainha

Mas há uma invocação que quero lembrar especialmente.


É a da advogada dos pecadores.

Nosso Senhor é Juiz.

E por maior que seja a sua misericórdia, não pode também deixar de exercer a sua função de juiz.
Nossa Senhora, porém, é só advogada.
E ninguém ignora que não é função do advogado outra coisa senão defender o réu.
Assim, pois, dizer que Nossa Senhora do Sagrado Coração é nossa advogada implica em dizer que temos no Céu uma advogada onipotente;

Em cujas mãos se encontra a chave de um oceano infinito de misericórdia. 

O que de melhor para se mostrar a esta humanidade pecadora, à qual, se não se fala de Justiça de Deus;

Se embota cada vez mais no pecado, e se dela se fala desespera de se salvar?
Mostremos a Justiça: é um dever cuja omissão tem produzido os mais lamentáveis frutos.
Ao lado da Justiça que fere os impenitentes, nunca nos esqueçamos, entretanto;
Da misericórdia que ajuda o pecador seriamente arrependido a abandonar o pecado e, assim, a se salvar.
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A lança que feriu o Coração de Nosso Senhor.

Estudos apontam como foi a lançada que feriu o Coração de Nosso Senhor.

O homem do Sudário Lanzada, 100712 ©Luis Guillermo Arroyave, Curitiba
Ilustração “O homem do Sudário”
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Estudos patrocinados pela Universidade Católica de Múrcia (UCAM), na Espanha, concluíram que o Santo Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo envolveram a mesma pessoa.

Isso confirmou conclusões de outras análises.

O realmente importante na novidade identificada é que os dois tecidos apresentam sinais de que, depois de morto;

O corpo para o qual eles serviram de câmara mortuária “sofreu um ferimento” no lado direito que o atravessou inteiramente, saindo pelas costas.
.
O tremendo ferimento concorda com o Evangelho de São João quando relata que um centurião romano perfurou o lado de Cristo.
31. Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, (…) Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
32. Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados.
33. Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas,
34. mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. (…)
36. Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46).
37. E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10)”. (São João, 19 – 31-37)
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A conclusão foi dada a conhecer pela Universidade Católica de Múrcia (Espanha).
O estudo médico-forense foi dirigido por Alfonso Sánchez Hermosilla, pesquisador desse centro de estudos, informou ACIDigital.
O Dr. Sánchez Hermosilla é médico forense do Instituto de Medicina Legal de Múrcia;
Diretor da Equipe de Pesquisa do Centro Espanhol de Sindonologia (EDICES) e assessor científico do Centro Internacional de Sindonologia de Turim.

Nas conclusões, lê-se que o estudo conjunto do Santo Sudário de Turim e do Sudário de Oviedo: 
1. “não só confirma que ambos envolveram a mesma pessoa,
2. “como também, que depois de morto e em posição vertical, sofreu um ferimento profundo
3. “que atravessou o tórax direito, com a entrada pela quinta costela e saída pela quarta, perto da coluna vertebral e da escápula direita,
4. “deixando marcas de coágulos de sangue e líquido pericárdico em ambos os panos
(no Santo Sudário pelo seu contato com os orifícios da entrada e da saída, e no Sudário de Oviedo com o da saída)”.
Tudo isso, indicou a UCAM:

“Está de acordo com o que foi relatado no Evangelho de João, capítulo 19, versículos 33-34:
‘Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.
Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água’”.
Para chegar a essa conclusão, explica a Universidade, foram realizados:
“Estudos antropométricos, criminalísticos, anatômicos e anatomopatológicos do Santo Sudário de Turim e do Sudário de Oviedo”.
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“Seus resultados supõem novas descobertas da Equipe de Pesquisa da UCAM;
Que está estudando o Sudário de Oviedo e que anteriormente encontrou outras evidências de que ambos os tecidos envolveram a mesma pessoa”;

.
O trabalho informa também que foram realizados:
“Estudos do sangue, da presença de polens, da conservação do material do tecido (linho) e da determinação de contaminantes orgânicos e inorgânicos”.
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“As manchas de sangue que foram estudadas sempre estiveram lá, mas ninguém as havia estudado, e são as únicas com essas características.
“Até o momento, foram atribuídas a marcas causadas pelas feridas da flagelação”, assinalou Sánchez Hermosilla.
A Universidade explicou que:
“As manchas (…) nas quais se centra o estudo compartilham características comuns e são muito diferentes do resto;
Pela sua morfologia e complexidade depois da análise macroscópica, como uma alta concentração hemática no centro e uma aureola mais clara e perfilada”.
“Além disso, essas manchas se tornam invisíveis quando observadas com um filtro infravermelho;
Como normalmente acontece nas manchas causadas pelo sangue de cadáver, ao contrário do que ocorre com o sangue de uma pessoa que está viva (…).
“No Sudário existe apenas outra mancha com características semelhantes, chamada ‘Mancha em acordeão’, atribuída à mesma origem com mácula e;
Consequentemente, do tecido ter sido dobrado várias vezes em várias ‘partes’, ficando sobre o inverso da grande mancha central” acrescentou.
.
O estudo descreve com detalhe “os tecidos e órgãos que atravessaram o objeto pontiagudo em sua hipotética trajetória”.
E apoia “a hipótese de que quem administrou o ‘golpe de graça’ tinha experiência;
Pois ao colocar a folha da arma na posição horizontal poderia evitar facilmente as costelas;

Sem ter que tentar várias vezes, algo que aparentemente não aconteceu, pois não aparece o que denominamos na Medicina Forense ‘marcas das lesões’”.
Mais uma prova proveniente da botânica
Antes desta nova descoberta, no transcurso da investigação;
“Foi descoberto no Sudário de Oviedo um grão de pólen de uma planta que;
Segundo a paleóloga da EDICES, Marzia Boi, é compatível com a espécie botânica Helichrysum Sp., também identificada no Sudário de Turim”.
Os cientistas “descartaram tratar-se de uma contaminação posterior, pois está aderido ao sangue.

Ou seja, chegou à relíquia no mesmo tempo que o sangue, e não foi de forma aleatória”.

A equipe liderada pelo Dr. Sánchez Hermosilla incluiu:
Jesús García Iglesias, professor de Minas da Universidade de Oviedo;
Marzia Boi, paleóloga e bióloga;
Juan Manuel Miñarro, professor no Departamento de Escultura da Universidade de Sevilha;

Antonio Gómez Gómez e Felipe Montero Ortego.

Só Deus pode satisfazer a vontade humana





É tremendo o paradoxo da nossa vontade, descrito por São Paulo aos romanos: "Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero"... Como entender essa misteriosa força dentro de nós, parecendo querer e não querer o bem, ao mesmo tempo?

Em Deus, a bondade e o querer são idênticos ao seu Ser. Assim, Ele só pode querer o bem. Já as criaturas, todas elas têm uma característica comum, refletindo esta perfeição divina: um amor ou inclinação para o bem, em cada ser, segundo a sua natureza.(1)

Contudo as plantas e animais, por serem irracionais, não têm senão bens finitos como objeto de seu agir; jamais atingem o Bem supremo – Deus -, pois não são capazes de conhecê-Lo. Essa possibilidade foi concedida somente ao anjo e ao homem, porque têm natureza racional.

O ser humano compreende a linguagem dos símbolos e, assim, o universo lhe fala de Deus. Ademais, vendo o bem finito dos seres, concebe a existência de um bem infinito e o deseja com toda a sua vontade. Por isso, São Tomás declara que “nenhuma coisa pode aquietar a vontade do homem, senão o bem universal. 
Mas este não se encontra em bem criado algum, a não ser em Deus, porque toda criatura tem bondade participada. Por isso, só Deus pode satisfazer plenamente a vontade humana”. (2)

Deus requer uma livre cooperação das naturezas inteligentes

É necessário ter em vista que, nesta vida, nossa natureza – e, portanto, nossa vontade – não está em sua perfeição última, mas sim em estado de prova. Deus – que na criação age para sua maior glória -, criou as coisas naturais em estado incompleto, e estas tendem a chegar à sua plenitude através de diversos processos, segundo a sua natureza. Vemos, por exemplo, brotar de uma insignificante semente uma grande sequoia.

Mas tais entes não tendem à sua finalidade livremente e por si mesmos. Deus requer somente das naturezas inteligentes uma livre cooperação para atingirem seu fim: a eterna bem-aventurança.
Quanto à natureza angélica, o definitivo aperfeiçoamento (ou sua recusa e perdição) se deu num só ato da vontade, imediato e definitivo. Não é o que acontece com o homem. 
Como explica o Doutor Angélico, “o homem por sua natureza não foi feito para atingir, de imediato, sua última perfeição, como acontece ao anjo. Por isso, deve percorrer um caminho mais longo que o do anjo para merecer a bem-aventurança”.(3)
As plantas e animais, por não estarem
dotados de razão, jamais atingem o
Bem Supremo, pois não são
capazes de conhecê-Lo

Outro ponto chave para levarmos em conta é ser a criatura humana, em sua composição, a mais complexa entre todas as criaturas, por causa das diversas naturezas nela contidas. “Está ela na fronteira das criaturas espirituais e corporais”, observa São Tomás, e “por isso, nela se reúnem as potências tanto de umas como de outras criaturas”.(4)
 
O mal nunca é amado senão sob razão de bem

Em estado de justiça original, no Paraíso, o homem não sofria nenhuma interferência de sua natureza composta. Antes do primeiro pecado, gozava ele do dom de integridade, pelo qual vivia em pleno equilíbrio interior – entre sua razão, vontade e sensibilidade – e em perfeita harmonia com a vontade de Deus. Cedendo à tentação do demônio e levantando sua própria vontade contra a expressa vontade de Deus, pecou. 

A ordem anterior foi quebrada e, por castigo, o dom de integridade, aquele equilíbrio perfeito, foi-lhe retirado. Como resultante, toda a sua descendência – mesmo sendo lavada do pecado original pelo Batismo – permanece com o efeito evidente desse pecado em sua natureza.(5)

São Francisco de Sales afirma haver ficado nossa vontade facilmente sujeita aos caprichos dos apetites inferiores: “o pecado enfraqueceu mais a vontade humana do que obscureceu o entendimento, e a rebelião do apetite sensual, a que chamamos de concupiscência, perturba certamente o entendimento, mas é contra a vontade, que ele excita principalmente à revolta”.(6)

Contudo, assevera Sertillanges, a vontade não pode deixar de querer o bem no seu sentido universal, pois é ele seu objeto próprio enquanto natureza. “A isso a vontade não pode escapar, e como toda ação não é, no fundo, mais que uma manifestação da natureza, em toda ação que é fruto da vontade, pode-se ver a marca do bem e sua influência”.(7) 

Portanto, ainda quando o homem peca, dá ao pecado uma aparência de bem, pois “o mal nunca é amado senão sob a razão de bem, isto é, enquanto é um bem relativo apreendido como um bem absoluto”.(8) E acrescenta São Tomás: “é desta maneira que o homem ama a iniquidade, enquanto que por ela alcança um certo bem, como o prazer, o dinheiro ou coisa semelhante”.(9)

Para que a vontade humana seja boa deve conformar-se com a divina



Pelo fato de ser esclarecido por uma inteligência ordenada ao universal, o desejo da vontade naturalmente é, de certo modo, infinito, por causa da infinitude do seu objeto. Em face de qualquer bem limitado, conforme nos elucida Garrigou-Lagrange, “a inteligência, verificando imediatamente o limite, concebe um bem superior e, naturalmente, esse bem é desejado pela vontade”.(10)

Ora, se a vontade não dirige o enorme ímpeto do seu querer – um amor espiritual a Deus -, acaba transferindo toda a amplitude deste aos bens sensíveis. Mas como tem desejo de infinito, passa a ser atraída por um abismo implacável: “a concupiscência que não é natural, a do homem depravado, não tem limites, porque, pela sua inteligência, ele concebe sempre novas riquezas e novos prazeres; daí vêm, por vezes, as querelas sem fim entre os indivíduos e as guerras intermináveis entre os povos. O avarento é insaciável, assim como o homem do prazer ou aquele que aspira sempre a dominar”.(11)

Para ser boa, diz São Tomás, a vontade humana deve atingir sua própria medida, conformando-se com a vontade divina. Isto porque “aquilo que é primeiro em qualquer gênero é a medida e a razão de tudo que é desse gênero”.(12) O cerne do ideal moral consiste nessa conformidade e constitui a maior prova da nossa vontade.

“A conformidade mais real, mais íntima, mais profunda”, observa Tanquerey, “é a que existe entre duas vontades”.(13) E Deus quer estabelecer conosco exatamente essa estreita afinidade. Em sua bondade, Ele também nos fornece, no Evangelho, um exemplo vivo, sublime e insuperável de como atingir esta feliz condição.

“Não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”.

A rica variação entre os relatos dos Santos Evangelistas é, sobretudo, evidente quanto aos textos sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho de São Mateus, por exemplo, ao descrever a agonia de Cristo no Horto de Getsêmani, é o único a mencionar três súplicas distintas – embora essencialmente idênticas -, feitas por Nosso Senhor.

“Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: ‘Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres'” (Mt 26, 39). Depois de interromper sua oração para admoestar e chamar à oração os discípulos que se encontravam dormindo, “afastou-se pela segunda vez e orou, dizendo: ‘Meu Pai, se não é possível que este cálice passe sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!'” (Mt 26, 42). A seguir, ao achar seus três companheiros novamente dormindo, “deixou-os e foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras” (Mt 26, 44).
No Batismo, as virtudes infusas são
proporcionadas às potências humanas
para aperfeiçoar a natureza
Dos outros evangelistas, somente São Lucas alude a esse episódio, mas faz referência a uma única súplica, embora acrescentando o comovente detalhe do suor de sangue, tão profuso que escorreu pela terra (cf. Lc 22, 44). Dada a forçosa brevidade observada pelos evangelistas, qualquer repetição pareceria convidar o leitor a uma atenção toda especial. São João Crisóstomo chega a afirmar ser sempre uma demonstração especialíssima da verdade, uma tríplice repetição na linguagem dos Evangelhos.(14 ) 

Que admirável lição quis o Divino Espírito Santo nos dar ao inspirar São Mateus a sublinhar essa tríplice renúncia de Jesus à sua própria vontade bem como a aceitação incondicional da vontade do Pai?

Com as palavras, “Não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”, ou então, nas palavras transmitidas por São Lucas: “Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (Lc 22, 42), o Salvador manifesta uma atitude constante durante sua vida. Assim, lemos: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra. (Jo 4, 34); “Não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5, 30); “Pois desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6, 38). 
O oferecimento no Monte das Oliveiras, então, não é senão uma culminação desta submissão contínua.

Em Cristo há duas vontades

Assegura ainda São Tomás ser preciso afirmar que, tendo o Filho de Deus assumido uma natureza humana perfeita, e pertencendo a vontade à perfeição desta, Ele assumiu também uma vontade humana. Contudo, ao assumir nossa natureza, não sofreu Ele nenhuma diminuição quanto à sua natureza divina, à qual compete ter vontade. “Por isso, é necessário dizer que em Cristo há duas vontades, uma divina e outra humana”.(15)

Deste modo, ao pronunciar as palavras “a minha vontade”, Jesus podia, com toda a propriedade, falar de sua vontade divina. Não obstante, Nosso Senhor falava da sua vontade humana, como fica claro pelo contexto, pois Ele “não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens” (Fl 2, 6-7).

Assim, servindo-se de sua natureza humana, sendo do nosso próprio gênero, Jesus se fez um Modelo para nós, para sermos mais prontamente movidos a segui-Lo. Se Ele – enquanto Deus igual ao Pai, e enquanto homem completamente sem culpa -, livre e amorosamente, submeteu sua vontade humana à vontade do Pai, fica impossível duvidar da necessidade de a humanidade fazer o mesmo.

Mas como adequar nossas pobres vontades com a d’Aquele que declara: “Assim como os céus se elevam acima da terra, elevam-se os meus caminhos sobre os vossos” (Is 55, 9)? Sobretudo depois da contaminação do pecado original, pois só temos a possibilidade de agir estavelmente segundo a Lei de Deus com auxílio da graça. De igual maneira, só pela influência de uma virtude especial somos capacitados a conformar as nossas vontades à do Pai, a exemplo de Jesus, movidos por amor sobrenatural.

Caridade e santo abandono ao beneplácito divino

No Batismo, junto com a graça santificante, as virtudes infusas são proporcionadas às potências humanas para aperfeiçoar a natureza. Entre essas virtudes, a caridade corresponde à vontade, e a leva ao ato sobrenatural de amor a Deus. Conforme São João da Cruz, este é o mais alto grau de união transformante: “quando as duas vontades, a da alma e a de Deus, de tal modo se unem e conformam que nada há em uma que contrarie a outra. Assim, quando a alma tirar de si, totalmente, o que repugna e não se identifica à vontade divina, será transformada em Deus por amor”.(16)
A submissão da vontade humana à
vontade divina foi uma constante
na vida de Nosso Senhor


Desse modo, mesmo na submissão necessária à chamada vontade significada de Deus, abrangendo os preceitos expressos estabelecidos por Ele, é a caridade que nos move a renunciar ao proibido e a obedecer aos decretos divinos, de modo ideal. No entanto, na conformidade à vontade de beneplácito de Deus brilha uma generosidade e amor ainda maiores, pois a prática da lei é algo mensurável e sempre claro, mas o santo abandono ao beneplácito divino exige uma flexibilidade e confiança sem medida, porque por meio dele adere-se, por amor, ao que nem se conhece ou entende plenamente ainda; adere-se, enfim, a todo o plano de Deus a nosso respeito, simplesmente porque Ele quer, apesar da aversão espontânea que nossa natureza sensitiva possa apresentar.(17)

“Venha a nós o vosso Reino”

As palavras de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras refletem o mais perfeito modelo desta disposição de alma, conforme ensina Santo Agostinho, referindo-se ao Corpo Místico de Cristo: “Esta expressão da cabeça é a salvação do corpo inteiro; esta expressão instrui todos os fiéis, anima os confessores e coroa os mártires, porque, quem poderia vencer os ódios do mundo, o ímpeto das tentações e os terrores da perseguição, se Jesus Cristo não tivesse dito a seu Pai, em todos e por todos: ‘Seja feita vossa vontade’? Aprendam esta voz todos os filhos da Igreja, para que, quando venha a dureza da adversidade, vencido o temor e o espanto, suportem com resignação qualquer tipo de sofrimento”.(18)

Existe, então, uma solução para o problema da vontade humana, tão embaraçada pela desordem da natureza decaída com a qual nascemos e pelo mundo imerso em pecado onde habitamos, fazendo surgir a esperança da vida eterna. Pois, segundo as palavras consoladoras de São João Evangelista, “o mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente” (I Jo 2, 17).

Para estimular-nos mais ainda, o Divino Mestre afirmou ter um laço de união tão forte como o de família com quem segue esse caminho: “Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12, 50). Assim, foi Ele mesmo Quem nos ensinou a preparar, ainda nesta Terra, as condições para se estabelecer o Reino de Deus, o qual não é senão uma conformidade de todas as vontades à vontade divina, tornando este mundo semelhante ao Céu: “Venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6, 10).

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Notas:
1 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, I-II, q.1, a.2.
2 Idem, I-II, q.2, a.8.
3 Idem, I, q.62, a.5, ad.1.
4 Idem, I, q.77, a.2.
5 Cf. Idem, II-II, q.164, a.1.
6 SÃO FRANCISCO DE SALES. Tratado do Amor de Deus. L.1, c.17.
7 SERTILLANGES, Antonin-Gilbert. S. Thomas d’Aquin. 4.ed. Madison: Alcan, 1925, v.II, p.207.
8 SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, I-II, q.27, a.1, ad.1.
9 Idem, ibidem.
10 GARRIGOU-LAGRANGE, OP, Réginald. O homem e a eternidade. Lisboa: Aster, 1959, p.22.
11 Idem, p.17.
12 SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, I-II, q.19, a.9.
13 TANQUEREY, Adolfe. Compêndio de Teologia ascética e mística. 6.ed. Porto: Apostolado da Imprensa, 1961, p.238.
14 Cf. SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea, v.II: São Mateus, c.XXVI, v.39-44.
15 SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, III, q. 18, a.1.
16 SÃO JOÃO DA CRUZ. Subida do Monte Carmelo, L.II,c.5. In: Obras Completas. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
17 Cf. GARRIGOU-LAGRANGE, Réginald. La Providencia y la confianza en Dios. 2.ed. Buenos Aires: Desclée de Brouwer, 1942, p.201-203.
18 SANTO AGOSTINHO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea, v.II: São Mateus, c.XXVI, v.39-44.
(Revista Arautos do Evangelho, Abril/2011, n. 112, p. 34 à 37)

Nos momentos de contrariedades o que você faz?




Santa Rita de Cássia nos deixou muitas lições importantes, mas hoje gostaria de lhe propor uma reflexão a respeito desta: "Agradecer nos momento de contrariedades".

Você já parou pra pensar em quantas vezes somos contrariados? Em casa, no trabalho, na escola, na faculdade, no trânsito… nem sempre ouvimos apenas coisas positivas...E a nossa primeira reação geralmente é reclamar ou até mesmo xingar quem nos contrariou...

Mas você sabia que agindo assim as coisas tendem a piorar cada vez mais?
É isso mesmo, reclamar e xingar não vai solucionar o problema. Mas encarar a situação como uma crítica construtiva e agradecer certamente fará com que o peso do problema seja muito mais leve.

O Senhor nos visita em todos os momentos! Estejamos atentos às visitas d’Ele.
A primeira definição do dicionário da língua portuguesa diz que paciência é a capacidade de tolerar as contrariedades. O Senhor nos pede para termos paciência, pois a vida não é feita só de “aleluias”, mas tem seus dissabores.

Portanto é nestes momentos que precisamos perseverar na oração, ela é uma arma poderosa para todas as situações, tanto para os instantes de tristeza quanto para os de alegria. Ela é um instrumento que todo indivíduo tem para expressar a Deus tudo àquilo de que necessita. Até mesmo Jesus Cristo orava incessantemente durante seu ministério e incentivava todos também a fazerem o mesmo. 

O Senhor nos visita de muitas maneiras. Sejamos sensíveis, tenhamos sabedoria para entender essas visitas. Nos momentos de dor, doenças e cruz, Deus também nos visita.

As horas duras não podem ser desprezadas, elas são preciosas visitas de Deus. Ele está falando conosco na hora do sofrimento.
É possível uma vida sem sofrimento? O que Deus está falando conosco nessa hora?

Quando cremos em Deus, Ele não deixa que nenhum vento contrário e nenhuma situação adversa nos derrubem e nos joguem no chão.
“Jesus, porém, logo lhes disse: ‘Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!’” (Mateus 14, 27).

Quantos ventos contrários estão agitando o nosso coração! Às vezes, está tudo calmo dentro de nós, está tudo bem, tudo tranquilo – “Como vai você? Estou bem, graças a Deus!”. Quando tudo parece estar bem, começam a vir os ventos das contrariedades. E como não sabemos lidar com as contrariedades, elas nos tiram do sério e começamos a nos agitar e a ficar inquietos e, à medida que damos vazão e importância aos ventos contrários que vêm em nossa vida,  até perdemos o nosso sono, a nossa paz e a nossa tranquilidade interior. 

Porque os ventos nos perturbam e os ventos contrários se transformam em fantasmas e fantasias dentro de nós, de modo que o medo, o pavor, a inquietação e o excesso de preocupação tomam conta de nós. E mesmo quando a mão de Deus vem nos socorrer, até ela nos apavora; até das mãos de Deus temos medo.
As palavras corretas para discernir tudo isso são, justamente, medo e temor. Tanto o medo como o temor manifestam a falta de confiança. O medo manifesta o tamanho do desespero que há em nós: quem muito se desespera, muito medo tem; e quem pouco se desespera tem menos medo.

Mas a verdade é que quando nos desesperamos tiramos a nossa confiança daquilo por que esperamos. E então, somos realmente movidos para lá e para cá. Quando perdemos a nossa paz interior perdemos tudo. E Jesus diz para mim e para você no dia de hoje: “Coragem, não tenhais medo, estou contigo!” Por mais agitado que esteja o mar da sua vida, por mais ondas contrárias que estejam vindo ao seu encontro, por mais percalços que você encontre pelo caminho, Ele está com você. Não desanime! “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mateus 14, 27).

O Senhor não deixou nenhum dos Seus apóstolos perecer por mais medrosos que estes fossem. Se você crê e confia no Senhor, Ele não vai deixar que nenhum vento contrário, nenhuma situação adversa, que nada venha tentar derrubá-lo e jogá-lo no chão. Maior que tudo isso é a mão do Senhor, é Ele quem nos segura pela mão. E se a mão d’Ele não for suficiente, Ele nos segura nos braços, mas não nos permite perecer pelo caminho.

Coragem, fé, confiança, Deus está conosco! Que Ele abençoe você!

Padre Emílio Carlos Mancini+

quinta-feira, 24 de maio de 2018

O Dom de Contribuir



“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada... se é contribuir, que contribua generosamente… (Rm 12,6-8 )

O Dom Espiritual de Contribuir Definido

O dom de contribuir é a habilidade de dar dinheiro e outras formas de riqueza alegre, sábia e generosamente para satisfazer as necessidades de outros e ajudar a sustentar ministérios.

Pessoas com o Dom de Contribuir

Independentemente da quantia, pessoas com este dom genuinamente veem seus tesouros, talentos e tempo como pertencentes a Deus e não a eles mesmos.
Eles são frequentemente movidos a satisfazer as necessidades físicas de outros. Eles gostam de dar de si mesmos e do que têm.
Mesmo quando eles não possuem os recursos para ajudar, eles oram fervorosamente para que essas necessidades sejam atendidas.

Contribuir nas Escrituras

Aproximadamente 25 por cento das palavras de Jesus nos Evangelhos estão relacionadas aos nossos recursos e a mordomia para com eles.
Embora ele fosse pobre, Jesus não só alimentou milhares (Marcos 6,41) mas também deu-nos sua vida como um presente (João 15,13).
Em outros pontos na Bíblia, a viúva (Marcos 12,42-43), Tabita (Atos 9,36), Barnabé (Atos 4,34-37), e a igreja macedônia (2 Cor. 8,

Você tem esse dom?

•Você tende a ver as necessidades dos outros mais do que outras pessoas costumam fazer?
•Você gosta de dar do seu tempo, talento e riqueza para outros?
•Você entende que contribuir para um projeto digno é uma honra e um privilégio?
•Você contribui regularmente para a igreja com alegria e sacrificialmente?
•Você ouve freqüentemente as pessoas comentarem que você é uma pessoa generosa?
•Você procura oportunidades para dar seu dinheiro mesmo quando ninguém pergunta?

Fonte: Bom Caminho / Mark Driscoll
1-2), todos tiveram este dom.

O Dom da Misericórdia



“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada... se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria. (Rm 12,6-8)

O Dom Espiritual de Misericórdia Definido

O dom de misericórdia é a capacidade de sentir e expressar compaixão e solidariedade incomum para com aqueles que estão em situações difíceis ou de crise e lhes proporcionar a ajuda e apoio necessários para atravessar tempos difíceis.

Pessoas com o Dom de Misericórdia

Eles têm a capacidade de “se colocar na situação dos outros” e de sentir a dor e o fardo que eles carregam. Eles desejam fazer diferença na vida das pessoas que sofrem sem serem críticos. Eles podem ter dificuldades de avaliar as intenções dos outros e por vezes parecem ingênuos.

Misericórdia nas Escrituras

Jesus ensinou sobre a misericórdia (Mt. 5,7; 9,13; 23,23). Ele é constantemente descrito como tendo compaixão (Mt. 9,36; 15,32; 23,37; Lc. 7,13) e era tão cheio de misericórdia que por vezes chegou a chorar (Jo. 11,35).

A misericórdia de Jesus incluiu uma atenção e preocupação pelas crianças (Mt. 19,14).
Dorcas era “notável pelas boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9,36).
Além disso, o bom samaritano é uma das mais clássicas histórias já contadas sobre o tema da misericórdia (Lc. 10,

Você tem esse dom?

•Você se sente atraído a pessoas carentes, sofridas, doentes, deficientes ou idosas?
•Freqüentemente pensa em formas de ministrar àqueles que sofrem?
•Você sente uma grande compaixão por pessoas que enfrentam problemas pessoais e emocionais?
•Você sente que quando visita aqueles que sofrem isso te traz alegria em vez de te deixar deprimido?
•Você se vê respondendo às pessoas mais com compaixão do que com julgamento?

Fonte: Bom Caminho / Mark Driscoll
30-37).

quarta-feira, 23 de maio de 2018

“Como robustecer a fé”.




Todos nós gostaríamos de ter mais paz interior, ter mais força para lidar com as dificuldades da vida, ser mais felizes. E o que eu poderia dizer sobre isso? 
Que esses três bens maravilhosos são proporcionais à nossa fé.
Quanto maior for nossa fé, maior será nossa paz interior. Quanto maior for nossa fé, mais força teremos para lidar com as dificuldades da vida, menos nos afundaremos. Quanto maior for nossa fé, mais felizes seremos.
Quanto maior for nossa fé, mais confiaremos em Deus e, consequentemente, maior será nossa paz. Quanto maior for nossa fé, mais teremos a certeza de poder contar com toda a força divina, tornando-nos uma rocha inexpugnável. Quanto maior for nossa fé, mais a felicidade infinita de Deus penetrará em nosso coração, mais Ele guiará os nossos passos, fazendo-nos imensamente felizes.
Tudo é uma questão de fé!!!!!!!!
Se tiverdes fé como um grão de mostarda, disse Jesus, direis a este monte: vai daqui para lá e ele irá. E nada vos será impossível (Mateus 17, 20).
As próprias graças e milagres que podemos alcançar são proporcionais à fé.
Procuremos, portanto, crescer na fé, robustecer a fé. E como podemos fazer isso?

Em primeiro lugar, pedindo a Deus. A fé é um dom de Deus. Não é um fruto humano. Assim, quanto mais eu pedir a Deus a fé, mais a terei. Muitas pessoas pedem a fé todos os dias nas suas orações. Sugiro que vocês façam isso.

Em segundo lugar, procurando cumprir os seus mandamentos. Não há dúvida de que Deus dará mais fé àqueles que lhe obedecem, que são seus verdadeiros filhos. Imaginemos uma pessoa que pede a fé, mas não vai à missa aos domingos. É certo que Deus ama todos os seus filhos, mas não há dúvida de que Ele ama mais aqueles que o seguem de perto, que procuram honrá-lo e obedecer-lhe em tudo. A esses Deus dá mais graças, muito mais graças. Depois, o próprio cumprimento dos mandamentos é uma fonte de fé, pois, como Jesus disse, aquele que me segue, aquele que cumpre os mandamentos, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida, a luz da fé.

Em terceiro lugar, recebendo os sacramentos. Os sacramentos são canais da graça, e a graça, por sua vez, é canal da fé, da esperança e da caridade. Assim, quanto mais vezes recebermos os sacramentos, mais fé será comunicada a nós. Como vocês devem lembrar, os sacramentos são sete: batismo, confissão, crisma, eucaristia, matrimônio, ordem, unção dos enfermos.
Entre estes sete, os que podemos receber frequentemente são dois: a confissão e a comunhão. A igreja pede que nos confessemos ao menos uma vez por ano. Porém, se quero crescer em fé, por que não acudir a esse sacramento mais vezes no ano, mesmo que eu não tenha faltas graves? Com relação à eucaristia, não podemos imaginar a quantidade de graças que ela nos dá e, consequentemente, a quantidade de fé que ela nos proporciona. Isso é assim porque, na eucaristia, recebemos o próprio autor da graça, que é Jesus Cristo. Receber a comunhão frequentemente é, portanto, “turbinar” a fé. Só não podemos esquecer que, para receber a comunhão, não temos de ter nenhum pecado grave no coração, como desejar o mal de alguém, faltar à missa se não houve um motivo grave, pecar contra a castidade etc.

Em quarto lugar, estudando mais a doutrina para ir tirando as dúvidas de fé.
Eis o caminho para crescer em fé!!! Vale a pena ir atrás dela, pois é um dos maiores dons de Deus. E, como dissemos acima, quanto mais fé, mais paz interior e força teremos, e mais felizes seremos.


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A imitação de Cristo hoje



Toda a nossa santificação consiste em conhecer Cristo e imitar Cristo. 
 
Todo o evangelho e todos os santos estão cheios deste ideal, que é o ideal cristão por excelência. Viver em Cristo; transformar-se em Cristo… São Paulo: “Pois não quis saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo Crucificado” (1Cor 2,2)… “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20)… 
 
A tarefa de todos os santos é realizar na medida das suas forças, segundo a doação da graça, diferente em cada um, o ideal paulino de viver a graça de Cristo. 
 
Imitar Cristo, meditar a sua vida, conhecer os seus exemplos… O mais popular livro da Igreja, depois do Evangelho, é o da “imitação de Cristo”, mas, de quantas diferentes maneiras compreendeu-se a imitação de Cristo!
 
I. Maneiras erradas de imitar o Cristo


1. Para uns, a imitação de Cristo reduz-se a um estudo histórico de Jesus. Vão buscar o Cristo histórico e ficam nele. Estudam-no. Lêem o Evangelho, investigam a cronologia, informam-se dos costumes do povo judeu… E seu estudo, mais bem científico que espiritual, é frio e inerte. A imitação de Cristo para eles reduzia-se a uma cópia literal da vida de Cristo. Mas não é isto. 
Não: “O espírito vivifica; a letra mata” (2Cor 3,6).

2. Para outros, a imitação de Cristo é mais bem um assunto especulativo. Vêem em Jesus como o grande legislador; quem soluciona todos os problemas humanos, o sociólogo por excelência; o artista que se compraz na natureza, que se recreia com os pequeninos… Para alguns é um artista, um filósofo, um reformador, um sociólogo, e eles o contemplam, o admiram, mas não mudam a sua vida diante dele. 
Cristo permanece só na sua inteligência e na sua sensibilidade, mas não transcendeu a sua mesma vida.

3. Outro grupo de pessoas crêem de imitar Cristo preocupando-se, no extremo oposto, unicamente da observância dos seus mandamentos, sendo fiéis observadores das leis divinas e eclesiásticas. Escrupulosos na prática dos jejuns e abstinências. 
Contemplam a vida de Cristo como um prolongado dever, e nossa vida como um dever que prolonga o de Cristo. Às leis dadas por Cristo eles agregam outras, para completar os silêncios, de modo que toda a vida é um caminho dever, um regulamento de perfeição, desconhecedor em absoluto da liberdade de espírito.

O foco da sua atenção não é Cristo, mas o pecado. O sacramento essencial na Igreja não é a Eucaristia, nem o batismo, mas a confissão. A única preocupação é fugir do pecado. 
E imitar Cristo para eles é fugir dos maus pensamentos, evitar todo perigo, limitar a liberdade de todo mundo e suspeitar más intenções em qualquer acontecimento da vida. 
Não; não é esta a imitação de Cristo que propomos. Esta poderia ser a atitude dos fariseus, não a de Cristo.

4. Para outros, a imitação de Cristo é um grande ativismo apostólico, uma multiplicação de esforços de orientação de apostolado, um mover-se continuamente em criar obras e mais obras, em multiplicar reuniões e associações. 
Alguns situam o triunfo do catolicismo unicamente em atitudes políticas. Para outros, o essencial é uma grande procissão de archotes, um encontro monstruoso, a fundação de um jornal… E não digo que isto é mal, que isto não se deve fazer. Tudo é necessário, mas não é isto o essencial do catolicismo.

II. Verdadeira solução

A nossa religião não consiste, como em primeiro elemento, numa reconstrução do Cristo histórico; nem em uma pura metafísica ou sociologia ou política; nem numa só luta fria e estéril contra o pecado; nem primordialmente na atitude de conquista. 
 
A nossa imitação de Cristo não consiste tampouco em fazer o que Cristo fez, a nossa civilização e condições de vida são tão diferentes!

A nossa imitação de Cristo consiste em viver a vida de Cristo, em ter essa atitude interior e exterior que em tudo se conforma à de Cristo, em fazer o que Cristo faria se estivesse no meu lugar.
 
O primeiro necessário para imitar Cristo é assimilar-se a Ele pela graça, que é a participação da vida divina. E daqui, antes de tudo, aprecia o batismo, que introduz, e a Eucaristia que alimenta esta vida e que dá Cristo, e se a perde, a penitência para recuperar esta vida…

E logo que possua essa vida, procura atuá-la continuamente em todas as circunstâncias da sua vida pela prática de todas as virtudes que Cristo praticou, em particular pela caridade, a virtude mais amada por Cristo. A encarnação histórica necessariamente restringiu Cristo e a sua vida divino-humana a um quadro limitado pelo tempo e pelo espaço. A encarnação mística, que é o corpo de Cristo, a Igreja, tira essa restrição e amplia-a a todos os tempos e espaços onde há um batizado. A vida divina aparece em todo o mundo. O Cristo histórico foi judeu e viveu na Palestina, no tempo do Império Romano. O Cristo místico é chileno do século XX, alemão, francês e africano… É professor e comerciante, é engenheiro, advogado ou operário, preso e monarca… É todo cristão que vive na graça de Deus e que aspira a integrar a sua vida nas normas da vida de Cristo nas suas secretas aspirações. E que aspira sempre a isto: a fazer o que faz, como Cristo o faria no seu lugar. A ensinar a engenharia, como Cristo a ensinaria, o direito…, a fazer uma operação com a delicadeza de Cristo…, a tratar os seus alunos com a força suave, amorosa e respeitosa de Cristo, a interessar-se por eles como Cristo se interessaria se estivem no seu lugar. A viajar como viajaria Cristo, a orar como oraria Cristo, a comportar-se na política, na economia, na sua vida de lar como comportar-se-ia Cristo. Isto supõe um conhecimento dos evangelhos e da tradição da Igreja, uma luta contra o pecado, traz consigo uma metafísica, uma estética, uma sociologia, um espírito ardente de conquista… Mas não se compendia neles o primordial. Se humanamente fracassa, se o êxito não coroa o seu apostolado, não por isso se impacienta. A única derrota consiste em deixar de ser Cristo pela apostasia ou pelo pecado.


Este é o catolicismo de um Francisco de Assis, Inácio, Xavier, e de tantos jovens e não jovens que vivem a sua vida cotidiana de casados, de professores, de solteiros, de estudantes, de religiosos, que participam no esporte e na política como esse critério de ser Cristo. Estes são os faróis que convertem as almas, e que salvam as nações.