Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Conformar-se com o Cristo, de modo especial com o Cristo, que dá a vida pelos outros ou abrir-se ao Espírito, artífice do homem novo!




O cristão não é somente alguém que tenta fazer a vontade de Deus, observar sua lei, mas alguém que, antes de tudo, avalia a qualidade de sua fé  ao reconhecer a graça de Deus que está nele. Paulo pede aos coríntios: “Examinai a vós mesmos se estais na fé. Provai-vos a vós mesmos. Não reconheceis que Jesus Cristo está em vós?” (2Co 13,5). 

Ter a fé cristã para Paulo é operar  esse reconhecimento, ter a consciência da presença de Cristo em nós. Tal aspecto é fundamental para a vida espiritual. Muitos cristãos não têm consciência dessa nobreza. Pensam que tal é reservado para os místicos. Devemos dizer que em vários lugares do Novo Testamento aparece a afirmação. Cristo vive no coração do cristão (Gl 2,20) e cria comunhão  com  Deus, o Pai (cf Jo 14,20 e 17,23).

 “Evidente que esta ‘incorporação no Cristo’, esta incorporação do Cristo no cristão é a grande obra do  Espírito Santo  (“ o outro Paráclito”) que manifesta como fruto do seguimento de Cristo o fato que Deus habita no cristão e o cristão em Deus, nisto consistindo o ágape, o amor.  O Espírito derramado em nossos corações  como caridade (cf  Rm 5,5)  faz do cristão uma sarça ardente, na qual os outros homens podem contemplar a figura  no amor que os cristãos sabem viver. “Verifica tuas entranhas: se estão repletas de caridade, então o Espírito de Deus está em ti” (Agostinho)  (E. Bianchi, p. 49).
 
 Podemos sentir melhor o que foi dito quando contemplamos a postura dos mártires quando entregam sua vida ao Senhor. O mártir testemunha que o amor vivido por Cristo é uma amor que vai ao extremo, que o  cristão pode viver por graça:  sua morte  pode ser vivida como um Páscoa e o dom de sua vida por seus irmãos é razão pela qual vale a pena morrer. Felicidade, a mártir romana, no momento de morrer  dirá: É Cristo que sofre em mim”.

Habitados pelo Espírito que nos queima, ilumina, diviniza e nos protege.





Nada mais urgente do que ser do Senhor, completamente do Senhor e deixar que o tempo da vida seja gasto para que os jogados à beira da estrada possam levantar-se e serem levados aos albergues onde serão gente, gente de pé, gente amada.
Perder-se no adorável mistério de Deus e viver um amor sem sombras.

Felizes os cristãos e religiosos que levam uma vida intensamente espiritual: fidelidade na oração de intimidade, escuta da Palavra, seguimento de Cristo, delicadeza de consciência. 

Todos esses “expedientes” nos levam ao tema da habitação do Espírito na vida de cada um.  Ao longo da caminhada de peregrinos pobres, na fidelidade à voz do Senhor, vamos nos dando conta que somos  habitados pelo Espírito que nos queima, ilumina e diviniza. 

Num mundo como o de hoje, é muito comum nos sentirmos frágeis perante a maldade humana.

O que não falta são pessoas com inveja, que exalam “energia negativa” no ambiente.

Como fazer para nos “blindar”, nos proteger de toda a maldade humana, para que ela não nos atinja, não nos derrube?

A melhor solução, disparadamente na frente de qualquer outra, é ter Deus dentro do nosso coração.

Quem tem Deus dentro do coração está “blindado” protegido!

Há duas formas de ter Deus dentro do coração: sentimentalmente e efetivamente.

Das duas formas, não há dúvida de que a melhor é a segunda, pois nela Deus estará “realmente” presente dentro da nossa alma, e não só como sentimento.
Deus é tão bom, tão bom, que Ele prometeu que estaria presente realmente dentro daqueles filhos que seguem os seus mandamentos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (João 14, 23).

Esta é uma das verdades mais impressionantes da nossa fé: a morada de Deus dentro da alma daquele que o ama, que guarda a sua palavra.

Essa morada tem um nome específico: “inabitação”. In-habitação: é a morada de Deus dentro de nós.

É uma linguagem e uma realidade espiritual, não que possamos dizer que Deus está aqui, "sentado no meu pulmão, escorado no meu coração".

É uma ação atribuída ao Espírito Santo, mas sabemos que a ação de uma das Pessoas é ação dos Três. "Esta admirável união, que com termo próprio se chama "inabitação", difere apenas daquela com que Deus no céu abraça e beatifica os bem-aventurados, só pela nossa condição (de viajores na terra)

Uma pergunta agora é importante: quem é aquele que guarda a sua palavra?
É aquele que procura seguir os seus mandamentos e está atualmente com o coração puro. 

Ou seja, é aquele que, se por algum motivo desobedeceu a algum dos mandamentos, pediu perdão na confissão e agora está com o coração puro. A condição de estar com o coração atualmente puro tem um nome específico, que é “estado de graça”. Isto é, quem está em estado de graça atualmente tem Deus morando “realmente” dentro da sua alma. Entende-se que seja assim, pois, se nós ofendemos a Deus deixando de viver um dos seus mandamentos, é natural que 

Deus não esteja presente no nosso coração enquanto não pedirmos perdão a Ele.
O que devemos fazer então para que fiquemos “blindados”?

Devemos estar em estado de graça, sem nenhuma ofensa grave contra Deus, contra os seus mandamentos. Dos seus mandamentos, Deus considera grave faltar à missa, pecar contra a castidade, ter ódio no coração, além de outras coisas graves, como matar, roubar etc. É muito importante sabermos bem quais são os pecados graves, o que é, por exemplo, pecar contra a castidade, para mantermos o nosso estado de graça.

Quem tem Deus dentro de sua alma, efetivamente, o que poderá temer que venha de fora?

Nada, absolutamente nada. Ter Deus dentro do coração é ter uma couraça inexpugnável, é estar protegido contra toda a maldade humana.



Vamos fazer o propósito de vivermos sempre em estado de graça, e assim estaremos “blindados” de um modo extraordinário.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

O chamado “mistério” da “Transfiguração”





Todos nós temos consciência que a superficialidade, o consumismo e o individualismo são as marcas de nossa sociedade atual. Marcas que nos desfiguram e nos desumanizam. Já o grande teólogo Paul Tillich (1886-1965) afirmava que “a grande tragédia do homem moderno é ter perdido a dimensão de profundidade”. 

Nas suas obras há um insistente apelo a reencontrar aquilo que ele chamava “a dimensão perdida”.

Este é o contrassenso humano: por uma parte, salta à vista a tendência a instalar-se na superficialidade (chamemos isso de “zona de conforto” ou simplesmente “comodidade”) e, por outra, a certeza de que somos todos habitados por um anseio que nos chama constantemente para a profundidade (chamemos isso de “nossas raízes”, “nosso ser”..., em definitiva, “nossa casa”). 
Entre esses dois extremos – superficialidade e profundidade – transcorrem nossa vida. 

No fundo, a superficialidade, o consumismo e o individualismo são tão somente tímidas compensações que tentam aliviar o vazio de sentido que nos habita; ao mesmo tempo se apresentam como cantos de sereia, ilusão que nos distraem daquilo que é verdadeiramente importante: viver o que somos. 

O canto as sereia nos ilude e atrai para caminhos obscuros, perversos. A sereia é o próprio demônio com ilusão e beleza e ação de encantamentos  
Talvez, a chamada “dimensão perdida” não seja outra coisa que a “transfiguração” de nossa verdadeira identidade. Este é o apelo do Evangelho de hoje: viver “transfigurados” a partir de nossa interioridade.

Estamos vivendo fora de nós mesmos, daí que nosso mundo interno permaneça na obscuridade. Se nos voltarmos para dentro, se nossa atenção começa a dirigir seu foco para o interior, então tudo se ilumina.

O chamado “mistério” da “Transfiguração” poderia ter sido, em sua origem, um relato de aparição do Ressuscitado. Posteriormente teria sido reelaborado para transformar-se numa declaração messiânica: Jesus, confirmado pelas Escrituras judaicas, representadas nas figuras de Moisés (“a Lei”) e Elias (“os profetas”), é apresentado como “Filho amado” de Deus. Todo Ele é transparência e luminosidade.

2 – O que o texto diz para mim?

Jesus viveu constantemente transfigurado, mas isso não se expressava externamente com espetaculares manifestações. Sua humanidade e sua divindade se revelavam cada vez que se aproximava de uma pessoa para ajudá-la a ser ela mesma. A transfiguração deixa de ser um evento para tornar-se um modo permanente de Jesus viver, pois a única luz que nele se revela é a do amor; e só quando manifesta esse amor, ilumina. Na sua humanidade deixa transparecer a luz de Deus.

A Transfiguração não está só me dizendo quem era Jesus, mas também quem sou realmente. Ela desvela também minha identidade e me faz caminhar em direção à minha própria humanidade. Por isso, uma pessoa transfigurada é uma pessoa profundamente humana. Tudo o que é autenticamente humano, é transparência de Deus.

Humano não é ruim, senão Deus não teria se humanizado, o que é ruim na humanidade é a desumanização do ser. O tigre não se destrigra, o homem se desumaniza.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?
 
A transfiguração desencadeia um movimento interno de busca continuada e revela que o ser humano é inquieto por natureza, e será sempre assim, em seu afã de abrir-se a um horizonte cada vez mais amplo. Todo o ser humano traz em seu interior uma faísca de luz que busca expandir-se; não falta ao seu coração a sede de eternidade. 

Transfiguração, portanto, é transformação do espaço interior. Em meio às sombras profundas, marcadas pelos traumas, feridas, experiências negativas..., encontram-se “pontos de luz”. Tenho todos os recursos necessários para ativá-los. Então, o círculo de minha luz vai se ampliando, começando pelo meu eu mais profundo; ela vai se fazendo cada vez mais extensa, iluminando toda a realidade cotidiana. Passarei, a viver como “seres transfigurados”. 

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus? 

Senhor, a cena da Transfiguração vem me recordar que, na essência, sou luminosidade; por detrás de comportamentos com frequência sombrios, continuo sendo transparência. Isso é o que eu cristão reconheço em Jesus: Ele é o “espelho” nítido no qual vejo minha identidade profunda. E essa identidade é luz e transparência.

Não é casual que, mesmo perdida nas trevas de minha inconsciência, sinto saudades da luz. Também não é casual que, mesmo nas ações mais complicadas e questionadas, procuro justificar minha transparência. Uma e outra desvelam quem é; por isso mesmo, se tornam imprescindíveis para viver com mais intensidade. 

Minha essência é luminosa, transparente, simples, doce, verdadeira... Mas, para percebê-la, preciso me despertar. E isso implica e significa, ao mesmo tempo, viver ancorada em minha verdadeira identidade.
Para além do “ego superficial”, a transfiguração me faz acessar a um “lugar” sempre estável, sólido e permanente, onde reconheço a presença d’Aquele que é a Luz indizível.

Esse “lugar” é sempre luminosidade e transparência. E a partir dele tudo fica transfigurado. Na realidade, não é que as coisas se transfigurem, senão que, mais exatamente, vejo em tudo a Verdade, a Bondade e a Beleza daquilo que é.

5 – O que a Palavra me leva a viver? 


Cuidar do coração, pois dele brota a luz e a vida.
Iluminar meu caminhar com a luz que há em mim mesma.
Olhar com os olhos transfigurados e ver que por detrás das pobres aparências se escondem muitos sentimentos de bondade, de generosidade, de fidelidade e amor.

A transfiguração me fala da verdade que levo dentro de mim, mas também dos novos olhos que preciso para ver. Se eu soubesse olhar com os olhos do coração, veria a luz maravilhosa escondida no interior de cada pessoa.
Conheço as pessoas por fora. Debaixo das aparências de vulgaridade, pode se esconder um grande coração.

Transparente é um modo de ser e de agir; é a condição para eu poder ver Deus presente e atuante em tudo e em todos.

O grande desafio para viver a transparência é facilitar, no meio de minha cultura acelerada e carregada de imagens, espaços sossegados para perceber o que o Espírito vai fazendo em mim. Se não sei o que me acontece por dentro, dificilmente poderei ser presença iluminadora junto aos outros.


Como seguidor de Jesus, sou chamado a ser cúmplice do Espírito, abrindo-me totalmente à sua ação e deixando-me transfigurar por Ele.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

"Seu coração estava cheio e sua alma, reduzida ao silêncio”

"De que forma Maria poderia renunciar ao silêncio? 
Uma criatura que havia vivido tanto tempo com o Criador, não podia falar muito; seu coração estava cheio; e sua alma, reduzida ao silêncio.
“Ela cuidava de Jesus, naqueles doze longos anos que haviam passado, longos anos, em relação à formação de costumes, embora esses anos tenham sido para Maria, sempre, como um santo êxtase, pleno de um doloroso amor. 
Ela havia levado Jesus em seus braços, cuidava dele, enquanto dormia. Ela o alimentava; ela o olhava, olhos nos olhos.
“E Jesus lhe revelava, incessantemente, o seu coração. Ela tinha aprendido a retribuir este amor. Todas as semelhanças com Deus estavam na alma de Maria. 
Nós sabemos o quanto Deus é silencioso.”

O Sacerdote no Altar deve unir-se a Maria Santíssima no Calvário

“Tu és o meu Filho e hoje te gerei” diz o Salmista (1), mas podemos colocar estas palavras nos lábios da Virgem Santíssima, que dirige-as continuamente ao seu Filho Jesus.

O título de “corredentora” que é aplicado única e exclusivamente à Maria Santíssima alcança horizontes que vão além do que o entendimento humano pode alcançar, um título que desde toda a eternidade esteve reservado especialmente à esta Virgem e que atingiu o seu cume ao lado do Verbo de Deus pregado no alto da Cruz.

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A morte redentora que Nosso Senhor Jesus Cristo haveria de padecer não foi uma surpresa para Maria Santíssima, pois Ela, até mesmo antes do Anúncio da Encarnação do Verbo – no qual lhe foi revelado que Ela seria a Mãe de Deus – recebeu grandes revelações diretas do Eterno Pai acerca deste mistério com os mais altos vôos do Espírito, desde a Criação do mundo e do gênero humano, de todas as criaturas e animais, de tudo aquilo que contêm no Universo até a vinda do Messias (2).
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Até esta altura não foi revelado à Virgem de Nazaré exatamente tudo aquilo que tocasse à Encarnação do Verbo, pois era necessário que se atingisse a plenitude dos tempos para que Deus humanado viesse exilar-se na Terra, o que dependia especialmente da preparação que esta virgenzinha de quinze anos deveria receber acerca da vinda do Redentor.
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“E na plenitude dos tempos Deus enviou o seu Filho para que nascesse de uma Mulher” (3)

Esta mulher foi Maria, que foi prevenida do pecado original já em vista dos merecimentos de Cristo na Cruz, e sendo este um privilégio único para que assim pudesse Ela ser a Mãe do Filho de Deus, Aquele que viria a ser o Sumo e Eterno Sacerdote da nova e eterna aliança.

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Segundo Santo Afonso de Ligório, quando a Santíssima Virgem ofereceu o seu Divino Filho no templo, Ela o fez de forma diferente das outras mães que realizavam tal oferecimento a Deus como uma simples cerimônia da lei, enquanto Maria realmente ofereceu o seu Filho a Deus, e, sabia Ela, que O oferecia à morte (4).
Sabia Ela que esta oferenda do Filho de Deus iria se consumar no altar da Cruz.
De forma análoga, na Santa Missa, o sacerdote oferece a Deus o pão e o vinho como oblação, que tornar-se-ão o Corpo e Sangue do próprio Filho de Deus pelo perdão dos pecados e salvação nossa; 


“Súscipe, sancte Pater, omnípotens aetérne Deus, hanc immaculátam hóstiam […] pro ómnibus fidélibus christiánis vivis atque defúnctis: ut mihi et illis profíciat ad salútem vitam aetérnam”
 (5), “Offérimus tibi, Dómine, cálicem salutáris […] pro nostra et totíus mundi salúte” (6).

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Da mesma forma ocorreu com Maria Santíssima, que dentro do seu ventre imaculado gerou o Filho de Deus; com a sua ilibada carne e com o seu puríssimo sangue deu forma e alimentou o Verbo Encarnado, o Deus humanado.
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Maria Santíssima ofereceu a Deus uma parte de si, ofereceu a carne da sua carne e o sangue do seu sangue, o seu Bem maior e o grande amor de sua vida, Aquele a quem Deus Pai confiou os cuidados maternos e a autoridade plena; Ela, por sua vez, ofereceu o mesmo no Calvário como sacrifício de expiação por nossos pecados.
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Desde o momento da Encarnação do Verbo, Maria Santíssima tornou-se a Mãe Corredentora, aquela que contribuiu 
 
indescritivelmente pela redenção da humanidade, já que Deus Pai, o Criador de Tudo, que não possui a necessidade de sujeitar-se a alguém, quis submeter todo o seu plano de redenção a uma jovem da cidade de Nazaré.
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E da mesma forma com que Deus quis o seu consentimento para que o seu Filho se encarnasse em seu ventre virginal, também quis Deus que Maria Santíssima consentisse com o sacrifício do seu Filho em vista da redenção dos homens (7).
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Maria Santíssima deu o seu maior amor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e esta entrega foi plenificada na Cruz, e, segundo o Abade Arnoldo de Chartres (8), Maria Santíssima, na morte de seu Filho, uniu-se de tal modo sua vontade à do seu Filho, que ambos ofereceram um só e mesmo sacrifício, por isso ambos operaram a humana redenção e obtiveram a eterna salvação aos homens.
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Se, segundo o magistério da Santa Igreja, a Santa Missa é o Calvário e a renovação do Sacrifício de Cristo na Cruz – mas de forma incruenta -, Maria Santíssima, da mesma forma em que esteve presente ao lado do seu filho durante sua crucifixão, também está presente ao lado do altar durante a celebração do Sacrifício do Altar, já que o mesmo Deus é imolado pelo perdão dos nossos pecados nas mãos do sacerdote, fazendo um ofício que o torna até mesmo mais importante que a Mãe de Deus.
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Enquanto Maria Santíssima deu à luz o Filho de Deus de uma vez por todas, o sacerdote pode fazê-lo quantas vezes quiser, durante a Missa. Se Maria Santíssima tivesse cometido um único pecado em toda sua vida, mesmo que venial, não seria Ela digna de ser a Mãe de Deus, ao passo que o sacerdote, sendo um homem manchado pelo Pecado Original, está sujeito a todos os tipos de pecados, mas que mesmo assim, não importando em que estado se encontre a sua alma, Jesus Cristo sempre se fará presente na hóstia quando forem pronunciadas estas palavras que fazem tremer a abóbadas do Céu: “Hoc est enim corpus meum” (9).
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Assim como Maria Santíssima que também fez uma oblação de si mesma a Deus em perfeita união com o oferecimento que fez do seu Filho no templo e completado no alto da Cruz em favor da humanidade, o Sacerdote deve portanto buscar emular a imagem de Maria Santíssima durante a Santa Missa, oferecendo-se sem cessar a Deus como vítima que se une ao Cordeiro que está sendo oferecido em suas mãos sacerdotais.

Assim como Maria Santíssima levou em seus braços o Divino Menino até o templo em que realizou a solene oferta do seu querido Filho em sacrifício, e já tendo em vista a redenção que ainda viria, o sacerdote, enquanto se encontrar diante do altar, deve realizar o mesmo ato de oblação e com as mesmas intenções que teve a Dolorosa Mãe Corredentora: oferecendo-se a si mesmo como vítima em expiação dos pecados da humanidade e de forma mais excelente quando erguer até o alto a Sagrada Eucaristia logo após ter proferido aquelas palavras que são, de certa forma, uma ordem ao Senhor dos senhores, para que Ele se faça presente da mesma maneira altíssima e gloriosa em que Ele se encontra no Céu.
Sabia Deus Pai o quanto Maria Santíssima O amava e quanto desejava dar-se inteiramente a Ele; e já tendo a Divina Providência designado-a como sua Imaculada Mãe, quis que Nela fosse gerado o Verbo Humanado, e assim, no tempo determinado por Sua Sabedoria, no altar do Calvário, naquela adorável Carne dilacerada pelos flagelos, e naquele preciosíssimo Sangue que era derramado em abundância de cada chaga aberta, havia uma obra realizada em Maria Santíssima, em seu ventre Imaculado.

No silêncio, Maria Santíssima, por nove meses, dia e noite cedia ao seu Filho e seu Deus, a sua carne e o seu sangue.
Com isso, se não fosse por Maria Santíssima, a humanidade não teria o Corpo e o Sangue de Cristo dilacerado e derramado em nosso favor, pois, da carne de 

Maria foi gerada e nutrida a Carne de Jesus.
Do mesmo modo deve o sacerdote, no altar, suplicar a esta Santíssima Mãe que o una àquela obra que sai de suas mãos: o Santíssimo Sacramento.

Durante a Missa, as mãos do sacerdote tornam-se, se assim podemos dizer, o ventre Imaculado de Maria, pois, da mesma forma que somente do puríssimo ventre de Maria poderia ser gerada a carne do Filho de Deus, somente nas mãos ungidas do sacerdote pode fazer-se presente o Altíssimo e glorioso Rei dos reis.

Também como Maria Santíssima, que no Calvário completou a sua união total com Deus, tornando-se a Mulher Corredentora do gênero humano, o sacerdote, no altar, torna-se uma espécie de “corredentor”, no sentido espiritual da palavra, já que Ele exerce o ofício de Sacerdote do Altíssimo, um ofício de um Alter Christus, um outro Cristo, já que o sacerdote diz In Persona Christi, na pessoa de Cristo, “hoc est enim Corpus Meum”, mas que obviamente não se refere a si mesmo, mas obedece ao mandamento que o Eterno Sacerdote decretou na Última Ceia: “Haec quotiescúmque fecéritis in mei memóriam faciétis”(10).

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Fonte: Católicos tradicionais
 1 – Sl. 2, 7.
2 – “San José en la mistica ciudad de Dios” por la Venerable Sor María de Jesús de Agrega, cap. 4º, p 39-74.
3 – Gal. 4, 4.
4 – Santo Afonso de Ligório, sermão acerca da Purificação de Maria.
5 – “Recebei, Santo Pai, Deus Onipotente e eterno, esta hóstia imaculada […] por todos os fiéis cristãos, vivos e defuntos, a fim de que a mim e a eles este sacrifício aproveite para a salvação na vida eterna”. Trecho do oferecimento do pão no ofertório da Missa no Rito Tridentino.
6 – “Nós vos oferecemos, Senhor, o cálice da salvação […] para salvação nossa e de todo o mundo”. Trecho do oferecimento do cálice no ofertório da Missa no Rito Tridentino.
7 – Santo Afonso de ligório, sermão acerca da Purificação de Maria.
8 – Beneditino e abade de Bonneval, amigo de São Bernardo. Morreu em 1156.
9 – “Isto é o meu corpo” – Mt. 26, 26.
10 – “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim” – Lc 22, 19.
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                     Há dois tipos de arrependimento.

O Perfeito: por amor de Deus e o Imperfeito: por medo do inferno. 

A confissão é algo essencial para a vida espiritual.
                                                                                                               

A confissão é algo essencial para a vida espiritual.

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COMO FAZER UM ATO DE CONTRIÇÃO PERFEITO
. Pouco antes da eclosão da II Guerra Mundial, São Maximiliano Kolbe escreveu uma carta aos seus dirigidos.
O objetivo desta carta era exortar os seus discípulos a se prepararem para a festa da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, que se aproximava.
Mas também mostrou-lhes como receber o perdão para os pecados, na guerra que se avizinhava, onde os padres eram escassos e era difícil receber a confissão sacramental.

Ele escreveu: “Quem pode, deve receber o sacramento da Penitência. Quem não pode, por causa das circunstâncias que impedem, deve purificar  a sua alma por atos de contrição perfeita.

Isto é, a tristeza de uma criança amorosa que não considera tanto a dor ou recompensa quando ela pede o perdão de seu pai e de sua mãe, a quem ele deu descontentamento.”
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Esta é uma magnífica fórmula e lição sobre como fazer um ato de contrição perfeita.
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Como a maioria das pessoas sabe, existem dois tipos de contrição:
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– Perfeito: por amor de Deus;
– Imperfeito: por medo do inferno.
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A Doutrina católica distingue um duplo ódio do pecado. Um, a contrição perfeita, decorrente do amor de Deus, que foi gravemente ofendido; o outro, a contrição imperfeita.
Esta resulta principalmente por causa de outros motivos, tais como a perda do céu, o medo do inferno, a hediondez do pecado, etc. (Concílio de Trento, Sess. XIV, cap. iv de Contritione). 
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Quando fazemos a confissão sacramental (com um sacerdote), a contrição imperfeita é suficiente para recebermos  o perdão de nossos pecados.
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No entanto, em circunstâncias extraordinárias em que não podemos fazer a confissão sacramental, devemos fazer um ato de contrição perfeita, o que é suficiente para ter nossos pecados perdoados.
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Importante:
 O ato de contrição perfeita inclui o desejo do sacramento da Penitência (ou reconciliação) e da intenção de receber a confissão sacramental na primeira oportunidade.
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NOTA:
 Aquele que está consciente de pecado mortal não pode receber a Santa Eucaristia sem prévia confissão sacramental.

O fato de que podemos sempre fazer um ato de contrição perfeita, em qualquer circunstância e em qualquer momento, é muito consolador e muito importante dele lembrarmos frequentemente.
Sobretudo quando pensamos em nossos soldados que estão em perigo. Eles podem não ter um capelão junto da tropa, antes de entrar em ação.
Nesse caso, eles devem sempre dizer um ato de contrição perfeita.
Na verdade, não é só em circunstâncias extraordinárias que devemos fazer atos de contrição perfeita.

A qualquer momento, se tivermos a infelicidade de cometer um pecado mortal, devemos procurar reconciliar-nos com Deus, logo que possível;
Por um ato de contrição perfeita, antes de ir para o trabalho.
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Além disso, mesmo não tendo incorrido em pecado grave, devemos fazer frequentes atos de contrição perfeita para pedir perdão pelos pecados graves do passado, e dos pecados veniais do presente.
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Ao fazê-lo, manifestamos nosso amor por Deus. E provamos nossa aversão ao pecado, que O ofende. Procedendo assim, certamente receberemos as graças mais abundantes para não mais pecar.

Uma prática altamente recomendada é incluir um ato de contrição em nossas orações de “antes de dormir”.

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