Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 23 de setembro de 2014



Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus!

No centro da vida cristã deve estar a Palavra de Deus

Lucas 8,19-21

Hoje, lemos uma formosa passagem do Evangelho. Jesus não ofende, de modo algum, a Sua Mãe, já que Ela é a primeira a escutar a Palavra de Deus e dela nasce Aquele que é a Palavra. E, simultaneamente, Ela é a que mais perfeitamente cumpriu a vontade de Deus: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38), responde ao anjo na Anunciação.
Jesus revela-nos de que precisamos, também nós, para chegar a ser seus familiares: Aqueles que ouvem...(Lc 8,21) e, para ouvir é necessário que nos aproximemos, tal como os seus familiares, que chegaram até onde Ele estava, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão. 
Os familiares esforçam-se por se aproximar, seria conveniente que nos perguntássemos se lutamos e procuramos vencer os obstáculos que encontramos na hora de nos aproximarmos da Palavra de Deus. Dedico, todos os dias, uns minutos a ler, escutar e meditar a Sagrada Escritura? S. Tomás de Aquino recorda-nos que: é necessário que meditemos continuamente a Palavra de Deus(...) ; esta meditação ajuda fortemente na luta contra o pecado.
E, finalmente, cumprir a Palavra de Deus. Não basta escutar a Palavra; é necessário cumpri-la, se queremos ser membros da família de Deus. 

Temos de pôr em prática aquilo que nos diz! Por isso será bom que nos perguntemos se só obedeço quando aquilo que se me pede me agrada ou é relativamente fácil, e, pelo contrário, quando há que renunciar ao bem-estar, ao bom nome, aos bens materiais ou ao tempo disponível para o descanso..., ponho a Palavra entre parêntesis até que cheguem melhores tempos. Peçamos à Virgem Maria que escutemos como Ela e cumpramos a Palavra de Deus para andarmos assim no caminho que conduz à felicidade duradoura.
Todo homem até o mais soberano e poderoso neste mundo, deve deixar-se guiar por Deus e nenhum homem é juiz de si mesmo, mas a sua retidão é determinada por Deus, pois somente ele conhece e sonda o coração do ser humano.

Quando o homem é arrogante e cheio de orgulho, só manifesta a escuridão e não deixa aparecer a luz de Deus. Todas as demais sentenças aplicam-se a esta Verdade: É Deus que nos aponta por onde ir pois os projetos do homem são muitas vezes enganosos e não levam a lugar algum.
Por isso que devemos rezar com o Salmista essa súplica que deve ser constante em nossa vida “Guiai-me, Senhor, nos caminhos dos vossos preceitos”, pois Deus é a estrada, e ao mesmo tempo o destino a ser alcançado. Este caminho tornou-se mais nítido em Jesus Cristo, pelo qual o Pai se manifestou, se revelou e falou diretamente aos homens. Antes, os instrumentos dos quais Deus se serviu, eram homens que poderiam se enganar, como de fato muitos se enganaram, mas no tempo da plenitude a Palavra de Deus tornou-se carne e tornou-se imprescindível escutá-la e pô-la em prática pois Jesus não apenas nos mostra o caminho, mas ele é o caminho.

Os que ouvem esta palavra e a coloca em prática tornam-se íntimos de Jesus, criando com ele um forte laço, mais poderoso do que qualquer parentesco como mostra o evangelho. Talvez possamos pensar que neste evangelho, a mãe de Jesus foi relegada a um segundo plano. Primeiramente é preciso saber que, o termo Mãe designava a Matriarca da Família, seria ela a Bisavó ou a Tataravó, aquela que tinha autoridade sobre a família, por esta razão ela está ali, para convencer Jesus a ir para casa e deixar de lado a missão. Maria de Nazaré agiria assim?
Digamos, entretanto, que seja realmente Maria, é mais fácil entendermos que os demais membros da família a convenceram a ir até lá. No demais, o próprio Jesus sempre elogiou Maria pela sua obediência e fidelidade á Palavra de Deus, por isso ela é a primeira cristã e primeira discípula.

A opção pelo Reino estabelece laços profundos de amizade entre os discípulos, gerando neles uma solidariedade exemplar. Este parentesco espiritual, em muitos casos, pode ser mais sólido que o próprio parentesco sanguíneo. E, o mais importante: gera um ambiente de igualdade onde Deus Pai nos faz todos irmãos e irmãs.
O relacionamento físico com Jesus de Nazaré já não tem importância. A família do Reino se constitui a partir da escuta e da vivência da Palavra de Deus e não da pertença à família histórica de Jesus. O tempo e o espaço também não contam. Seja qual for a época em que se vive ou se viveu, é possível sentir a proximidade familiar em relação aos outros cristãos, desde pautemos nossa vida pela mesma proposta do Reino. Além disso, onde quer que estejam e de onde quer que venham, quando dois cristãos se encontram, deveriam imediatamente sentir brotar no coração um forte afeto fraternal, por terem o mesmo projeto de vida, e estarem unidos pela mesma opção por Jesus e por seu Reino.
Desde os primórdios, a comunidade cristã compreendeu este dado de sua identidade. E, assim, estabeleceu uma nítida diferença em relação à tradição judaica, cujo apego às genealogias e à consangüinidade era bem conhecida.

A família do Reino, como é constituída, pode reunir gente de todas as raças, povos, famílias e nações.
A visita da família de Jesus é, para ele, ocasião de ensinar os seus discípulos acerca do específico da comunidade cristã (cf. Lc 6,46-49). É Marcos quem, no seu evangelho, informa a razão da visita da família de Jesus: pensavam que estivesse fora de si (Mc 3,21). No evangelho de João, são os adversários de Jesus que têm essa opinião a respeito dele (Jo 10,10-20).
Aproveitando a ocasião e ignorando a intenção de sua parentela, Jesus ensina que a pertença ao povo que ele reúne não se dá pela descendência do sangue, mas por uma atitude que engaja o discípulo no dinamismo da escuta e da prática da Palavra de Deus (cf. Lc 6,46-47).
Mais adiante no relato evangélico, àquela mulher que, admirada pelas palavras de Jesus, gritou: “Felizes as entranhas que geraram e os seios que te amamentaram”, Jesus respondeu: “Felizes são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam” (Lc 11,27-28).
A mãe de Jesus passou, na tradição da Igreja, a ser modelo do discípulo porque ela é a mulher que escutou a Palavra de Deus e a praticou (Lc 1,38). No centro da vida cristã deve estar a Palavra de Deus. Em Jesus, Verbo de Deus, a Palavra de Deus adquire todo o seu sentido e é uma fonte de verdadeira vida.

Pérola do dia:

Generosidade

Que a generosidade seja a marca da nossa vida, de modo que sejamos sempre acessíveis aos outros, pois assim incentivaremos as pessoas a se aproximarem de Deus não de forma religiosa, mas prática de Vida na vida.
Mostremos ao mundo o Pai nosso que manda o sol para aquecer e a chuva para trazer vida e, isso não para alguns e sim para todos, sobre todos, sem fazer distinção de bons e maus, simpáticos ou antipáticos.
Sejamos generosos uns para com os outros, pois Deus age assim com todos nós.

Quem foi que disse que a jornada seria fácil?

         
QUANDO criança ouvi muitas vezes minha vó e mãe dizerem: “rapadura é doce, mas não é mole não!”. Claro que na época não entendia o que isso queria dizer. Também ouvia um outro ditado que aparentemente era bem diferente, mas hoje percebo a semelhança que tem com o primeiro e diz: “a vida não é um mar de rosas”. Agora paro, penso e concordo com as verdades inseridas nesses adágios. A vida apesar de toda doçura tem também lições amargas e muitas vezes dolorosas; apesar de tão bela e de conter aromas suaves de alegrias aqui e ali, de quando em quando nos deparamos com os espinhos das tristezas e decepções.
Tudo que conquistamos geralmente é com persistência, determinação e dedicação. Consequentemente vem as dificuldades que irão requerer de nós ainda mais empenho, esforço e força de vontade. Parece que temos uma tendência natural de valorizar o que requer de nós mais esforço. Daí o porquê de muitos dizerem: “o que vem fácil, vai fácil”. Sendo assim, percebemos que a vida não é um mar de rosas, mas também não é um jardim sem cor. As dificuldades são desafios fortalecedores para sabermos desfrutar das suadas conquistas do amanhã.

Isso me faz lembrar as palavras que Jesus disse aos seus discípulos: “Neste mundo sofrereis tribulações [aflições, dificuldades], mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33 - *texto entre colchetes acrescentado pelo autor). Estas palavras além de nos conscientizarem das dificuldades que iremos nos deparar em nossa vida, nos aconselham a permanecermos firmes com fé e coragem. Nós não estamos isentos de passarmos por dificuldades, não estamos blindados contra as situações que ameaçam roubar a nossa paz. Por esta razão Jesus afirma: “vocês passarão por aflições, mas não devem perder a esperança motivadora e a coragem para prosseguir”. O nosso Eterno Pai é maior do que toda e qualquer circunstância e nos garante que jamais seremos provados além do que podemos suportar. Então, quando as coisas parecem perdidas, Ele intervém e muda o cenário da nossa vida. Basta confiar!

Cristo venceu o mundo e o discípulo fiel está em Cristo, então desfruta da mesma paz que existe em Cristo. Em outras palavras: “nós já vencemos o mundo, pois Ele venceu”. Por esta razão o discípulo de Cristo é capaz de se alegrar mesmo em meio a situações desfavoráveis, pois ele caminha não só pelo que vê, mas também pelo que crê. Por isso, guardemos em nosso coração que de fato e de verdade o Eterno não nos livra do sofrimento, mas no sofrimento. Descansemos nesta verdade e avancemos com coragem para vencermos as lutas diárias.

Portanto, em meio aos dilemas da vida permaneçamos firmes, vivendo um dia de cada vez sem ser consumido pela ansiedade e pelo desânimo. Tenhamos coragem para vencer os desafios e as lutas do dia a dia a fim de saborearmos as doçuras das conquistas, mas também saibamos aprender com os amargos da vida. Desenvolvamos fé através de um relacionamento íntimo e sincero com o Pai, sem neuroses, conhecendo como Ele é, e isso só é possível quando Ele deixa de ser palavras faladas por outros e passa a ser vida vivida por nós. A jornada não é fácil, mas é cheia de pit stop (paradas técnicas) para recuperar as forças e prosseguir a caminhada.
“Ide também vós para a minha Vinha!” 

 Mt 20,1-16a

   
Todos têm lugar na Igreja de Jesus… Mas todos terão a mesma dignidade e importância? 

Jesus garante que sim. 
Não há trabalhadores mais importantes do que os outros, não há trabalhadores de primeira e de segunda classe. 
O que há é homens e mulheres que aceitaram o convite do Senhor – tarde ou cedo, não interessa – e foram trabalhar para a sua vinha. Dentro desta lógica, que sentido é que fazem certas atitudes de quem se sente dono da comunidade porque “estou aqui há mais tempo do que os outros”, ou porque “tenho contribuído para a comunidade mais do que os outros”? 
Na comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a cor da pele, a posição social, a posição hierárquica, não servem para fundamentar qualquer tipo de privilégios ou qualquer superioridade sobre os outros irmãos. 
Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.
Entender que Deus não é um negociante, mas um Pai cheio de amor pelos seus filhos, significa também renunciar a uma lógica interesseira no nosso relacionamento com ele. 
O cristão não faz as coisas por interesse, ou de olhos postos numa recompensa (o céu, a “sorte” na vida, a eliminação da doença, o adivinhar a chave da lotaria), mas porque está convicto de que esse comportamento que Deus lhe propõe é o caminho para a verdadeira vida. 
Quem segue o caminho certo, é feliz, encontra a paz e a serenidade e colhe, logo aí, a sua recompensa.
«Repassando com o olhar os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Eis a minha mãe e os meus irmãos”» (Mc 3,34)

Maria, imune de todo o pecado, deu à luz a Cabeça do corpo; a Igreja, para remissão de todos os pecados, deu à luz o corpo da Cabeça. […] 
Nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui em geral à Igreja, Virgem e Mãe, aplica-se em especial à Virgem Maria; e o que se atribui em especial a Maria, Virgem e Mãe, aplica-se em geral à Igreja, Virgem e Mãe; e quando um texto fala de uma ou de outra, pode ser aplicado, quase indistinta e indiferentemente, a uma e à outra.
Além disso, cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda. Tudo isso o refere a mesma sabedoria de Deus, que é o Verbo do Pai, ora à Igreja em sentido universal, ora a Maria em sentido especial, ora a cada alma fiel em particular. Assim se lê na Escritura: «E habitarei na herança do Senhor» (Ecli 24,12). 
A herança do Senhor é, em termos universais, a Igreja, em termos especiais Maria, e em termos singulares cada alma fiel.
No tabernáculo do ventre de Maria, Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, permanecerá até ao fim do mundo; no conhecimento e amor da alma fiel, habitará pelos séculos dos séculos.

Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Sermon 51; PL 194, 1862 (trad. Breviário, sábado da II semana do Advento)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Fugir nunca é a solução!

Muitas pessoas diante de situações conflitantes preferem fugir dos problemas, todavia, o melhor seria enfrentar os medos, as angústias e até mesmo as dúvidas. 
 
Saiamos do esconderijo dos sentimentos negativos e procuremos desenvolver um relacionamento com o Eterno através da oração, pois é através dela que nós falamos com o nosso Pai do céu. Alguns até dizem: "mas, eu não sei orar!". E fazem tal afirmação por se basear em orações bem elaboradas e demoradas. 
Não é o como falamos e nem o tempo da oração que fará esta ser atendida. E sim a entrega confiante no terno cuidado do Senhor. 
Uma afirmação óbvia, mas parece que sempre esquecemos desta verdade: toda oração é pessoal! 
A oração envolve um contato direto entre o ser humano e Abba (nosso Papai do Céu), por isso deve ser sincera e não apenas repetições mecânicas. 
Portanto, quando desenvolvermos este relacionamento verdadeiro com o Senhor através da oração e nos quebrantarmos diante dEle teremos a solução para os nossos problemas. 
Apenas deixemos a teoria e vamos praticar! Levemos o conversar com o nosso Pai a sério, de modo que em todo tempo e lugar estejamos sempre orando no espírito.
Mãos a obra!

Obras inacabadas

Escultura de Auguste Rodin - Escultor francês

Ser obra do Artesão da vida já é bom, porém, somos mais que isso somos morada dEle. Imagine só o maior e melhor Artesão habita em nós, somos a casa que Ele escolheu para morar e não para passar férias. 
Por conta disso podemos suportas as dores do mundo, as angústias da vida, os sofrimentos existenciais e as tristezas da alma, pois Ele nos fortalece. 
Ele não está longe de nós para ficarmos procurando como Ele estivesse se escondendo, ao contrário Ele deixa-se achar por cada um de nós basta olhar bem dentro de cada um de nós. Por este motivo não olhamos para fora e sim para dentro,vamos para o centro de nós mesmos, não imploramos pela presença que está longe de nós, mas devemos ter consciência de que Ele é o Emanuel o Deus conosco.
Ser essa habitação não nos faz diferentes de ninguém, pelo contrário gera em nós a responsabilidade de levá-lo por onde passarmos. Precisamos mostrar para o mundo que o Artesão é especialista em nos dar formas com a vida. Levar ao mundo a imagem dEle como Pai bondoso e não como um carrasco que por qualquer coisa se afasta de nós e nos abandona na dor. Ele não se afasta de nós, mas nós ignoramos sua presença e acabamos nos afastando dEle. 
Somos Igrejas andantes, monges ambulantes, peregrinos e nômades, onde não se precisa de ritos, ou liturgia para entrar em sua presença, pois estamos diante dela o tempo todo, todo tempo.
O fato de levarmos dentro de nós não nos faz completamente prontos, estamos sendo trabalhados progressivamente, dia após dia, sendo lapidados com a vida. Somos obras inacabáveis até voltarmos para a Morada onde há prometida a Casa Grande do nosso Artesão. Quando chegarmos lá prontos como verdadeiras obras de artes valiosas, Ele nos olhará e dirá: “muito bem você se tornou exatamente o que eu sonhei pra você”. 
Ele já sabe como cada um de nós ficará quando ficarmos prontos, mas Ele deseja que o conteúdo dessas obras de artes seja Sua presença e vontade em nós e através de nós.
Cuidado! O mundo está repleto de pessoas que não querem ser obras de artes, mas também não quer que ninguém seja, então, farão de tudo para manchar a arte que somos, porém, se estivermos sempre em contato com o Criador, o Artesão de nossas vidas, Ele sempre nos consertará, limpará e refará. Ele sempre esta trabalhando , não para jamais, esta sempre nos restaurando com o sobro do seu Espírito, ruah santo.
 Portanto, aguardemos o acabamento, a parte final onde nos tornaremos obras completas, belas, valiosas e ornamentaremos a Casa Grande do nosso Artesão.
O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
           Que assim seja nosso caminhar!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A tentação da religião fácil -

Não está fácil ser cristão, em várias partes do mundo! Muitos estão sendo cerceados em sua liberdade de consciência, perseguidos e martirizados, apenas por serem discípulos de Jesus Cristo. São muito atuais as palavras de advertência de Jesus, ao encorajar os discípulos, falando-lhes do que os esperava: “sereis perseguidos e odiados por minha causa” (cf Lc 21, 12-19). Jesus não prometeu vida fácil a seus seguidores!
A cena de Jesus com seus discípulos no caminho para Jerusalém, retratada no Evangelho de São Mateus (cf Mt 16,21-27), é muito ilustrativa. Jesus lhes fala da própria rejeição pelas autoridades do templo de Salomão, em Jerusalém, de seus sofrimentos, morte na cruz e ressurreição ao terceiro dia. Pedro, cheio de vontade de “defender” o Mestre, quer convencê-lo a desistir do caminho para Jerusalém: “Deus te livre, isso não te acontecerá!” 

As palavras de Jesus a Pedro são duras: “vá para longe de mim, satanás! És para mim, ocasião de tropeço!” São as mesmas palavras usadas por Jesus para superar a terceira tentação no deserto, antes de iniciar sua missão pública (cf Mt 4,10). Pedro fazia o papel de “tentador” e Jesus o afastou decididamente, continuando seu caminho para Jerusalém: “tu não pensas conforme Deus, mas conforme os homens!” (cf Mt 16,23).
De qual tentação tão grave se tratava? Se Jesus desse razão a Pedro, evitaria os sofrimentos anunciados. Qual seria o mal? É que essa tentação implicava em desistir do Evangelho e da missão de Jesus. Pedro, ingenuamente, querendo impedir que algo de mal acontecesse a Jesus, acabaria desviando Jesus do seu caminho, impedindo-o de ser a testemunha fiel da verdade de Deus, de ser coerente e fiel à missão de manifestar o amor de Deus até às últimas consequências. Era uma grande tentação!
Jesus não atrai os discípulos para facilidades, vantagens, prosperidade e glórias terrenas: “se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga!” (Mt 16,24). Várias outras passagens do Evangelho retratam o convite a seguir Jesus, não por interesses pessoais, mas a abraçar de coração inteiro o Evangelho do reino de Deus por ele anunciado e tornado presente no mundo.
É antiga e sempre atual a tentação de oferecer Jesus como um “produto” para a solução mágica para todos os males, sem a exigência de verdadeira fé e conversão ao reino de Deus. Um cristianismo sem mudança de vida, sem cruz nem renúncia aos próprios projetos, sem sintonia com o projeto de Deus, sem os 10 mandamentos da lei de Deus, seria falsificar Jesus e o Evangelho!
Essa tentação insidiosa, mais do que nunca, pode ser atual em nossos dias: pretende-se apresentar um Jesus simpático e atraente, produto falsificado nas vitrines de um mercado religioso sempre mais florescente, para atrair adeptos com toda sorte de facilidades e vantagens. Lembrou o papa Francisco: uma Igreja sem Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, acabaria sendo uma espécie de “ONG do bem”, mas não seria mais a Igreja de Cristo!
Tentação perigosa, pois mexe com coisas muito sérias e induz a engano fatal: “de que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida?” – pergunta Jesus. (cf Mt 16,26). Quem busca Jesus apenas para ter vantagens pessoais, facilidades, vaidades e riquezas, não “arrisca” nada por ele; não é a Jesus e o reino de Deus que busca, mas apenas a si próprio e a seus projetos pessoais. A “renúncia a si mesmo” equivale, de fato, à primazia absoluta dada a Deus e a seus caminhos.
A “religião fácil” é uma tentação perigosa, um grave engano! No final de tudo, se não houve sincera conversão e “renúncia a si mesmo”, mesmo tendo conseguido todas as vantagens do mundo, a frustração poderá ser total.

Cristo aos pedaços...

Não querem Jesus, querem a parte suave de Jesus. Não querem o Cristo, querem a parte agradável do Cristo. Não querem a cruz, querem a parte menos dolorosa da cruz. Não querem o manto, querem a parte mais bonita daquele manto. Não querem a Bíblia, querem parte dela: a que prova que estão certos. Assim agem muitos cristãos. Assim talvez nós ajamos.
Alguns cristãos continuam querendo o melhor lado do trono, o primeiro lugar, lugar de vencedor, o melhor lugar à mesa do Senhor, o lugar mais visível do púlpito e do altar, o melhor som e os melhores holofotes, a melhor divulgação mesmo que o seu produto não seja lá tão eclesial alguma badalada a mais do sino que toca para a sua chegada uns segundos a mais de aplausos, ou algum balanço a mais do turíbulo. O perigo ronda a todos nós que lidamos com a mídia e com a multidão. 

E há quem, como Simão o Mago, ( At 8,9-24 ) faz qualquer coisa para ser chamado de apóstolo ou de profeta. Paga o seu caminho pela mídia, sabendo que, se não o fizer, ninguém o chamará.  Então ele se chama e se projeta.
Se não tomarmos cuidado, aparecer em nome da religião poderá tornar-se, sem que nos demos conta, obsessão e doença: acabamos comendo, bebendo e dormindo publicidade em nome da fé. E pensamos que é virtude. Pode parecer zelo, mas não é.
Há um ponto em que o anúncio da fé, que até então era coisa de missionário desapegado, se transforma em coisa de fanático ou em alta fonte de lucro. Depende do conteúdo, da obsessão e da ênfase que dá ao que anuncia. É tentação corrente em todas as igrejas. Ate que ponto se pode cobrar pela Palavra? Pode o empresário cobrar duas vezes mais do que o pregador? Até que ponto se pode arrecadar e quanto a arrecadação é demais?
Quando o pregador começa a falar sempre na primeira pessoa e deixa claro que não ouvirá a ninguém mais senão a Deus, estamos diante não de um santo, mas de um obcecado. Não consegue mais anunciar o Cristo sem, primeiro, se anunciar longamente. Quando gosta muito de falar de si mesmo, de contar suas histórias pessoais e de dizer que Jesus lhe disse ou está lhe dizendo alguma coisa convém que os amigos o alertem, se é que ele ainda ouve algum amigo.
Serve para mim, para os outros, serve para nós que subimos ao púlpito. Se insistimos em ficar apenas com a parte que nos interessa, nossa Bíblia encolherá, porque o cérebro já de há muito que encolheu!.
Enquanto não entendermos que aquele livro também fala contra nós não o teremos entendido. Jesus deixa claro que cobrará mais de quem diz que sabe mais sobre Ele! (Mc 12,40) ( Mt 24,24-26) Não merecem confiança. Disse que não reconhecerá quem na terra contou vantagem e fingiu ser seu confidente e quem serviu-se do seu nome ao invés de servir o seu nome. (MT 24,5) ( Mt 7,15-23)
Procura-se urgentemente uma ascese e uma sólida teologia da comunicação! Deveria ser matéria obrigatória em todos os seminários e cursos de catequese!
A Palavra de Deus: Fonte de Vida Nova!

 
As contrariedades de nossas vidas são oportunidades das graças do Pai para gerar Jesus em nós. Mesmo quando estamos em momentos difíceis, Deus não nos deixa de enviar suas graças abundantes. Para encontrarmos esta fonte de vida nova, renovada, é preciso um contato direto e íntimo com a Palavra de Deus. É ela que gera em nós este rio de água viva que não seca e que em todo instante vai gerando também vida por onde passa.
Todo formador precisa se alimentar desta Palavra para também gerar vida nova em seus formandos. Quanto mais nos tornamos íntimos da Palavra de Deus, mais se nos revela a verdade e a vontade de Deus em nossa vida e nossa missão.

Tornando-nos íntimos da palavra de Deus, são expulsos, pela força desta palavra, todos os demônios de dentro de nós. Sempre com uma vida de oração e intimidade, escuta e diálogo com o Pai, nos aproximamos Dele e ficamos abertos ao Espírito Santo.
Se nossa vida de formador está desregrada, estamos atrapalhando a grande obra de Deus. Somos convidados a examinar nossas consciências, atos, atitudes, à luz desta Palavra e sermos colaboradores fiéis, servos e amigos do Senhor.
Acolher a Palavra de Deus com mente virginal (características de um coração mariano), que recebe, dá e une. Ficar com a melhor parte (Cf. Lc 10, 41-42), estar com o Senhor para poder fazer a sua vontade.

Assim a Palavra gera em nós os sentimentos de Jesus. Deixá-la de lado é uma tentação da qual precisamos fugir para não perdermos o foco e a visão profética, que nos leva à imitação das ações de Jesus. Uma busca constante da vida de santidade inclui a leitura orante da Palavra de Deus. Não há vida de santidade sem a intimidade com a Palavra de Deus.

A Palavra de Deus proferida a mais de dois mil anos, ainda esta viva e ativa. O cego de Jericó (Mc 10,46-52); A mulher com fluxo de sangue ( Lc 8,45-46); O Ladrão na cruz (Lc 23, 39-43); Que poder! Este poder ainda está vivo. A palavra é fundamental para nós formadores, e nos acontecimentos e realidades do nosso dia a dia, e em nossas formações para guardar, permanecer, confiar, depender, abandonar-se, e cumprir esta Palavra.
São Lucas 6,20-26

Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir!

A postura diante de Deus e de seu Reino gerava um nítido contraste mesmo entre os discípulos de Jesus. De um lado, estavam os declarados bem-aventurados. Do outro, os que se tornaram objeto de maldição. Os primeiros eram os que viviam na pobreza, padeciam fome e choravam e eram odiados por causa de Jesus. Sua opção pelo Reino não lhes permitia pactuar com a maldade do mundo, nem os deixava cair na tentação de serem aliciados por suas falsas promessas de riqueza e bem-estar. Sua recompensa só podia vir do Pai. Assim, era possível rejubilar e saltar de alegria, mesmo padecendo privações.
No polo oposto, estavam os que não contavam efetivamente com Deus e julgavam poder construir sua salvação com as próprias mãos. Confiavam na riqueza e viviam na fartura. Sua vida era feita de alegrias efêmeras. Cuidavam de ser louvados e bem-vistos por todos. Este projeto de vida, a longo prazo, se mostraria inconsistente e seu resultado, desolador. A riqueza transformar-se-ia em privação, a fartura em fome, a alegria em luto e pranto, a fama em opróbrio. Trata-se, portanto, de um projeto de vida do qual o discípulo deve precaver-se.
Tanto as bem-aventuranças quanto as maldições referem-se aos discípulos de Jesus. Ou seja, o seguimento do Mestre nem sempre os levava a comungarem efetivamente com o projeto de Jesus. As palavras dele, pois, funcionavam como um forte alerta.