Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 24 de maio de 2018

O Dom de Contribuir



“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada... se é contribuir, que contribua generosamente… (Rm 12,6-8 )

O Dom Espiritual de Contribuir Definido

O dom de contribuir é a habilidade de dar dinheiro e outras formas de riqueza alegre, sábia e generosamente para satisfazer as necessidades de outros e ajudar a sustentar ministérios.

Pessoas com o Dom de Contribuir

Independentemente da quantia, pessoas com este dom genuinamente veem seus tesouros, talentos e tempo como pertencentes a Deus e não a eles mesmos.
Eles são frequentemente movidos a satisfazer as necessidades físicas de outros. Eles gostam de dar de si mesmos e do que têm.
Mesmo quando eles não possuem os recursos para ajudar, eles oram fervorosamente para que essas necessidades sejam atendidas.

Contribuir nas Escrituras

Aproximadamente 25 por cento das palavras de Jesus nos Evangelhos estão relacionadas aos nossos recursos e a mordomia para com eles.
Embora ele fosse pobre, Jesus não só alimentou milhares (Marcos 6,41) mas também deu-nos sua vida como um presente (João 15,13).
Em outros pontos na Bíblia, a viúva (Marcos 12,42-43), Tabita (Atos 9,36), Barnabé (Atos 4,34-37), e a igreja macedônia (2 Cor. 8,

Você tem esse dom?

•Você tende a ver as necessidades dos outros mais do que outras pessoas costumam fazer?
•Você gosta de dar do seu tempo, talento e riqueza para outros?
•Você entende que contribuir para um projeto digno é uma honra e um privilégio?
•Você contribui regularmente para a igreja com alegria e sacrificialmente?
•Você ouve freqüentemente as pessoas comentarem que você é uma pessoa generosa?
•Você procura oportunidades para dar seu dinheiro mesmo quando ninguém pergunta?

Fonte: Bom Caminho / Mark Driscoll
1-2), todos tiveram este dom.

O Dom da Misericórdia



“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada... se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria. (Rm 12,6-8)

O Dom Espiritual de Misericórdia Definido

O dom de misericórdia é a capacidade de sentir e expressar compaixão e solidariedade incomum para com aqueles que estão em situações difíceis ou de crise e lhes proporcionar a ajuda e apoio necessários para atravessar tempos difíceis.

Pessoas com o Dom de Misericórdia

Eles têm a capacidade de “se colocar na situação dos outros” e de sentir a dor e o fardo que eles carregam. Eles desejam fazer diferença na vida das pessoas que sofrem sem serem críticos. Eles podem ter dificuldades de avaliar as intenções dos outros e por vezes parecem ingênuos.

Misericórdia nas Escrituras

Jesus ensinou sobre a misericórdia (Mt. 5,7; 9,13; 23,23). Ele é constantemente descrito como tendo compaixão (Mt. 9,36; 15,32; 23,37; Lc. 7,13) e era tão cheio de misericórdia que por vezes chegou a chorar (Jo. 11,35).

A misericórdia de Jesus incluiu uma atenção e preocupação pelas crianças (Mt. 19,14).
Dorcas era “notável pelas boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9,36).
Além disso, o bom samaritano é uma das mais clássicas histórias já contadas sobre o tema da misericórdia (Lc. 10,

Você tem esse dom?

•Você se sente atraído a pessoas carentes, sofridas, doentes, deficientes ou idosas?
•Freqüentemente pensa em formas de ministrar àqueles que sofrem?
•Você sente uma grande compaixão por pessoas que enfrentam problemas pessoais e emocionais?
•Você sente que quando visita aqueles que sofrem isso te traz alegria em vez de te deixar deprimido?
•Você se vê respondendo às pessoas mais com compaixão do que com julgamento?

Fonte: Bom Caminho / Mark Driscoll
30-37).

quarta-feira, 23 de maio de 2018

“Como robustecer a fé”.




Todos nós gostaríamos de ter mais paz interior, ter mais força para lidar com as dificuldades da vida, ser mais felizes. E o que eu poderia dizer sobre isso? 
Que esses três bens maravilhosos são proporcionais à nossa fé.
Quanto maior for nossa fé, maior será nossa paz interior. Quanto maior for nossa fé, mais força teremos para lidar com as dificuldades da vida, menos nos afundaremos. Quanto maior for nossa fé, mais felizes seremos.
Quanto maior for nossa fé, mais confiaremos em Deus e, consequentemente, maior será nossa paz. Quanto maior for nossa fé, mais teremos a certeza de poder contar com toda a força divina, tornando-nos uma rocha inexpugnável. Quanto maior for nossa fé, mais a felicidade infinita de Deus penetrará em nosso coração, mais Ele guiará os nossos passos, fazendo-nos imensamente felizes.
Tudo é uma questão de fé!!!!!!!!
Se tiverdes fé como um grão de mostarda, disse Jesus, direis a este monte: vai daqui para lá e ele irá. E nada vos será impossível (Mateus 17, 20).
As próprias graças e milagres que podemos alcançar são proporcionais à fé.
Procuremos, portanto, crescer na fé, robustecer a fé. E como podemos fazer isso?

Em primeiro lugar, pedindo a Deus. A fé é um dom de Deus. Não é um fruto humano. Assim, quanto mais eu pedir a Deus a fé, mais a terei. Muitas pessoas pedem a fé todos os dias nas suas orações. Sugiro que vocês façam isso.

Em segundo lugar, procurando cumprir os seus mandamentos. Não há dúvida de que Deus dará mais fé àqueles que lhe obedecem, que são seus verdadeiros filhos. Imaginemos uma pessoa que pede a fé, mas não vai à missa aos domingos. É certo que Deus ama todos os seus filhos, mas não há dúvida de que Ele ama mais aqueles que o seguem de perto, que procuram honrá-lo e obedecer-lhe em tudo. A esses Deus dá mais graças, muito mais graças. Depois, o próprio cumprimento dos mandamentos é uma fonte de fé, pois, como Jesus disse, aquele que me segue, aquele que cumpre os mandamentos, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida, a luz da fé.

Em terceiro lugar, recebendo os sacramentos. Os sacramentos são canais da graça, e a graça, por sua vez, é canal da fé, da esperança e da caridade. Assim, quanto mais vezes recebermos os sacramentos, mais fé será comunicada a nós. Como vocês devem lembrar, os sacramentos são sete: batismo, confissão, crisma, eucaristia, matrimônio, ordem, unção dos enfermos.
Entre estes sete, os que podemos receber frequentemente são dois: a confissão e a comunhão. A igreja pede que nos confessemos ao menos uma vez por ano. Porém, se quero crescer em fé, por que não acudir a esse sacramento mais vezes no ano, mesmo que eu não tenha faltas graves? Com relação à eucaristia, não podemos imaginar a quantidade de graças que ela nos dá e, consequentemente, a quantidade de fé que ela nos proporciona. Isso é assim porque, na eucaristia, recebemos o próprio autor da graça, que é Jesus Cristo. Receber a comunhão frequentemente é, portanto, “turbinar” a fé. Só não podemos esquecer que, para receber a comunhão, não temos de ter nenhum pecado grave no coração, como desejar o mal de alguém, faltar à missa se não houve um motivo grave, pecar contra a castidade etc.

Em quarto lugar, estudando mais a doutrina para ir tirando as dúvidas de fé.
Eis o caminho para crescer em fé!!! Vale a pena ir atrás dela, pois é um dos maiores dons de Deus. E, como dissemos acima, quanto mais fé, mais paz interior e força teremos, e mais felizes seremos.


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A imitação de Cristo hoje



Toda a nossa santificação consiste em conhecer Cristo e imitar Cristo. 
 
Todo o evangelho e todos os santos estão cheios deste ideal, que é o ideal cristão por excelência. Viver em Cristo; transformar-se em Cristo… São Paulo: “Pois não quis saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo Crucificado” (1Cor 2,2)… “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20)… 
 
A tarefa de todos os santos é realizar na medida das suas forças, segundo a doação da graça, diferente em cada um, o ideal paulino de viver a graça de Cristo. 
 
Imitar Cristo, meditar a sua vida, conhecer os seus exemplos… O mais popular livro da Igreja, depois do Evangelho, é o da “imitação de Cristo”, mas, de quantas diferentes maneiras compreendeu-se a imitação de Cristo!
 
I. Maneiras erradas de imitar o Cristo


1. Para uns, a imitação de Cristo reduz-se a um estudo histórico de Jesus. Vão buscar o Cristo histórico e ficam nele. Estudam-no. Lêem o Evangelho, investigam a cronologia, informam-se dos costumes do povo judeu… E seu estudo, mais bem científico que espiritual, é frio e inerte. A imitação de Cristo para eles reduzia-se a uma cópia literal da vida de Cristo. Mas não é isto. 
Não: “O espírito vivifica; a letra mata” (2Cor 3,6).

2. Para outros, a imitação de Cristo é mais bem um assunto especulativo. Vêem em Jesus como o grande legislador; quem soluciona todos os problemas humanos, o sociólogo por excelência; o artista que se compraz na natureza, que se recreia com os pequeninos… Para alguns é um artista, um filósofo, um reformador, um sociólogo, e eles o contemplam, o admiram, mas não mudam a sua vida diante dele. 
Cristo permanece só na sua inteligência e na sua sensibilidade, mas não transcendeu a sua mesma vida.

3. Outro grupo de pessoas crêem de imitar Cristo preocupando-se, no extremo oposto, unicamente da observância dos seus mandamentos, sendo fiéis observadores das leis divinas e eclesiásticas. Escrupulosos na prática dos jejuns e abstinências. 
Contemplam a vida de Cristo como um prolongado dever, e nossa vida como um dever que prolonga o de Cristo. Às leis dadas por Cristo eles agregam outras, para completar os silêncios, de modo que toda a vida é um caminho dever, um regulamento de perfeição, desconhecedor em absoluto da liberdade de espírito.

O foco da sua atenção não é Cristo, mas o pecado. O sacramento essencial na Igreja não é a Eucaristia, nem o batismo, mas a confissão. A única preocupação é fugir do pecado. 
E imitar Cristo para eles é fugir dos maus pensamentos, evitar todo perigo, limitar a liberdade de todo mundo e suspeitar más intenções em qualquer acontecimento da vida. 
Não; não é esta a imitação de Cristo que propomos. Esta poderia ser a atitude dos fariseus, não a de Cristo.

4. Para outros, a imitação de Cristo é um grande ativismo apostólico, uma multiplicação de esforços de orientação de apostolado, um mover-se continuamente em criar obras e mais obras, em multiplicar reuniões e associações. 
Alguns situam o triunfo do catolicismo unicamente em atitudes políticas. Para outros, o essencial é uma grande procissão de archotes, um encontro monstruoso, a fundação de um jornal… E não digo que isto é mal, que isto não se deve fazer. Tudo é necessário, mas não é isto o essencial do catolicismo.

II. Verdadeira solução

A nossa religião não consiste, como em primeiro elemento, numa reconstrução do Cristo histórico; nem em uma pura metafísica ou sociologia ou política; nem numa só luta fria e estéril contra o pecado; nem primordialmente na atitude de conquista. 
 
A nossa imitação de Cristo não consiste tampouco em fazer o que Cristo fez, a nossa civilização e condições de vida são tão diferentes!

A nossa imitação de Cristo consiste em viver a vida de Cristo, em ter essa atitude interior e exterior que em tudo se conforma à de Cristo, em fazer o que Cristo faria se estivesse no meu lugar.
 
O primeiro necessário para imitar Cristo é assimilar-se a Ele pela graça, que é a participação da vida divina. E daqui, antes de tudo, aprecia o batismo, que introduz, e a Eucaristia que alimenta esta vida e que dá Cristo, e se a perde, a penitência para recuperar esta vida…

E logo que possua essa vida, procura atuá-la continuamente em todas as circunstâncias da sua vida pela prática de todas as virtudes que Cristo praticou, em particular pela caridade, a virtude mais amada por Cristo. A encarnação histórica necessariamente restringiu Cristo e a sua vida divino-humana a um quadro limitado pelo tempo e pelo espaço. A encarnação mística, que é o corpo de Cristo, a Igreja, tira essa restrição e amplia-a a todos os tempos e espaços onde há um batizado. A vida divina aparece em todo o mundo. O Cristo histórico foi judeu e viveu na Palestina, no tempo do Império Romano. O Cristo místico é chileno do século XX, alemão, francês e africano… É professor e comerciante, é engenheiro, advogado ou operário, preso e monarca… É todo cristão que vive na graça de Deus e que aspira a integrar a sua vida nas normas da vida de Cristo nas suas secretas aspirações. E que aspira sempre a isto: a fazer o que faz, como Cristo o faria no seu lugar. A ensinar a engenharia, como Cristo a ensinaria, o direito…, a fazer uma operação com a delicadeza de Cristo…, a tratar os seus alunos com a força suave, amorosa e respeitosa de Cristo, a interessar-se por eles como Cristo se interessaria se estivem no seu lugar. A viajar como viajaria Cristo, a orar como oraria Cristo, a comportar-se na política, na economia, na sua vida de lar como comportar-se-ia Cristo. Isto supõe um conhecimento dos evangelhos e da tradição da Igreja, uma luta contra o pecado, traz consigo uma metafísica, uma estética, uma sociologia, um espírito ardente de conquista… Mas não se compendia neles o primordial. Se humanamente fracassa, se o êxito não coroa o seu apostolado, não por isso se impacienta. A única derrota consiste em deixar de ser Cristo pela apostasia ou pelo pecado.


Este é o catolicismo de um Francisco de Assis, Inácio, Xavier, e de tantos jovens e não jovens que vivem a sua vida cotidiana de casados, de professores, de solteiros, de estudantes, de religiosos, que participam no esporte e na política como esse critério de ser Cristo. Estes são os faróis que convertem as almas, e que salvam as nações.

VAMOS REFLETIR!!!

E se Deus tirasse férias de nós?


              Trabalha-se muito hoje, corre-se muito; o estresse e as preocupações tomam conta da nossa cabeça às vezes por 24 horas ao dia... 
 
Nosso tempo está cada vez mais escasso, queimando um tempo demasiado fora de casa e prejudicando o tempo para Deus, o tempo para cada um, o tempo para a família, tempo para o descanso e o lazer. 
 
Priorizar coisas e pessoas na vida não é uma tarefa fácil, mas sempre necessária e exigente.

Muitos, sem dúvida, mesmo durante este tempo de trabalho não deixam de ter tempo para Deus, tempo para as Missas, para as orações diárias, de tal modo que o seu trabalho, as suas preocupações constituem também uma oração diária e de entrega a Deus, com Ele colaborando, na sua obra criadora do mundo. 
 
Outros, entretanto, se servem do trabalho, da carreira profissional, como desculpa para não ter tempo para Deus, para não perceberem que a vida é dom de Deus e que o trabalho que lhes é dado e sai das suas mãos, pode e é também sinal de Deus para eles e para os outros. 
 
O tempo passa e o que fica na vida? 
                                                E o que ficará para a eternidade?
 As férias LOGO ESTÃO AÍ  e devem ser vividas como tempo de descanso, tempo de família, tempo necessário para cada um, tempo de descontração e lazer, mas sobretudo tempo para rezar mais e ler mais sobre a doutrina, sobre a História da Igreja, sobre a Igreja... 
 
Como posso querer ter tempo para mim, para descansar, para estar em família, para me restaurar, e não fazer desse tempo um tempo de Deus e para Deus? 
 
Não se tira férias de Deus nem das nossas orações.

                                                           E se Deus tirasse férias de nós?
 
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COMUNHÃO DOS SANTOS?

O que significa a expressão

 
Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas: a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. 
 
Na raiz da comunhão está a caridade que “não procura o próprio interesse” (1Cor 13,5), mas move o fiel “a colocar tudo em comum” (At 4,32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres. 

Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas, isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. 
 
Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. 
 
Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade.
Catecismo da Igreja Católica (Compêndio 194/195)

terça-feira, 22 de maio de 2018

“No Silêncio é Deus quem fala!”

Entenda a importância do Silêncio Litúrgico.

silencio
Silêncio e Oração
. Durante a sua visita à diocese de Córdoba, na Espanha, o Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino;

Sublinhou a importância da “força do silêncio na liturgia” em um encontro com sacerdotes e fiéis, por ocasião da festa de São João D’Ávila.



O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos;
cardeal-robert-sarah
Pronunciou uma conferência intitulada “A força do silêncio na liturgia” no teatro Garnelo.

Na conferência, o Cardeal africano ressaltou a importância que os cristãos entrem “no silêncio, porque sem o silêncio, permanecemos em uma ilusão mortal.


O silêncio é mais importante do que qualquer outra ação humana, porque Deus fala”.      

                                                                               Cardeal Sarah

“A primeira linguagem de Deus é o silêncio; devemos aprender a estar em silêncio e a descansar em Deus”, assegurou.

Por isso, destacou que através deste silêncio se pode encontrar uma verdadeira ordem das nossas prioridades.

“É o momento de colocar Deus no centro das nossas preocupações, dos nossos pensamentos, das nossas ações e da nossa vida.

Assim, a nossa vida cristã poderá ser fundamentada na luz da fé e alimentar-se na oração”;
Sublinhou, porque segundo afirmou:
“Não podemos encontrar Deus Nosso Pai se não for através do silêncio”.

Nesse sentido, também animou os sacerdotes a viver o Evangelho;

Porque “o que a Igreja mais necessita hoje não é uma reforma administrativa, nem uma mudança estrutural;
Nem uma logística ou estratégia de comunicação ou um programa complementar.
O programa existe e é o mesmo de sempre, o Evangelho e na Tradição Viva”.
Também insistiu que a sua “prioridade” é:

“Dizer que só Deus pode saciar o coração do homem”;

E alertou que podemos ser “vítimas da superficialidade, do egoísmo e do espírito mundano que sociedade midiática difunde”.

A respeito da importância do silêncio na liturgia;
O Cardeal Sarah assegurou que:

“Atualmente se trata de uma preocupação fundamental;

Pois o silêncio sagrado é o lugar onde podemos encontrar a Deus;
E é importante que os sacerdotes aprendam novamente o que significa o temor filial de Deus e o significado sagrado da sua relação com ele”.

Além disso, assegurou que “ante a Majestade de Deus, as nossas palavras se perdem”;

Por isso afirmou que “rechaçar este silêncio cheio de temerosa confiança e adoração;
Significa impedir a Deus de comunicar o Seu amor e nos manifestar a sua presença”;

E assinalou que se trata do lugar “onde podemos encontrar a Deus”.

Neste sentido, pediu aos sacerdotes:

“Aprender novamente a tremer com espanto ante a Santidade de Deus e a ser conscientes da graça extraordinária do seu sacerdócio”;
E destacou que, desde o Concílio Vaticano II se sublinhou que o silêncio é um meio privilegiado para favorecer a participação do povo de Deus na liturgia.
O purpurado advertiu ainda acerca do perigo que os cristãos caiam;
“Na idolatria, prisioneiros de numerosos discursos humanos, ruidosos, intermináveis”;

Nos quais “tendemos a preparar um culto de acordo com aquilo que nós gostamos, dirigido a um Deus feito à nossa imagem”.

Por isso, tomando umas palavras de São João D’Ávila, o Purpurado explicou que:
  “Quem reza deve estar recolhido, focado e em silêncio diante de Deus”.

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- Igreja Católica Tirando Duvidas

Como os apóstolos celebravam a Eucaristia? 

Doutrina dos Doze Apóstolos
A Eucaristia celebrada pelos apóstolos
Quanto à Eucaristia, dai graças deste modo: Primeiro sobre o cálice:
“Graças Vos damos, Pai nosso, pela santa vinha de David, vosso servo, que nos destes a conhecer pelo vosso servo Jesus. Glória a Vós pelos séculos”.
E sobre a fracção do pão:
“Graças Vos damos, Pai nosso, pela vida e pela ciência que nos revelastes por Jesus, vosso servo. Glória a Vós pelos séculos. Assim como este pão estava disperso pelos montes e depois de recolhido se tornou um só, assim se reúna a vossa Igreja dos confins da terra no vosso reino. Porque vossa é a glória e o poder por Jesus Cristo, pelos séculos”. 

Ninguém coma ou beba da vossa Eucaristia a não ser os batizados em nome do Senhor; porque a este propósito disse o Senhor: Não deis o que é santo aos cães.
Depois de saciados, dai graças deste modo:
“Graças Vos damos, Pai santo, pelo vosso santo nome, que fizestes habitar em nossos corações, e pela ciência, fé e imortalidade que nos revelastes por Jesus, vosso servo. Glória a Vós pelos séculos”.
Senhor omnipotente, Vós criastes o universo para glória do vosso nome e destes aos homens comida e bebida para que Vos dessem graças; mas a nós concedestes-nos um alimento e uma bebida espirituais e a vida eterna por meio do vosso Servo. Acima de tudo Vos damos graças, porque sois poderoso. Glória a Vós pelos séculos.
Lembrai-Vos da vossa Igreja, Senhor, livrai-a de todo o mal e tornai-a perfeita no vosso amor; e reuni-a dos quatro ventos, santificando-a no vosso reino, que para ela preparastes. Porque vosso é o poder e a glória pelos séculos.
Venha a graça e passe este mundo. Hosana ao Deus de David.
Quem é santo aproxime-se; quem não é faça penitência. Maranata: Vinde, Senhor Jesus. Amém!.
No dia do Senhor reuni-vos para a fracção do pão e a ação de graças, depois de terdes confessado os vossos pecados, para que o vosso sacrifício seja puro. Quem tiver alguma desavença com seu irmão, não se reúna convosco antes de se reconciliar, para que não seja profanado o vosso sacrifício. Este é o sacrifício de que falou o Senhor dizendo:
Em todo o lugar e em todo o tempo ser-Me-á oferecido um sacrifício puro, porque sou o grande Rei, diz o Senhor, e o meu nome é admirável entre as nações.
“Doutrina dos Doze Apóstolos”
(Nn. 9, 1 – 10, 6; 14, 1-3: Funk 2, 19-22.26) (Sec. II)

Vamos refletir....

 
Santo Agostinho dizia: “Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras desejam o saber, para serem edificadas, e isso é prudência; outras buscam o saber, para edificarem os outros, e isso é caridade”. 
 
                     Amado (a) que nossas ações sejam sempre em prol dos que necessitam.
Vamos refletir:
“A caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se admirar de suas fraquezas, em edificar-se com os mínimos atos de virtude que se lhes veja praticar”. 
 (Sta. Teresinha)

                                                                     ******************

“não produzido por mãos humanas”

Um retrato da Virgem Maria “não produzido por mãos humanas”

 

No dia 17 de janeiro de 1797, no Tirol (Áustria), entre 15h e 16h, uma jovem de 18 anos, Rosina Bucher, que morava na pequena cidade de Absam, viu um retrato da Virgem Maria sobre uma janela, no andar térreo da casa de seus pais.
Submetida a um exame minucioso, pelas autoridades científicas, a imagem foi declarada como não tendo qualquer vestígio de influência externa ou qualquer diferença na natureza da sua superfície de vidro liso. Sobre o vidro, é possível remover o desenho, ao ser lavado, mas a imagem logo reaparece, assim que o vidro começa a se embaçar. Substâncias químicas não conseguiram apagar o retrato permanentemente.
A população transferiu o ícone para a igreja paroquial da aldeia, Saint-Michel, que se tornou a mais importante igreja de peregrinação mariana no Tirol, e foi elevada à categoria de Basílica, no ano 2000, pelo Papa João Paulo II.
O retrato lembra menos uma foto do que uma gravura sobre madeira expressionista, em preto e branco. Enquanto, no caso de Nossa Senhora de Guadalupe, o manto cobre os cabelos separados por uma risca, um duplo véu envolve a cabeça da Virgem Maria de Absam. Seu manto está envolto por raios de sol; e o véu, por uma auréola luminosa.

 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

“Mil mortes e mil ressurreições”

Em Pentecostes, Cristo se reveste de um novo Corpo: a Igreja. E, assim como seu corpo físico morreu e ressuscitou, também seu Corpo Místico “terá, no decurso da história, mil mortes e mil ressurreições”.

Dez dias depois da Ascensão, os Apóstolos encontravam-se reunidos, esperando o Espírito que lhes ensinaria e revelaria tudo o que Nosso Senhor lhes tinha ensinado.
Durante sua vida pública, Cristo afirmara-lhes que havia de revestir-se de um novo corpo. Não físico, como o que tomou de Maria; esse corpo está agora glorificado, à mão direita do Pai. Não seria tampouco um corpo moral, como uma sociedade cuja unidade deriva da vontade dos homens; mas, antes, um novo Corpo Social, que estaria ligado a Ele pelo seu Espírito Celeste, por Ele enviado ao deixar a terra.
Cristo referiu-se algumas vezes a este novo Corpo como Reino, ainda que São Paulo o descrevesse como Corpo, o que se tornava mais facilmente compreensível para os gentios. Ele explicou aos Apóstolos a natureza deste novo Corpo, que assumiria sete características principais:
  1. Para ser membro desse novo Corpo, os homens têm de nascer para ele; mas não por meio de um nascimento humano, porque esse faz filhos de Adão. Para tornar-nos membros do seu novo Corpo, temos de renascer pelo Espírito, nas águas do batismo que nos tornam filhos adotivos de Deus.
  2. A unidade entre Ele e este novo Corpo não consiste em lhe cantarmos hinos, nem em reunir-nos em chás sociais em seu nome, nem em escutar radiodifusões, mas em participarmos da sua vida: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós… eu sou a videira, e vós os ramos” (Jo 15, 4-5).
  3. O seu novo Corpo será, como todas as coisas vivas, pequeno a princípio — até, como Ele disse, “semelhante a um grão de mostarda”; mas crescerá da simplicidade para a complexidade, até à consumação do mundo. Como Ele se exprimiu: “Primeiro a erva, depois a espiga, e por fim o grão gerado na espiga” (Mc 4, 28).
  4. Uma casa cresce de fora para dentro, na colocação de pedra sobre pedra; organizações humanas crescem adicionando homem a homem, da circunferência para o centro. O seu Corpo, disse Cristo, será formado de dentro para fora, como se forma o embrião no corpo humano. Assim como Ele recebeu a vida do Pai, assim receberiam os fiéis a vida dele. São estas as suas palavras: “Para que também eles sejam um em nós, como tu, Pai, o és em mim, e eu em Ti” (Jo 17, 21).
  5. Nosso Senhor afirmou que teria um só Corpo. Seria uma monstruosidade espiritual, se tivesse muitos corpos ou uma dúzia de cabeças. Para o conservar uno, por-lhe-ia à frente um só pastor, por Ele designado para apascentar os seus cordeiros e ovelhas. “Haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10, 16).
  6. Esse novo Corpo, segundo as palavras de Cristo, não se tornaria manifesto aos homens, até ao dia de Pentecostes, em que enviaria o seu Espírito de Verdade. “Se eu não for, ele não virá a vós” (Jo 16, 7). Tudo, pois, que começasse a formar-se até vinte e quatro horas depois de Pentecostes, ou vinte e quatro horas antes, seria uma organização; poderia, talvez, ter um espírito humano, mas não teria o Espírito Divino.
  7. A observação mais importante acerca do seu Corpo foi que seria odiado pelo mundo, como Ele. O mundo ama tudo o que é mundano, mas odeia tudo o que é divino. “Porque vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia” (Jo 15, 19).
O núcleo deste novo Corpo Místico seriam os Apóstolos. Formariam a matéria-prima. Enviar-lhes-ia o seu Espírito para os vivificar, possibilitando-os tornarem-se o prolongamento da sua Pessoa. Eles o representariam, quando Ele partisse. Foi-lhes reservado o privilégio de evangelizarem o mundo. Esse novo Corpo, de que eles eram o embrião, tornar-se-ia o seu “eu póstumo” e a sua personalidade prolongada através dos séculos.
“A Descida do Espírito Santo”, por Ticiano.
Durante os cinquenta dias em entre a Ressurreição e a vinda do Espírito Santo, os Apóstolos assemelhavam-se a elementos num laboratório químico. A ciência conhece cem por cento dos elementos químicos que entram na constituição de um corpo humano; mas é incapaz de produzir um único ser humano, por sua inabilidade em prover o princípio unificador, a alma. Os Apóstolos não podiam dar vida divina à Igreja, do mesmo modo que os químicos não podem produzir a vida humana. Careciam do Divino Espírito invisível de Deus, para unificar as suas naturezas humanas visíveis.
Efetivamente, dez dias depois da Ascensão, o Salvador glorificado no Céu enviou-lhes o seu Espírito, não em forma de livro, mas em línguas de fogo vivo. Como as células de um corpo formam uma nova vida humana no momento em que Deus insufla a alma no embrião, assim os Apóstolos apareceram como o Corpo visível de Cristo, no momento em que o Espírito Santo veio para os tornar um. Este Corpo Místico, a Igreja, é denominado na tradição e na Escritura o “Cristo total”, ou a “plenitude de Cristo”.
O novo Corpo de Cristo apareceu então publicamente, à vista dos homens. Assim como o Filho de Deus se revestiu da natureza humana no ventre de Maria, sob a sombra protetora do Espírito Santo, assim, em Pentecostes, Ele tomou um Corpo Místico, no ventre da humanidade, sob a sombra protetora do Espírito Santo. E assim como antes ensinou, governou e santificou por meio da sua natureza humana, assim agora continua a ensinar, governar e santificar por meio de outras naturezas humanas unidas no seu Corpo, a Igreja.
Como, porém, este Corpo não é físico como o homem, nem moral como um clube de recreio, mas celeste e espiritual por causa do Espírito que o torna um, chama-se Corpo Místico. E assim como o corpo humano é constituído de milhões e milhões de células e, contudo, é um só porque vivificado por uma só alma, dirigido por uma cabeça visível e governado por uma mente invisível, assim este Corpo de Cristo, apesar de formado de milhões e milhões de pessoas incorporadas em Cristo pelo batismo, é uno, porque vivificado pelo Espírito Santo de Deus, dirigido por uma cabeça visível e governado por uma Mente invisível, ou Cabeça, que é Cristo Ressuscitado.
“A Conversão de São Paulo”, de Caravaggio.
O Corpo Místico é a Pessoa de Cristo prolongada. São Paulo chegou à compreensão desta verdade. De todos os que viveram até agora, talvez ninguém odiasse tanto a Cristo como Saulo. Os primeiros membros do Corpo Místico de Cristo pediam a Deus que enviasse alguém para refutá-lo. Deus ouviu a sua oração e enviou Paulo para responder a Saulo.
Um dia, esse perseguidor, exalando ódio, pôs-se a caminho de Damasco para prender os membros do Corpo Místico de Cristo dessa cidade e conduzi-los a Jerusalém. Tinham decorrido poucos anos apenas, desde a Ascensão do Divino Salvador, então glorificado no Céu. Subitamente, Saulo viu-se cercado por uma grande luz e caiu por terra. Foi despertado por uma voz, semelhante ao bramido do mar, que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4).
O nada ousou perguntar o nome da Onipotência: “Quem és tu, Senhor?”. E a voz respondeu: “Eu sou Jesus a quem tu persegues” (At 9, 5).
Como era possível Saulo perseguir a Nosso Senhor, que estava glorificado no Céu? Por que dizia a voz do Céu: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Se alguém tropeçasse num móvel, não se queixaria a cabeça, uma vez que o pé faz parte do corpo? Assim, dizia agora o Senhor, ao ferir o seu Corpo, Paulo estava ferindo a Ele. Ao ser perseguido o Corpo de Cristo, era Cristo, Cabeça invisível, que se levantava para falar e protestar. O Corpo Místico de Cristo, portanto, não está entre Cristo e o indivíduo, do mesmo modo que o seu Corpo físico não esteve entre Madalena e o perdão que lhe concedeu, ou a sua mão entre as crianças e a bênção que lhes deitou. Foi por meio do seu Corpo humano que Ele veio aos homens em sua vida individual; é por meio de seu Corpo Místico, ou de sua Igreja, que Ele vem aos homens em sua vida mística incorporada.
Cristo está vivo agora! Ele continua agora a ensinar, a governar, a santificar — como fez na Judeia e na Galileia. O seu Corpo Místico, a Igreja, existiu por todo o Império Romano antes que um único dos Evangelhos fosse escrito. Foi o Novo Testamento que veio da Igreja, e não a Igreja que veio do Novo Testamento. Este Corpo possuía os quatro sinais distintivos da vida:
  • tinha unidade, porque vivificado por uma só Alma, um só Espírito, dom do Pentecostes. E se a unidade em doutrina e autoridade é a força centrípeta que torna a vida da Igreja una,
  • a catolicidade é a força centrífuga que a habilita a expandir-se e a absorver a humanidade remida, sem distinção de raça ou cor.
  • A terceira nota da Igreja é a santidade, que lhe assegura duração, contanto que se conserve sã, pura e livre da peste da heresia e do cisma. Esta santidade não está em cada membro, mas, antes, na Igreja inteira. E porque a alma da Igreja é o Espírito Santo, será Ele o instrumento divino da santificação das almas. A luz do sol não se polui quando os raios atravessam uma janela suja; do mesmo modo, os sacramentos não perdem a sua eficácia santificadora, mesmo quando os instrumentos humanos desses sacramentos se encontram manchados.
  • Finalmente, temos a obra da apostolicidade. Em biologia, omne vivum ex vivo, ou “toda vida vem da vida”. Assim, também, o Corpo Místico de Cristo é apostólico, porque historicamente está enraizado em Cristo, e não em um homem separado dele pelos séculos. Foi por isso que a Igreja nascente se reuniu para eleger um sucessor de Judas, testemunha da Ressurreição e companheiro dos Apóstolos. “Há homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, começando desde o batismo de João até ao tempo em que Jesus se apartou de nós. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para ser testemunha da sua Ressurreição” (At 1, 21-22).
Assim, Cristo, que se “esvaziou” a si mesmo na Encarnação, teve agora a sua “plenitude” no Pentecostes. A kenosis, ou humilhação, é uma das facetas da sua Pessoa; o pleroma, ou a continuação de sua vida, na sua Noiva, Esposa, em seu Corpo Místico, a Igreja, é outra. Assim como o desaparecimento da luz e do calor do sol faz a terra gritar pela sua energia radiante, assim o abatimento do amor de Cristo encontra o seu complemento no que São Paulo chama a sua “plenitude” — a Igreja.
Muita gente julga que acreditaria em Cristo, se tivesse vivido no seu tempo. Mas a verdade é que isso não lhes traria grande vantagem. Aqueles que agora não o reconhecem como divino, vivo no seu Corpo Místico, também não o reconheceriam como divino, vivo no seu Corpo físico.
Se há escândalos nas células do seu Corpo Místico, também houve escândalos no seu Corpo físico; num e noutro caso, sobressai de tal modo o humano, que em momentos de fraqueza ou Crucifixão, é necessária uma força moral para descobrir a Divindade.
Nos tempos da Galileia, era necessária uma fé apoiada em motivos de credibilidade para acreditar no Reino que Ele vinha estabelecer, ou no seu Corpo Místico, através do qual Ele santificaria os homens por seu Espírito, depois da Crucifixão. Hoje, requer-se uma fé apoiada nos mesmos motivos de credibilidade, para acreditar na Cabeça, ou Cristo invisível, o qual governa, ensina e santifica por meio da sua Cabeça visível e do seu Corpo, a Igreja. Num e noutro caso, é preciso “levantar-se”. Nosso Senhor disse a Nicodemos que, para remir os homens, tinha de ser “levantado” na Cruz; para santificar os homens no Espírito, teve de “elevar-se” ao Céu na Ascensão.
Cristo continua, pois, a andar pelo mundo, no seu Corpo Místico, como andava outrora no seu Corpo físico. O Evangelho foi a pré-história da Igreja, como a Igreja é a pós-história do Evangelho. Continuam a ser-lhe negadas as estalagens, como em Belém; novos Herodes, com nomes soviéticos e chineses, perseguem-no com a espada; surgem outros Satãs, tentando desviá-lo do caminho da Cruz e da mortificação, pelos atalhos da popularidade; oferecem-lhe Domingos de Ramos de grandes triunfos, mas só como prelúdios de Sextas-feiras Santas; atiram contra Ele novas acusações (e não raro pelas pessoas religiosas, como no seu tempo) — que é inimigo de César, antipatriota, pervertedor da nação; de fora é apedrejado, de dentro atacado por falsos irmãos; não faltam sequer os Judas escolhidos para Apóstolos, que o atraiçoam e o entregam ao inimigo; alguns dos discípulos que se gloriavam do seu nome já abandonaram a sua companhia, porque — como fizeram os seus antecessores — acham que a sua doutrina, particularmente no que diz respeito ao Pão da Vida, é “dura”.
Mas, por que não há morte sem Ressurreição, o seu Corpo Místico terá, no decurso da história, mil mortes e mil Ressurreições. Os sinos dobrarão continuamente pela sua execução, mas a execução será eternamente adiada. Virá, finalmente, o dia em que se levantará uma perseguição universal contra o seu Corpo Místico, e será levado à morte como foi antes, “padecendo sob Pôncio Pilatos”, padecendo sob o poder onipotente do Estado. Mas, no fim, cumprir-se-á tudo o que estava predito de Abraão e Jerusalém, na sua perfeição espiritual, quando Ele for glorificado no seu Corpo Místico, como foi glorificado no seu Corpo físico. Foi assim que João Apóstolo o descreveu:
“Vem comigo”, disse ele, “e eu te mostrarei a esposa cujo esposo é o Cordeiro”. E ele transportou-me em espírito a uma grande montanha e me mostrou a Cidade Santa de Jerusalém que descia do Céu da presença de Deus, revestida da glória de Deus.

A luz que brilhava sobre ela era semelhante a uma pedra preciosa, ao jaspe quando se parece com o cristal; e estava rodeada por muro grande e alto, com doze portas, e nas portas, doze anjos, e com uns nomes gravados que são os nomes das doze tribos de Israel, três destas portas estavam a oriente, três ao norte, três ao sul e três a ocidente. E não vi templo algum nela, porque o Senhor Todo Poderoso e o Cordeiro são o templo. E a cidade não precisa de sol, ou lua para a iluminar, porque a glória de Deus brilha sobre ela e sua lâmpada é o Cordeiro.

E as nações caminharão à sua luz, e os reis da terra lhe trarão o seu tributo de louvor e honra, e as portas não se fecharão jamais (não haverá nela noite). As nações entrarão nela com honra e louvor… Assim seja. Vem, Senhor Jesus. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém. (Ap 21, 9-14; 22-26; 22, 20-21)

Referências

  • Extraído e levemente adaptado de: Fulton Sheen, “Vida de Cristo”, São Paulo: Molokai, 2018, pp. 717-725.

A Eucaristia enquanto Sacramento-Comunhão

Quando comungamos, não somos nós que assumimos o Corpo e o Sangue de Cristo, mas nós somos transformados por Ele, tornando-nos, de algum modo, no divino alimento que recebemos.
Uma época habituada a velocidades quase ilimitadas vai acostumando os seus filhos às informações breves e sintéticas, nas quais a reflexão salutar de outrora perde terreno, muitas vezes deixando lugar a uma desenfreada ânsia de novidades. Ora, isso pode tornar o homem propenso a ver a sua fé minguar pela falta de aprofundamento no conhecimento das realidades sobrenaturais.

Missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.jpg
A Eucaristia fortalece os vínculos de união entre aqueles que são
irmãos em Cristo; ela é “sinal de unidade”
Missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, presidida
pelo Núncio Apostólico, Dom Giovanni d’Aniello
Talvez desse modo se explique a dificuldade em se abordarem, na atualidade, temas que deveriam ser muito conhecidos pelos fiéis. E o são, mas de uma forma tão superficial que quase equivale a um desconhecimento completo.

Uma definição simples na aparência

Se perguntássemos, por exemplo, a algum assíduo frequentador da Igreja, quais os benefícios trazidos por uma Santa Missa, obteríamos resposta satisfatória? Note-se estarmos nos referindo a algo profundamente vinculado à rotina dominical de um bom cristão…
E se quisermos indagar a respeito do mistério da Sagrada Eucaristia, quantos estariam em condições de nos expor essa verdade de Fé?

Alguém mais atilado dirá: “A resposta está na Bíblia! Eucaristia é a ‘Ceia do Senhor’, instituída ‘na noite em que ia ser entregue’ (I Cor 11, 23), conforme as palavras do próprio Salvador: ‘Tomai, comei, isto é o meu Corpo’ (Mt 26, 26), ‘entregue por vós’ (I Cor 11, 24). E, tomando o cálice, passou aos discípulos dizendo-lhes: ‘Bebei dele todos, pois este é o meu Sangue na Nova Aliança, que é derramado em favor de muitos, para a remissão dos pecados’ (Mt 26, 27-28)”.

À primeira vista, resposta completa… Entretanto, dois milênios não bastaram à Igreja Católica para extrair todos os tesouros que essa definição, aparentemente simples, contém. Somente nela, vemos aparecer as três dimensões do mistério eucarístico: “Tomai, comei”, Sacramento-Comunhão; “isto é o meu Corpo”, Sacramento-Presença; “entregue por vós”, Sacramento-Sacrifício.1

As três dimensões da Sagrada Eucaristia

A Eucaristia, com efeito, poderia ser comparada a um triângulo equilátero: se uma das suas faces fosse ampliada ou diminuída, ele deixaria de ser equilátero. De modo análogo, precisa haver um equilíbrio perfeito entre cada um desses três aspectos do Sacramento da Eucaristia. Se um deles for enfatizado excessivamente em detrimento dos outros, corre-se o risco de o Sacramento perder sua identidade.

Ao longo da História, a Santa Igreja houve por bem realçar um ou outro aspecto da Sagrada Eucaristia, seja para refutar heresias, seja para atender anseios dos fiéis ou conveniências pastorais, a fim de colocar no devido equilíbrio a doutrina acerca dessa augustíssima instituição de Cristo. Note-se bem, a Igreja realçou um ou outro aspecto, mas sem distorcer a realidade do Sacramento.

De grande benefício para a nossa virtude da fé será o fato de nos determos alguns instantes sobre cada um desses três aspectos do Santíssimo Sacramento. Comecemos, então, pelo primeiro: a Eucaristia enquanto Comunhão, seguindo assim a ordem das palavras divinas no momento da instituição “Tomai, comei”.

Traço de união entre diferentes naturezas

Quando falamos em Comunhão, vem à nossa mente a ideia de refeição, unida a um convívio estreito, familiar, amigável, em torno de uma mesa farta em iguarias e caridade fraterna. Propriamente um ágape.2 À mesa, de fato, restauram-se as forças, mas também costumam consolidar-se as amizades, rendem-se graças por benefícios recebidos, solidifica-se a união familiar e destinos de povos podem ser decididos.

Já no Antigo Testamento encontram-se eloquentes passagens mostrando essa íntima relação entre convívio e alimento. Lembremo-nos da Páscoa hebraica, na qual familiares e vizinhos conviviam com estrangeiros, suspendendo temporariamente rixas e desavenças. Juntos comiam ervas amargas em memória de dores passadas, e pães ázimos, para recordar a pressa do êxodo, ocasião em que nem houve tempo para fermentar a massa do trigo.

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A Eucaristia é “banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se
enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura”

Por outro lado, Abraão chegou a oferecer pão para restaurar as forças, e um repasto com perfume sacrifical, a três misteriosos mensageiros celestes (cf. Gn 18, 3-5). Noutra passagem, um Anjo veio em socorro do fatigado e ígneo profeta do Carmelo, Elias, o qual recuperou suas forças depois de ter comido o pão angelical, cozido sob as cinzas com algumas brasas vivas, entregue pelo servidor angélico (cf. II Rs 19, 6).

E é curioso notar o sublime intercâmbio: Anjos alimentados por homens, homens por Anjos, e o alimento servindo de traço de união entre naturezas tão diferentes… O que dizer, então, quando o próprio Deus serve o homem com “pão do Céu” (Ex 16, 3), o maná, alimento que revigorou o povo da Aliança durante quarenta anos, a fim de que suportasse as agruras e os horrores da peregrinação?
Sem dúvida, esses episódios são figuras da Eucaristia,3 alimento da Nova Aliança, “verdadeiro Pão do Céu” (Jo 6, 48), por meio do qual Ele Se dá em alimento aos homens.

Verdadeiro alimento para o corpo e para a alma

Nosso Criador quis estabelecer a nutrição como meio de sustento para a vida da natureza humana, mas também quis servir-Se dele para ser imagem de algo muito superior no plano sobrenatural, a vida da graça. Enquanto o alimento material revigora o corpo, e exerce papel fundamental na vida social, a Eucaristia nutre a alma e é meio insuperável de, nesta Terra, convivermos com o próprio Deus e com os irmãos na Fé.

A Eucaristia é alimento genuíno, ensina Cristo no Evangelho: “minha Carne é verdadeiramente uma comida e o meu Sangue, verdadeiramente uma bebida” (Jo 6, 55). Portanto, exercem certa ação em quem comunga, de modo análogo ao que acontece com o alimento material. Entretanto, é necessário distinguir os efeitos de um e de outro.

Quando alguém se serve do alimento material, este é transformado por quem o ingere e torna-se parte integrante do corpo de quem o recebeu. Como diz o ditado popular: “o homem é aquilo que come”… Assim, por exemplo, se precisamos de vitamina C, procuramos uma dieta adequada, onde não podem faltar laranja ou acerola; ou quando temos necessidade de ferro, vamos à procura de alimentos ricos nesse elemento.

Efeito cristológico da Eucaristia

Entretanto, quando comungamos o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por Ele ser infinitamente superior a nós, não somos nós que O assumimos, mas nós somos transformados por Ele, chegando a tornar-nos, de algum modo, no divino alimento que recebemos. Ao comungarmos, podemos entender melhor a exclamação do Apóstolo: “Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gal 2, 20).

É esse o primeiro efeito que em nós produz a Sagrada Comunhão, o efeito cristológico, o qual talvez seja o que toque mais a fundo a nossa sensibilidade, pois, por esse meio, Jesus assume a carne de quem recebe a sua! “Sou o pão dos fortes; cresce e comer-Me-ás. Não Me transformarás em ti como ao alimento da tua carne, mas mudar-te-ás em Mim”,4 ensina Santo Agostinho. E São Cirilo de Jerusalém assevera: “vos tornastes concorpóreos e consanguíneos com Cristo”.5 Essa é, sem dúvida, a união mais entranhada que os cristãos podem ter com Nosso Senhor.

Mediante Cristo, nos unimos entre nós

O segundo efeito da Sagrada Comunhão na alma do comungante é o eclesiológico: a Eucaristia fortalece os vínculos de união entre aqueles que são irmãos em Cristo. Ela é “sinal de unidade”. A própria matéria do Sacramento – pão e vinho – serviu de inspiração aos Padres da Igreja para chegarem a esta conclusão: do mesmo modo como o pão é composto por muitos grãos de trigo e o vinho, por muitos bagos de uva, assim também os cristãos, embora sendo muitos e diferentes, formam parte de um só Corpo Místico de Cristo, a Igreja Católica.
O padre Antônio Vieira, servindo-se da passagem do Evangelho que diz “quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em Mim e Eu nele” (Jo 6, 57), comenta: “Se a união [com Cristo] fora uma só, bastava dizer: in me manet [permanece em Mim] ou ego in illo [Eu nele]; mas diz in me manet, et ego in illo duplicadamente, para significar as duas uniões que obra aquele mistério: uma união imediata, com que nos unimos a Cristo, e outra união mediata, com que, mediante Cristo, nos unimos entre nós”.6

Assim, quando recebemos a Sagrada Comunhão, com as devidas disposições de alma, unimo-nos, em Cristo e na Igreja, a todos aqueles que dignamente recebem o Santíssimo Sacramento, embora estejamos fisicamente distantes, pois a vida da graça faz-nos ramos da mesma videira (cf. Jo 15, 5) e membros do mesmo Corpo, segundo as palavras do Apóstolo: “O cálice da bênção, que abençoamos, não é comunhão com o Sangue de Cristo? E o pão que partimos não é comunhão com o Corpo de Cristo? Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só Corpo, pois todos participamos desse único pão” (I Cor 10, 17).

Ela é penhor da vida eterna

A Eucaristia é, pois, “sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura”.7 É este o terceiro efeito que a Comunhão produz em nós, chamado escatológico, porque diz respeito aos últimos acontecimentos do homem: morte, juízo, salvação ou condenação eternas.
Penhor é a entrega de um objeto como garantia de cumprir-se certa promessa feita a alguém. Por exemplo, quando se quer determinado empréstimo do banco, pode-se penhorar uma joia. Depois de avaliada a peça, recebe-se determinada quantia, e a instituição financeira retém o objeto de valor, em sinal de garantia de que se pagará o empréstimo.

Ora, a afirmação de que a Eucaristia é “penhor da vida eterna” envolve um significado esperançoso: todas as vezes que comungamos, nas devidas condições, recebemos o penhor de passarmos pelo juízo divino e alcançarmos a vida eterna, respaldados pela afirmação do Divino Mestre: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54). Mas, para tal, a morte deve nos colher nas disposições de alma necessárias para estarmos aptos de receber a Eucaristia, nesse momento derradeiro, ainda que por desejo.

Cristo com a Eucaristia - Museu de Arte Religiosa - Puebla - México..jpg
Jesus não poderia ter dito “isto
é o meu Corpo” ou “este é o cálice
do meu Sangue”, caso não
houvesse recebido um corpo
das entranhas da Virgem
Maria
Cristo com a Eucaristia – Museu
de Arte Religiosa, Puebla
(México)
A Santa Igreja sempre incentivou que, em perigo de morte, os cristãos recebam a Sagrada Comunhão.8 Sacramento que, in extremis, recebe o nome de Viático. Era assim que se chamava o alimento reservado para uma viagem longa, e daí deriva o nome dessa Comunhão derradeira, ministrada a quem parte definitivamente rumo à Pátria Celeste.

O III Concílio de Cartago (397) proibiu o costume difundido entre alguns cristãos, de colocar uma Hóstia consagrada na boca dos defuntos, antes de serem sepultados. Por meio de tal prática, acreditava-se que os falecidos portariam o penhor da salvação eterna. Atitude, sem dúvida, reprovável e ingênua, pois se tratava de cadáveres desprovidos de alma. Entretanto, ela não deixa de revelar quanto os cristãos tinham presente, já naquele tempo, o valioso efeito escatológico da Comunhão.

Papel da Santíssima Virgem

Delineados alguns traços da primeira dimensão da Eucaristia, deixemos as outras duas para artigos posteriores. Mas detenhamo-nos, antes de concluir, numa referência a Nossa Senhora, pois este augustíssimo Sacramento é, de algum modo, “prolongamento da Encarnação”.9 

Na Última Ceia, Jesus não poderia ter dito “isto é o meu Corpo” ou “este é o cálice do meu Sangue”, caso não houvesse recebido um corpo das entranhas da Virgem Maria. Concebendo-O fisicamente, Nossa Senhora preparou e, em algo, antecipou a Sagrada Comunhão, tanto por ter contribuído com a realidade física do Homem-Deus, quanto por Ele ter habitado o interior do seu claustro virginal, durante nove meses.

Assim, seja o nosso “amém!”, ao recebermos a Sagrada Comunhão, também um prolongamento da fé da Santíssima Virgem, quando respondeu “faça-se” ao apelo do Anjo, pelo qual Lhe anunciava que o próprio Deus seria fruto bendito do seu ventre. (Revista Arautos do Evangelho, Junho/2016, n. 174, pp. 18 a 21)