Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O homem na jaula




Certa noite um rei estava de pé, perto de uma das janelas de seu palácio. Cansado da recepção a que acabara de comparecer, olhava para fora, com indiferença. De repente, seu olhar pousou sobre um homem que atravessava a praça, lá embaixo. Não dava para ver seu rosto ou perceber sua idade. Tudo indicava que era um homem comum. O rei começou a pensar como seria a vida daquele desconhecido. Imaginou-o chegando a casa. Provavelmente beijaria sua esposa e, enquanto estivesse comendo, perguntaria se, ao longo do dia, tudo havia corrido bem com as crianças. Depois, se sentaria para ler o jornal, iria dormir e, na manhã seguinte, se levantaria para trabalhar. Uma inesperada pergunta nasceu no coração do rei: o que aconteceria se aquele homem fosse preso e colocado em uma jaula, como os animais de um zoológico?

No dia seguinte, o rei chamou um psicólogo, falou-lhe de sua idéia e convidou-o a acompanhar a experiência que iria fazer. Em seguida, mandou trazer uma jaula do zoológico e nela colocou o tal homem que vira na noite anterior. A princípio, o enjaulado manifestou estar confuso, repetindo para o psicólogo, que o observava do lado de fora: “Preciso pegar o trem! Devo ir para o trabalho! Não posso chegar atrasado!” À tarde, mais consciente do que estava acontecendo, começou a protestar, de forma veemente: “O rei não pode fazer isso comigo! É injusto, é contra a lei!” Falava com voz forte e seus olhos faiscavam de raiva.

Durante a semana, continuou com suas reclamações. Quando, diariamente, o rei passava pela jaula, o homem protestava contra o monarca. Mas este lhe respondia: “Você está bem alimentado, tem boa cama e não precisa trabalhar. Estamos cuidando muito bem de você. Por que essas reclamações?” Após algumas semanas, elas começaram a diminuir e, passados alguns dias, cessaram por completo.

Mais algum tempo e o prisioneiro começou a discutir com o psicólogo se seria conveniente dar a alguém alimento e abrigo, só para se fazer uma experiência. Demonstrava estar mais conformado. Defendia a ideia de que o ser humano tinha de aceitar tudo passivamente. Assim, quando, dias depois, um grupo de professores e alunos veio observá-lo, o enjaulado os tratou cordialmente, explicando-lhes que escolhera aquela maneira de viver. Mais: havia grandes vantagens em estar assim protegido. Afinal, não precisava se preocupar com inúmeras coisas secundárias e podia concentrar sua atenção sobre o que lhe interessava. “Que coisa estranha e curiosa”, pensou o psicólogo. “Por que ele deseja tanto que os outros aprovem sua maneira de viver?”

Nos dias seguintes, cada vez que o rei passava diante dele, o homem preso se inclinava, reverenciando-o, ao mesmo tempo em que lhe agradecia pelo alimento e abrigo. Quando julgava que ninguém o observava, mostrava-se impertinente e mal-humorado. Se alguém tentasse conversar com ele, já não mais procurava demonstrar as vantagens de estar preso e ser bem tratado, mas limitava-se a repetir: “É o destino!” Ou, então, dizia simplesmente: “É!”

É difícil dizer quando falou a última frase com algum sentido, mas o psicólogo percebeu que, um dia, o rosto do homem não tinha mais expressão alguma; o sorriso deixara de ser subserviente e tornara-se vazio, sem sentido. Não mais usava a palavra “Eu”. Aceitara a jaula. Não sentia raiva ou ódio; não mais raciocinava. Estava louco.

Naquela noite, em seu gabinete, o psicólogo procurou escrever o relatório final da experiência. Não conseguia encontrar os termos corretos, pois sentia uma grande inquietação interior. Não conseguia afastar a ideia de que alguma coisa se perdera e fora roubada do universo, naquela experiência. E o que restara era o vazio.

A fábula acima está baseada em um texto do psicólogo Rollo May. Ela diz mais do que muitas páginas sobre a liberdade, o uso que dela fazemos e as prisões que criamos em torno de nós e dos outros. Mas ela é, sobretudo, um hino à vida – esse extraordinário dom que recebemos do Criador.


Dom Murilo S.R. Krieger, scj, Arcebispo de São Salvador da Bahia - BA

A

O tempo urge. Não temos o direito de ser insensatos e imprudentes. (Dom Helder Câmara)




«Eu farei de vós pescadores de homens»

30 de Novembro: Santo André, apóstolo

Evangelho (Mt 4,18-22)

Caminhando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: «Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens». Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam no barco, com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Ele os chamou. Deixando imediatamente o barco e o pai, eles o seguiram.

Reflexão:

«Eu farei de vós pescadores de homens»

Hoje, é a festa de Santo André, Apóstolo, uma festa celebrada de maneira solene entre os cristãos de Oriente. Ele foi um dos primeiros jovens a conhecer Jesus à beira do rio Jordão e a ter longas conversas com Ele. Em seguida procurou seu irmão Pedro, dizendo-lhe «Encontramos o Cristo!» e o levou onde estava Jesus (Jo 2,41). Logo depois, Jesus chamou a esses dois irmãos pescadores seus amigos como lemos no Evangelho de hoje: «Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,19). No mesmo povoado, havia outros dois irmãos, Tiago e João, colegas e amigos daqueles primeiros e pescadores como eles. Jesus também os chamou para que O seguissem. É maravilhoso ler que eles deixaram tudo e O seguiram “imediatamente”, palavras que se repetem em ambos os casos. Não podemos dizer a Jesus: “depois”, “logo”, “agora tenho muito trabalho...”

Também a cada um de nós — a todos os cristãos — Jesus nos pede cada dia que ponhamos todo o que temos e somos ao seu serviço —isso quer dizer, deixar tudo, não ter nada como próprio— para que, vivendo com Ele as tarefas de nosso trabalho profissional e de nossa família, sejamos “pescadores de homens”. O que quer dizer “pescadores de homens”? Uma bonita resposta pode ser um comentário de São João Crisóstomo. Este Padre e Doutor da Igreja, diz que André não sabia explicar bem a seu irmão Pedro quem era Jesus, e por isso, «o levou à fonte da própria luz», que é Jesus Cristo. “Pescar homens” quer dizer ajudar os que estão ao nosso redor na família e no trabalho para encontrarem a Cristo que é a única luz para nosso caminho.

P
rof. Dr. Mons. Lluís CLAVELL (Roma, Italia)

A



EU TE LOUVO, PAI, SENHOR DO CÉU E DA TERRA

Lc 10,17-24


Ele exultou no Espírito Santo e disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra.

O evangelista Lucas nos narra o fato que dá lugar ao agradecimento de Jesus para com seu Pai pelos benefícios que tem outorgado à Humanidade.

Agradece a revelação concedida aos humildes de coração, aos pequenos no Reino.

Jesus mostra sua alegria ao ver que estes admitem, entendem e praticam o que Deus dá a conhecer por meio Dele. Em outras ocasiões, no seu diálogo íntimo com o Pai, também lhe agradecerá porque sempre o escuta. Elogia ao samaritano leproso que, uma vez curado de sua doença - junto com outros nove- retorna ele só, onde está Jesus para lhe agradecer o benefício recebido.

Escreve Santo Agostinho: «Podemos levar algo melhor no coração, pronunciá-lo com a boca, escrevê-lo com uma pena, que estas palavras: Graças a Deus. Não há nada que se possa dizer com maior brevidade, nem escutar com maior alegria, nem sentir-se com maior elevação, nem fazer com maior utilidade». Assim devemos agir sempre com Deus e com o próximo, inclusive pelos dons que desconhecemos, como escreveu São Josemaria Escrivá. Gratidão para com os pais, os amigos, os professores, os companheiros. Para com todos os que nos ajudem, nos estimulem, nos sirvam.

Gratidão também, como é lógico, com nossa Mãe, a Igreja.

A gratidão não é uma virtude muito usada ou freqüente, no entanto, é uma das que se experimentam com maior beneplácito. Devemos reconhecer que, às vezes, não é fácil vive-la. Santa Teresa afirmava: «Tenho uma condição tão agradecida que me subornariam com uma sardinha». Os santos têm agido sempre assim. E o têm feito de três maneiras diferentes, como indicava Santo Tomás de Aquino: primeiro, com o reconhecimento interior dos benefícios recebidos; segundo, louvando externamente a Deus com a palavra; e, terceiro, procurando recompensar ao bem feitor com obras, segundo as próprias possibilidades.

Seja sempre alguém agradecido.

E receberas a recompensa dos eleitos e não espere recompensas dos homens a não ser a ingratidão é isso que nos homens podemos fazer.


Pe. Emílio Carlos Mancini+
grãozinho de areia.

A

Desânimo


Quem nunca encontrou no seu caminho uma pessoa que se lamenta o tempo todo?
Pessoas a um tal nível de carência que nem elas mesmas se suportam.
Da mesma forma como podemos fazer com que nos amem nos valorizando, podemos fazer com que nos desprezem despertando nos outros esse tipo de sentimento.
Eu também já senti pena de mim algumas vezes.
Todos, de uma forma ou de outra, um dia, já passaram por isso. Durante um período meio difícil, uma caminhada mais pedregosa é normal se deixar um pouco desanimar. Anormal é fazer disso parte da vida e pensar que outros vão nos seguir nessa direção, que vão nos apoiar.
O apoio vem sim, temporariamente, se as pessoas notam que fazemos algo no sentido de ir em frente.
Mas matenha-se nessa posição por muito tempo e você vai notar que as visitas, os telefonemas e até e-mails serão cada vez mais raros.
A gente estende a mão com o coração aberto, mas se o braço fica estendido por muito tempo, acaba doendo e nesse caso só temos duas opções: ou cedemos e caímos no buraco também, ou regressamos e deixamos a ajuda de lado.
É muito pesado carregar as dores dos outros se elas só têm isso para oferecer.
Não que as pessoas se aproximem de outras somente no intuito de receber, mas a vida é uma troca e, conscientes ou não, estamos sempre em busca de coisas boas e bonitas, de alegrias e felicidade.
Seja uma pessoa agradável e sorridente e você vai ver como as pessoas vão procurar sua presença.
Espalhe alegria, coisas boas e positivas.
A



«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»
S. Mateus 4,18-22.

Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.»
E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.

Reflexão:
«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»

Quando ouviste a voz do Precursor [...], quando o Verbo Se fez carne e trouxe à terra a Boa Nova da salvação, vieste a seguir colocar-te na Sua companhia e ofereceste-te como primícias, como primeira oferenda, Àquele que de imediato deste a conhecer e que apontaste a teu irmão como o nosso Deus (Jo 1,35-42). Roga-Lhe que salve e ilumine as nossas almas [...], André, irmão do corifeu dos apóstolos.

Com a linha da pregação e o anzol da fé, deixaste a pesca do peixe pela pesca dos homens e afastaste do abismo do erro todos os povos; a tua voz ressoa por toda a terra. Vem instruir e iluminar todos aqueles que celebram a tua benigna memória, André, o primeiro a ser chamado [Protóclito] entre os discípulos.

Senhor, imitou a Tua Paixão aquele que Te seguiu igualmente na morte e, pela cruz, pescou do abismo da ignorância aqueles que por lá vagueavam, a fim de os levar até Ti. Por isso Te suplicamos, Senhor de bondade: por intercessão de André dá a paz às nossas almas.


Alegra-te, André, tu que anuncias por todo o mundo a glória de Deus com a eloquência do céu (Sl 18,2); tu, que foste o primeiro a responder ao chamamento de Cristo e te tornaste Seu amigo íntimo; tu, que imitando a Sua bondade, reflectes a Sua luz por sobre aqueles que habitam nas trevas. Por isso celebramos a tua festa e cantamos: «O seu eco ressoou por toda a terra, e a sua palavra até aos confins do mundo» (Sl 18,5).

A

Vigiai






Deus vem: na vida humana surge um acontecimento que transtorna tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e nossos projetos. Repentinamente ele se aproxima de nós e faz parte da nossa história; reconhece-o presente aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo. O anúncio profético parte de uma realidade decepcionante: um pequeno povo, sem importância para ninguém, será o centro religioso e espiritual de todos os povos, finalmente em paz. Isso só pode ser obra de Deus, inspirador, norma e termo do caminho da humanidade. E só aos olhos da fé é possível discernir o desígnio que se vai formando através dos acontecimentos banais, obscuros, pouco significativos; um desígnio que Deus revela como proposta sua para o crescimento e o bem de seus filhos, uma realização cujo acabamento não nos é dado conhecer, mas que um dia certamente se completará.

Ficai preparados

Na expectativa daquele dia é preciso vigiar, ficar preparados, agir com prudência e desapego, mas com empenho, pois no seio da história amadurece o plano de Deus. O tempo que se estende entre a vinda de Cristo e a sua manifestação na glória é reservado à conversão dos homens (At 3,19-21; Rm 11,25; 2Cor 6,2) e ao fortalecimento dos que creem (Ef 6,13; Rm 8,11), um tempo humano contendo em si o tempo de Deus, permitindo viver já na eternidade.

Só a graça de Deus e a conversão nos podem libertar das trevas e introduzir na "luz" da salvação. Por isso, Paulo fala em "acordar": a noite já passou; ninguém se comporta durante o dia como se estivesse dormindo!

A situação descrita pelo evangelho como insensatez e imprevidência - comer e beber, divertir-se, dormir, disputar, todos os desejos da carne - repete-se em nossas comunidades e em cada um de nós, e nos caracteriza perante o Deus que vem. Trata-se de tomar uma decisão fundamental, que depois encontrará nos diversos momentos a sua expressão concreta: tomar consciência da nossa pobreza, para esperar o Salvador; tomar consciência da responsabilidade que Deus nos confiou, despertando-nos do sono e iluminando-nos com sua palavra; esperar vigilantes sua vinda definitiva, quando se cumprirão todas as promessas e nos encontraremos com ele, a quem amamos sem tê-lo visto e no qual pusemos nossa fé (1 Pd 1,8).

A queda de Jerusalém surpreenderá os judeus como o ladrão da parábola surpreendeu o proprietário. Mas só para os negligentes, como eram os contemporâneos de Noé (evangelho), a vinda de Cristo se parecerá com a de um ladrão; para os que estiverem "vigilantes" na expectativa dos primeiros sinais do Reino, Cristo virá como um amigo (Ap 3,20-21).


Esperar o Cristo...


O ritmo da vida atual, cada vez mais agitado, as engrenagens de um sistema que pretende planejar todos os momentos do homem, mesmo o que há de mais privado, reduzem cada vez mais os limites do imprevisto. Tudo deve ser passado pelo computador, classificado, neutralizado, assegurado. Mas para o cristão, Cristo continua a ser um acontecimento revolucionador: quando irrompe em sua vida, impõe uma mudança radical que quebra e transforma a rotina cotidiana. Cristo não pode ser programado; deve ser esperado; devemos deixar em nossa vida um espaço para sua presença. A vigilância cristã permite ler em profundidade os fatos para neles descobrir a "vinda" do Senhor. Exige coração suficientemente missionário para ver essa vinda nos encontros com os outros.

...Senhor de Paz


O Senhor não vem no meio do ruído, não se encontra na agitação e na confusão. Veio na paz e para a paz. Uma palavra tão usada que se tornou banal: chama-se "paz" uma espécie de equilíbrio provocado pelo medo; todos falam de paz numa sociedade impregnada de violência e de opressão do homem pelo homem. Hoje desaparece até a paz mais simples, a da família. Só Cristo pode reunir os homens dispersos pelo egoísmo e fazer de todos um único povo pacifico a caminho do monte de seu Templo.

A hora de Deus chega até nós, porque cada instante da nossa vida contém a eternidade de Deus. É preciso não nos basearmos unicamente na sabedoria humana, e não esperarmos a intervenção ostensiva da parte de Deus. E no momento atual que é dada a salvação. Toda opção que se faz no presente, entre a luz e as trevas, é um sinal da vinda do Filho do homem.

A assembleia eucarística é a Igreja em estado de vigilância, que aprende a ler a vinda do Senhor nos acontecimentos e que encontra o Senhor da glória na história da salvação e na dos homens.


A

Louvo-te, ô pai!

O Pai é quem prepara e move o coração humano para receber o Messias, no seu advento. Ao conhecer Jesus, o ser humano sente-se atraído por ele, e deseja ir ao seu encontro. Sem esta espécie de "sedução", dificilmente a pessoa romperá a barreira dos obstáculos que lhe impedem estar em comunhão com Jesus.

Ao proclamar que o Pai comunica-se com os pequeninos, revelando-lhes as coisas referentes ao Messias e ao Reino, e as escondendo aos sábios e entendidos, Jesus indica a postura de quem nutre o desejo de encontrar-se com o Cristo, por ocasião de sua segunda vinda. O pequenino tem consciência de necessitar da misericordiosa ajuda de Deus, pois reconhece sua incapacidade de, com as próprias forças, alcançar a salvação. A humildade torna-o consciente de suas carências e limitações, as quais não podem ser supridas sem o auxílio divino. Isto é motivo de louvor!

Os sábios e entendidos, pelo contrário, em seu orgulho e autossuficiência, julgam-se capazes de se salvar, por si sós. Estão convencidos de poder conseguir tudo o que querem, prescindindo de Deus. E se frustram!

Fazer-se pequenino é obra divina.

Só Deus pode libertar-nos das cadeias do orgulho, que nos induz ao erro de nos considerarmos mais do que, realmente, somos.


A

Advento

Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia, com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não ser surpreendido.

A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.

Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de seu jeito.

Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade a Deus e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.

O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isto é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.

Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”.

Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isto, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.

Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.


Dom Paulo Mendes Peixoto, Bispo de São José do Rio Preto - SP

A

No fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de

ver nossos problemas resolvidos por decreto. (Paulo Leminiski)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ADVENTO: TEMPO DE ALEGRIA E ESPERANÇA

A Igreja celebra o Tempo do Advento, marcando o começo de um novo Ano Litúrgico. Liturgia significa “serviço”, portanto iniciamos um novo ano de serviço a Deus!
O Advento é um tempo especial em que somos convidados a uma atitude de vigilância e expectativa, preparando-nos para a celebração do nascimento de Jesus Cristo.

As leituras deste tempo nos convidam à vigilância, à oração, à conversão, à abertura para ouvir e acolher a palavra de Deus como fez Maria. São textos proféticos que nos incitam à mudança de vida, à espera do Salvador que vem, vivendo hoje o mesmo espírito de preparação do povo do Antigo Testamento.

É um tempo propício de penitência, mas também de alegria e esperança na vivência do mistério da encarnação de Deus que veio para nos salvar. Ele se fez homem no seio da Virgem Maria e assumiu plenamente nossa humanidade, igual a nós em tudo, exceto no pecado, como nos lembra o apóstolo Paulo.

O Advento é tempo de espera desse grande evento da história humana: a visita do nosso Deus e Pai pelo nascimento de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a grande graça de Deus para nós. A percepção desta graça leva a nós cristãos a festejar. Esta festa é tão alegre, grande e contagiante que dela participam até aqueles que não o conhecem ou se tornaram indiferentes a Ele.

Deixando de lado formas pagãs de festejar, que por vezes afetam até nós cristãos, o Advento e a celebração do Natal são grandes momentos de retomada da nossa adesão a Jesus Cristo. Essa retomada consiste na vontade nossa de nos deixar evangelizar por Jesus Cristo e engajar-nos em nome dele na evangelização dos que se afastaram dele, ou se tornaram indiferentes, ou ainda o desconhecem.

O Advento nos prepara para o Natal, a celebração do mistério de Deus que se faz criança e assume nossa humanidade. Natal é a abertura do homem para um horizonte maior, horizonte que lhe dá a possibilidade de ter e realizar um sentido de vida que o conduza e o satisfaça, fazendo com seja verdadeiramente ele mesmo, portanto salvo.
Pois no Natal celebramos o inaudito: Deus se fez (e liturgicamente sempre se faz) homem. Natal é o anúncio da benignidade de Deus, da surpreendente comunhão entre o divino e o humano, uma comunhão que é “salus”, isto é, saúde radical, salvação.

Natal é salvação não no sentido de que o homem, para ter abertura, comunhão e participação com o divino, deve se tornar menos homem, mas que deve se tornar tão homem quanto Jesus Cristo o foi. É grande esse mistério de bondade.

A compreensão e a recepção desse mistério na vida nossa pessoal, eclesial, comunitária e social não é fácil, e não é fácil fazer com que ela se torne “história”. Ela implica transformação. E a transformação do ser humano é sempre processo lento, que exige constância, empenho e vigilância, numa saudável repetição de reflexões e exercícios religiosos.

Durante o Advento, a Igreja no Brasil realiza a Campanha da Evangelização. Ela é a possibilidade que nos é dada de nos tornarmos solidários com todo o processo de evangelização, colocando à disposição do Evangelho pequena parcela de nossos recursos como sinal de gratidão por termos sido nós próprios alcançados pelo santo Evangelho.

O tempo litúrgico do Advento é destinado ao cultivo desse empenho e dessa vigilância, passando pela boa percepção da insuficiência, fragilidade e maldade da “condição humana”. Quanto mais fizermos ecoar em nós essa experiência, com maior alegria estaremos celebrando o Natal, pois perceberemos pela experiência que, em Jesus Cristo, o divino faz de fato levedar o humano e lhe dá transformação e sentido pleno.

Vivendo o Advento, portanto, já estamos celebrando o Natal. E celebrando o Natal, estaremos de fato vivendo o feliz Advento do Senhor.

Dom Fernando Mason

A




SOMOS SIMPLES SERVOS FIZEMOS O QUE DEVÍAMOS FAZER

Lc 17,5-10


Somos simples servos fizemos o que devíamos fazer

Neste Evangelho, Cristo fala-nos mais uma vez de serviço. O Evangelho insiste sempre no espírito de serviço.

Para isso, ajuda-nos a contemplação do Verbo de Deus encarnado-o servo de Javé, de Isaías— que «despojou-se, assumindo a forma de escravo» (Flp 2,2-7).

Cristo afirma também: «Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22,27), pois «o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos» (Mt 20,28). Numa ocasião, o exemplo de Jesus concretizou-se realizando o trabalho dos escravos ao lavar os pés dos discípulos. Queria deixar bem claro, com este gesto, que seus seguidores deviam servir ajudar e, amarem-se uns aos outros, como irmãos e servidores de todos, como propõe a parábola do bom samaritano.

Devemos viver toda a vida cristã com sentido de serviço sem crer que estamos fazendo algo extraordinário. A vida familiar, profissional, e social — no mundo político, econômico, etc.— deve estar impregnada desse espírito. «Para servir, servir», afirmava São Josemaria Escrivá; ele queria expressar que para “ser útil” é preciso viver uma vida de serviço generoso e não buscar honras, glórias humanas ou aplausos.

Os antigos afirmavam o “nolentes quaerimus” —«procuramos para os cargos de governo pessoas que não os ambicionam; aqueles que não desejam figurar»— quando deviam fazer nomeações hierárquicas. Esta é a intencionalidade própria dos bons pastores dispostos a servir à Igreja como ela quer ser servida: assumir a condição de servos como Cristo.

Recordemos, segundo as palavras de Santo Agostinho, como deve exercer-se uma função eclesial: «Non tam praeesse quam prodesse»; não com o mando ou a presidência, mas com a utilidade e o serviço.

A
Pe. Emílio Carlos Mancini+
grãozinho de areia.




Amanhã é dia de participar da Santa Missa.

Não invente desculpa para não PARTICIPAR.

Participar? Sim, participar é muito diferente de assistir. Assistir é apenas ficar observando e “vendo acontecer”. Participar significa ficar atento ao que dirão as Leituras e o Evangelho.

É para decorar o que for dito?

Não. É para ENTENDER e aplicar em seu dia a dia.

O verdadeiro cristão tem de FAZER OBRAS, pois, “uma fé sem obras é morta em si mesma” como já dizia São Tiago; ou seja, se você não faz nada por seu irmão, você não é um verdadeiro cristão.

DIZER-SE cristão é fácil; SER cristão não!

A


Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
O nosso Deus vem manifesto e não se calará (Sl 49, [50], 2). Cristo Senhor, nosso Deus, o Filho de Deus, que veio oculto no primeiro advento, virá manifesto no segundo. Quando veio oculto, revelou-se apenas a seus servos; quando vier manifesto, se revelará aos bons e aos maus.
Quando veio oculto, veio para ser julgado; quando vier manifesto, virá para julgar. Quando foi julgado, calou-se, e de seu silêncio havia predito o Profeta: Como um cordeiro foi conduzido ao matadouro; como uma ovelha que permanece muda na presença de seus tosquiadores, ele não abriu a boca (Is 53, 7).
Mas o nosso Deus vem manifesto e não se calará. Quando vier para julgar, ele não se calará como quando veio para ser julgado. Desde agora não se cala, se há quem o escute; mas foi dito: não se calará, quando então mesmo os que presentemente o desprezam reconhecerão a sua voz. Agora, quando se declaram os preceitos de Deus, alguns chegam a rir. Como não se mostra ainda o que Deus prometeu, nem se vê o cumprimento de suas ameaças, eles se riem dos seus preceitos. Por ora, com efeito, a felicidade dita deste mundo, também os maus a têm; e a infelicidade dita deste mundo, também os bons a possuem.
Os homens que crêem nas realidades presentes, mas não nas futuras, observam que os bens e os males do mundo atual cabem indistintamente aos bons e aos maus. Se querem riquezas, vêem tanto homens bons como homens péssimos as possuírem. Vêem também, se detestam a pobreza e as misérias deste mundo, que delas sofrem não só os bons, mas também os maus. E dizem em seu coração que Deus não se ocupa das coisas humanas, mas nos deixou completamente abandonados ao acaso, nos confins deste mundo, privados de qualquer providência. Por isso, se instala neles o desprezo pelos preceitos, porque não vêem a manifestação do juízo.
Contudo mesmo agora, todos podem perceber que Deus, quando quer, olha e castiga, sem deixar para depois; porém, quando quer, pacienta. E por que? Porque se jamais castigasse no presente, não se acreditaria em sua existência; se, por outro lado, condenasse tudo desde agora, nada reservaria para o juízo. Muitas coisas são, pois, reservadas para o juízo, e algumas julgadas no presente, para que temam e se convertam os que têm sua vez adiada. Deus não tem prazer em condenar, mas em salvar; por isso é paciente para com os maus, a fim de torná-los bons. Diz o Apóstolo que a ira de Deus revela-se contra toda impiedade (Rm 1, 18) e que Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras (Rm 2, 6).
Na verdade, o Apóstolo admoesta e repreende o desprezador, dizendo: Acaso desprezas as riquezas de sua bondade, de sua tolerância? (Rm 2, 4). Porque ele é bom, tolerante e paciente para contigo, poupa-te e não te destrói, não fazes caso, pensando que Deus não julga, desconhecendo que a bondade de Deus te convida à conversão. Por causa de teu endurecimento e de teu coração impenitente, estás acumulando ira para ti mesmo, no dia da ira, quando se revelará o justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras (Rm 2, 4-6).
A

Meus caros, entramos no Santo Tempo do Advento. Percebam como os Santos Padres falam da Vinda de Cristo. São dois momentos marcantes: seu primeiro Advento, em Belém, e o segundo, no Fim dos Tempos, quando será tudo em todos.
As duas sustentam todas as mais ou menos discretas vindas, dia após dia, do Senhor a nós, para que aprendamos a conhecê-lO e a viver com Ele para sempre. Esta é a razão de ser de nossa vida.

Pois bem, a exemplos de textos dos Santos Padres que nos mostram essa dinâmica da Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Segue abaixo um trecho das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo.


Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina.

Aliás, tudo o que concerne a nosso Senhor Jesus Cristo tem quase sempre uma dupla dimensão. Houve um duplo nascimento: primeiro, ele nasceu de Deus, antes dos séculos; depois, nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla descida: uma, discreta como a chuva sobre a relva; outra, no esplendor, que se realizará no futuro.




Na primeira vinda, ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na segunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, ele suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercado de uma multidão de anjos.

Não nos detemos, portanto, somente na primeira vinda, mas esperamos ainda, ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: Bendito o que vem em
nome do Senhor (Mt 21,9), aclamaremos de novo, no momento de sua segunda vinda,
quando formos com os anjos ao seu encontro para adorá-lo: Bendito o que vem em nome do Senhor.

Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que se constituíram seus juízes. Ele, que ao ser julgado, guardara silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores que o levaram ao suplício da cruz, e lhes dirá: Eis o que fizestes e calei-me (Sl 49,21).

Naquele tempo ele veio para realizar um desígnio de amor, ensinando aos homens com persuasão e doçura; mas, no fim dos tempos, queiram ou não, todos se verão obrigados a submeter-se à sua realeza.

O profeta Malaquias fala dessas duas vindas: Logo chegará ao seu templo o Senhor que tentais encontrar (Ml 3,1). Eis uma vinda.

E prossegue, a respeito da outra: E o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe,
quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros;
e estará a postos, como para fazer derreter e purificar (Ml 3,1-3).

Paulo também se refere a essas duas vindas quando escreve a Tito: A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a
impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando
a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tt 2,11-13).
Vês como ele fala da primeira vinda, pela qual dá graças, e da segunda que esperamos?

Por isso, o símbolo da fé que professamos nos é agora transmitido, convidando-nos a crer naquele que subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Nosso Senhor Jesus Cristo
virá portanto dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia. Dar-se-á a consumação do mundo, e este mundo que foi criado será inteiramente renovado.

Entramos no Santo Tempo do Advento e no Ano Novo do Senhor de 2012.
Abaixo um texto , comentário à I Leitura desde domingo passado.
Santo Advento a todos, Feliz 2012 e boa leitura:



"Ah! Se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti. Desceste, pois, e as montanhas se derreteram. Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam." (Is 63,19b; 64, 2b-3)



Como são belos os sentimentos do santo autor!!! Com este texto, na Santa Missa de hoje, iniciamos o Santo Tempo do Advento, da preparação para a vinda do Senhor. Também com isso iniciamos o Ano do Senhor de 2012. Por isso, um santo ano novo a todos!

O texto é do século VI aC, depois do exílio de Babilônia. Faz parte dos escritos do chamado Trito-Isaías, um autor anônimo, que publicou seus textos sob a égide da Profeta Isaías, para que, tornando-se conhecidos, pudessem ser uma palavra de consolo e esperança a Israel. Aliás, é de esperança que esse tempo nos quer falar.

"Ah! Se os céus se abrissem!!!" Ah!, Senhor! Se eles se abrissem, poderíamos olhar para o alto e ver que nossa vida é tão mais do aquilo que podemos ver, apalpar, sentir, raciocinar, pesquisar, fazer... Ah! Senhor, se eles se abrissem, nosso horizonte se abriria, nosso coração se dilataria, nossa mente se tronaria humilde diante do grandioso mistério que se encontraria diante dela. Ah! Senhor, se os céus se abrissem!

Há tantos de nós e tanto dentro de nós que ainda desejam que os céus se abram, que uma esperança surja para eles, que seu pulmão respire um ar novo e fecundo de perenidade, que sua vida se preencha de realidades que não passam, porque tudo parece tão instável, tão confuso, tão injusto, tão mesquinho, dentro e fora de nós!!! Ah,se descesses! Que presente não seria. Já não mais precisaríamos enganar nossos filhos com a figura do Papai Noel, com a figura de um mundo que passa, que se estraga, que murcha, que se estraga! Já não precisaríamos pô-los na esteira da morte, que parece levar todos os homens nos seus hábitos que levam a defender o ego, os apegos, o lucro violentador, a injustiça, a violência, o abandono, a falta de paz!!! Tudo isso, Senhor, se eles se abrissem!

Há tantos de nós e tanto em nós que jamais se abre a esse céu!!! E isso é o que há de pior, Senhor, porque, nesse caso, não há perspectiva de esperança para nós, a não ser a própria destruição! Senhor, há tantos de nós e tanto em nós que só respira morte e apesar de, no mais profundo e íntimo do ser, surge, mesmo que abafado o grito: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descessem!"

Mas o Profeta hoje vem nos dar um alento, um sinal de esperança. Ele saiu de Babilônia e voltou a Jerusalém. Ela estava destruída, e isso o levava a gritar: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descessem!" Mas o Profeta não havia se prendido a isso. Ele, com seu povo, estava em Jerusalém. Canta o salmista: "quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar. Encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios de canções! Maravilhas fez conosco o Senhor! (Cf. Sl 125). Pois bem, o profeta também atrás: Sim, "desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti". Quem eram as montanhas? O poder de Babilônia. Ele se desmantelou, ele passou, ele foi destruído.

Em nós, as montanhas estão nos pecados mais enraizados no fundo do coração. São eles palavras interiores, comandos que nos põem na "rede que envolve todos os mortais". São eles que derramam para fora de nós o fel que anuvia a esperança e a paz. São eles que fazem adoecer a nossa vida, a nossa história, a nossa ciência, a nossa política, a nossa economia, a nossa paternidade, o nosso ensino, o nosso ser inteiro. São como nuvens tenebrosas que fecham o horizonte do nosso coração.

Ah! O profeta... Ele nem sabia do que estava falando. Era como uma parábola, uma metáfora para dar a conhecer o seu povo o teu poder. Mas desceste mesmo, desceste de verdade, desceste em carne e osso, e entraste em nossos infernos, em nossas montanhas escarpadas, que dificultam nosso caminhar. Viveste nossa história, tocaste em tudo, "encheste tudo de formosura" (Cf. São João da Cruz) e nosso olhar agora pode se abris, nosso coração se dilatar, nossa vida voltar a ter esperança, nosso horizonte poderá ser contemplado!!!

Sim, Senhor, desceste! Desce em nós, no mais profundo de nós e revira todas as lógicas que desgraçam o homem contra suas próprias contradições. Porque descestes em um inferno que ninguém talvez tenha descido e ressurgistes dos mortos, no seio do Pai. Diz Saõ Paulo, "Aquele que desceu é o mesmo que subiu!" Os céus se rasgaram, se escancararm, o próprio Pai celeste disse: "Tu és o meu Filho amado!" Ele disse isso mesmo a nós no dia de nosso Batismo. Por seu Verbo e Filho, continuamente vem dizer a nós: "tu és meu filho amado, eu te gerei, em ti ponho meu bem querer!" (Cf. Is 42,1; Sl 2,7).

Na expectativa de vossa vinda final, Senhor, te esperamos cada dia. Cada dia elevaremos o clamor do profeta: "Ah, Senhor! Se os céus se abrissem e descesses! Mas tu desceste, e as montanhas se derreteram diante de ti!" Pois cada dia tu mostras, revelas, que tu és tu mesmo que desces a nós: na Eucaristia, na vossa Palavra, nos irmãos, em nossa família, no meio de nossos colegas de trabalho, pelos amigos e inimigos, pelos irmãos carentes, no meio de nossa história pessoal e coletiva. Eis que vens vindo sempre, para que naquele Dia que só tu conheces, possamos ver-te face a face!

Hoje, Senhor, entregamos a ti, no início de um novo tempo, neste Advento, nossa esperança, para que o Natal seja para nós um momento de vigor tão grande que nossas esperanças tão menores possam ser transfiguradas em teu fogo de amor e tais como as montanhas que também passam, pois se tivermos fé, "poderemos dizer a uma montanha 'põe daqui para lá' e ela obedecerá". O problema é que nossa fé não chega ao tamanho de méson pi, e pede, suplica diante de ti que estejas sempre abrindo os céus para nós e sempre amplie nosso respirar, dilate nosso coração e revigore nossa esperança naquilo que pode e deve ser esperado, para além de todas as esperanças e desesperanças humanas, pelas quais passaremos até limpidamete enxergarmos vosso rosto.

Sim, Senhor, os céus se rasgaram e descesses! Quando vermos na manjedoura um Menino, ali estará o sinal de nossa esperança. Ele é tão frágil, tão pequeno, chora, sente frio, faz cocô, tem fome. Que sinal de contradição nossa esperança! Mas só nesse sinal nossas tão reais contradições podem encontrar um sentido e uma verdade que lhes diga respeito, que lhes dê uma lógica toda nova, ultrapassando todas as nossas lógicas iludidas, estultas e enlouquecidas!

Seja ele a nossa paz, que do que está dividido faz Um, porque Um é Ele com o Pai e o Espírito Santo! Que ao vê-lo no presépio possamos lembrar de que Ele vem, e Ele nos vê e contempla. Contemplemo-lo, com os olhos límpidos. Que se abram os céus de nosso coração para um Santo e Feliz Natal!!!

A

Em Nossa Senhora e por Ela é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação



O mundo era indigno, diz Santo Agostinho, de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai. Por isso, Ele o deu a Virgem Maria a fim de que o mundo o recebesse por meio dEla. Em Nossa Senhora e por Ela é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação.

Deus Espírito Santo formou Jesus Cristo em Maria Santíssima, mas só depois de lhe ter pedido consentimento por intermédio de um dos primeiros ministros da corte celestial.

A conduta das três pessoas da Santíssima Trindade, todos os dias na Igreja, é a mesma que teve na encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, e esse procedimento há de perdurar até a consumação dos séculos, na última vinda de Cristo.

A Virgem Maria é o Santuário, o repouso da Santíssima Trindade em que Deus se encontra mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo.

Devemos, portanto, exclamar com o apóstolo: os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Nossa Senhora, o milagre dos milagres da graça, da natureza e da glória (ICor 2,9).

Pensamentos de São Luis de Montfort

A



É essa pronúncia que nos torna filhos de Deus.

O Pai pronunciou o seu Verbo que se fez carne para que nós carne nos tornemos Verbo de Deus!

São João da Cruz diz que: " Deus em toda a sua vida pronunciou uma única palavra, e essa palavra é seu Verbo, gerado no silêncio, e apenas no silêncio haveria de ser escutada”.

Vejam bem, meus caros: a Palavra é concebida no silêncio, lá onde somos nós mesmos, lá onde o presente delineia o futuro, lá onde o horizonte se abre e nos enche de esperança para que a vida aconteça valendo à pena.

É preciso que encontremos a Palavra ali, no interior de nossa vida, nas suas reclamações, no interior de nós mesmos, no meio dos demônios, que se alimentam do nosso nada.

Lá, ele diz: “Que tens a ver conosco, Filho de Deus?” Da mesma forma, que a pronúncia da Palavra de Deus cria o universo do nada, essa mesma pronúncia nos recria sempre a partir de nosso nada!

Para tanto, é preciso que Jesus, homem sem pecado (seria absurdo porque gerado dentro da própria natureza divina; Ele é, pois, o alvo!) entre em nossa vida, visite-a, como visitou aquela região inóspita.

Afinal, que tem Ele a ver conosco? Que tem Ele a ver com nossas sepulturas, por meio das quais continuamos a andar, em lugares onde ninguém pode chegar perto, sob pena de haver uma violência? Que tem ele a ver com nossos demônios e nosso inferno?

Diz São João Crisóstomo: “Jesus Cristo entrou no abismo conquistando os infernos. Naquele dia, ‘Ele despedaçou as portas de bronze, quebrou os ferrolhos de ferro’, como disse Isaías (Is 45,2)”. Esse é um trecho de sua homilia sobre a palavra “cemitério” e sobre a cruz.

São João Crisóstomo se refere à descida à Mansão dos Mortos. Essa descida se deu hoje, no coração do endemoninhado de Gerasa, em meu coração, e em teu coração. Hoje, ele quebrou trancas de ferro, arrombou portas de bronze.

Somos livres. E nossa liberdade consiste nisto: em escutá-lo, em transfigurarmo-nos conforme a moção do seu Espírito (Sopro, Voz) em nosso interior. Escutemo-lo, para não sermos mais joguetes dos demônios.

E rezemos com o salmista (Salmo 106):

– 10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *prisioneiros da miséria e das correntes,
– 11 por se terem revoltado contra Deus *e desprezado os conselhos do Altíssimo.
– 12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *eles tombaram e ninguém veio ajudá-los!
– 13 Mas gritaram ao Senhor na aflição *e Ele os libertou daquela angústia.
– 14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *despedaçou suas correntes, seus grilhões.
– 15 Agradeçam ao Senhor por seu amor *e por suas maravilhas entre os homens!
– 16 Porque ele arrombou portas de bronze *e quebrou trancas de ferro das prisões!
– 17 Uns deliravam no caminho do pecado, *sofrendo a conseqüência de seus crimes;
– 18 todo alimento era por eles rejeitado *e da morte junto às portas, se encontravam.
– 19 Mas gritaram ao Senhor na aflição *e Ele os libertou daquela angústia.
– 20 Enviou sua palavra e os curou *e arrancou as suas vidas do sepulcro.
– 21 Agradeçam ao Senhor por seu amor *e por suas maravilhas entre os homens!
– 22 Ofereçam sacrifícios de louvor *e proclamem na alegria suas obras!
– Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo,*
Como era no princípio, agora e sempre. Amém!

É essa pronúncia que nos torna filhos de Deus.
Pe.Emilio Carlos+
A