Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 31 de março de 2015

 Quem é o possível traidor?

"Terça-feira Santa: Quem é o possível traidor?

“Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?” Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Isca­riotes. Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. “Vós me procurareis, e agora vos digo como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”. Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim?” “Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”. (João 13, 21-33. 36-38).
**********************************  ************************    ********************  
Nestes dias precisamos estar atentos ao que Deus nos fala. Jesus colocou em cheque à amizade e a fidelidade de todos os discípulos, e todos se questionavam: “Acaso, serei eu, Senhor?” Porque Jesus diz “é aquele que come comigo”, mas todos estavam comendo com Ele na Ceia derradeira, portando cada um deles poderia ser o possível traidor. O mais importante àquele que o traiu não conseguiu experimentar, apesar do meu pecado o Senhor me ama e o seu amor é infinitamente superior ao meu erro e traição. O maior pecado de Judas não foi a traição, foi o desespero em não confiar na infinita misericórdia de Deus!

A traição de Judas está pautada com alusão a passagem do Profeta Zacarias 11,12 que diz: “o preso da venda de um escravo ou de um mês de trabalho”, de uma vida que deveria ter um preso muito alto, mas na verdade quem estava comprando a nós era o Senhor com o preço de sua Vida. A figura de Judas faz com que a gente tente imaginar o processo interno que ele viveu, e não foi fácil. A Igreja desde seus primórdios, via na lembrança da traição um exame de consciência, pois a resposta pessoal de Jesus pode dirigir-se de novo a novos traidores de sua Pessoa.

Aqui a Igreja não dá nenhuma sentença sobre Judas, ele está entregue a infinita misericórdia de Deus. Nós é que precisamos fazer o nosso exame de consciência, pois trazemos dentro de nós potenciais traidores, quando pecamos ou quando negamos a Deus e a nós mesmos. Judas não chama Jesus de Senhor como os outros discípulos, mas o chama de Rabi, que quer dizer mestre. (cf. Mateus 26,25).

Mestre, professor, qualquer um poderia ter muitos naquela época, mas Senhor somente um, ou seja, Jesus era somente mestre de Judas e não Senhor de sua vida. O “ai” do narrador do evangelho, não é somente compaixão por Jesus, mas a dor pelo fato de que entre os doze haja um traidor. A Palavra de Deus é uma contradição, como relatar um fato de fracasso tão grande como esse entre os discípulos de Jesus. Fazendo um exame de consciência, agora eu e você podemos nos perguntar: “Acaso, serei eu, Senhor?”.

É preciso deixar vir para fora os pequenos e grandes pecados que possam me tornar um outro Judas. Mesmo diante deste fato de perceber um traidor dentro de mim, eu não posso perder a chance de confessar e receber de Deus a misericórdia destinada para o Coração arrependido. Pedro também negou e traiu Jesus, só que Pedro reconheceu o seu pecado e chorou amargamente lavando-se na Misericórdia do Senhor, enquanto Judas, na sua soberba e falta de esperança não acreditou que poderia ser perdoado de pecado tão grande.

Pois, não conhecendo verdadeiramente a Deus Judas deixou-se afogar pelo seu pecado.
___________________________________________
Oração: Senhor, diante da minha traição, dos meus pecados está as minhas lágrimas de dor como as de Pedro por não ter reconhecido tamanho amor e misericórdia. Reconheço que meus pecados e fraquezas são grandes, mas nunca maiores do que a chance de começar de novo, reconhecer, levantar a cabeça e confiar que não há pecado tão grande, que seja maior que Teu perdão e mereça a Tua misericórdia. Jesus não permita que o pecado me segue a ponto do desespero tomar conta do meu coração, daí me a virtude da esperança, que alimenta a minha fé e a fortaleza no Teu Espírito para não me entregarão mal. E mesmo quando for surpreendido pela minha fraqueza eu possa disser como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo, sabes que eu Te amo”! Amém" “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”.

 Nestes dias precisamos estar atentos ao que Deus nos fala. Jesus colocou em cheque à amizade e a fidelidade de todos os discípulos, e todos se questionavam: “Acaso, serei eu, Senhor?” Porque Jesus diz “é aquele que come comigo”, mas todos estavam comendo com Ele na Ceia derradeira, portando cada um deles poderia ser o possível traidor.

O mais importante àquele que o traiu não conseguiu experimentar, apesar do meu pecado o Senhor me ama e o seu amor é infinitamente superior ao meu erro e traição.
O maior pecado de Judas não foi a traição, foi o desespero em não confiar na infinita misericórdia de Deus!

A traição de Judas está pautada com alusão a passagem do Profeta Zacarias 11,12 que diz: “o preso da venda de um escravo ou de um mês de trabalho”, de uma vida que deveria ter um preso muito alto, mas na verdade quem estava comprando a nós era o Senhor com o preço de sua Vida.

A figura de Judas faz com que a gente tente imaginar o processo interno que ele viveu, e não foi fácil. A Igreja desde seus primórdios, via na lembrança da traição um exame de consciência, pois a resposta pessoal de Jesus pode dirigir-se de novo a novos traidores de sua Pessoa.

Aqui a Igreja não dá nenhuma sentença sobre Judas, ele está entregue a infinita misericórdia de Deus. Nós é que precisamos fazer o nosso exame de consciência, pois trazemos dentro de nós potenciais traidores, quando pecamos ou quando negamos a Deus e a nós mesmos.
Judas não chama Jesus de Senhor como os outros discípulos, mas o chama de Rabi, que quer dizer mestre. (cf. Mateus 26,25).
Mestre, professor, qualquer um poderia ter muitos naquela época, mas Senhor somente um, ou seja, Jesus era somente mestre de Judas e não Senhor de sua vida.

O “ai” do narrador do evangelho, não é somente compaixão por Jesus, mas a dor pelo fato de que entre os doze haja um traidor.
 A Palavra de Deus é uma contradição, como relatar um fato de fracasso tão grande como esse entre os discípulos de Jesus.

Fazendo um exame de consciência, agora eu e você podemos nos perguntar: “Acaso, serei eu, Senhor?”.

É preciso deixar vir para fora os pequenos e grandes pecados que possam me tornar um outro Judas. Mesmo diante deste fato de perceber um traidor dentro de mim, eu não posso perder a chance de confessar e receber de Deus a misericórdia destinada para o Coração arrependido.
Pedro também negou e traiu Jesus, só que Pedro reconheceu o seu pecado e chorou amargamente lavando-se na Misericórdia do Senhor, enquanto Judas, na sua soberba e falta de esperança não acreditou que poderia ser perdoado de pecado tão grande.
Pois, não conhecendo verdadeiramente a Deus Judas deixou-se afogar pelo seu pecado.
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Oração: Senhor, diante da minha traição, dos meus pecados está as minhas lágrimas de dor como as de Pedro por não ter reconhecido tamanho amor e misericórdia. Reconheço que meus pecados e fraquezas são grandes, mas nunca maiores do que a chance de começar de novo, reconhecer, levantar a cabeça e confiar que não há pecado tão grande, que seja maior que Teu perdão e mereça a Tua misericórdia. Jesus não permita que o pecado me segue a ponto do desespero tomar conta do meu coração, daí me a virtude da esperança, que alimenta a minha fé e a fortaleza no Teu Espírito para não me entregarão mal. E mesmo quando for surpreendido pela minha fraqueza eu possa disser como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo, sabes que eu Te amo”! Amém
A TRAIÇÃO DENUNCIADA POR UM BEIJO DE PAZ
 
A vida de Jesus foi pontilhada de experiências humanas dramáticas. A infidelidade de seus amigos mais íntimos foi, sem dúvida, uma das que mais o fizeram sofrer. 
Afinal, o chamado, a missão que lhe confiara e os ensinamentos partilhados eram sinais da sua benevolência e amizade.
A denúncia da futura traição de Judas e da negação de Pedro revelam a consciência de Jesus em relação ao grupo de discípulos. 
Ele deve ter intuído que estes não estavam preparados para enfrentar a provação que se avizinhava.
Judas tinha ideais não totalmente compatíveis com os do Mestre. 
Os evangelhos frisam seu mau caráter e falta de escrúpulos com os donativos oferecidos para o sustento do grupo. 
Pedro tinha uma personalidade impulsiva, com arroubos de entusiasmo, mas reticente na hora de defrontar-se com o perigo.
A situação de Judas e a de Pedro não eram isoladas. 
Os demais discípulos padeciam da mesma insegurança. Assim, na medida em que se aproximava a hora de Jesus, foram também entrando em pânico e acabaram fugindo, deixando o Mestre no mais total abandono.
A vida de Jesus parecia estar fadada a concluir-se com uma enorme frustração. 
Traído, negado e abandonado pelos amigos, viu ruir um projeto acalentado com muita esperança.

Oração
 
Senhor Jesus, dá-me forças para permanecer contigo na hora da provação, sem cair na tentação de escolher o caminho fácil da fuga.

TODA FRAQUEZA HUMANA PRESENTE EM JUDAS

Jo 13,21-33.36-38 Um de vós me entregará... O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.
                            
Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 

Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?” Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”. Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.
Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.
Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”. - Palavra da Salvação.
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Através da Santa Ceia Jesus revela por completo seu amor, amor de quem está disposto a dar a vida pelo irmão. Em contrapartida Judas com seu gesto desprezível de traição, expõe toda a fraqueza humana. Judas infelizmente não conseguiu ver a verdadeira face de Cristo, esperava que como Filho de Deus, deveria impor a sua vontade, não vislumbrou que o reino de amor só é compreendido através da fé.

E nós, será que já conseguimos ver a verdadeira face de Cristo, ou ainda estamos tentando criar o nosso próprio Jesus?
 
Amar ou Negar e trair... Você decide!
 
É olhando nessa perspectiva joanina que agora podemos focar Judas e Pedro. Um que o traiu, e outro que o negou. Dois pecados da mesma gravidade. Judas agiu assim, porque já tinha delineado dentro dele o modelo de Jesus que ele queria e ambicionava, para sair-se vitorioso em suas ambições possivelmente revolucionárias, é difícil fazer um juízo sobre a ação do traidor, talvez o tenha traído porque ele o havia decepcionado, por não ser o modelo que ele havia delineado dentro de si, ou talvez o traiu, por acreditar que na hora em que a cobra fosse "fumar" Jesus manifestaria o seu Messianismo poderoso e daria a volta por cima, "virando o jogo". Mas são apenas hipóteses...
Já Pedro o negou por medo de comprometer-se, estava ali como um curioso, nem conhecia o tal homem... Evidentemente que depois, quando seus olhos cruzaram com o de Jesus, Pedro sentiu na alma a dor da sua negação e chorou amargamente, e acreditou na Misericórdia Divina, maior que o seu pecado. Judas não! Possivelmente sentiu que o seu pecado não teria perdão, não acreditava e nunca acreditou que Deus o amaria, com a mesma intensidade, depois da sua traição, e preferiu a loucura da morte, porque a ideia de olhar para os olhos de Jesus, o aterrorizava.
A traição de Judas é obra de satanás. Não se deve entender, aqui, satanás como um ente pessoal, mas como uma realidade que existe sempre diante da pessoa humana, e que ela pode aceitar ou rejeitar. Toda traição é fruto do mal que, enigmaticamente, habita o coração do ser humano; pode ser movida pela frustração, pela ambição, pelo medo, por um desvio de caráter, entre outros motivos.
Não é diferente para Simão Pedro, pois negação é traição; sua reação primária e intempestiva dizendo dar a sua vida por Jesus não se confirmará durante a paixão, pois ele negará Jesus por três vezes. Há para ele, como para todos os discípulos, um longo caminho a ser percorrido para o amadurecimento e a firmeza da fé, e para a adesão incondicional à pessoa de Jesus. 
Será preciso uma verdadeira “metanoia” para que, de fato, eles possam dar a sua vida por Jesus.

 
 
 
Canonização dos pais de Santa Teresinha

O Papa Francisco promulgou o decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão dos pais da carmelita Santa Teresa de Lisieux, o casal Louis e Zelie. A cerimônia terá lugar no mês de Outubro, em Roma, no findar do Sínodo da Família e serão o primeiro casal, na história da Igreja, a ser declarado santo em conjunto.

Os pais de Santa Teresinha casaram-se em 1858, tiveram nove filhos, dos quais cinco seguiram a vida religiosa. As 218 cartas que foram preservadas de Zelie, datadas de 1863 até à sua morte, em 1877, registaram o ritmo da vida familiar, incluindo a guerra de 1870, as crises econômicas, os nascimentos e as mortes de quatro bebes. Zelie faleceu vítima de um cancro aos 46 anos. Louis ficou com as cinco filhas: Marie, Pauline, Léonie, Céline e Thérèse, que tinha apenas quatro anos e meio. Louis morreu em 1894, depois de sofrer uma doença mental grave.

Ambos foram beatificados a 19 de Outubro de 2008 por Bento XVI e as suas vidas têm sido
propostas como modelo de santidade para as famílias dos nossos dias.
O milagre recentemente aprovado, trata da cura de uma menina que nasceu prematura (sete meses de gestação), e que poucas horas depois foi atacada por uma hemorragia cerebral de quarto grau. 

A somar a tudo istosurgiram outras complicações e infecções nos primeiros dias de vida. Os médicos
alertaram para as graves consequências que tudo isto teria no futuro da criança, caso ela viesse a sobreviver. De imediato o pai e a mãe colocaram-se sob a proteção dos pais de santa Teresinha do Menino Jesus, por sugestão da comunidade das irmãs, às quais tinham pedido orações. 

Algum tempo depois de começarem a rezar ao casal Martín o milagre aconteceu. 
Os médicos ficaram absolutamente perplexos... passados mais de 5 anos da cura, a menina não teve
nenhuma das consequências que os médicos tinham diagnosticado, e hoje tem uma saúde completamente normal como todas as meninas da sua idade.

segunda-feira, 30 de março de 2015

  Pérola do dia:  

Os acontecimentos da vida guardam lições

  Todos os acontecimentos da vida guardam lições preciosas.
  As dores do crescimento são inevitáveis, entretanto elas são insignificantes diante do volume de sofrimentos que o homem cria por ignorar como a vida funciona.

                       A cruz possui um significado inegociável para o cristianismo.



É somente por meio do Cristo crucificado que se pode compreender “o poder de Deus" (cf. 1 Cor 1, 24) e a sua ação salvífica entre os homens.
A lógica da cruz consiste num abandono confiante no “Evangelho da graça", o qual nos apresenta a salvação não como prêmio que se conquista por meio de esforços puramente humanos. É dom gratuito; Deus confunde a “sabedoria" humana ao doar-se inteiramente ao homem — “o que é tido como debilidade de Deus é mais forte que os homens" (cf. 1 Cor 1, 24). 
“Porque a linguagem da Cruz é loucura para aqueles que se perdem; mas poder de Deus para os que se salvam, isto é, para nós" (cf. 1 Cor 1, 18-23).
É Cristo crucificado que nos traz a redenção, porque foi para isto que Ele se manifestou: “para destruir as obras do demônio" (cf. 1 Jo 3, 8).
É, pois, na morte crucificada que se encontra a verdadeira vida. 
"Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.
  Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis".


João 12,1-11)

12 1 Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara.
2 Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas.
3 Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo.
4 Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse:
5 "Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?"
6 Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam.
7 Jesus disse: "Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.
8 Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis".
9 Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara.
10 Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro,
11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
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Maria, uma mulher generosa, exemplo de agente de pastoral, que se entrega totalmente por amor a Cristo e a sua igreja, dá o que tem de melhor e mais valioso, manifestando amor Aquele que irá também dar o que tem de melhor e mais valioso á humanidade: a sua Vida.
Judas, mesquinho, interesseiro, calculista, tipo de agente de pastoral que FAZ mas CONTROLA, Faz mas quer sempre mandar no pedaço, FAZ, mas quer sempre ser consultado e não admite nem que o padre tome decisões sem ouvi-lo. 
Não olhemos no passado, mas para nossas comunidades onde MARIA e Judas estão dentro de nós, eu e todos vocês, quantas vezes agimos assim, talvez como Maria, dando á pastoral ou ao movimento, o melhor de nós, mas também quantas vezes, a gente tem o comportamento de Judas, então não projetemos Judas nos outros, mas olhemos para nós,   e peçamos ao Senhor que nesta Semana Santa, nossos atos e palavras consigam impregnar a toda comunidade com o doce e suave odor de Jesus Cristo, para que a nossa comunidade, como Betânia naquele dia, exale o doce aroma do amor doação, gratuito e incondicional.
A unção em Betânia é interpretada pelo próprio Jesus como antecipação simbólica de sua morte. Para Jesus, é a última semana de sua vida terrestre. Lázaro, Marta e Maria são amigos de Jesus; é na casa deles que Jesus para antes de entrar na sua paixão e morte, em Jerusalém.
A refeição na casa dos amigos é sinal de comunhão, e a evocação do episódio de Lázaro indica que se trata, também, da alegria da vida recebida como dom. A unção, Jesus mesmo a interpreta como uma antecipação de sua sepultura. Morte e vida nova são uma prolepse do mistério pascal de Jesus Cristo.
Judas é o personagem que entra na história como contraste de todo o acima dito. É tratado negativa e duramente pelo narrador como sendo traidor e ladrão. Mas há outro traço de Judas: ele é incapaz de reconhecer e acolher um gesto de pura gratuidade. Talvez isso o tenha feito traidor.
Quem não ama verdadeiramente, não conhece a alegria da fidelidade e da lealdade. Quem não é capaz de gestos de gratuidade não é, igualmente, capaz de amar; quem não é capaz de verdadeiro amor, não busca senão o seu próprio interesse, abrindo, assim, a possibilidade de trair, inclusive, o Senhor da vida.
 A amizade levou Maria a realizar um gesto espontâneo cujo significado ultrapassava a capacidade de compreensão do traidor. Ele, ao invés, tendo privado da presença de Jesus, não se deixou tocar pelo Mestre e foi inconveniente diante de um gesto sincero de amizade.

ORAÇÃO
Jesus, nós vos adoramos, Filho Unigênito de Deus, vindo ao mundo para dar aos homens a vida em plenitude.
Senhor Jesus, a exemplo de Maria de Betânia, desperta em mim uma amizade autêntica, que me coloque em perfeita sintonia contigo.




O que é orar?

1. Orar é tudo o que há de mais simples, primeira razão disso é a própria a necessidade que temos da oração.
2. Para orar, não é preciso talento especial, eloquência, dinheiro nem recomendação de espécie alguma. Até a devoção sensível não é necessária; a doçura a consolação não dependem de nós.
Se Deus no-las der, devemos recebê-las com reconhecimento, porquanto elas tornam a oração mais agradável. Orar, não obstante a aridez, é sempre orar. Consolados, ou não, cumpre fazê-lo.
3. Para isso, basta o conhecimento de Deus e o de nós mesmos, saber o que Ele é o que somos nós; como infinita é sua bondade e quão profunda a nossa miséria.

Para orar, uma única ciência é necessária: a fé.

As palavras serão deitadas pelas nossas próprias necessidades. Poucas ideias (quanto menos numerosas, melhor será) alguns desejos, e finalmente umas palavras saídas do coração, – porque se assim não for, não há oração propriamente dita, – eis tudo o que é preciso.
Haverá, por acaso, um homem que não tenha um só pensamento, um único de­sejo? Pois bem, é apenas do que precisamos saber para empreender o nobre trabalho da oração. A graça, Deus no-la dá, de bom grado, a todos e a cada um em particular.

4. Por conseguinte, orar, é simplesmente falar com Deus; é conversar com Ele, mediante a adoração, o louvor, a súplica. Alguns teólogos opinam ser a oração um discurso feito a Deus, uma audiência por Ele concedida. É avançar muito. Grande é o numero dos que não sabem produzir um discurso, e a audiência, sendo por demais cerimoniosa, exclui a cordialidade.
Durante a oração, o nosso proceder deve ser idêntico ao que temos relativamente a um amigo íntimo e querido. A ele confiamos com sinceridade o que nos vai na alma: dissabores ou alegrias, esperanças e receios; dele recebemos conselhos e avisos, auxilio e conforto; com ele decidimos os mais importantes negócios, sin­gelamente e quase sempre sem que a sensibilidade se manifeste de forma alguma. É assim que, na oração, devemos ser para com Deus.
Quanto maior for a nossa simplicidade, tanto melhor será: demos voz ao coração.

5. Se muitas vezes a oração se desenvolve de forma penosa e difícil, é culpa nossa; é porque não sabemos como nos colocar em concordância, e fazemos dela uma ideia errônea. Manifestemos a Deus os sentimentos de nossa alma; digamos as coisas tais como se apresentam e a oração será sempre proveitosa. Todo caminho leva a Roma, diz o adágio, e toda ideia abre o seu para chegar a Deus.

Só saberemos orar quando o fizermos simplesmente. Que nos adianta dirigirmos ao Senhor discursos sublimes ou tornea­dos com graça?
Se acontecer que nenhuma ideia nos venha à mente, tenhamos a simplicidade, de expor essa mesma nossa indigência. É isto ainda orar, glorificar a Deus e ex­pressamente advogar a nossa causa.

Extraído do livro “a vida espiritual reduzida a três princípios” R.P. Maurício Meschler, S.J. Livro de 1923 - 253 págs
São Francisco, quarenta dias de jejum

Como São Francisco fez uma Quaresma numa ilha do lago de Perusa, onde jejuou quarenta dias e quarenta noites, e não comeu mais do que meio pão.
Deus Pai quis fazer de São Francisco, o servo verdadeiro de Cristo, porque em algumas coisas foi como um outro Cristo, dado ao mundo para a salvação das pessoas, conforme e semelhante ao seu Filho Jesus Cristo, como nos demonstra no venerável colégio dos doze companheiros e no admirável mistério dos sagrados Estigmas, como no jejum contínuo da Santa Quaresma, que ele fez do seguinte modo.

Estando uma vez São Francisco, no dia do carnaval, ao lado do lago de Perusa, na casa de um seu devoto, com quem tinha se hospedado à noite, foi inspirado por Deus que fosse fazer aquela Quaresma numa ilha do lago.
Por isso, São Francisco pediu a esse seu devoto que por amor de Cristo o levasse com a sua barca a uma ilha do lago onde não morasse ninguém, e fizesse isso na noite do dia de Cinzas, de modo que ninguém se desse conta.
E ele, por amor da grande devoção que tinha por São Francisco, atendeu solicitamente ao seu pedido e o levou para a dita ilha; e São Francisco não levou consigo a não ser dois pãezinhos.

E quando chegou à ilha e o amigo estava partindo para voltar para casa, São Francisco pediu-lhe encarecidamente que não revelasse a ninguém como ele estava lá, e que não viesse busca-lo a não ser na Quinta-feira Santa. E assim ele partiu, e São Francisco ficou sozinho.
E como não havia nenhuma habitação em que pudesse abrigar-se, entrou num bosque muito espesso, que ameixeiras e arbustos tinham ajeitado como um ninho ou como uma cabaninha; e nesse lugar pôs-se a rezar e a contemplar as coisas celestiais.

E esteve aí durante toda a Quaresma, sem comer nem beber, a não ser a metade de um dos pãezinhos, como descobriu o seu devoto na Quinta-feira Santa, quando voltou a ele; o qual encontrou, dos dois pãezinhos, um e meio; e a outra metade se acredita que São Francisco comeu por devoção ao jejum de Cristo bendito, que jejuou quarenta dias e quarenta noites sem tomar nenhum alimento material.
E assim, com aquele meio pão, afastou de si o veneno da vanglória e, a exemplo de Cristo, e jejuou quarenta dias e quarenta noites.

Depois, naquele lugar em que São Francisco tinha feito uma abstinência tão maravilhosa, Deus fez muitos milagres pelos seus méritos. Por isso, os homens começaram a construir casas lá e a morar nelas; e em pouco tempo fez-se um castelo bom e grande, e aí está o lugar dos frades, que se chama lugar da ilha.
E os homens e mulheres daquele castelo ainda têm grande reverência e devoção por aquele lugar onde São Francisco fez a referida quaresma.
Para louvor de Jesus Cristo e do pobrezinho Francisco. Amém.
 «A casa encheu-se com a fragrância do perfume.»

«Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-Lhos com os seus cabelos.
A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Eis o fato histórico; procuremos o simbólico.
Sejas tu quem fores, se quiseres ser uma alma fiel, unge com Maria os pés do Senhor com perfume.
Esse perfume é a retidão.
Deita perfume sobre os pés do Senhor. Segue as pegadas do Senhor com uma vida santa.
Enxuga os seus pés com os teus cabelos: se tens coisas supérfluas, dá-as aos pobres e assim terás enxugado os pés do Senhor.
Talvez os pés do Senhor na terra sejam os necessitados.
Pois não é dos seus membros (Ef 5,30) que Ele dirá no fim do mundo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40)?
«A casa encheu-se com a fragrância do perfume.»
Quer dizer, o mundo encheu-se da boa reputação desta mulher, porque o bom odor é como a boa reputação.
Aqueles que associam o nome de cristãos a uma vida desonesta injuriam a Cristo; se o nome de Deus é blasfemado por esses maus cristãos, ele é, pelo contrário, louvado e glorificado pelos bons: «somos em toda a parte o bom odor de Cristo» (cf 2Cor 2,14-15).
E diz também o Cântico dos Cânticos: «A tua fama é odor que se difunde» (1,3).

Santo Agostinho.

domingo, 29 de março de 2015



Missa  Domingo Ramos -2015

Baste-nos alguns pensamentos, nesta Eucaristia solene que abre a grande semana da nossa fé, a Semana santíssima, que culminará com a solenidade da Páscoa, domingo próximo.
Já fizemos memória da entrada do Senhor Jesus em Jerusalém. Ele é o Filho de Davi, o Messias esperado por Israel, que vem tomar posse de sua Cidade santa. Mas, que surpresa! É um Messias humilde, que entra não a cavalo, mas num humilde burrico, sinal de serviço e pequenez! Ei-lo: seu serviço será dar a vida pela multidão. Ele é Rei, mas rei coroado de espinhos e não de humana vanglória. Termos seguido o Senhor nessa solene procissão com ramos é tê-lo reconhecido como nosso rei, rei pobre e humilde. Tê-lo seguido é nos dispor a segui-lo nas pobrezas e humildades da vida, dispondo-nos a participar de sua paixão e cruz para ter parte na glória de sua ressurreição.

Primeiro: o meio que Deus escolheu para nos salvar não foi o que é grande e vistoso, tão apreciado pelo mundo. Ao invés, o Pai nos salvou pela humilde obediência do Filho Jesus. Reconheçamos na voz do Servo sofredor da primeira leitura a voz do Filho de Deus: “O Senhor Deus me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhes resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para arrancarem a barba. O Senhor é o meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, porque sei que não serei humilhado”. Palavras impressionantes, caríssimos! O Filho buscou humildemente, na obediência de um discípulo, a vontade do Pai – e aí encontrou força e consolo, encontrou a certeza de sua vida. São Paulo, na segunda leitura de hoje, confirma isso com palavras não menos impressionantes: “Jesus Cristo, existindo na condição divina, esvaziou-se de si mesmo, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Caríssimos em Cristo, num mundo que nos tenta a ser os donos da verdade, desprezando os preceitos do Senhor Deus e seus planos para nós, aprendamos a humilde obediência de Cristo Jesus, entremos em comunhão com o Cristo obediente ao Pai até a morte. Só então seremos livres realmente, somente então viveremos de verdade!

Um segundo pensamento: o breve e concreto relato da Paixão segundo São Marcos, apresenta-nos ao menos três modos de nos colocar diante do Cristo nosso Senhor. Dois modos inadequados, que deveremos evitar, apesar de tantas vezes neles cairmos; e um modo correto, a que somos continuamente chamados.

Ei-los: primeiramente, o modo dos discípulos, tão vergonhoso: “Então todos o abandonaram e fugiram”. Oh! que desde o início temos sido covardes, desde os princípios somos um mísero bando de infiéis! Quantas vezes, nos apertos da vida, fugimos e o abandonamos: no vício, no comodismo, na busca de crendices e seitas, no fascínio por ideologias, idéias e filosofias opostas à nossa fé! Como é fácil fugir, como é fácil, ainda agora, abandoná-lo! – Perdoa-nos, Senhor Jesus, porque ainda hoje somos assim, ainda somos como os primeiros discípulos: frágeis, inconstantes, covardes mesmo! Perdoa-nos pelo pouco amor, pela falta de compromisso!

Depois, o modo de Pedro, que “seguiu Jesus de longe”. Atenção, caríssimos Pedros aqui presentes! Não se pode seguir Jesus de longe! Quem o segue assim? Quem pensa poder ser discípulo pela metade; quem se ilude, pensando seguir o Senhor sem combater seus vícios e pecados; quem imagina poder servir a Deus e ao dinheiro, ao Senhor e aos costumes e modos e pensamentos do mundo! Como terminarão esses? Como terminou Pedro: negando conhecer Jesus! – Senhor, olha para nós, como olhaste para Pedro; dá-nos o arrependimento e o pranto pela covardia e frieza em te seguir! Faze-nos verdadeiros discípulos teus, que te sigam de perto até a cruz, como o discípulo amado, ao lado de tua santíssima Mãe!

Finalmente, uma atitude bela e digna de um verdadeiro discípulo do Senhor: aquele gesto, da misteriosa mulher, que ungiu a cabeça do Senhor com nardo puro, caríssimo! Notaram, o detalhe de Marcos? “Ela quebrou o vaso e derramou o perfume na cabeça de Jesus”. Quebrou o vaso... isto é, derramou todo o perfume, sem reservas, sem pena, com amoroso estrago... Para o Senhor, tudo; para o Salvador o melhor! E São João diz que “a casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo” (Jo 12,3). Ó mulher feliz, discípula generosa! Dando tudo ao Senhor, perfumou toda a casa com o bom odor de um amor sem reservas! Quanta generosidade dessa mulher politicamente incorreta! Quanta hipocrisia, quanta mesquinhez dos apóstolos politicamente corretos, que não compreenderam seu gesto de amor gratuito! – Senhor Jesus, faz-nos generosos para contigo! Que te amemos como essa mulher: sem reservas, sem fazer contas! Ó Senhor, que nos amaste até o extremo, ensina-nos a te amar assim também, colocando nossos perfumes, isto é, aquilo que temos de precioso, a teus pés! Então, o mundo será melhor, porque o bom odor do amor haverá de se espalhar como testemunho da tua presença!

Fiquemos com estes santos pensamentos, preparando-nos durante toda esta semana para o tríduo pascal, que terá seu cume na santa vigília da Ressurreição! 

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.


Domingo de Ramos - da Paixão –

A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos.
A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
Jesus, o “servo” sofredor que faz da sua vida um dom por amor, mostra aos seus seguidores o caminho: a vida, quando é posta ao serviço da libertação de toda escravidão, não é perdida mesmo que pareça, em termos humanos, fracassada e sem sentido. Temos a coragem de fazer da nossa vida uma entrega radical ao projeto de Deus e à libertação dos nossos irmãos? O que é que ainda entrava a nossa aceitação de uma opção deste tipo? Temos consciência de que, ao escolher este caminho, estamos a gerar vida nova, para nós e para os nossos irmãos?
Temos consciência de que a nossa missão profética passa por sermos Palavra viva de Deus? Nas nossas palavras, nos nossos gestos, no nosso testemunho, a proposta libertadora de Deus alcança o mundo e o coração dos homens?

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
É óbvio o apelo à humildade, ao desprendimento, ao dom da vida, que Paulo aqui faz aos Filipenses e a todos os crentes: o cristão deve ter como exemplo esse Cristo, servo sofredor e humilde, que fez da sua vida um dom a todos. Esse caminho não levará ao aniquilamento, mas à glória, à vida plena ainda que aparentemente temos o fracasso da cruz .

O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão.
Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.
Ao longo de todo o processo, Jesus manifesta uma grande serenidade, uma grande dignidade e uma total conformação com aquilo que se está a passar. Não se trata de passividade ou de inconsciência, mas de aceitação serena de um caminho que Ele sabe que passa pela cruz. Jesus está perfeitamente conformado com o projeto do Pai e que a sua vontade é cumprir fiel e integralmente o plano de Deus, sem objeções ou resistências de qualquer espécie.
Apesar de Filho de Deus,  Jesus é também homem e partilha da debilidade e da fragilidade da natureza humana até mesmo um júri desonesto e uma condenação injusta. Não há dúvida:  Jesus é, também, o homem/Jesus que Se solidariza com os homens, que os acompanha nos seus sofrimentos, que experimenta os seus dramas, fragilidades e debilidades.

Contemplar a cruz onde se manifesta o amor e a entrega de Jesus significa assumir a mesma atitude que Ele assumiu e solidarizar-Se com aqueles que são crucificados neste mundo. Olhar a cruz de Jesus significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor… Viver deste jeito pode conduzir à morte; mas o cristão sabe que amar como Jesus é viver a partir de uma dinâmica que a morte não pode vencer: o amor gera vida nova e introduz na nossa carne os dinamismos da ressurreição.

Quantas vezes a multidão estava perto de Jesus! Para O escutar, para beneficiar dos seus gestos, para cruzar o seu olhar, para aprender a rezar… A mesma multidão estende os mantos ou os ramos à passagem de Jesus e grita: “Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Reino que vem! Hosana no mais alto dos céus!” Sabiam o que diziam, todos estes pobres que esperavam o Messias? Estavam prontos a reconhecer ainda como Rei aquele que teria como trono uma cruz e como coroa uma coroa de espinhos?

O seu grito era uma aclamação, alguns dias mais tarde o seu grito será uma condenação: “Crucifica-O!”

Chegou o tempo do silêncio que permite acolher o mistério, o mistério do Amor.

E você ?Qual será seu grito hoje!

sexta-feira, 27 de março de 2015

Pérola do dia:   

Foi preciso as dores...

Na caminhada da vida, aprendi que nem sempre temos o que queremos. 
Porque nem sempre o que queremos nos faz bem. 
Foi preciso as dores, para que eu aprendesse com as lágrimas. Foi necessário o riso, para que eu não me enclausurasse com o tempo. 
Foi preciso as pedras, pra que eu construísse meu caminho. 
Foram fundamentais as flores, para que eu me alegrasse na caminhada. 
Foi imprescindível a fé, para que eu, não perdesse a esperança. 
Foi preciso perder, para que ganhasse de verdade. 
Foi no silencio que fui ouvido com clareza. 
Pois sem provas não tem aprovação. 
E a vitória sem conquista é ilusão. 
E a maior virtude dos fortes é o PERDÃO.
"Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus".




Evangelho (João 10,31-42)

Naquele tempo, 10 31 os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar.
32 Disse-lhes Jesus: "Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais?"
33 Os judeus responderam-lhe: "Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus".
34 Replicou-lhes Jesus: "Não está escrito na vossa lei: ‘Eu disse: Vós sois deuses?’
35 Se a lei chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada), 36 como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o Filho de Deus?
37 Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais.
38 Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai".
39 Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos.
40 Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu.
41 Muitos foram a ele e diziam: "João não fez milagre algum,
42 mas tudo o que João falou deste homem era verdade". E muitos acreditaram nele.
- Palavra do Senhor!
- Graças a Deus.

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Ser Filho de Deus. A grande Blasfêmia!

Todas as ações de Jesus a favor do bem das pessoas, incomodava os Judeus, afinal ele brilhava mais do que os Doutores da LEI, Escribas e Fariseus, porque ensinava com autoridade então, qualquer ação de Jesus era motivo para tentar condená-lo. A preocupação constante das lideranças religiosas era realmente fazer Jesus calar a boca, entretanto, havia algo que fazia toda aquela fúria dobrar-se... Era quando Jesus se fazia Deus assumindo diante deles a sua Filiação Divina.
Naquelas cabeças duras e corações insensíveis, a ideia de um Deus feito homem, de um Deus entranhado na carne humana, era algo inconcebível, uma grande blasfêmia! Hoje, pelo modo com que o Ser humano é tratado, despojado de sua dignidade, violentado em seus direitos, massacrado e humilhado em sua dor e sofrimento, podemos dizer que, o homem não acredita que o seu irmão é Filho de Deus, não consegue crer em uma dignidade tão grande.
As obras que Jesus realizava eram incontestáveis, seu posicionamento a favor da vida, dos mais pequenos e dos miseráveis, dos impuros e excluídos, o fazia desprezível diante das lideranças religiosas que tinham no coração e na mente um outro Deus, uma outra verdade. e não queriam, trocar isso por nada desse mundo.
A religião do comodismo continua ainda hoje a ser uma grande tentação, quando nos deparamos com algum profeta corajoso e ousado que questiona a religião e o sentido de se viver na Fé, mexendo com as nossas estruturas espirituais e eclesiais, trememos na base e damos um jeitinho de fazê-lo calar a boca. A pregação de Jesus questionava e os fazia pensar e eles queriam uma pregação que anunciasse um messianismo glorioso e vencedor. Eles bem que tentaram acabar com Jesus ali mesmo, mas uma vez mais Jesus se retira imune para o deserto onde tudo havia começado com o Batismo e a pregação de João.
Nesta quaresma devemos também buscar o deserto onde Deus nos fala ao coração apontando-nos a missão e o caminho a ser seguido. Que nada desvie a nossa atenção e que não tenhamos medo de mudanças, mesmo que estas sejam bem no íntimo de nós...

2. A resistência à mensagem de Jesus
A vida de Jesus é continuamente ameaçada. Não obstante isso, Jesus persiste no seu caminho para o Pai, na fidelidade à vontade de Deus, que ele tem como sustento de sua vida. A acusação dos judeus contra Jesus é a “blasfêmia”. Blasfêmia é falar contra Deus. Ora, quem resiste à mensagem de Jesus é que blasfema.
Para os judeus do nosso texto não são as boas obras o objeto da perseguição e das suas tentativas homicidas, mas a blasfêmia. Ora, para Jesus agir e falar estão intimamente unidos. As obras que ele realiza e, definitivamente, o Pai é que dão testemunho dele.
Ainda no capítulo 6, é apontada a dificuldade de os judeus discernirem as obras de Jesus, de reconhecerem nelas sinais, isto é, manifestação do Espírito e da divindade de Jesus, que remetem ao mistério de Deus.
A causa da rejeição é a falta de fé, apontada no capítulo 9 como “cegueira”. Jesus, é bom notar, não se entrega facilmente às mãos dos judeus; busca, sem covardia nem medo, preservar a própria vida (cf. 10,39).
A divisão entre os que rejeitam Jesus e os que creem nele mostra a ambiguidade própria do sinal que, por isso mesmo, precisa ser discernido.

ORAÇÃO
Senhor, queremos ser luz que arde e ilumina, evangelhos vivos, portadores do vosso amor. Sem vós, nada podemos, mas confiamos em vosso amor.

3. O TESTEMUNHO DAS OBRAS
As obras prodigiosas de Jesus deveriam ser suficientes para dar credibilidade às suas palavras. Todavia, seus adversários recusavam-se a acreditar nele, persistindo no seu intento de eliminá-lo. Reconheciam haver algo de incomum e inexplicável nas ações de Jesus. Mas concluíam: apesar de ser homem, ele estava querendo passar por Deus. Isto era uma blasfêmia insuportável.
As dificuldades de Jesus com seus adversários não provinham de suas palavras, mas de suas obras. Estas é que testemunhavam a seu favor e evidenciavam sua condição divina, rejeitada pelos adversários.
O testemunho das obras era sempre incômodo, porque não se podia facilmente negar. Quem fora curado por Jesus, não podia deixar de agradecê-lo. Quem fora perdoado de seu pecado e acolhido em sua fraqueza, mantinha viva e publicava a misericórdia do Mestre. Quem tivera sua fome saciada, não podia minimizar as dimensões do milagre.
Os adversários de Jesus, por conseguinte, estavam rodeados de testemunhos em favor dele. E todos apontavam na mesma direção: só Deus poderia realizar obras tão maravilhosas! Ao invés de render-se à evidência, estreitavam mais e mais sua rejeição a Jesus. Entretanto, não faltou quem se deixasse convencer pelas obras realizadas por Jesus, depositando nele sua fé.
Oração
Senhor Jesus, que o testemunho de tuas obras abra o meu coração para a fé!