Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

As virtudes - a Fé

AS VIRTUDES 
                        A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.
 
A Santa Madre Igreja nos ensina muitas coisas para nossa salvação é por isso que devemos receber como meios de alcançar a vida eterna. 
Agora precisamos aprender como devemos agir. Já que Deus nos deu tantas coisas boas, é normal que procuremos viver dentro de Sua Lei, praticando o bem, amando a Deus e ao próximo. Para nos ajudar a bem agir, Deus nos dá uma grande ajuda, soprando dentro de nossas almas as Virtudes e os Dons do Espírito Santo.
[A natureza humana é dotada de forças habituais, enraizadas, muitas vezes adquiridas pela repetição constante dos atos correspondentes. Essas forças são chamadas habitus. Os habitus podem ser bons ou maus. Habitus bom, chama-se virtude. Habitus mau chama-se vício. Estamos, aqui, falando da natureza, forças comuns a todos os homens, virtudes naturais. Quando, porém, é o próprio Deus quem sopra em nossas almas essas virtudes, elas já não vem da natureza  e já não são comuns a todos os homens. Elas passam a se chamar virtudes sobrenaturais ou infusas, por ter em Deus sua fonte e por ter a Deus por referência, quando praticamos os seus atos. Assim, uma pessoa pode ser boa por virtude natural de bondade. Esta virtude lhe trará o reconhecimento e o aplauso dos homens, mas não terá nenhum vínculo direto com sua salvação eterna. Quando, pela graça santificante, a virtude é sobrenatural, além do aplauso dos homens, ela terá o aplauso de Deus e lhe servirá para a vida eterna. Essa distinção entre ordem natural e ordem sobrenatural é muito importante.]
As virtudes são, então, como que uma força habitual, que não desaparece com facilidade, que nos leva a viver retamente, praticando o bem e evitando o mal. Elas sempre acompanham a graça santificante. Nós recebemos as virtudes pela primeira vez na hora do Batismo. Depois, quando pecamos gravemente, perdemos todas aquelas jóias de Deus. Mas a Confissão, devolvendo a graça, devolve também as virtudes que tínhamos perdido pelo pecado.
 
Quando nós não praticamos atos de virtude, acabamos adquirindo na alma uma força má, que é o contrário da virtude. Esta força má chama-se vício. Os vícios também são muito difíceis de desaparecer da alma. Por isso é preciso muito esforço para não deixar eles entrarem na nossa alma, pois nos levam ao pecado.
 
Como nós veremos adiante, existem virtudes que nos levam a conhecer e amar a Deus - são as virtudes teologais, a , a Esperança e a Caridade.
 
Mas também existem muitas outras virtudes que nos levam a agir corretamente em tudo o que fazemos. São as virtudes cardeais: Prudência, Justiça, Força e Temperança.
 
Cada uma dessas sete virtudes, três teologais e quatro cardeais, traz consigo outras virtudes.Por exemplo: praticando atos da virtude de Força, poderemos também agir com Coragem. Já a virtude de Temperança nos ajuda a praticar a Castidade ou ainda a Humildade. E assim por diante. Vamos estudar uma série dessas virtudes, o que nos ajudará a conhecer melhor o fundo de nossas almas, para seguir sempre o caminho do amor de Deus.
 
As Virtudes Teologais 
 
As Virtudes Teologais, como o nome indica, são as virtudes que nos fazem agir bem em relação a Deus. Elas são essencialmente sobrenaturais, pois, além de serem dons divinos, elas se dirigem a Deus nos seus atos. E isso deve nos levar a agradecer muito a Deus. Além de nos ajudar a praticar os atos de virtude necessários para o nosso dia a dia, Nosso Senhor nos infunde na alma virtudes tão especiais que nos levam à sua intimidade, nos devolve a imagem e semelhança divinas que perdemos pelo pecado. Vamos ver como isso se realiza.
 
A Virtude da Fé
 
Nosso Pai Celeste revelou-nos os seus segredos divinos. Tudo o que Ele diz é verdade, pois Ele é a Verdade Eterna; Deus não pode nem se enganar nem nos enganar. Por isso devemos aceitar como verdade tudo aquilo que Deus nos revelou, sabendo com segurança que tudo é verdade, e edificar nossas vidas sobre esta base: Devemos crer em Deus.
 
Deus se revelou no Antigo Testamento pelos profetas. Mas, principalmente, Deus se revelou por seu próprio Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Somente quem conhece Jesus conhece também o Pai. Por isso devemos ouvir a palavra de Jesus Cristo, que é o Evangelho, e nas nossas orações sempre meditar e pensar na sua vida, paixão, morte e ressurreição. Foi a Santa Igreja Católica que recebeu de Deus autoridade para nos ensinar tudo aquilo que Deus nos revelou. Devemos obedecer à Igreja, seguir seus mandamentos, suas regras de vida e acreditar em tudo o que ela nos manda crer.
 
Não podemos crer, ou seja, praticar atos de Fé, sem a graça de Deus.  Por isso, devemos sempre pedir a graça santificante. No Batismo, o Divino Espírito Santo nos deu o dom da Fé.  A Fé é como os olhos da alma, com os quais podemos perceber, desde já, os mistérios divinos que contemplaremos face a face no céu.
 
A vida de Fé
 
Não podemos viver sempre na infância. Assim como crescemos e devemos aprender as coisas de gente grande, assim também devemos crescer na Fé e no conhecimento de Deus.  Para isso devemos estudar a santa doutrina, no catecismo, e nas leituras, conferências, ouvindo atentamente o sermão do padre. Não esqueçam que vivemos numa época em que as pessoas se acham capazes de ler qualquer coisa que lhes aparece. E vão trazendo o mal da dúvida para seus corações. Quando o padre dizia: não leia tal livro, ele sabia que a salvação eterna daquelas almas estava em perigo. E não basta crer no íntimo do coração. Devemos também professar a nossa Fé publicamente. Nunca devemos negar a Fé em Deus. Eis o que Jesus disse sobre isso: «Aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, a este negarei eu também diante de meu Pai».
 
Os Pecados contra a Fé

 
Pecamos contra a Fé quando deixamos ela de lado, esquecendo das coisas de Deus, ou quando a colocamos em perigo. Por exemplo:
 
quem raramente ou nunca vai a Missa; quem não estuda o Catecismo; quem lê livros que ensinam coisas erradas sobre Deus e sua Igreja;
 
peca contra a Fé, principalmente, quem admite dúvidas contra aquilo que aprendemos da Santa Igreja Católica; hoje é comum ouvir: eu sou católico, mas não acredito nesse ponto ou naquele. Há muitos que não acreditam em Adão e Eva, que não acreditam no inferno, ou no demônio. Outros não crêem mais na Presença Real de Jesus na Hóstia consagrada. Eles escolhem do dogma católico o que lhes convém. É esse  o sentido da palavra heresia: escolher, separar  por opiniões próprias. O pecado mais grave contra a Fé comete quem a renega, abandonando a Igreja Católica, passando para falsas religiões.
 
Quem possui a virtude da Fé?
 
A virtude da Fé é própria dos viajantes e peregrinos. Assim são chamados os que ainda vivem neste mundo, onde temos por obrigação trabalhar para alcançar a Pátria verdadeira, no Céu. A Fé, sendo um conhecimento obscuro de Deus, nos faz conhecer com um véu impedindo a visão total. No céu, a visão será face a face, não haverá mais véu. A visão substitui a Fé. Os santos do Paraíso não precisam mais da Fé, pois vêem a Deus tão bem quanto Ele nos vê.
 
Mas aqueles que escolhem alguns pontos do Depósito Sagrado e rechaçam outros não têm mais fé, deixam de ser católicos. Isso é muito sério e se explica: o fundamento da Fé não é a evidência científica das verdades reveladas, mas sim o fato de serem reveladas por Deus. É o princípio de autoridade que fundamenta a Fé. Ora, se uma pessoa nega um dos pontos que seja, está recusando a autoridade daquele que revela. Passa a aceitar os demais pontos, não porque Deus é infalível, mas  porque lhe interessa aceitar. A própria pessoa passa a ser o critério da verdade, o que faz dela seu próprio deus. E ela não é mais católica.
 
Vemos também que a Fé nos ajuda a praticar os três primeiros mandamentos da Lei de Deus: tendo Fé, amaremos a Deus sobre todas as coisas, nunca diremos nada contra Deus e encontraremos muitas alegrias indo à Missa aos Domingos e rezando todos os dias.
 
A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.

A virtude da Esperança

A virtude da Esperança é uma virtude infusa por Deus em nossa alma, pela qual nós temos como certa a ajuda divina para alcançarmos o céu.  Pode parecer curioso que seja necessária uma virtude só para isso, além do mais uma virtude teologal, ou seja, toda ela relativa a Deus, mas não é tão difícil entender o por quê.
Sabemos que a Fé nos traz um conhecimento certo de Deus. Mas este conhecimento é obscuro, ou seja, conhecemos a Deus mas não podemos ainda vê-Lo. Sabemos também que a virtude da Caridade nos traz o verdadeiro amor de Deus, que esse amor já é um começo da vida eterna, e que no céu, esse amor será eterno e nos encherá de uma alegria e felicidade extrema. Mas sabemos também o quanto é difícil manter nossas almas longe do pecado, como nós abandonamos a Deus com facilidade, perdendo o seu amor. Por isso, poderia surgir em nós uma dúvida sobre nossas possibilidades de alcançar o céu e a vida eterna. Se essa dúvida fosse muito forte, nós desanimaríamos no combate contra nossas imperfeições e contra nossos pecados.
 
É justamente por isso que Deus nos dá a virtude da Esperança. Com ela sabemos que Deus nunca deixará de nos ajudar com suas graças e por isso estaremos sempre prontos para lutar contra as tentações e contra nossos pecados. Estaremos sempre prontos a pedir perdão no confessionário, pois temos certeza que Deus nos perdoará e nos trará novas forças para não mais pecar.Com isso fica claro que nossa vida de virtudes nos ajuda a conquistar o céu, pois quando praticamos o bem e fugimos do mal, recebemos a recompensa de Deus.
 
A virtude da Esperança é, então, a certeza que temos da ajuda de Deus para possuí-Lo, nesta vida, pela graça santificante, e no céu, pela glória eterna.
 
Os pecados contra a virtude da Esperança
Existem dois tipos de pecados contra a virtude da Esperança:a presunçãoe o desespero.
 
A presunção consiste em acharmos que podemos possuir a Deus, tanto pela graça (na vida terrena) quanto na vida eterna, sem a ajuda de Deus. Isso acontece muito em pessoas que levam uma vida longe de Deus, sem corrigir seus pecados, sem confissão e comunhão, e que acham que, apesar disso, Deus lhes dará a salvação.
 
O desespero consiste em achar que nunca poderemos alcançar a vida eterna, ou que Deus nunca nos perdoará dos nossos pecados. Isso acontece com freqüência em pessoas que passam por muitos sofrimentos e não têm confiança no socorro de Deus. Quando sofremos muito, devemos nos voltar para Deus na oração, com firme certeza da ajuda de Deus que, infinitamente misericordioso, nos ajudará a nos levantar da queda do pecado.
 
Quem possui a virtude da Esperança?
Todos os fiéis que vivem na terra em estado de graça. No céu, os bem-aventurados não possuem mais esta virtude porque já vivem na possessão eterna de Deus e não podem, assim, esperar alcançá-la.
 
Na nossa vida, precisamos viver sempre em função da Fé e da Esperança que Deus nos dá. Essa vida se realiza, na verdade, pelo amor de Deus que é a terceira virtude teologal, a Caridade.

A virtude da Caridade

Assim como a Fé é a virtude que nos dá o conhecimento certo de Deus, assim também a Caridade é o verdadeiro amor de Deus. 
Para que nossa alma tenha verdadeiro amor por uma pessoa é preciso que ela primeiro conheça esta pessoa. Não podemos amar quem não conhecemos.
A Fé nos dá o conhecimento. 
A Caridade nos faz amar a Deus como Ele é, como O conhecemos pela Fé. 
A Caridade é a terceira virtude teologal, porque é Deus quem a infunde em nosso coração e, sobretudo, porque ela nos faz amar a Deus. 
Ela é toda relativa a Deus.
 
Amamos a Deus por causa da Sua perfeição infinita e de sua bondade. Deus é o próprio amor. Por isso, quando amamos alguém na caridade, esse amor nos foi dado por Deus. Muitas vezes acontece de Deus chamar uma alma mais generosa a um amor mais elevado. Ele  descobre, por assim dizer, os segredos do seu Divino Coração, quando vê no coração de alguém uma correspondência ao infinito amor que Ele nos demonstra. É na intimidade da oração, no silêncio interior, que podemos descobrir este caminho luminoso e pleno.
 
O Amor por si mesmo e o Amor ao Próximo
 
Porém, para manifestar a Caridade na nossa vida, além de viver em estado de graça, além de rezar e desejar estar unidos a Deus, devemos amar a nós mesmos e ao próximo.O que quer dizer isto?
 
O amor a Deus compreende, implicitamente, o amor de Suas obras. Entre elas, mais do que todas, devemos amar as que mais se parecem com o próprio Deus. Aqui na terra, são os homens que receberam de Deus esta semelhança. Por isso, devemos amar a nós mesmos e ao próximo, porque aí descobrimos um pouco como é Deus.Antes de amar ao próximo, devemos amar a nós mesmos. Claro, não devemos amar nossas fraquezas, nossos pecados, mas sim aquilo que em nós manifesta a grandeza e a bondade de Deus. Devemos amar a nós mesmos porque conhecemos a nós mesmos e também porque devemos desejar a nossa própria salvação acima de tudo. Devemos amar nossa alma, criada semelhante a Deus, remida pelo Sangue de Cristo e predestinada à glória do Paraíso.
 
Como provamos o amor por nós mesmos?
 
Trabalhando para a nossa salvação. Vida de oração, freqüência dos Sacramentos, cumprindo em tudo a Santa Lei de Deus.
 
Devemos amar ao próximo, em Deus, por amor de Deus, na medida em que o próximo é digno desse amor, ou seja, na medida em que ele reflete essa bondade infinita de Deus.
 
Nosso próximo, em primeiro lugar, são nossos pais e familiares, nossos amigos, nossos conhecidos, etc. Às vezes, devemos manifestar nosso amor a Deus fazendo o bem a alguém que não conhecemos. Alguém que ajudamos na rua, uma informação que damos, um copo d'água, uma esmola... Mas devemos sempre nos lembrar que o amor ao próximo depende inteiramente do amor de Deus.
 
A virtude da Caridade deve ser praticada sempre. É um mandamento de Deus, o primeiro mandamento de Sua Lei: Amar a Deus sobre todas as coisas. Deus quer ser amado e quer que amemos aqueles que Ele ama. De diversas maneiras Deus provou que nos ama: primeiro, nos criando, nos tirando do nada; depois, apesar do pecado de Adão e Eva e de todos os nossos pecados, nos salvando pela morte na Cruz de Seu Filho. Ele pede nossa retribuição, que consiste em louvá-Lo, glorificá-Lo, obedecê-Lo e amá-Lo sempre. Por isso devemos rezar, assistir à Santa Missa, cumprir nossas obrigações para com Ele e para com o próximo.
 
Pecados contra a Caridade
Todos os pecados mortais, pois eles são ofensas a Deus que ferem seu amor por nós. Ao pecar, nos colocamos acima de Deus;
 
Preguiça ou tibieza espiritual: fraquezas nos atos de amor a Deus, como o desânimo na oração, distração na Missa, fraqueza nas mortificações, etc.
 
Ódio contra Deus - é o pecado que vai diretamente contra o amor de Deus; é a fuga e o abandono de Deus. Devemos rezar por tantas almas que encontramos, que manifestam o ódio de Deus, muitas vezes pelo indiferentismo religioso, apenas deixando a Deus de lado, não querendo saber dele.

As virtudes cardeais

Com a Fé, a Esperança e a Caridade, as virtudes teologais, nos tornam capazes de conhecer e amar a Deus. Elas são virtudes inteiramente voltadas para Deus.
Mas existem muitas virtudes que não são voltadas diretamente para Deus, mas sim para o nosso comportamento, nossa atitude, nossas ações; elas nos ajudam a bem agir, a fugir do pecado, a vencer as tentações. Por isso, indiretamente, elas nos levam a Deus. 
São as virtudes morais, ou seja, virtudes que nos ajudam a bem agir.
Quatro delas são mais importantes do que as outras porque regulam a atividade de todas as demais. São as chamadas virtudes cardeais
Por que esse nome?
Cardo, em latim, quer dizer dobradiça, eixo em torno do qual gira alguma coisa. No caso da dobradiça, gira a porta, no caso do eixo da terra, giram os quatro pontos cardeais. No caso das virtudes, em torno das quatro virtudes cardeais, giram as outras virtudes, como veremos adiante.
Quais são estas virtudes cardeais?   

A Prudência, a Justiça, a Força e a Temperança.  
Vamos começar estudando cada uma dessas quatro virtudes cardeais, depois veremos as outras virtudes morais. 
A Virtude da Prudência 
Prudência é a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem e vencer o mal. É uma escolha muito importante e que a qualquer momento precisamos fazer.
Vou estudar ou vou brincar? Depende da hora! Se for hora de estudar, vamos estudar, se for hora de brincar, vamos brincar. É a Prudência que nos ajuda a compreender essas coisas. Ela aproveita a hora propícia, o lugar acertado onde devemos estar e nos impede de tomar decisões precipitadas. O lema dela é: fazer o que é certo, na hora certa, no lugar certo.A Prudência, iluminada pela nossa Fé e ajudada pela graça santificante, nos leva a escolher os atos bons que são o caminho da nossa salvação.
É sobre esta Prudência que Jesus fala no Evangelho: «Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sêde, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas.» (S. Mat. X, 16) e também: «Quem julgas que é o servo fiel e prudente, a quem o seu senhor constituiu sobre a sua família, para lhe distribuir de comer a tempo?» (S. Mat. XXIV, 45).
Mas, como o contrário da virtude é o vício, podemos pecar contra a Prudência de dois modos:
·         Por falta de prudência - é o vício da imprudência, que pode ser por: precipitação - agimos sem refletir ou descuido - refletimos no que vamos fazer mas fazermos mal feito.
·         Por excesso de Prudência –astúcia: ser prudente no mal, nas coisas erradas, no pecado; – cuidados excessivos com a vida material: dinheiro, vaidade, comprar muitas coisas, etc.
A Virtude da Justiça
Deus entregou a terra a Adão para que ele e seus filhos a plantassem e tirassem dela o seu sustento. O homem usou e usa as coisas da natureza para comer, para vestir, para fabricar objetos necessários à sua vida. Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. É fácil compreender que nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a possessão desses bens materiais. 
Para ajudá-los a viver em paz e a possuir com boa medida o que lhes é necessário, Deus nos deu a virtude de justiça, pela qual nós queremos, com nossa boa vontade, dar aos outros o que lhes é devido, protegendo também o que nos pertence e, sobretudo, dar a Deus o que Ele nos pede, no seu amor por nós: amor, dedicação, louvor, etc.
Vamos ilustrar o que dissemos com alguns exemplos:
Quando tomamos emprestado um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar prejudicada se não recebê-lo de volta.
Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor.
Quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo (como o matrimônio é um contrato passado diante de Deus, a virtude da justiça nos impede de querer nos separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos.
Porém, não basta que os homens tenham entre si esse relacionamento de justiça. A vida na sociedade é muito complicada e foi preciso se organizar um governo que ajudasse os homens a viverem juntos numa mesma cidade, num mesmo país.  Por isso, a virtude da justiça vai também atuar no relacionamento dos homens com o governo, quer ele seja um prefeito, um guarda de trânsito, o presidente ou um rei. Os homens devem obedecer às leis estabelecidas pelas autoridades, enquanto que a autoridade deve atuar de forma igual para com todos, ajudando os bons e castigando os maus.
É a virtude da justiça que forma as bases do 7°, do 8° e do 10° mandamento da Lei de Deus. Não podemos furtar, nem levantar falso testemunho, nem cobiçar as coisas alheias, pois todos esses atos ferem a virtude da justiça, entre outras.
Devemos também considerar que quando cometemos um pecado contra a virtude da justiça, em certos casos, não basta o arrependimento e a confissão. Nós lesamos o próximo tirando dele um bem material que lhe pertence. Devemos, então, fazer o possível para devolver aquele bem, de modo a restabelecer a justiça ferida pelo nosso ato.  É o que se chama de restituição. Igualmente, quando pecamos contra o 8° mandamento, devemos retratar a reputação do próximo ferida por nossa mentira, calúnia ou maledicência.
A Virtude da Força
Já podemos perceber como nossa vida vai depender da presença das virtudes em nossa alma. A vida do católico deve ser um exemplo de fidelidade à lei de Deus, aos seus mandamentos, à natureza humana, com todas as suas riquezas, mas também com todas as suas exigências. Muitas vezes parecerá difícil a realização dos nossos deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Para que nós tivéssemos mais ânimo neste combate do dia a dia, Deus Nosso Senhor nos deu a virtude da Força.
A Força é a virtude que dá à nossa vontade a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem.  Devemos resistir, quer dizer, permanecer firmes na Fé, apesar dos ataques dos nossos inimigos e das nossas fraquezas pessoais. Devemos agir; ter Força é manifestar espírito de iniciativa, alegria na realização do dever de estado, perseverança no combate contra nossas paixões: o orgulho, o egoísmo, a raiva, a sensualidade, etc. Praticando os atos da virtude de Força, conseguiremos, com a graça de Deus, vencer as tentações, fugir dos pecados e das ocasiões de pecado que nos chamam com tanta força para o mal.
Vejamos alguns exemplos:  na hora de estudar, sentimos aquela vontade de ir ver televisão... Sem a virtude da Força, cederemos à tentação e faltaremos ao nosso dever de estudar. Na escola, uma amiga ou um amigo virá nos mostrar uma revista cheia de figuras indecentes... A virtude da Força nos ajudará a não querer olhar. A toda hora precisamos dela: para trabalhar, para rezar com devoção e piedade, para estudar, para ajudar ao próximo, etc.
Os pecados contra a Força
Os pecados e vícios contra a virtude da Força se manifestam em nós do seguinte modo:
·         Acanhamento ou pusilanimidade - quando a pessoa não se decide a fazer o que deve, fica sempre na dúvida: é certo ou errado, devo fazer assim ou de outro modo, e acaba não fazendo o que deve.
·         Covardia - quando a pessoa foge da sua obrigação por medo.
·         Respeito humano - é uma espécie de covardia que nos leva a não agir corretamente por medo das zombarias.
·         Temeridade - quando uma pessoa se expõe sem necessidade ao perigo e à morte (falsa coragem).
A Temperança
A virtude da Temperança vem completar o quadro das quatro virtudes cardeais. Ela é o freio da nossa alma. A temperança é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles sejam comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. Ela nos ensina a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.
  
[Nos anos 60, os homens enlouquecidos entregaram-se a todos os tipos de pecado. Diziam que estavam quebrando o que eles chamavam de tabu do sexo. De lá para cá, as pessoas que queriam continuar obedecendo a lei de Deus, viram-se ameaçadas de todo tipo de repressão e de ameaças. Os costumes foram se degradando pouco a pouco. Hoje, já não há mais quem tenha noção dos critérios de avaliação dessas coisas. Dizer que existe uma lei natural, que essa lei natural foi explicitada por Deus nos Dez Mandamentos e confirmadas pela Igreja é expor-se ao ridículo. O que devemos concluir? Que eles criaram o tabu deles. O sexo nunca foi tabu para a Igreja, sempre foi visto em toda sua grandeza e também em seus pecados. Eles é que fizeram um tabu. Ai daquele que não fizer o que eles fazem! Ai daquele que não defender o nudismo e a pretensa liberdade de serem pornográficos. Só não me venham dizer que isso que eles criaram é próprio ao homem, que é elevado, que é marca de civilização, que é sinal de inteligência. Esse tabu que eles criaram é um instrumento de corrupção, de repressão, é puro fanatismo. Que eles tenham conseguido alcançar seu objetivo, muito bem, concedo; mas que um católico tenha de admitir essa situação e viver como se tudo isso fosse normal, e aceitar que suas filhas e filhos participem disso, isso eu não aceito. E deixo aqui, como que um grito de alerta: tirem seus filhos desse ambiente de puro liberalismo moral, das modas absurdamente indecentes, das praias onde não se pode levar uma criança sem provocar nela o pecado, dos namoros "sexualizados". Tudo isso é pecado grave contra Deus Nosso Senhor. É a marca da falta de amor por Deus e pelo Sangue de Cristo derramado na Cruz. E se vocês acharem que exagero, que o mundo mudou, que é preciso ser aberto, então só me resta dizer: esperem e veremos quem tinha razão. Na hora do juízo final, veremos todos eles correndo para dizer que amam a Deus, jurando que sempre O amaram, que ninguém lhes avisou que era tudo pecado.... Mas, então, será tarde demais.]
A Temperança nos ajudará a vencer os maus pensamentos e maus desejos, ajudará um casal a nunca trair o sacramento do matrimônio pelo adultério, etc. Todos esses maus pensamentos e maus desejos e ocasiões de pecado devem ser combatidos imediatamente, sem perda de tempo, com muita coragem e força, para que não se tornem pecados mortais.  Na verdade, todas as quatro virtudes teologais se unem no combate da alma para praticar os Mandamentos de Deus.
É pecado um adulto beber cerveja? Não, desde que seja com moderação, nunca se permitindo perder o controle de si mesmo. É proibido fumar? Não, apesar de que o cigarro faz mal à saúde e deve sempre ser evitado. Mas os que fumam (adultos) não pecam se o fazem com boa medida. E o caso das drogas? As drogas não são como o cigarro ou a bebida. Quando o homem bebe vinho ou cerveja, ele quer saborear um produto, sentir o seu gosto. Quando ele fuma um bom tabaco, também sente o seu perfume e sente o seu gosto. Mas quando uma pessoa se droga, que seja maconha, cocaína, lança-perfume (éter), etc., ele não está provando um produto elaborado para o paladar, ele está querendo alterar o seu estado de espírito. Nesse caso, é como alguém que só bebesse para ficar embriagado. É um pecado grave, portanto, experimentar qualquer tipo de droga ou fumo, ou bebida que altere a consciência de si mesmo.
Também o conforto da vida moderna pode nos levar a pecar contra a Temperança. Reclamamos do calor, reclamamos do frio, não queremos nos levantar da cadeira nem para pegar um copo d'água, sempre achamos algo que nos desagrada nas coisas e nas pessoas. A virtude da Temperança nos ajuda a esquecer um pouco tudo isso e pensar mais em ajudar, em trabalhar, em vencer seus próprios defeitos.
Para completar este início de estudo das virtudes, devemos nos lembrar que sem a graça de Deus não há virtudes sobrenaturais na nossa alma. Devemos praticar as virtudes, mas lembrar sempre que é pelo amor de Deus, e que sua graça santificante é a maior recompensa que podemos ter, pois ela nos permite receber a Jesus no nosso coração, na comunhão, e, assim, fortificar nossa almas para o combate da vida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Mensagem à Igreja Católica no Brasil
 ANO MARIANO

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, a iniciar-se aos 12 de outubro de 2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer memória e agradecer.

Como no episódio da pesca milagrosa narrada pelos Evangelhos, também os nossos pescadores passaram pela experiência do insucesso. Mas, também eles, perseverando em seu trabalho, receberam um dom muito maior do que poderiam esperar: “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. Tendo acolhido o sinal que Deus lhes tinha dado, os pescadores tornam-se missionários, partilhando com os vizinhos a graça recebida. Trata-se de uma lição sobre a missão da Igreja no mundo: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (Papa Francisco).

A celebração dos 300 anos é uma grande ação de graças. Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus.

O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5).

Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano.
A companhia e a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecida nos ajude a progredir como discípulas e discípulos, missionárias e missionários de Cristo!

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília/DF
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de S. Salvador da Bahia/BA
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília/DF
Secretário-Geral da CNBB

Meus pecados são perdoados na Santa Missa ou preciso ainda confessá-los?

Algumas pessoas afirmam que não se confessam com um sacerdote, pois pedem perdão dos seus pecados durante as missas, no Ato Penitencial. Entretanto, existe a real obrigação de se apresentar diante de um sacerdote em, ao menos, duas ocasiões.
A primeira é que todo católico que atingiu a idade da razão - definida como sendo aos 07 anos de idade - é obrigado a se confessar pelo menos uma vez ao ano. Essa obrigatoriedade atinge a todos, mesmo que a criança ainda não tenha concluído a catequese e feito a primeira comunhão.

A segunda é aquela que se refere ao estar em pecado mortal. O Código de Direito Canônico, em seu cânon 916, afirma que:

Cân. 916 Quem está consciente de pecado grave não celebre a missa nem comungue o Corpo do Senhor, sem fazer antes a confissão sacramental, a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; nesse caso, porém, lembre-se que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes.
No segundo caso, somente apresentando-se diante de um sacerdote e confessando seu pecado é que se estará apto a novamente comungar do Corpo de Cristo. O Código também é bastante claro quanto a isso:
Cân. 960 A confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário, com o qual o fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja; somente a impossibilidade física ou moral escusa de tal confissão; neste caso, pode haver a reconciliação também por outros modos.
Assim se vê que existe uma íntima relação entre a confissão e a Eucaristia. O Catecismo da Igreja Católica chama a atenção para o caráter preventivo da confissão e da Eucaristia diante dos pecados:
Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros. Quando mais participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos em sua amizade, tanto mais difícil de ele separar-nos pelo pecado mortal. A Eucaristia não é destinada a perdoar pecados mortais. Isso é próprio do sacramento da reconciliação. É próprio da Eucaristia ser o sacramento daqueles que estão na comunhão plena da Igreja. (1395)
A Eucaristia é o sacramento de quem está em comunhão com Deus, portanto, antes de comungar, quem não está em comunhão, deve procurar um sacerdote e, por meio do sacramento da reconciliação, voltar à comunhão plena. Essas novas teologias, que afirmam ter a Eucaristia o poder de perdoar os pecados mortais, afastam-se não só da doutrina do Código de Direito Canônico e do Catecismo, mas da Igreja de dois mil anos.
Outros pensadores apresentam a mesa da Eucaristia como sendo uma mesa aberta para todo tipo de pecador público, demonstrando com isso uma tolerância que, no final, se transformará em falta de caridade. Sim, porque ao não mostrar claramente ao pecador o quanto o seu pecado ofende a Deus e o afasta Dele, não apresentando uma pena, um remédio para o seu pecado mortal, aquele pecador não quererá mudar de vida, converter-se.
Para o próprio bem do pecador, a Igreja disciplina o afastamento deste da mesa da Eucaristia, para que, tendo a noção da gravidade desse afastamento, reconcilie-se com Deus e com a Igreja por meio do sacramento da confissão.
Texto: Pe. Paulo Ricardo


O caráter de Cristo
 
Por toda a Bíblia vemos uma importante verdade ilustrada repetidamente: o Espírito Santo libera poder no momento em que você dá um passo de fé.
Quando Moisés tocou com a vara nas águas o mar vermelho abriu e o povo passou a pé enxuto.
Quando Josué se defrontou com um obstáculo intransponível, as águas transbordantes do rio Jordão recuaram somente depois que os líderes obedeceram sua voz para atravessar, pisaram na água corrente em obediência e fé.

A obediência libera o poder de Deus.
Deus espera que nós ajamos por primeiro.
Não espere sentir-se poderoso ou confiante. Siga adiante na sua fraqueza, fazendo a coisa certa a despeito de seus medos e sentimentos.
É assim que nós cooperamos com o Espírito Santo, e essa é a forma que seu caráter se desenvolve.
Embora esforço não tenha nada que ver com salvação está relacionado com o crescimento espiritual.
Pelo menos em oito ocasiões no Novo Testamento recebemos a ordem de nos esforçarmos em nosso crescimento, até nos tornarmos semelhantes a Jesus.
Você não fica apenas por ali, à espera de que isso aconteça.
Paulo explica em Efésios 4,22-24 os deveres para nos tornarmos semelhantes a Cristo.
Precisamos “adquirir” o caráter de Cristo ao desenvolver hábitos novos e dignos de Deus.

O caráter é basicamente a soma dos hábitos; é como você habitualmente age.
A Bíblia diz: ... revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.
Deus usa sua Palavra, as pessoas e as circunstâncias para moldar-nos.
Os três fatores são indispensáveis para o desenvolvimento do caráter ao qual realiza em nos a santidade de vida.
“O Santo não é um super-homem, o santo é um homem verdadeiro.   
O santo é um verdadeiro homem porque adere a Deus e, portanto, ao ideal para o qual foi construído o seu coração e do qual é constituído o seu destino.”

E se Deus tem destino e se podemos falar em Destino de Deus um somente existe – A nossa Salvação.
Vocês querem o céu? O que precisa para ganharmos o céu? Ser Santo!
E o que precisa para ser santo, a primeira condição para ser Santo – é convencer-se que se é pecador. Sim quem não se considera pecador não será santo...
Os Santos interpretaram o plano do Pai de recuperação do coração dos homens. Compreenderam que ser homem não é aceitar-nos como somos, mas como Deus quer que sejamos.
A santidade é obra de Deus e do seu Espírito e se realiza em nós mediante o sacrifício de Cristo.

A cruz de Cristo não é apenas a causa eficiente e meritória da santidade dos homens, mas também sua causa exemplar. Somente imitando a Cristo podemos ser salvos e santos. E só mediante um ato de seu amor misericordioso que Deus se faz presente no meio dos homens e os acolhe de novo em sua intimidade.
Só quando descobrimos a voz de Deus, é que podemos aventurar-nos em busca da santidade. Se confiamos em nossas próprias possibilidades, acabamos não saindo do lugar.

O papa emérito Bento XVI afirmou que se sente "consolado" pelo fato de os santos terem sido "homens normais, com problemas e pecados", e disse que a santidade não consiste em não pecar, mas sim "na capacidade de conversão, reconciliação e do perdão. Os santos não caem do céu, eram homens como nós, com problemas e com pecados, a santidade não consiste em não ter cometido pecados, não ter caído , ao contrario a santidade consiste em ter caído , mas saber se levantar.

A Santidade é o chamado essencial do homem. Ele existe para a santidade, foi criado por Deus para participar de Sua santidade.
Mas, por que sou chamado a ser santo? A resposta é simples: porque Deus é santo!
”Sede santos, porque eu, Javé, sou santo” - Lv 11, 44; 19, 02. A santidade de Deus é a causa da santidade do homem. E por que, sendo Deus santo, eu também tenho que sê-lo?
Porque o homem não foi criado ao acaso, mas para participar da vida de Deus.
A santidade acontece pela participação do homem no mistério de Cristo pelo Espírito Santo. Cristo, assumindo a carne humana, santifica-a pela obediência e por Ele, toda a humanidade.

A união com Cristo, que significa viver em Cristo a obediência ao Pai e assim assumir em tudo a Sua vontade é o que constitui a santidade do homem. Isso significa unir a humanidade própria à humanidade santa de Cristo. Entretanto, nada disso se dá se não for pelo Espírito que nos foi dado. É Ele que realiza nossa união a Cristo e
, por Cristo, ao Pai.

Não se pode confundir santidade no homem com perfeição.
A perfeição é própria de Deus. Deus é perfeito em tudo e tudo nele é perfeito.
A perfeição pressupõe a condição divina de ser pleno, completo e acabado, de forma a ser subsistente em Si mesmo, ou seja, não precisa de nada fora de si para se realizar ou melhorar.
A condição de criatura no homem pressupõe a imperfeição, pois o homem sempre precisará melhorar. Na perfeição não existe ganho ou perda, melhora ou piora, pois por essas mudanças se torna mais ou menos perfeito, o que fere o princípio segundo o qual a perfeição é completa, sem possibilidade de melhora ou piora.

“Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” - Mt 5, 48. Para entender as palavras de Jesus, é preciso saber que, na mentalidade hebraica, perfeição é um atributo humano - tanto que, no AT, Deus nunca é chamado de Perfeito, mas de Santo – que significa totalidade, ser intacto, e Mateus, partindo dessa perspectiva humana, atribui a Deus essa qualidade, que não é propriamente divina, mas que é projeção em Deus de um ideal humano.

O chamado de Jesus para o homem é à santidade, isto é, à intimidade com Deus de forma a unir-se a Ele. A verdadeira santidade se contrapõe à busca de perfeição no homem. O homem santo se faz depender de Deus em sua imperfeição e por isso nunca é humilhado pelas imperfeições dos dons e riquezas pessoais, bem como pelas misérias e mesmo pelo pecado, porque a santidade é humilde. Somos humilhados quando pensamos ser alguém, quando nos achamos notáveis e melhores do que os outros e percebemos, pela nossa imperfeição, que não somos nada disso. Na humildade da santidade, o homem sabe-se rico pelas riquezas de Deus e a falta de uma das riquezas não o leva ao desespero, pois sabe-se imperfeito e a falta de perfeição não fere sua dignidade humana imperfeita, mas ao contrário, lança-o na vida de Deus na busca da contínua melhora de si pela íntima dependência de Deus, dos dons de Deus.
 
Os santos não são perfeitos. Mesmo os canonizados e colocados sobre os altares não são perfeitos. Mas são pessoas que se encheram de uma tal maneira da vida de Deus, santificaram-se de uma tal maneira que a Igreja os venera dessa forma.
Então, o santo não é perfeito, ele participa de uma forma profunda da santidade de Deus. Lógico que por causa disso ele é cheio de Deus e cheio da própria perfeição. Mas ele não é perfeito, seus atos não são perfeitos.
Perfeito, somente Deus.

A vocação à santidade mergulha as suas raízes no Batismo e volta a ser proposta pelos vários sacramentos, sobretudo pelo da Eucaristia: revestidos de Jesus Cristo e impregnados do Seu Espírito, os cristãos são “santos” e, por isso, são habilitados e empenhados em manifestar a santidade do seu ser na santidade de todo o seu operar.

Pe Emílio Carlos Mancini +
Diocese de São Carlos