Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quarta-feira, 30 de abril de 2014

youarethelightoftheworld
 “Jesus,  Verdade e  Luz”

  João 3, 16-21

Jesus é a verdade! Jesus é a Luz! Ele veio ao mundo para tirar todos os homens das trevas, por isso mesmo, quem rejeita a Sua Luz vive nas trevas e é condenado pelas suas próprias obras. 
O julgamento do mundo é este: “a Luz (Jesus) veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas (o pecado)”.  
E esta é a medida do nosso julgamento final: crer ou não em Jesus que veio ao mundo como a salvação que Deus nos oferece para nos libertar do pecado. Todos aqueles que rejeitam Jesus estão aderindo ao pecado e quem aceita Jesus está acolhendo a Sua Luz e rejeitando o pecado. 
A luz é a verdade que esclarece e nos tira da ignorância. Ela nos dá o norte, e a direção para caminharmos seguros (as).  
Portanto, quem não crê em Jesus vive na mentira, consequentemente pratica o mal porque não se aproxima da Sua Luz e não adere ao Seu projeto de Salvação. 
Quem rejeita a luz   tem medo de que a verdade seja revelada porque as suas ações são más. 
O pecado é o que nos afasta do convívio com Deus Pai e Criador.  Jesus Cristo não veio ao mundo para condená-lo, mas para salvá-lo, por isso, a fé Nele é o meio mais eficaz para que   nos aproximemos da luz de Deus, pois Ele não veio ao mundo para condenar as nossas más ações, mas justamente para nos ajudar a não mais cometê-las.    
A salvação de Jesus implica, porém, em que o acolhamos e não o rejeitemos. Nós acolhemos a Jesus quando vivemos segundo a Sua Palavra e seguimos os Seus ensinamentos. 
Não adianta apenas dizer que cremos em Jesus se não damos ouvido ao que Ele próprio veio nos ensinar e agimos completamente diferente seguindo a cartilha do mundo que vive nas trevas. Confiando em Jesus, seguindo a Sua Luz e nos entregando às Suas sugestões todos nós podemos praticar as boas ações, pelo poder do Seu Espírito Santo. 
A Palavra de Deus nos assegura tudo isso. Ainda há tempo para que o mundo seja salvo. Ajudemos, portanto, a iluminá-lo com a luz de Deus que recebemos no nosso Batismo. 

– O que você entende por “irradiar a luz de Deus”?
 – Como é que podemos iluminar o mundo com a Luz de Cristo?
 – Qual é a virtude em você que mais revela ao mundo a luz de Jesus?  
– Você crê em Jesus como Luz para a sua vida? 
– Você tem tido a coragem de ficar debaixo da Luz, embora que a sua verdade seja descoberta? – Qual seria o primeiro passo para você fazer isto?


   É preciso podar e aparar para crescer.
 Jo 15,1-8

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto.     
Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado.        
Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim.               
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.   
Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á.  
Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito.                
Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos ”.

REFLEXÃO: 

Nós podamos uma árvore para que ela cresça melhor, para que um galho não impeça os outros de receber a luz do sol, para que dê bons e muitos frutos.
Os pais dão disciplina e certas restrições aos filhos para vê-los crescer íntegros, com retidão de caráter e para serem pessoas de princípios sólidos.
Disciplina e ordem caminham juntos e assim caridade e amor educam.
A nós próprios então, devemos fazer de vez quando uma poda.
Cortar tudo o que é supérfluo e principalmente o que é nocivo, o que pode nos causar um dano de qualquer natureza: físico, moral ou mesmo espiritual.
Podar é necessário para um crescimento sadio.
Fazer uma poda interior e também exterior (nos nossos atos) nos faz encontrar harmonia e o equilíbrio.
“PODAR TUDO O QUE NÃO É A VONTADE DE DEUS NO PRESENTE”
É preciso podar e aparar para crescer.
Uma coisa que sempre me encheu de dúvidas foi o fato da necessidade de podar as árvores.
Entendo perfeitamente que os galhos velhos e podres devem ser retirados, mas a indispensável poda também é feita nos galhos bons, nos galhos novos, mesmo entendendo que estes são necessários neste momento da vida da planta. Porque a poda afeta também os galhos bons?
Porque é necessário cortar também parte das partes boas? Para entender um pouco sobre o corte perguntei a um paisagista.
Em um papo muito descontraído e muito instrutivo indaguei a um amigo paisagista, porque é necessário podar as plantas? Porque cortar os galhos bons? Pois eles são totalmente necessários para a planta. O meu sábio amigo respondeu: As plantas precisam crescer, porém elas não podem crescer desordenadamente, de qualquer forma. Elas precisam de uma direção para crescerem saudáveis, por isso é preciso cortar o galhos velhos e aparar os novos, pois o crescimento desordenado só atrapalha.
Meu papo sobre plantas, podas e aparas extrapola os limites da botânica e do paisagismo e chega até a vida das pessoas. 
Assim como as plantas, nós precisamos crescer, porém não podemos crescer desordenadamente, precisamos de direção, precisamos saber para onde devemos crescer e cortar o que nos atrapalha a caminhar no sentido da realização dos nossos projetos e sonhos.
Não desista de teus sonhos, mas estejam eles todos submetidos de forma amorosa nas mãos de Deus. Em Obediência amorosa e não servil. Pois Não somos escravos, mas Filhos de Deus.
O segredo então é que precisamos saber para onde queremos crescer e aparar tudo aquilo que atrapalha nosso crescimento, precisamos organizar nossa vida, precisamos identificar o que nos atrapalha e podar. Toda poda é dolorida, principalmente no começo, pois parece que estamos perdendo, o que de inicio não deixa de ser verdade. Porém pouco depois da poda começamos a sentir os seus benefícios, o nosso crescimento retoma aos patamares normais e no sentido correto. Apenas tiramos peso.
Faça uma revisão da sua vida, saiba o que está atrapalhando o seu crescimento e providencie a poda hoje mesmo. Veja suas finanças, sua vida familiar, sua vida social, sua vida intelectual, sua vida profissional e principalmente sua vida espiritual.
Faça um check-up e saiba quais partes da sua vida não vão bem e apare-a. Crescer é preciso, mesmo que doa, mas como as árvores o crescimento desordenado trás mais malefícios que benefícios. Não pense na dor inicial, pense nos benefícios da poda, pense no futuro, cresça com responsabilidade no caminho da luz.


Pérola do dia:

Pare de manter e alimentar suas limitações


Você é a principal fonte das suas próprias limitações.
 Pare de manter suas limitações, pare de alimenta-las e dar a elas o teu suporte e elas irão se dissipar.
 Todas as vezes que você diz em voz alta ou para si mesmo: “Eu jamais teria condições da fazer isso” você está afirmando suas limitações. 
Quando você tenta explicar seu comportamento ao dizer: “eu sou assim e vou morrer assim” você está simplesmente fortalecendo os limites que lhe amarram.
A sua mente é responsável pela sua própria versão da realidade.
Qualquer limitação que venha dominar a sua mente, é uma limitação muito real.  O que é que aquela “pequena voz” dentro da sua cabeça está lhe falando durante todo o dia?  Ela está lhe limitando ou lhe impulsionando para a frente?  Ela está constantemente dizendo: “Eu nunca poderia…”ou “eu sou sempre…”ou “eu não posso”?
 Você tem estado ocupado demais em convencer a si mesmo das suas próprias limitações?
Aquela voz pode dizer qualquer coisa que você permita que ela diga.
 Ouça com atenção para aquilo que você está dizendo a si mesmo e pense nisso. 
Você realmente precisa estar se auto criticando e limitando a si mesmo?   
Comece a dar apoio a si mesmo e você verá quão rapidamente o mundo irá mudar para melhor.
Os retrocessos e desapontamentos sempre chamam a nossa atenção. Isto porque eles têm muito a nos dizer. É muito fácil sair fora do seu curso de ação sem que você sequer perceba.
Porém, quando você assim age, logo você percebe que algo começa a dar errado e alguns sinais indicadores surgem apontando-lhe para os erros que você cometeu. Esta é a razão pela qual é por demais importante prestar atenção aos pequenos problemas logo que eles surjam, porque eles podem ajudá-lo a tomar uma atitude afim de evitar que eles se tornem, mais tarde, um problema ainda maior.
Os retrocessos que você experimenta não são nada agradáveis. 
Porém, são eles que podem impulsioná-lo para um renovado compromisso e são eles também que podem apontar e fazer com que você retorne a uma positiva e eficiente direção. 
Quando chegam os desapontamentos, ouça aquilo que eles têm a lhe dizer. 
Aprenda com os resultados, ambos, positivos e negativos, pois assim a sua abordagem pode ser aprimorada significativamente com o tempo. 
Os retrocessos que você experimenta são os mesmos que lhe sugerem, com muita frequência, uma mudança de rota. 
Aprenda com eles e permita que eles também o coloquem novamente nos trilhos.


 O amor é

É o amor que nos mantém vivos, mesmo depois de havermos partido; é o amor que dá real significado àquilo que realmente somos, àquilo que fazemos e à maneira como fazemos. 
A única coisa que limita nossa capacidade de amar são as condições que impomos ao amor.  
Quando o amor é baseado naquilo que desejamos conseguir, então a nossa habilidade de amar simplesmente se desmorona. 
Quando amamos baseados em circunstâncias, em lugar de a despeito de, nosso amor se torna ineficaz e extremamente limitado.   
Quando no entanto amamos apenas por amar, dando-nos de nós mesmos sem nenhuma outra agenda, sem pensar em receber absolutamente nada em troca, aí ele estará se assemelhando ao amor de Deus, e estaremos demonstrando um tipo de amor que tem o poder de quebrar as mais intransponíveis barreiras.

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.  I Coríntios 13,4-7

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Oração para implorar a graça da devoção

"A ALMA: Meu Senhor e meu Deus! Vós sois todo o meu bem. E quem sou eu para me atrever a falar-vos? Eu sou vosso paupérrimo servo, um vil vermezinho, muito mais pobre e desprezível do que sei e ouso dizer. Lembrai-vos, Senhor, de que sois bom, justo e santo; vós tudo podeis, tudo dais, tudo encheis, e só ao pecador deixais vazio. 
Lembrai-vos de vossas misericórdias (Sl 24,6) e enchei meu coração com a vossa graça, pois não quereis que sejam infrutuosas vossas obras. 
Como poderei eu, nesta miserável vida, suportar-me a mim mesmo, se não me confortar vossa graça e misericórdia? 
Não desvieis de mim a vossa face, não demoreis a vossa visita, não me tireis o vosso consolo, para que não fique a minha alma diante de vós qual terra sem água (Sl 142, 6).
 Ensinai-me, Senhor, a fazer vossa vontade (Sl 142, 10), ensinai-me a andar em vossa presença, digna e humildemente; pois vós sois minha sabedoria, que em verdade me conheceis antes de ser feito o mundo, e antes de eu nascer na terra." 
 
(Imitação de Cristo)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

 “Sozinhos não podemos mais!”

  João 21, 1-14 –


Os discípulos de Jesus reunidos à beira mar tentaram retornar ao seu antigo ofício de pescador. 
“Entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite”!  
Não perceberam, no entanto, que Jesus estava bem ali, de pé na margem, atento ao que se passava com eles como que à espera que algo lhes pudesse acontecer. 
Ele sabia, precisamente, o que eles deveriam fazer para que a pesca fosse abundante, e, por isso, interveio mandando que lançassem a rede á direita do barco, pois eles continuavam insistindo em fazer as coisas do mesmo modo como faziam antes de encontrarem Jesus. Depois que eles obedeceram, o milagre aconteceu e a pesca foi copiosa. 
Na pesca da nossa vida também é importante saber que Jesus está vivo e muito perto da nossa barca para nos ensinar a pescar. Precisamos ter a certeza de que Ele nos dá a garantia da Sua Palavra e que, por isso, nunca poderemos duvidar e agir conforme a nossa própria vontade.  
“Lançai a rede á direita do barco e achareis”.
 Quando agimos na escuridão da noite, isto é, seguindo a nossa própria inclinação não temos perspectivas de alcançar sucesso, no entanto, quando agimos sob a Luz de Jesus nós aprendemos a fazer coisas novas que nunca imaginaríamos ser capazes. Sozinhos (as) nós nunca teremos sucesso. 
Assim como fez com os apóstolos, Jesus também muitas vezes nos pede de comer e nos manda lançar a rede de outro modo, de um jeito novo, porém nós continuamos envolvidos (as) com a nossa “falta de sorte” e não ouvimos o que Ele fala. 
Ficamos presos (as) nas nossas expectativas e buscamos apenas os milagres que desejamos que aconteçam a nossa vida. 
 Perdemos as oportunidades e a hora da graça passa. Todos nós necessitamos ter consciência de que Jesus ressuscitado continua muito perto de nós e nos manda lançar a rede de outra maneira, de um jeito novo, do contrário do que sempre temos feito. 
Ele sabe precisamente do que nós precisamos pescar e nos dá as palavras-chaves para termos sucesso nos nossos empreendimentos. É tempo de abraçar o Novo de Jesus! 
- Pergunte a Jesus qual o lado certo para você lançar a sua rede?
 – O que você precisa fazer diferente? 
 – Peça para que Ele lhe mostre a vida nova, o novo jeito de viver e ser feliz! 
– Você tem certeza de que está fazendo as coisas da maneira que Jesus quer 
Presença distante...



A presença de Deus na vida das pessoas tem se tornado cada vez mais ausente, distante... 
sempre vem os interesses, a corrida desenfreada pelo o poder, o dinheiro e lado espiritual torna-se quase em segundo plano .
Não se tem tempo para as coisas de Deus, para buscar o alimento divino para a alma.
E quando o ser humano relativa Deus, começa a colocar no lugar de Deus tudo que é passageiro, terreno e diabólico. Assim não se pode construir uma vida a dois fortalecida na fé, na justiça e no amor. Muito menos os filhos, porque não se pode oferecer aquilo que não se tem. Se um casal não ama a Deus, não busca Deus e nem conhece Deus, ele não pode passar nada disso para os seus filhos.
 Estes serão guiados na escuridão, no desamor e passarão a aprender com os outros que nada tem a oferecer.
Quando o casal não coloca Deus como centro de sua família, tudo fica vulnerável ao mundo e suas vaidades e pecados.
Os filhos, certamente, carentes de carinho, atenção, amor e apoio, começam a receber a atenção dos que vivem no erro.
Basta que pensemos nas pesquisas publicadas revelando o alto nível de envolvimento de adolescente e jovens no tráfico, nos vícios e na criminalidade de um modo geral. Assistimos tantas notícias de violências e muitas vezes não paramos para compreender o por quê dessa presença forte dos jovens que matam e são assassinados. Será que os pais desses jovens não tiveram indiretamente uma certa culpa por não terem instruídos e guiados seus filhos no caminho de Deus?
Então, me parece fundamental que os casais busquem Deus para poder viverem e construírem uma família, um lar fortificado, feliz. Que não queimem etapas durante o namoro, mas cada etapa seja vivida à luz de Deus fazendo um caminho de amadurecimento, conhecendo-se melhor um ao outro, guardando no coração de ambos as maravilhas de Deus entre o namoro, noivado e para ter um casamento com Deus e em Deus. Que vivam no mundo, mas não sendo do mundo,nos diz São Paulo, apóstolo.


Pérola do dia: 

Resista.

Resista um pouco mais, mesmo que as feridas latejem e que sua coragem esteja cochilando.
Resista mais um minuto e será fácil resistir aos demais.
Resista mais um instante, mesmo que a derrota seja um ímã, mesmo que a desilusão caminhe em sua direção.

Resista mais um pouco, mesmo que os invejosos digam para você parar, mesmo que sua esperança esteja no fim.

Resista, porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã bonita, ensolarada, sem algemas, nascerá para você em breve, desde que você resista.
2º Domingo da Páscoa - Ano A -         Domingo da Divina Misericórdia

A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.

Na primeira leitura temos, na “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração e na Eucaristia, que vive na partilha, na doação e no serviço e que testemunha – com gestos concretos – a salvação que Jesus veio propor aos homens e ao mundo.

No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.

A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã que a identificação de cada crente com Cristo – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – conduzirá à ressurreição. Por isso, os crentes são convidados a percorrer a vida com esperança (apesar das dificuldades, dos sofrimentos e da hostilidade do “mundo”), de olhos postos nesse horizonte onde se desenha a salvação definitiva.

LEITURA I – At 2,42-47

Depois de descrever a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos no cenáculo (cf. At 2,1-13) e de apresentar (através de um discurso posto na boca de Pedro) um resumo do testemunho dado pelos primeiros discípulos sobre Jesus (cf. At 2,14-36), Lucas refere o resultado da pregação dos apóstolos: as pessoas aderem em massa (Lucas fala de três mil pessoas que, nesse dia, se juntaram aos discípulos) e nasce a comunidade cristã de Jerusalém (cf. At 2,37-41). São os primeiros passos de um caminho que a Igreja de Jesus vai percorrer, desde Jerusalém a Roma (o coração do mundo antigo).
O nosso texto faz parte de um conjunto de três sumários, através dos quais Lucas descreve aspectos fundamentais da vida da comunidade cristã de Jerusalém. Este primeiro sumário é dedicado ao tema da unidade e ao impacto que o estilo cristão de vida provocou no povo da cidade (os outros dois sumários tratam da partilha dos bens – cf. At 4,32-35 – e do testemunho da Igreja através da atividade miraculosa dos apóstolos – At 5,12-16).
Naturalmente, este sumário não é um retrato histórico rigoroso da comunidade cristã de Jerusalém, no início da década de 30 (embora possa ter algumas bases históricas). Quando Lucas escreve este relato (década de 80), arrefeceu já o entusiasmo inicial dos cristãos: Jesus nunca mais veio para instaurar definitivamente o “Reino de Deus” e posicionam-se no horizonte próximo as primeiras grandes perseguições… Há algum desleixo, falta de entusiasmo, monotonia, divisão e confusão (até porque começam a aparecer falsos mestres, com doutrinas estranhas e pouco cristãs). Neste contexto, Lucas recorda o essencial da experiência cristã e traça o quadro daquilo que a comunidade deve ser.
Como será, então, essa comunidade ideal, que nasce do Espírito e do testemunho dos apóstolos?
Em primeiro lugar, é uma comunidade de irmãos, que vive em comunhão fraterna (“os irmãos” – vers. 42). Essa fraternidade resulta da identificação com Cristo e da vida de Cristo que anima cada crente – membros, todos eles, do mesmo corpo – o Corpo de Cristo.
Em segundo lugar, é uma comunidade assídua ao ensino dos apóstolos. Quer dizer, é uma comunidade empenhada em conhecer e acolher a proposta de salvação que vem de Jesus, através do testemunho dos apóstolos (e não através dessas doutrinas estranhas trazidas pelos falsos mestres e que começam a invadir a comunidade). A catequese deve incidir sobre a pessoa de Jesus, o seu projeto, os seus valores, a sua vida de doação e de entrega. Os crentes são convidados a descobrir que o sentido fundamental da vida está na obediência ao plano do Pai e na entrega aos irmãos; e que uma vida vivida desse jeito conduz à ressurreição e à vida plena, mesmo que passe pela experiência da cruz.
Em terceiro lugar, é uma comunidade que celebra liturgicamente a sua fé. Lucas aponta dois momentos celebrativos fundamentais: a “fracção do pão” e as “orações”.
A “fracção do pão” parece ser uma expressão técnica para designar o memorial da “ceia do Senhor”, ou “eucaristia”. Era a celebração que resumia toda a vida do Senhor Jesus, feita doação da vida e entrega até à morte. Acompanhada, em geral, de uma refeição fraterna, ela comportava ainda orações, uma pregação e, talvez, gestos de comunhão e de partilha entre os cristãos. Era um momento de alegria, em que a comunidade celebrava a sua união a Jesus e a comunhão fraterna que daí resultava.
Temos, ainda, as “orações”. Os primeiros cristãos continuaram a frequentar o Templo (“todos os dias frequentavam o Templo” – vers. 46) e a participar da oração da comunidade judaica; no entanto, é bastante provável que a comunidade cristã tenha começado a sentir a necessidade de se encontrar para a oração tipicamente cristã, centrada na pessoa de Jesus; e é, talvez, a esta oração comunitária cristã que Lucas se refere. A comunidade de Jesus é, portanto, uma comunidade que se junta para rezar, para louvar o seu Senhor.
Em quarto lugar, é uma comunidade que partilha os bens. Da comunhão com Cristo, resulta a comunhão dos cristãos entre si; e isso tem implicações práticas. Em concreto, implica a renúncia a qualquer tipo de egoísmo, de autossuficiência, de fechamento em si próprio e uma abertura de coração para a partilha, para o dom, para o amor. Expressão concreta dessa partilha e desse dom é a comunhão dos bens: “tinham tudo em comum; vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um” – vers. 44-45). É uma forma concreta de mostrar que a vida nova de Jesus, assumida pelos crentes, não é “conversa fiada”; mas é uma libertação da escravidão do egoísmo e um compromisso verdadeiro com o amor, com a partilha, com o dom da vida.
Finalmente, é uma comunidade que dá testemunho. Os gestos realizados pelos apóstolos enchiam toda a gente de temor (vers. 43) – quer dizer, infundiam em todos aqueles que os testemunhavam a inegável certeza da presença de Deus e dos seus dinamismos de salvação. Além disso, a piedade, o amor fraterno, a alegria e a simplicidade dos crentes provocavam a admiração e a simpatia de todo o povo; esse jeito de viver interpelava os habitantes de Jerusalém e fazia com que aumentasse todos os dias o número dos que aderiam à proposta de Jesus e à comunidade da salvação (vers. 47).
A primitiva comunidade cristã, nascida do dom de Jesus e do Espírito é verdadeiramente uma comunidade de homens e mulheres novos, que dá testemunho da salvação e que anuncia a vida plena e definitiva. A comunidade cristã de Jerusalém era, de facto, esta comunidade ideal? Possivelmente, não (outros textos dos Actos falam-nos de tensões e problemas – como acontece com qualquer comunidade humana); mas a descrição, que Lucas aqui faz, aponta para a meta a que toda a comunidade cristã deve aspirar, confiada na força do Espírito. Trata-se, portanto, de uma descrição da comunidade ideal, que pretende servir de modelo à Igreja e às igrejas de todas as épocas.

ATUALIZAÇÃO

Para a reflexão e atualização, considerar as seguintes linhas:
• A comunidade cristã é uma família de irmãos, reunida à volta de Cristo, animada pelo Espírito e que tem por missão testemunhar na história a salvação. Os homens do séc. XXI podem acreditar ou não na ressurreição de Cristo; mas têm de descobrir a vida nova e plena que Deus lhes oferece, através do testemunho dos discípulos de Jesus. A comunidade cristã tem de ser uma proposta diferente, que mostra aos homens como o amor, a partilha, a doação, o serviço, a simplicidade e a alegria são geradores de vida e não de morte.
• A comunidade cristã é uma comunidade de irmãos. A minha comunidade cristã é uma comunidade de irmãos que vivem no amor, ou é um grupo de pessoas isoladas, em que cada um procura defender os seus interesses, mesmo que para isso tenha de magoar os outros? No que me diz respeito, esforço-me por amar todos, por respeitar a liberdade e a dignidade de todos, por potenciar os contributos e as qualidades de todos?
• A comunidade cristã é, também, uma comunidade assídua à catequese dos apóstolos. A minha comunidade cristã é uma comunidade que se constrói à volta da Palavra de Deus, que escuta e que partilha a Palavra de Deus? Da minha parte, procuro descobrir as propostas de Deus num diálogo comunitário e numa partilha com os irmãos, ou deixo-me levar por pretensas “revelações” pessoais, convicções pessoais, impressões pessoais – que muitas vezes não são mais do que formas de manipular a Palavra de Deus para “levar a água ao meu moinho”?
• A comunidade cristã é, ainda, uma comunidade que celebra liturgicamente a sua fé. A celebração da fé comunitária dá-nos a dimensão de um povo peregrino, que caminha unido, voltado para o seu Senhor e tendo Deus como a sua referência. Da celebração comunitária da fé, sai uma comunidade mais fortalecida, mais consciente da vida que une todos os seus membros, mais adulta e com mais força para ser testemunha da salvação. O que é que significa, para mim, a celebração comunitária da fé? A celebração eucarística é um rito aborrecido, a que “assisto” por obrigação, ou uma verdadeira experiência de encontro com o Jesus do amor e do dom da vida e uma experiência de amor partilhado com os meus irmãos de fé?
• A comunidade cristã é uma comunidade de partilha. No centro dessa comunidade está o Cristo do amor, do serviço, do dom da vida… O cristão não pode, portanto, viver fechado no seu egoísmo, indiferente à sorte dos outros irmãos. Em concreto, o nosso texto fala na partilha dos bens… Uma comunidade onde alguns esbanjam os bens e onde outros não têm o suficiente para viver dignamente será uma comunidade que testemunha, diante dos homens, esse mundo novo de amor que Jesus veio propor?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118)

Refrão: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
Empurraram me para cair,
mas o Senhor me amparou.
O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória,
foi Ele o meu Salvador.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.

LEITURA II – 1 Ped 1,3-9

A primeira Carta de Pedro é uma carta dirigida aos cristãos de cinco províncias romanas da Ásia Menor (a carta cita explicitamente a Bitínia, o Ponto, a Galácia, a Ásia e a Capadócia – cf. 1 Pe 1,1). O seu autor apresenta-se com o nome do apóstolo Pedro; no entanto, a análise literária e teológica não confirma que Pedro seja o autor deste texto: em termos literários, a qualidade literária da carta não corresponde à maneira de escrever de um pescador do lago de Tiberíades, pouco instruído; a teologia apresentada demonstra uma reflexão e uma catequese bem posteriores à época de Pedro; e o “ambiente” descrito na carta corresponde, claramente, à situação da comunidade cristã no final do séc. I. Se Pedro morreu em Roma durante a perseguição de Nero (por volta do ano 67), não pode ser o autor deste escrito. O autor da carta será, portanto, um cristão anônimo culto – provavelmente um responsável de alguma comunidade cristã – e que conhece profundamente a situação das comunidades cristãs da Ásia Menor. Ele escreve em finais do séc. I (nunca antes dos anos 80), provavelmente a partir de uma comunidade cristã não identificada da Ásia Menor.
Os destinatários desta carta são as comunidades cristãs que vivem em zonas rurais da Ásia Menor. A maioria destes cristãos são pastores ou camponeses que cultivam as propriedades das classes dominantes. Também há, nestas comunidades, pequenos proprietários que vivem em aldeias, à margem das grandes cidades. De qualquer forma, trata-se de gente que vive no meio rural, economicamente débil, vulnerável a um ambiente que começa a manifestar alguma hostilidade para com o cristianismo.
O autor da carta conhece as provações que estes cristãos sofrem todos os dias. Exorta-os, no entanto, a manterem-se fiéis à sua fé, apesar das dificuldades. Convida-os a olharem para Cristo, que passou pela experiência da paixão e da cruz, antes de chegar à ressurreição; e exorta-os a manterem a esperança, o amor, a solidariedade, vivendo com alegria, coerência e fidelidade a sua opção cristã.
O texto que nos é proposto é uma ação de graças, ao estilo das bênçãos judaicas. No entanto, apresenta, desde logo, os temas principais que, depois, vão ser desenvolvidos ao longo da carta.
O autor lembra aos crentes que, pelo batismo, se identificaram com Cristo; e isso significa, desde logo, renascer para uma vida nova – de que a ressurreição de Cristo é modelo e sinal. Conscientes de que Deus oferece a salvação àqueles que se identificam com Jesus, os crentes vivem na alegria e na esperança: eles sabem que – aconteça o que acontecer – lhes está reservada a vida plena e definitiva.
É verdade que a caminhada dos crentes pela história é uma experiência de sofrimento, de provações, de perseguições. Os sofrimentos, no entanto, são uma espécie de “prova”, durante a qual a fé dos crentes é purificada, decantada de interesses mesquinhos, fortalecida; e, nesse processo, o crente vai sendo transformado pela ação do Espírito, até se identificar com Cristo e chegar à vida nova (para exemplificar o processo, o autor lembra que o próprio ouro tem de ser purificado pelo fogo, antes de aparecer em todo o seu esplendor).
De qualquer forma, o percurso existencial dos crentes – cumprido simultaneamente na alegria e na dor – é sempre uma caminhada animada pela esperança da salvação definitiva.
O grande apelo do autor da primeira carta de Pedro é este: identifiquemo-nos com aquele a quem amamos sem o termos visto (Cristo) – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – a fim de chegarmos, com Ele, à ressurreição.

ATUALIZAÇÃO

Considerar, na reflexão, os seguintes dados:
• Antes de mais, a Palavra de Deus convida-nos a tomar consciência de que, pelo baptismo, nos identificamos com Cristo. A nossa vida tem de ser, como a de Cristo, vivida na obediência ao Pai e na entrega aos homens nossos irmãos: é esse o caminho que conduz à ressurreição. A lógica do mundo diz-nos que servir e dar a vida é um caminho de fracos e perdedores; a lógica de Deus diz-nos que a vida plena resulta do amor que se faz dom. Em quem é que acreditamos? De acordo com que lógica é que conduzimos a nossa vida e fazemos as nossas opções?

• A questão do sentido do sofrimento (sobretudo do sofrimento que atinge o justo) é tão antiga como o homem; as respostas que o homem foi encontrando para essa questão foram sempre parciais e insatisfatórias… A Palavra de Deus que hoje nos é proposta não esclarece definitivamente a questão, mas acrescenta mais uma achega: o sofrimento ajuda-nos, muitas vezes, a crescer, a amadurecer, a despirmo-nos de orgulhos e auto-suficiências, a confiar mais em Deus… Somos convidados a tomar consciência de que o sofrimento pode ser, também, um caminho para ressuscitarmos como homens novos, para chegarmos à vida plena e definitiva.
• De qualquer forma, somos convidados a percorrer a nossa vida com esperança, olhando para além dos problemas e dificuldades que dia a dia nos fazem tropeçar e vendo, no horizonte, a salvação definitiva. Isto não significa alhearmo-nos da vida presente; mas significa enfrentar as contrariedades e os dramas de cada dia com a serenidade e a paz de quem confia em Deus e no seu amor.

ALELUIA – Jo 20,29
Aleluia. Aleluia.
Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto».

EVANGELHO – Jo 20,19-31

Continuamos na segunda parte do Quarto Evangelho, onde nos é apresentada a comunidade da Nova Aliança. A indicação de que estamos no “primeiro dia da semana” faz, outra vez, referência ao tempo novo, a esse tempo que se segue à morte/ressurreição de Jesus, ao tempo da nova criação.
A comunidade criada a partir da ação de Jesus está reunida no cenáculo, em Jerusalém. Está desamparada e insegura, cercada por um ambiente hostil. O medo vem do facto de não terem ainda feito a experiência de Cristo ressuscitado.
O texto que nos é proposto divide-se em duas partes bem distintas.
Na primeira parte (vers. 19-23), descreve-se uma “aparição” de Jesus aos discípulos. Depois de sugerir a situação de insegurança e de fragilidade em que a comunidade estava (o “anoitecer”, as “portas fechadas”, o “medo”), o autor deste texto apresenta Jesus “no centro” da comunidade (vers. 19b). Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-se como ponto de referência, fator de unidade, videira à volta da qual se enxertam os ramos. A comunidade está reunida à volta d’Ele, pois Ele é o centro onde todos vão beber essa vida que lhes permite vencer o “medo” e a hostilidade do mundo.
A esta comunidade fechada, com medo, mergulhada nas trevas de um mundo hostil, Jesus transmite duplamente a paz (vers. 19 e 21: é o “shalom” hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança, vida plena). Assegura-se, assim, aos discípulos que Jesus venceu aquilo que os assustava (a morte, a opressão, a hostilidade do mundo); e que, doravante, os discípulos não têm qualquer razão para ter medo.
Depois (vers. 20a), Jesus revela a sua “identidade”: nas mãos e no lado trespassado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e de doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.
Em seguida (vers. 22), Jesus “soprou” sobre os discípulos reunidos à sua volta. O verbo aqui utilizado é o mesmo do texto grego de Gn 2,7 (quando se diz que Deus soprou sobre o homem de argila, infundindo-lhe a vida de Deus). Com o “sopro” de Gn 2,7, o homem tornou-se um ser vivente; com este “sopro”, Jesus transmite aos discípulos a vida nova que fará deles homens novos. Agora, os discípulos possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem – como Jesus – dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que constitui e anima a comunidade de Jesus.
Na segunda parte (vers. 24-29), apresenta-se uma catequese sobre a fé. Como é que se chega à fé em Cristo ressuscitado?
João responde: podemos fazer a experiência da fé em Cristo vivo e ressuscitado na comunidade dos crentes, que é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora) e que não faz caso do testemunho da comunidade, nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência, pretende obter (apenas para si próprio) uma demonstração particular de Deus.
Tomé acaba, no entanto, por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Porquê? Porque no “dia do Senhor” volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão clara ao Domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.
A experiência de Tomé não é exclusiva das primeiras testemunhas; todos os cristãos de todos os tempos podem fazer esta mesma experiência.

ATUALIZAÇÃO

Ter em conta, na reflexão, os seguintes desenvolvimentos:
• A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
• A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos verdadeiramente a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo, encontra-O em nós?

• Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas e egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?