Caríssimo:
Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade,
a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão.
Combate o bom combate da fé,
conquista a vida eterna, para a qual foste chamado
e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé
perante numerosas testemunhas.
Poderíamos falar da origem etimológica desse nome, isto é: trata-se de um nome grego (Timotheos = Τιμοθεος), composto por duas palavras (timao = τιμαω (honrar) + theos = θεος (Deus)) e que significa, portanto "aquele que honra Deus".
O homem de Deus aqui é referencia a Timóteo, como deve ser, então, na perspectiva do autor deste texto, o "homem de Deus"?
O verdadeiro "homem de Deus" (que Timóteo deve representar) tem de
distinguir-se por uma vida santa, enraizada na fé e no amor aos irmãos.
Em concreto, o "homem de Deus" deve cultivar a justiça, a piedade, a fé,
o amor, a perseverança, a doçura. Tem de ser paciente e manso, diante
das dificuldades que o serviço apostólico levanta. Deve guardar "o
mandamento do Senhor" - isto é, a verdade da fé que lhe foi transmitida
pela tradição apostólica. No que diz respeito ao perfil do "homem de
Deus", tudo se resume no amor para com os irmãos, no entusiasmo pelo
ministério e na capacidade de transmitir a verdadeira doutrina, herdada
dos apóstolos.
O retrato aqui esboçado do "homem de Deus" define os traços do
verdadeiro crente: ele é alguém que vive com entusiasmo a sua fé, que
ama os irmãos (que trata todos com doçura, com paciência, com mansidão) e
que dá testemunho da verdadeira doutrina de Jesus, sem se deixar
seduzir e desviar pelas modas ou pelos interesses próprios.
Identificamo-nos com este modelo?
A proposta que aqui é feita a Timóteo deve, sobretudo, caracterizar
a vida daqueles que têm responsabilidades na animação das comunidades
cristãs. Os animadores das nossas comunidades são, efetivamente,
pessoas cheias de amor, de mansidão, de paciência, de capacidade de doar
a vida e de servir os irmãos?
São pessoas que transmitem, com
fidelidade e coerência, o projeto de Jesus, ou são pessoas que
transmitem doutrinas próprias, condicionadas pelos seus interesses?
Na
vida e no testemunho dos animadores das nossas comunidades, nota-se a
vontade de dar um verdadeiro testemunho de Jesus e da sua proposta de
salvação, ou nota-se a busca de privilégios, de títulos e de honras
sociais?
A todos nós que desejamos ser
“homens e mulheres de Deus” a fugir das coisas perversas, isto é, de tudo o
quanto nos desvia dos caminhos do Senhor.
São Paulo dessa maneira, ele nos recomenda a
procurar a justiça, que é a vontade de Deus; a piedade, que é a amizade com
Deus e com os irmãos; a fé, que é a confiança e dependência de Deus; o amor que
é a essência da Lei de Deus; a firmeza e a mansidão que são frutos do Espírito
Santo de Deus em nós.
Munidos desses atributos, nós poderemos combater o bom
combate da fé e assim conquistar a vida eterna que nos foi prometida pelo Pai e
alcançada por Jesus Cristo.
Foi diante de Pôncio Pilatos que Jesus deu
testemunho da verdade de Deus, com firmeza e convicção de que estava fazendo a
vontade do Pai.
Por isso, São Paulo nos
exorta, assim como fez a Timóteo, a que nós também, como Jesus, saibamos dar um
bom testemunho da Sua verdade, assumindo o nosso mandato, isto é, a nossa
missão até a Sua manifestação gloriosa.
Isso significa que o tempo em que
estamos vivendo é propício para que ponhamos em prática tudo o que nos é
proposto pela verdade da Palavra de Deus, esperando o tempo oportuno em que nós
também, habitaremos com Cristo numa luz inacessível, que nenhum homem viu nem
pode ver.
É a vida eterna em plenitude que nos foi prometida pelo Pai e que
Jesus Cristo conquistou para que a vivamos um dia.
- Você tem sido fiel ao seu chamado para ser homem e
mulher de Deus?
– Você tem combatido o bom combate da fé?
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