Afinal Dízimo é 10% ou não?
Recebi um e-mail com um questionamento:
Qual é o valor que devemos
contribuir para o DIZIMO? Algumas igrejas protestantes dizem que o Cristão deve
contribuir mensalmente com 10% do salário. Mas os padres da igreja católica disseram
que podemos contribuir pelo menos com 5%, será que os padres estão certos ou os
pastores da igreja protestante que exigem os 10%?
Não desejo entrar no mérito da questão de quem está certo ou
errado, até porque respeito muito os irmãos protestantes (sérios) que vivem a
Palavra de Deus, mas para dar argumentos permitindo que cada um tome sua
decisão ressalto o seguinte:
Nossos irmãos protestantes tem razão com relação aos 10%
pois está no Antigo Testamento, acontece que a partir da vinda de Jesus deu-se
a Nova e Eterna Aliança, a Igreja Católica tem o Antigo
Testamento como Palavra de Deus - como a história da formação do povo de Deus -
aqueles que ainda esperam a vinda do Messias continuam presos a Lei do Antigo
Testamento, mas nós católicos acreditamos que Jesus Cristo é o Messias, o Filho
de Deus enviado para a nossa salvação que veio trazer a Nova e Eterna Aliança.
Sendo assim a Igreja Católica espelha-se nos ensinamentos de
Cristo: (Mt 9,13) “Ide, pois, aprender o que significa:
‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios”. ´
É certo que temos a obrigação de ajudar na manutenção do
Reino de Deus, não que o próprio Deus necessite de dinheiro,
mas a Igreja sim, para suas obras de caridade, para as despesas do templo
(água, luz, impostos, salários...), e nós somos a Igreja, temos sim que fazer a
nossa parte para manter viva a Igreja como instituição.
O Código de Direito
Canônico no Cânon-222 rege que: “Os fiéis têm obrigação de socorrer às
necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para
o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para o honesto
sustento dos ministros”.
Acontece que como diz o próprio Jesus, não podemos oprimir
e impor pessados fardos, devemos sim usar de misericórdia; tirar o
leite da boca de uma criança, sob o pretexto de alimentar a Deus, isso não é
misericórdia, portanto a nossa Igreja Católica ciente das dificuldades que
enfrentamos diz no catecismo:
(CIC-2043) O quinto mandamento ("Ajudar a Igreja em suas
necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades
materiais da Igreja, cada um conforme as
próprias possibilidades.
A decisão da Igreja Católica em não impor os 10%, mas sim,
deixar livre para que cada um dê de acordo com as suas possibilidades, visando
que o Dízimo não venha a se tornar um fardo e sim um prazer, tem respaldo na
própria Palavra de Deus:
São Paulo da Carta aos
Hebreus cita: "Mudou o sacerdócio, então necessariamente muda também a
lei!" (7,12) "Este fato significa abolir o preceito anterior, por ser
fraco e inútil” (Hb 7,18). São Paulo continua falando a respeito do Dízimo desta vez
aos Coríntios (2Cor 9,7): “Dê cada um
conforme o impulso do seu coração, sem
tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria”.
Diante do exposto, tenho a firme convicção de que as pessoas
que por motivos justos não
podem contribuir com 10%, mas que dão de acordo com as suas possibilidades, não
estão em pecado e não serão tratadas por Deus com menos amor.
Como diz Teresa de Calcutá: O importante não é o que
se dá, mas o amor com que se dá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário