Tirando duvidas sobre o Jubileu Extraordinário da Misericórdia
1. O que é um Ano Santo ou Jubileu
Extraordinário?
Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja
proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com
Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da
peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV
14).
Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências,
graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos
próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.
O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a
principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de
misericórdia.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O
próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano
Santo é “extraordinária”.
2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir
mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico
em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas
vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que
podemos vivenciar neste Ano Santo.
3. Quando começa e quando termina este
Ano Santo?
O Ano Santo começa no dia 8 de dezembro de 2015, com a
celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de
Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.
4. O que o Papa pede que façamos?
O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o
Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a sexta-feira e
o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade
da oração”.
Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de
misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na
Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber
melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de
acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.
5. É preciso ir a Roma para atravessar a
Porta Santa e ganhar indulgências?
Não. Você pode ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e
basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e,
cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação
for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um ato de fé -
recitação do Credo - e uma oração pelo Papa).
6. O que são as obras de misericórdia?
Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7
corporais.
Obras de misericórdia corporais:
1 - Dar de comer a quem tem fome;
2 - Dar de beber a quem tem sede;
3 - Vestir os nus;
4 - Visitar os doentes;
5 - Visitar os presos;
6 - Acolher os peregrinos;
7 - Enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais:
1 - Dar bom conselho;
2 - Corrigir os que erram;
3 - Ensinar os ignorantes;
4 - Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5 - Consolar os aflitos;
6 - Perdoar os que nos ofenderam;
7 - Rezar pelos vivos e pelos mortos.
7. O que são e o que fazem os
“missionários da misericórdia”?
O Papa Francisco anunciou que enviará padres em todas as
dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais
poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à
misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes
mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado
da corrupção.
8. É necessário se confessar no Ano
Santo?
Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida
especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia.
É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar
mais profundamente a misericórdia de Deus.
9. Qual é a importância do Ano Santo no
pontificado de Francisco?
O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia
de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.
10. O Ano Santo é importante para outras
religiões?
A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23); ela
nos relaciona com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a
misericórdia de Deus é evidente; também nos relaciona com o islamismo, que
atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco
pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.
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