ANI LEDODI VEDODI LI

Reflexão 1º Domingo Quaresma - Ano C - 2016
 

Estamos no inicio da quaresma, um tempo marcado pelo silêncio, reflexão, oração, meditação, tudo isso voltado para a Paixão e Morte de Jesus, mas, como preparação para celebrarmos a Páscoa da Ressurreição do Senhor, a vitória sobre o pecado e a morte eterna. Nós não estamos sendo masoquistas em olhar para o sofrimento de Jesus. Muitos poderiam dizer: “Ele já ressuscitou, por que ficar olhando para este sofrimento?! Isto já passou.” Somente iremos valorizar a ressurreição, se passarmos pelos sofrimentos que Cristo passou. Este sofrimento, passamos no decurso de nossa vida, tanto por sofremos as dores de nossos pecados, como ao olhar para o Senhor e sentirmos tudo o que Ele passou para nos resgatar da morte eterna. A nossa Igreja é muito sábia e nos leva a passar, durante o ano litúrgico, por todas as etapas da vida de Jesus e viver a cada uma delas experimentando o amor misericordioso que Deus tem por nós. Todos os atos de Jesus, desde sua encarnação, infância, juventude, sua vida publica, milagres, pregações, paixão, morte, ressurreição, glorificação, têm um valor eterno. Isto quer dizer que podemos viver a qualquer momento todas as fases da vida de Jesus. Por isso que em nossas celebrações não estamos olhando para o passado, mas atualizando no hoje de nossa história, os fatos da vida de Jesus. Vivemos o Kayrós – tempo de graça. Mas como nos diz a segunda leitura: “Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Isto quer dizer que, para cada um de nós, há a necessidade de “crer de coração” e de “confessar com a boca”, isto é, de ser testemunha do que crê. Dar testemunho, explicitar sua fé, não ser indiferente a Deus diante das situações que nos cercam no dia a dia. Muitos se esquecem de Deus e vivem uma vida frívola, voltada aos prazeres, levando vantagem, vivendo uma verdade relativa conforme suas vontades e se dizem cristãos católicos. Vemos no Evangelho que Jesus foi “guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias”. Jesus como homem foi tentado pelo Diabo. Sabemos que o Demônio não chega perto de Deus, mas Jesus aniquilou-se de sua condição divina (Fl 2,7) e como homem verdadeiro ficou a mercê das tentações. Jesus quis passar por todas as situações da vida humana e assim sofreu as perseguições do Mal. Mas quando olhamos para as tentações, observamos que elas são dos tipos que todos nós passamos: Poder, Prazer e Possuir. Pode ver! Todas as nossas tentações estão dentro destas três formas. Isto nos diz que Jesus sofreu as mesmas tentações pelas quais nós passamos. E como o Espírito estava com Ele, assim também Ele está conosco nos fortalecendo para superarmos as perseguições do Tentador. Portanto, necessitamos de nos voltar a Deus com um olhar de adoração e gratidão, como vemos na primeira leitura. Oferecer as primícias da terra e se prostrar diante de Deus pela libertação. Desta forma nós também devemos nos colocar diante de Deus em adoração, prostrando-nos diante do Rei da Glória para que, abertos ao Senhor, o Espírito Santo possa nos fortalecer diante das tentações a buscarmos uma vida de virtude, de santidade, de amor a Deus a ao próximo.  Viver a misericórdia em nós e para com os outros. Para isso vivamos as ordens de Jesus: Oração, Jejum e caridade. (Mt 6,1-6.16-18). Antonio ComDeus