E quando a oração não funciona?
Parece que a oração não foi eficaz?
“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Porque nós não temos que lutar (somente) contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados e potestades (do inferno), contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos malignos (espalhados) pelos ares. Portanto, tomai a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e ficar de pé depois de ter vencido tudo.” (Efésio 6, 11-13.)
Certamente muitas vezes temos passado e ainda possamos passar por esse “dia mau” de que fala São Paulo. Há dias em que logo nas primeiras horas percebemos que a luta será mais intensa e que as tentações se levantam contra nós com muito mais ímpeto. Muitas vezes, conscientes de nossa fraqueza, já nas primeiras orações pedimos a Nosso Senhor, por meio de Nossa Senhora, um auxílio maior para determinadas situações.
É que nesses “dias maus” as ocasiões de pecado se apresentam muitas vezes de forma sutil, e em outras, de forma violenta. É um verdadeiro sofrimento! Então devemos suplicar mais intensamente o auxílio de Deus.
Mas, infelizmente, mesmo orando mais, suplicando e recorrendo ao auxilio sobrenatural, a pessoa pode acabar caindo!
Pode-se indagar por que razão que, embora essa pessoa se tenha dado conta, com antecedência, das dificuldades a serem enfrentadas e ter feito as orações, no entanto isto não lhe adiantou no sentido de ter evitado cometer a falta? Por que lhe faltaram as forças suficientes para ela se manter de pé?
Acontece que, além da oração, é indispensável também a vigilância. Ou seja, é preciso prevenir e evitar as ocasiões.
“Vigiai e orai para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (São Marcos 14,38.)
O grande problema, muitas vezes, quando sofremos tentações fortes, é deixarmos nos levar apenas pelos sentidos e não por uma prévia deliberação firme da vontade. Aí cedemos aos impulsos emocionais mais agudos.
Em momentos como estes, acabamos olhando apenas para o objeto da tentação e ignoramos as circunstâncias que a produzem.
A vigilância está em antever o problema, em buscar resolvê-lo antes que se manifeste, evitando a ocasião. É como um general que tem os soldados sempre prontos para o combate. Ao perceber qualquer indício de provável adversário, imobiliza-o antes que ele se aproxime.
Quando Nosso Senhor acordou os Apóstolos e disse: “Levantai-vos, vamos; eis que aquele que me há de entregar está próximo” (São Marcos, 14, 42), Ele não os adverte para que fujam, mas para que se dêem conta de que o inimigo está chegando.
Da mesma forma, nós devemos estar atentos para não darmos nenhuma oportunidade a inimigo de nossas almas nos surpreenda “dormindo”.
Devemos prestar atenção nas circunstâncias e rejeitar toda e qualquer concessão que mais tarde se tornará numa fraqueza quando a tentação se manifestar.
Vigiar é estar atento a tudo o que acontece ao nosso redor. Deus dá-nos a capacidade de perceber as realidades e os perigos que nos rodeiam. Aí, rezando, Ele nos dá as graças e a força necessária para reagir.
Devemos proceder como a dona de casa que, ao olhar para o céu e perceber que virá chuva, corre até o varal e recolhe as roupas para que não sejam molhadas. Não basta a pessoa rezar, mas não evitar, por exemplo, programas, filmes, revistas e conversas que irão lhe instigar e lhe arrastar ao pecado! Será uma falta de vigilância.
Todos nós temos plenas condições de identificar em que ponto somos ou estamos mais fracos, pois Deus concede-nos sua graça e a capacidade de nos conhecermos a nós mesmos. É preciso, pois, vigiar (agir sobre as tendências más) e orar.
Baseado em http://cotidianoespiritual.blogspot.com/
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