A missão do Espírito Santo na Igreja
Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele a
realizar na terra, no dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para
santificar continuamente a Igreja e assim dar aos crentes acesso ao Pai, por
Cristo, num só Espírito. Ele é o Espírito da vida, a fonte da água que jorra
para a vida eterna; por Ele, o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até
que um dia ressuscite em Cristo os seus corpos mortais.
O Espírito habita na Igreja e nos
corações dos fiéis, como num templo; neles ora e dá testemunho da adoção
filial. Com diversos dons
hierárquicos e carismáticos dirige a Igreja e leva-a ao conhecimento da verdade
total, unifica-a na comunhão e no ministério, e enriquece-a com os seus frutos.
Com a força do Evangelho faz rejuvenescer a Igreja, renova-a
constantemente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e
a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vinde!».
Assim se manifesta a Igreja como um povo unido pela unidade
do Pai e do Filho e do Espírito Santo. [...]
Além disso, o Espírito Santo não só santifica e dirige o
povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes,
mas distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz, concede também aos
fiéis de todas as classes graças especiais, que os tornam aptos e disponíveis
para assumir as diversas obras e missões úteis à renovação e maior incremento
da Igreja, segundo aquelas palavras: A cada qual se concede a manifestação do
Espírito em ordem ao bem comum.
Estes carismas devem ser recebidos com ação de graças e consolação,
pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são
perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja.
Constituição dogmática Lumen gentium
Concílio Vaticano II, sobre a Igreja (Nn. 4. 12) (Sec. XX)
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