Beata Chiara Badano:
“Se Vós quereis, Jesus, eu também quero!”
Na pequena cidade de Sassello, região dos Montes Apeninos, na Itália, nasceu no dia 29 de outubro de 1971, Chiara Badano. Seus pais esperaram por 11 anos a graça de ter um filho e receberam-na por intermédio de Nossa Senhora das Rocas, a quem rezaram com humildade e confiança.
A pequena Chiara, aos 9 anos de idade, ingressou no Movimento dos Focolares. Tinha um só desejo: “Colocar a Deus sempre em primeiro lugar”. Desde a infância mostrou-se muito alegre, vivaz e cheia de energia. Gostava de cantar e nunca deixava para depois a oportunidade de fazer o bem ao próximo, principalmente aos mais necessitados.
Nos anos perigosos da juventude, não esqueceu os desígnios de Deus, mas procurou sempre ser dócil às inspirações divinas.
Quais são seus planos? Seria constituir uma família, ter filhos, uma boa profissão, um bom marido e uma casa tranquila para morar? Esses são os desejos de uma jovem comum, porém um fato veio mudar sua vida por completo.
Durante um jogo de tênis – esporte que muito apreciava – Chiara sentiu uma forte dor no ombro que a impediu de continuar na partida. Pouco tempo depois, foi ao médico e, após muitos e exaustivos exames, foi-lhe diagnosticado um osteosarcoma, um tipo de câncer nos ossos.
Chiara não chorou, não se revoltou, apenas ficou absorta em profundo silêncio por algum tempo. Depois, disse essas palavras: “Se Jesus quer, eu também quero!” Estava dado o seu “sim” à vontade divina.
Iniciou-se, então, um longo calvário que durou cerca de 3 anos, passando por tratamentos dolorosíssimos, cirurgias, medicamentos, onde tudo parecia ser em vão... Entretanto, nada tirou a alegria dessa alma que buscaria incessantemente a Deus. Conta sua mãe que, após um exame, os médicos disseram à Chiara que talvez fosse preciso amputar-lhe as pernas. A esta chocante notícia os médicos, surpresos, ouviram uma resposta clara e decidida: “Para que preciso de pernas, se Deus me deu asas para voar?” Felizmente, Deus poupou-lhe desse sofrimento.
Todos que dela se aproximavam experimentavam uma intensa paz interior, fruto de sua entrega total a Deus, e sentiam-se impelidos a buscar refúgio nos braços do Divino Pai. Até mesmo muitos médicos incrédulos impressionavam-se com a força daquela alma. Quando via sua mãe preocupada, Chiara dizia-lhe afavelmente: “Quando eu for embora, abrace a Deus e encontrará a força para seguir em frente”.
De fato, suportou com resignação os sofrimentos até o fim. Pouco antes de seu falecimento, os médicos decidiram suspender o tratamento, visto que já de nada adiantaria. Nem por isso Chiara se abateu, ao sentir que se aproximava o dia de seu encontro com Deus, fez questão de preparar ela mesma todos os detalhes de sua missa e de seu próprio enterro. Queria que tudo fosse feito como uma festa. Escolheu um vestido de noiva para encontrar-se com seu Divino Esposo e indicou as músicas que seriam cantadas. Não queria que ninguém estivesse triste.
No dia 7 de outubro de 1990, após receber a santa comunhão, fixou o olhar em sua mãe entristecida e, dirigindo-lhe uma última palavra de consolo, disse: “Mamãe, não fique triste! Seja feliz, porque eu sou!”, e fechou os olhos para esse mundo. Mais de duas mil pessoas acorreram ao seu sepultamento.
A jovem Chiara foi beatificada no último dia 25 de setembro de 2010, após o reconhecimento da cura milagrosa de um jovem com meningite, a quem os médicos haviam dado apenas 48 horas de vida.
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