"O Paradoxo da Nossa Era na História é que gastamos mais, mas temos menos; compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores; mais conveniências, mas menos tempo; mais remédios, mas menos bem-estar.
Lemos muito pouco, assistimos muito a TV, e muito raramente oramos.
Multiplicamos nossas possessões, mas reduzimos nossos valores.
Estes são os tempos de homens altos, e caráter pequeno;
Lucros enormes, e relações superficiais.
Estes são os dias de duas rendas familiares, mas mais divórcio; de casas chiques, mas lares quebrados.
Nós aprendemos a ganhar um sustento, mas não a ganhar uma vida; conseguimos aumentar anos à vida, não vida aos anos; limpamos o ar, mas poluímos a alma.
(Paradoxo da Vida Moderna - David G. Myers)
Uma das características mais evidentes em nossas vidas é que estamos sempre muito atarefados. Estamos constantemente às voltas com "coisas para fazer". Os dias se tornam pequenos para as muitas atividades nas quais nos envolvemos e nossas vidas mais parecem "malas abarrotadas rebentando nas costuras". Corremos de um lado para o outro o dia todo e tal correria esconde um grande desejo de ser aceito por uma sociedade exigente que faz das "muitas ocupações" um status. Somos elogiados por estarmos tão atarefados e se isto nos faz ser aceitos, mergulhamos de cabeça sem medir as consequências.
No entanto, mais escravizadoras do que nossas ocupações são nossas preocupações. Como a própria palavra expressa, preocupação é uma pré ocupação". Ficamos ansiosos e temerosos por antecipação. Quase que desesperados nos perguntamos frequentemente: "E se eu ficar gripado? Se eu não passar no vestibular? Se eu não me casar? Se eu perder meu emprego? Se... ?" Nossa mente não pára de produzir "sis" e então... sofremos em agonias sem fim.
Por causa das nossas preocupações com o amanhã, dificilmente vivemos o hoje. Dificilmente nos damos ao luxo de apreciar um pôr do sol ou mesmo a beleza de um olhar de quem a gente ama. As preocupações, como as ocupações, são altamente encorajadas por nossa sociedade competitiva, consumista e exigente.
Em meio a tudo isso caimos "de cheio na armadilha". Um profundo sentimento de não realização toma seu lugar na nossa "triste existência". Consequentemente nos tornamos pessoas aborrecidas (enfadadas) com a vida sem acreditar que o que fazemos tenha algum valor para alguém. Para piorar mais ainda a situação nutrimos silenciosamente ressentimentos contra as pessoas afastando-as de nós ao mesmo tempo que nos sentimos solitários, deprimidos e irados. Desenvolve-se em nós a sensação de "não pertencer". Não nos sentimos "em casa" e isso nos arrasa, pois somos capazes de suportar qualquer sofrimento, mas não suportamos estar fora do convívio com outros companheiros humanos. Tudo... menos isso!
Este estado desolador transforma-se num apelo como alguém que saiu de casa e quer desesperadamente voltar, mas perdeu seu próprio endereço.
Jesus reage à esta situação. Ele quer nos levar ao lugar onde pertencemos, onde podemos verdadeiramente viver uma vida espiritual suprindo assim toda nossa necessidade de realização. No entanto, é necessário "cair a ficha", isto é, reconhecermos que estamos "fora de casa". Então virá o desejo de voltar e a voz suave de Jesus se faz ouvir em nosso coração: "Não vos preocupeis... buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino... e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
(Retirado da coleção Levando Deus a Sério - Parte 1: Liberando Espaço para Deus)
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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