Muitas vezes pedimos, e pedimos muito, mas não pedimos o que deveríamos, não pedimos a salvação, o perdão dos pecados nossos e dos outros, não pedimos pela ação evangelizadora da Igreja, pela superação das injustiças que causam guerras e tantos sofrimentos, mas principalmente, não pedimos a ação do Espírito Santo em nossas vidas.
Jesus ensinou seus discípulos a rezarem, mas isso não quer dizer que Jesus os ensinou a decorar um monte de palavras, repetindo as palavras que aprenderam.
A oração era uma prática constante da vida de Jesus, e muito mais do que as palavras que os discípulos deveriam dizer, havia uma atitude de encontro filial com Deus e uma série de valores que deveriam ser conhecidos e experimentados, de modo que a oração, muito mais do que palavras, estavam expressando uma forma de vida segundo valores do Reino, como a fraternidade, a partilha, o perdão e a própria presença de Deus no coração e na vida das pessoas.
Existem pessoas que se sentem angustiadas diante do sofrimento de outras pessoas, das injustiças, das carências e necessidades dos outros e também diante da descrença que existe no mundo de hoje, e, movidas por essa angústia, se entregam de corpo e alma no trabalho evangelizador, promocional e assistencial.
Porém, todos nós devemos levar em consideração que o mais importante nem sempre é o que estamos fazendo, mas a motivação pela qual agimos e a consciência de que, na verdade, somos colaboradores com o próprio Deus na sua ação de salvação dos homens e que nada podemos fazer por nós mesmos.
Assim, o ativismo é estéril e, além de não atingir seus objetivos, nos esvazia, enquanto que a mística, o encontro com Jesus, sustenta e dá eficácia ao nosso agir.
Pe. Eduardo Rocha Quintella
é Bacharel em Teologia
pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora - Minas Gerais
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