Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 9 de abril de 2013

“A fé que vence o mundo" ( 1 Jo 5,5 )!

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, decidiu proclamar um “Ano da Fé”.
Começou no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013.
Proposta também assumida pela RCC é de vivenciar de forma intensa o Ano da Fé, instituido pelo Papa Bento XVI, como comemoração ao 50º aniversário do início do Concílio Vaticano II.
O tema também é um convite ao vivo e autêntico testemunho cristão, buscando incentivar cada intercessor a exercer a militância apostólica e a combatividade profética em suas realidades, um desafio a manter-se em combate: “A fé que vence o mundo" ( 1 Jo 5,5 )!.

Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento” (Mt 22,37).
Mas qual é o sentido do Ano da Fé?

A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada?

Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé?
Para que serve a fé?

Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guardada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se.

O cristão diante dessa problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância e necessidade da Fé no ministério da Intercessão...

Tomemos agora este versículo: “Esta é a fé que salva, "a fé que vence o mundo" (1 Jo 5,5)!

A fé – apropriação, ou fé carismática - pela qual tornamos nossa a salvação operada por Cristo e nos vestimos do manto da sua justiça.
Por um lado, temos a mão estendida de Deus, que oferece a sua graça ao homem; por outro, a mão do homem, que se estende para recebê-la mediante a fé. A "nova e eterna aliança" é selada com um aperto de mão entre Deus e o homem.
Nós temos a possibilidade de tomar, neste dia, a decisão mais importante da vida, aquela que nos abre de par em par os portões da eternidade: acreditar! Acreditar que "Jesus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação" (Rm 4, 25)!

Por isso empenhemo-nos para entender qual é, afinal, o sentido espiritual mais profundo das palavras de Jesus especialmente em Mateus 17,20. "Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível"

Em primeiro lugar, quero dizer que em nosso texto: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível", não se trata de uma grande fé, mas de uma grande façanha, de um ato grandioso! Essa afirmação é totalmente contrária à interpretação tradicional que sempre fala de uma fé tão grande que muda um monte de lugar. Mas repito: aqui prioritariamente não se trata de uma grande fé, mas de uma grande ação pela fé!

Afinal, que fé é esta, que pode ter um efeito tão impressionante como o deslocamento de um monte? Será que é uma fé imensa, sistemática, objetiva, planejada, convincente, que não vê empecilhos, e que de maneira soberana supera tudo o que atravessa o seu caminho? Uma fé que move montanhas evidentemente poderia ter tais características. Mas o Senhor Jesus não fala de uma fé desse tipo. Então, que fé é esta, que tem – como Jesus expressa figuradamente – a condição de transferir montes? A esta fé capaz de fazer grandes façanhas, o Senhor Jesus chama de: grão de mostarda.
Simplesmente creio que, muitas vezes, caímos no erro de ter conceitos errados acerca da fé. Na verdade, é a fé singela na obra consumada de Jesus Cristo que consegue nos levar adiante e que, a cada dia, nos conduz para uma comunhão mais profunda com o Cordeiro de Deus, e não o esforço da nossa alma em crer bastante.

Em nossa vida como cristãos não precisamos nos estender buscando novas formas e grandezas de fé, mas simplesmente ter e usar a fé pela qual fomos salvos, ou seja, a fé simples no Senhor Jesus Cristo.

Ao mesmo tempo é de se considerar que o grão de mostarda não se torna uma árvore porque empreendeu grandes esforços, mas simplesmente porque torna ativo e aplica o que possui! Oh!, como seria bom se compreendêssemos hoje que, com todas as nossas fraquezas, dificuldades e tentações diárias, simplesmente podemos nos aquietar com fé infantil na mão de nosso Salvador! Que modificação isso provocaria em nossa vida espiritual!
Se o grão de mostarda tivesse a possibilidade de olhar para si mesmo e conseguisse se enxergar, teria tudo para desanimar, pois em si mesmo não teria nada a apresentar.

E assim é também, muitas vezes, em nossa vida: olhamos para nós e vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então ficamos desanimados. Mas o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si mesmo para então desanimar. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a crescer, e finalmente se torna aquilo que deve ser, ou seja, uma árvore em cujos ramos "aninharam-se as aves do céu" (Lc 13,19).

Por que Jesus considera justamente esse pequeno grão de mostarda como exemplo para uma fé pela qual podem acontecer grandes coisas?

Pelo fato desse pequeno grão de semente ser capaz de ilustrar o que significa transportar montes. Esse grão de semente extremamente pequeno, que quase não pode ser visto a olho nu, no espaço de um ano se transforma num grande arbusto, numa pequena árvore com galhos de cerca de 2,5 a 3 metros.

Portanto, como são diminutos os pré-requisitos para um resultado tão grande num minúsculo grão de semente, onde aparentemente nada existia. No entanto, justamente estas condições mínimas são um exemplo que o Senhor usa para ilustrar uma fé que é suficiente para remover montanhas!

Essa "fé como um grão de mostarda" não aponta de maneira clara para a nossa fé, que muitas vezes é tão fraca e pequena?

Com isso, de maneira alguma quero desculpar nossa repetida incredulidade dizendo simplesmente: afinal, só tenho uma fé bem pequena, como um grão de mostarda!
Quero lembrar que muitos de nós, repetidas vezes, já tivemos a impressão de que nossa fé era assim tão pequena e insignificante, e isso pode provocar dificuldades consideráveis. Assim mesmo, essa é justamente a pequena fé, quase imperceptível, que, segundo as palavras de Jesus, tem o poder de transpor montes.
É necessário mudar o raciocínio!

Será que, às vezes, não imaginamos algo errado quando pensamos na fé que precisamos ter para viver como cristãos verdadeiros?

Todos nós nos defrontamos diariamente com situações, perguntas e problemas que se avolumam como montes. Não é justamente nesses momentos que aspiramos de todo o coração ter mais fé, ter uma fé maior, a fim de vencermos tudo isso?

É justamente aí que muitos precisam aprender a mudar o raciocínio, pois Jesus diz: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá!" Em outras palavras: nossa fé não necessita ser particularmente grande para transferir montes – simplesmente é suficiente "termos fé".

Nesse contexto, leia novamente o que Davi diz no Salmo 17,29: "Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas". Ou veja também o que ele diz nos Salmos 59,12 e 107.14: "Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversários". Essas afirmações testificam de uma fé poderosa e vencedora que Davi tinha?
Eu penso que não, pois Davi era um homem com fraquezas e erros como nós. Ainda assim, esses versículos testemunham que Davi se agarrava com toda a simplicidade ao seu Deus e por meio Dele podia fazer grandes proezas.

Ou lembremos de 1 João 5,4: "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé".

Que fé é essa que vence o mundo? É uma fé poderosa, forte, que supera tudo e todos?

De modo algum! A fé que vence o mundo é a fé singela, que muitas vezes não se sente; é a fé sacudida e posta à prova, mas assim mesmo firmada no sangue reconciliador e salvador de Jesus Cristo!

Isso é tudo! Essa fé não se apóia no que sentimos ou percebemos, mas naquilo que sabemos, ou seja, que Jesus venceu o mundo (Jo 16,33b), e que de fato somos filhos de Deus. Essa é a fé que remove montanhas!

O ser humano, em seu estado natural, possui inteligência e vontade com potencialidades infinitas. A beleza que surge das mãos dos homens é um reflexo da beleza que surge das mãos do Criador.
No entanto, não quis Deus que o homem permanecesse apenas em seu estado natural e nos deu o dom da fé.

O dom da fé e da graça eleva o homem ao estado sobrenatural, somos filhos de Deus (1Jo 3,1). Neste estado podemos dizer com São Paulo “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20).
O estado sobrenatural não está em conflito com o estado natural. É o nosso estado natural que conflitua com o sobrenatural, estamos sempre desconfiando de Deus e confiando muito mais em nós.

O Papa Francisco no seu primeiro Ângelus 17 de Março nos disse “Deus não se cansa nunca de nos perdoar, mas nós nos cansamos de pedir perdão. Temos de aprender a ser misericordiosos com todos.”

Assim também diante da Fé nos é que desacreditamos de Deus e nos confiamos muito mais em nós em uma natureza decaida... que se as coisas saíssem como nós projetamos seriam melhores, do que aquilo que Deus faz.

A graça não destrói a natureza, a supõe, eleva e aperfeiçoa.

A fé nos eleva a uma condição superior, mas não de superioridade. É na vivência profunda da fé que o homem se encontra completamente consigo mesmo e com o outro, e realiza plenamente a vocação a que foi chamado.


Fracassar, pois, na vocação que Deus quis para nós é fracassar em tudo. Quando se quebra a fidelidade ao Senhor, tudo se desconjunta e desmorona.

Cristo é nosso Senhor e nos convida a contemplar o mundo e seus irmãos com novos olhos.

A fé, bem acolhida e cultivada, nos oferece uma lente que permite perceber a realidade com o coração de Deus. Por isto, o cristão não é indiferente aos assuntos do mundo.
E mesmo em meio ao sofrimento e a dor que assolam a humanidade devem ser sentidos, sofridos e compadecidos com maior intensidade por aqueles que se declaram apóstolos de Cristo. É com o amor de Deus que amamos o mundo.
O Papa Francisco nos disse: “Às vezes, na nossa vida, os óculos para ver Jesus são as lágrimas!”
O Papa Francisco nos disse também: “Somos um fermento em meio a um mundo pagão.”

A fé não é alienação, ao contrário, é trazer ao mundo um pouco do divino, é lapidar a beleza da criação muitas vezes escondida pela nuvem do pecado. A verdadeira alienação é não acolher, cultivar e promover o dom da fé. A busca de infinito que permeia o coração humano encontra nela seu porto seguro, pois somente através desse magnífico dom descobrimos quem realmente somos. Como dizia Santo Agostinho: “Fizeste-me para Ti, Senhor, e o meu coração inquieto está enquanto não descansa em Ti” (Confissões, l.1, n.1).

A Fé não exclui crises...

«Mais do que uma palavra, “crise” é uma árvore de ramos incessantes».
«A crise é uma espécie de assinatura humana.» «A crise é essencial para podermos crescer.» «Não há vida», «maturação pessoal», «crescimento espiritual» nem «consciência de si» que «não suponha a experiência» da crise.

«Não faz sentido alimentarmos uma visão puramente negativa da crise». O que nos é pedido, «antes de tudo, é que escutemos a sua voz», tornando-a um «lugar de aprendizagem». «A crise aparece como um apelo e uma mensagem que é preciso decifrar».

«O verdadeiro problema que a crise coloca é como geri-la, que uso fazer dela.» A vida é o perde-ganha.

E nesta perda inscreve-se a possibilidade surpreendente por onde o «imprevisto de Deus pode entrar».

Então ai é necessário pela Fé estarmos abertos as surpresas que transtornam nossos planos derrubam nossos sonhos dão rumo totalmente diverso aos nossos dias e quem sabe à nossa vida. Não há acaso. Temos que dar liberdade ao Pai para que Ele mesmo conduza a trama dos nossos dias.

«Temos, culturalmente, pouca disponibilidade para escutar a crise» e perceber que ela «pode ser um austero mestre» que «aparece para evitar o pior», ou seja, «o desencontro com a nossa verdade.»

A crise seja ela de fé, econômica ou de qualquer outro tipo, pode ser entendida como «momento privilegiado de auscultação». Para isso é preciso olhar para ela «como um caminho, e não como o fim da estrada».

Por vezes a crise convoca-nos a uma leitura «impiedosa» e «purificatória» da existência e dos tecidos econômicos, éticos e eclesiais que tínhamos por adquiridos. «A crise obriga-nos a repensar a nossa posição no mundo».

Neste longo, paciente – às vezes impaciente – processo de maturação interior e crescimento espiritual temos de aceitar o que muitas vezes não queremos escutar e que a Palavra de Deus nos diz: espera em Deus...
“Foi bom para nós esta demora”.»

O salmista nos diz: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido...

Toda a crise é constituída por três andamentos. O primeiro é a separação, por vezes violenta e inesperada. A primeira imagem que temos da crise é a de um rasgão que descostura a vida.

O segundo momento é o da surpresa do novo, o novo sempre nos causa temor, medo: na crise somos colocados perante o inédito. A experiência do novo acontece de uma forma surpreendente.

A crise possibilita também um terceiro momento o da reconfiguração, uma nova compreensão, uma renovada presença no mundo e na história. A possibilidade de renascer.

É muito fácil ficarmos no primeiro passo, pensando que a crise é simplesmente a morte. A vida pode ser bela e feliz para além das nossas ilusões.
Por isso a crise pode ser uma alavanca para uma maturação mais funda e paciente da existência.
A experiência de Deus não é necessariamente de consolação ou confirmação. A tradição bíblica fala de uma experiência de crise e de luta.

A fé não é a construção de uma estabilidade, mas é a aceitação de um combate, que é também uma dança com o anjo de Deus.
Como a luta de Jacó em que Deus lhe mudou o nome para Israel.
O nome real de Jacó é Yaakov, que em hebraico significa suplantador. Calcar, pisar: Suplantar a grama, as folhas. Prostrar aos pés o vencido; derrubar: Suplantar o adversário. Levar vantagem a, ser superior a; exceder, sobrelevar, vencer: Podemos entender que o nome Jacó significa: AQUELE QUE LUTA E VENCE.
Significa "o que supera", na Bíblia Jacó nasceu pouco após seu irmão gêmeo Esaú e o relato conta que nasceu segurando o calcanhar de seu irmão. Mais tarde, quando já adulto, convenceu Esaú a vender-lhe os direitos de primogenitura em troca de um prato de lentilhas. Mais tarde a Bíblia conta que Jacó lutou com Deus e teve o seu nome mudado para Israel.
"QUE REINA COM DEUS". DENOMINAÇÃO DADA A JACÓ DE FORMA SOBRENATURAL.

Na palavra hebraica Israel temos as iniciais dos nomes dos patriarcas e das matriarcas, a família original que dá origem a Israel. Na passagem de Gênesis 32, 29, a etimologia sugere o significado de Israel: "E disse: Não, Jacob não será mais teu nome, senão Israel, pois lutaste com (o anjo de) Deus e com homens e venceste" (TORÁ, Gn 32, 29 p.95.). Temos literalmente sara "ele lutou"– ki saríta ím Elohim "porque lutaste com Deus" e el "Deus". O verbo sara tem o sentido de "lutar", "combater" e pede o uso das preposições el "para", et "indicativo de objeto direto definido – sem equivalência na língua portuguesa" e im "com". A maior parte dos dicionários prefere indicar como significado e etimologia incertos e fornecem apenas o sentido de nome masculino e gentílico. Na palavra Israel encontramos o semen, a semente do significado para a realização de um pacto entre Deus e Israel, que manterá a memória e identidade de um grupo através dos tempos e definirá as regras de sua relação com o divino.
No original em hebraico o nome Israel era Yisrael, formado pelas palavras sara, que quer dizer "luta" e El, "Deus".
Esse foi o nome que Jacó recebeu de forma sobrenatural, após ter lutado com o Anjo do Senhor.
Outra possível tradução do nome é "Deus luta", ou "Deus lutou".

A experiência de Deus é de nudez, muitas vezes mudez, de fragilidade, dúvida, silêncio e noite; é uma experiência de não saber, não ver, não conhecer, não ter, não poder... É um não repetido que paradoxalmente acaba por se tornar lugar de encontro.

O crente (aqui se entende o que crê- é aquele que se deixa colocar em crise.
Bendita noite, bendito silêncio de Deus, bendito caminho austero que a fé nos leva a fazer.

O que nos é oferecido é o caminho, a viagem, o bordão e as sandálias de peregrino.

Não há teologia de fé que não seja teologia de crise.
A fé é para nos colocar em crise, isto é, em estado de abertura, renascimento e reconfiguração.

A figura de Pedro é de um apostolo que se entrega ao Senhor, desde o início a partir do motivo da crise. Pedro olha para a crise como um obstáculo; Jesus olha para a crise como uma oportunidade.

Aprender a não temer e a sentir a crise como o momento do chamamento, da vocação, do seguimento e da descoberta mais funda.
Também para nós a crise, “esse misterioso país das lágrimas”, não é um impedimento.
Não só as crises de fé que nos impedem de acreditar. É nosso o conformismo, o acharmos que está tudo feito e resolvido.
A crise de fé é o momento privilegiado que o Espírito Santo nos dá para mergulharmos mais profundamente na nossa existência, no nosso coração.

Elevemos todos uma oração de agradecimento a Deus pelo dom da Fé que nos enriquece, fazendo-nos mais humanos e filhos de Deus.

São Pedro, em sua epístola, nos convida a dar razões de nossa esperança. “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.” (1 Ped. 3,15)

Não basta celebrar. A verdadeira ação de graças ao Senhor exige que desenvolvamos o dom recebido. A fé é a resposta que o coração humano naturalmente anseia encontrar.
No entanto, o dom da fé não exclui a necessidade de utilizar o dom da razão para compreender melhor os mistérios revelados por Deus, de fazê-los compreensíveis e acessíveis ao homem em cada momento histórico.
Existe a inteligência da Fé que deve ser, unida à luz da graça, desenvolvida a fim de que cada cristão possa aderir com maior liberdade às verdades reveladas.

Só a partir de uma livre, consciente e renovada adesão à própria fé haverá plena responsabilidade na vivência e testemunho desse dom. É aqui onde dom e resposta, graça divina e liberdade humana devem se dar as mãos para que a fé possa cair em terra fértil, semear e dar frutos em abundância.

Nosso Papa Francisco neste dia 04 de abril disse: “A fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor em ação.”

Esforcemo-nos por conhecer profundamente a fé que professamos. Criemos grupos de estudos e reflexão, estudemos nossa história.

Possuímos um instrumento maravilhosamente privilegiado para esta finalidade: o Catecismo da Igreja Católica, que se apresenta também no formato de compêndio e no formato para jovens, o YouCat, lançado na Jornada Mundial da Juventude em Madri.

Todos são fontes riquíssimas para alimentar nossa alma e nossa inteligência. Temos também o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, os documentos do Concilio Vaticano II, as encíclicas papais e, acima de tudo, a Sagrada Escritura.

A Igreja não possui apenas dois mil anos de história, mas ela é, consequentemente cada um de nós que estamos em comunhão com a Igreja, possuímos a assistência do Logos Divino, da sabedoria eterna, que nos é dada através dos dons do Espírito Santo.
Não devemos ter medo de dialogar com o mundo contemporâneo. É nossa missão evangelizar a cultura.
Como afirmou Bento XVI nosso papa emérito, "a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade." (Porta Fidei, n. 12). Sejamos os promotores da Verdade na caridade, e da caridade na Verdade.

Bento XVI, com muita sabedoria, alerta que muitos cristãos sentem "maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária." (Porta Fidei, 2) Diante dos desafios que nos apresentam a sociedade secularizada, nossa primeira reação é lançar-nos a fazer algo.
Desejamos, justificadamente, e nos esforçamos, com boas intenções, por unir pessoas, grupos e entidades para combater aquilo que consideramos como nocivo ao cristianismo e à humanidade.

Considero importantes todas as iniciativas que visam promover nossa fé e incidir positivamente na sociedade e que contenham o avanço do mal que se alastra em nossa cultura.

Mas, o que seriam dessas iniciativas de luta e de força, de combate e embate sem a fé?

Não vejo os primeiros cristãos se conjurando para dominar as instituições através da força e do poder. A ação mais importante e fecunda de nossos primeiros irmãos foi, a partir de experiência que nasce do encontro pessoal com Cristo, testemunhar com a própria vida que Deus existe.

Os pagãos se sentiam atraídos pela beleza da fé católica e pela caridade com que viviam os primeiros cristãos, e chegavam a exclamar: “Vede como se amam” (Tertuliano, Apol.,39).

É na caridade, na alegria, no entusiasmo e na felicidade da vivência de nossa fé que iremos permear o mundo da esperança e do amor cristão. É no respeito, no diálogo aberto, sincero e inteligente que construiremos pontes entre a Fé e o mundo contemporâneo. Já existem muitos muros!

Aprendamos a difícil arte de escutar, entender, compreender e defender sem medo nossa fé, com serenidade e respeito.

A evangelização e nossas ações sociais só produzirão efeito a partir do momento em que cada cristão tiver um encontro pessoal com Cristo.

Nossa fé não é fruto de uma decisão, mas de um encontro, e só a partir desse encontro nossa evangelização será uma luz que atrai por sua beleza divina.

Encontro com Jesus Cristo Senhor e Salvador, este encontro pessoal que se dá pelo Espírito Santo na Igreja, no seio de uma comunidade cristã.

Onde se realiza esse encontro?

Não se é cristão sozinho. O ser humano é um ser social por natureza. É na comunidade de fé e na Igreja, como custódia dos sacramentos de Cristo, que encontraremos, renovaremos e promoveremos nossa fé. Só podemos nos dizer plenamente cristãos se encontrarmos nossos irmãos na oração, na eucaristia e na reconciliação.

Sem comunidade não há família cristã.

É através do mistério do Corpo Místico de Cristo onde toda a Igreja se encontra. É na liturgia e nos sacramentos que toda ação tem sentido. "Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos." (Porta Fidei, n.11)

É na vivência comunitária de nossa Fé que encontramos o amor de Cristo. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14).

Bento XVI afirma que “é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19).” (Porta Fidei, n.7)

O amor de Deus cria! A palavra criação possui a mesma raiz grega da palavra poesia “poietés”. Assim, Deus é o verdadeiro poeta e nós somos um poema de Deus. Por isso, é impossível não ficar admirando, contemplando o sol que nasce no horizonte, ou a lua cheia que cresce por trás dos montes. A natureza são versos divinos que nos remetem a Deus.
Cada manhã temos o momento para aplaudir o pôr do sol. No entanto, afirmo que não há maior milagre e poesia mais bela do que o olhar e o sorriso de um cristão que vive no mundo com coerência, simplicidade e entusiasmo a sua fé.

O católico tocado pela fé é uma das provas e evidências mais fortes da existência de Deus. Quando conheço um cristão coerente, vejo um milagre da criação. Vejo Deus na Terra e percebo que não há trevas que possam invadir um mundo dominado pela luz da fé, pelo sal do testemunho e pelo bálsamo da caridade. Em cada um de nós, de certo modo, se realizam de maneira plena as palavras de Cristo: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28,20).
Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a graça de viver nossa fé com toda nossa alma, com todo nosso coração e com todo nosso entendimento. Só assim seremos o que temos de ser e transformaremos o mundo. Só em Cristo, por Cristo e com Cristo conseguiremos transmitir os tesouros de nossa fé e incidir positiva e efetivamente na sociedade.
Não tenhamos medo de falar daquilo que preenche nosso coração; não tenhamos medo de falar d'Aquele que dá um sentido último às nossas vidas.
Subamos nos telhados e nos preparemos para anunciar com amor que o Amor existe, se fez carne e habita em nós e está entre nós.
Preparemo-nos, através da oração, da adoração, da eucaristia, da reconciliação e da missão pessoal e comunitária para viver nossa Fé que vence o mundo ... Que mundo???
Secularismo
Paganismo-Incredulidade
Capitalismo
Materialismo
Hedonismo
Estes expoentes demoníacos.... A Fé é e deve ser professada-confessada com a vida.
O Santo Padre Francisco disse aos cardeais e a Igreja dia 14 de março: “Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece?
Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar: «Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo». Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio. Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.
Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.
Esta fé é que vence o mundo e é eficaz ao nosso ministério.Louvado seja Jesus.

 2ª Reflexão para intercessores da RCC neste domingo 07 de abril.
Pe.Emílio Carlos+

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