Ao cantar o Magnificat, lembre-se
de se entregar ao Espírito Santo
As Sagradas Escrituras contêm
muitos santos Cânticos que foram criados por mulheres santas, como Maria, irmã
de Moisés e de Arão, Débora, Judith, e Ana, mãe do profeta Samuel, para
agradecer a Deus os vários e extraordinários favores emanados de sua divina
Bondade. Porém, o mais santo e digno de todos os Cânticos é o Magnificat da
Sacratíssima Mãe de Deus. Este é o mais santo, tanto devido à dignidade e à
santidade daquela que o fez, como pelos grandes e admiráveis mistérios que lhe
são pertinentes. Assim também, pelos milagres que Deus realizou através deste
Cântico, o Magnificat.
Não sabemos se Deus teria operado
milagres através de outras cânticos; mas St. Thomas de Villeneuve, Arcebispo de
Valência, observa que foi no momento este Cântico foi pronunciado, que o
Espírito Santo realizou muitas maravilhas no santo Precursor do Filho de Deus,
assim como em seu pai e em sua mãe; e que a experiência tem mostrado, amiúde,
que esta é uma excelente forma de afugentar demônios dos corpos possuídos por
eles.
Nós não achamos que a
bem-aventurada Virgem o tenha cantado ou pronunciado publicamente além daquela
vez, enquanto estava neste mundo, mas não podemos duvidar de que ela o tenha
recitado e, talvez, cantado, em outras ocasiões, em seu recolhimento. Alguns
autores relatam que muitas vezes, em algumas igrejas, durante a celebração das
Vésperas, Maria foi vista, cercada por muitos anjos, a cantar esse Cântico
maravilhoso, unindo-se a eles e aos os sacerdotes, mas de forma tão melodiosa e
tão encantadora, que não há palavras que possam expressar.
Lembre-se, você, também, de se
entregar ao Espírito Santo, quando cantar ou recitar esse Cântico virginal,
para se unir à devoção e a todos os sentimentos piedosos que inflamaram a
Bem-aventurada Virgem ao cantá-lo e recitá-lo, assim como o fizeram tantos
Santos e Santas, que o cantaram e recitaram tão devotamente.
São João Eudes,
O Coração Admirável da Mãe de
Deus (1681): O Magnificat
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