Você sabia?
O que é Quicumque?
Este é o nosso Deus Salvador!
Coloco aqui, para
estudo, oração e contemplação, o Símbolo chamado Quicumque (porque assim
começa em latim), atribuído erradamente a Santo Atanásio (295-373). Na
verdade foi composto por um autor anônimo entre 430-500 no sul da
França. Este símbolo ganhou uma autoridade enorme a ponto de ser
equiparado ao Niceno-constantinopolitano e ter sido utilizado na
liturgia. Eis o texto, no qual ocorrem todos os termos técnicos da
compreensão dogmática da fé da Igreja. Atenção: a linguagem é técnica,
mas fruto da contemplação amorosa e deslumbrada da Igreja:
Todo aquele (= Quicumque)
que quiser salvar-se, antes de tudo é necessário que mantenha a fé
católica; e quem não a guardar íntegra e inviolada sem dúvida perecerá
para sempre.
Ora
bem, a fé católica é essa: que veneremos a um só Deus na Trindade e a
Trindade na unidade; sem confundir as pessoas nem separar a substância.
Porque uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho e outra (também) a do
Espírito Santo; porém, o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm uma só
divindade, glória igual e coeterna majestade. Qual o Pai, tal o Filho e
tal (também) o Espírito Santo; incriado o Pai, incriado o Filho e
incriado (também) o Espírito Santo; imenso o Pai, imenso o Filho, imenso
(também) o Espírito Santo. E não obstante, não são três eternos, senão
um só eterno, como não são três incriados, nem três imensos, senão um só
eterno, e um só imenso. Igualmente, onipotente o Pai, onipotente o
Filho, onipotente (também) o Espírito Santo. E no entanto não são três
onipotentes, senão um só onipotente.
Assim
Deus é Pai, Deus é Filho, Deus é (também) Espírito Santo; e, no
entanto, não são três deuses, senão um só Deus. Assim, Senhor é o Pai,
Senhor é o Filho, Senhor é (também) o Espírito Santo; e, no entanto, não
são três Senhores, senão um só Senhor: porque assim como pela verdade
cristã somos compelidos a confessar como Deus e Senhor a cada pessoa em
particular, assim a religião católica nos proíbe dizer três deuses e
senhores. O Pai por ninguém foi feito nem criado nem engendrado. O Filho
foi somente pelo Pai, não feito nem criado, mas engendrado. O Espírito
Santo, do Pai e do Filho, não foi feito nem criado nem engendrado senão
que procede.
Há,
consequenemente, um só Pai, não três pais; um só Filho, não três
filhos; um só Espírito Santo, não três espíritos santos; e nesta
Trindade nada é antes nem depois, nada maior ou menor, senão que as três
pessoas são entre si co-eternas e co-iguais, de sorte que, como antes
se disse, por tudo deve-se venerar tanto a unidade na, Trindade quanto a
Trindade na unidade.
Quem quiser, pois, salvar-se assim deve pensar da Trindade.
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Titular de Acúfida e Auxiliar de Aracajú-SE
Fonte: http://www.domhenrique.com.br/
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