BILHETE DE EVANGELHO.
01º Domingo do Advento - Ano A
Vigiai! Vigilantes e reorientar a nossa espera.
Aos homens sem armas, Deus
promete a vitória da Paz. Um homem desarmado é um homem vulnerável… mas ele
pode também desarmar os violentos que lhe fazem face. Jesus veio precisamente
desarmar os homens. Apresenta-Se como “Príncipe da Paz”. Proclama felizes os
construtores de Paz, porque a Paz é uma obra: faz-se a Paz, infelizmente também
se faz a guerra. Neste período da nossa história marcado pela violência,
apresentemo-nos sem armas: apenas com a da reconciliação, dando um passo; a do
diálogo, escutando e falando; a do respeito, olhando e ousando falar; a da
solidariedade, estendendo a mão… Os desarmados não são gente que baixa os
braços dizendo: “nunca se conseguirá!” A vitória é-lhes assegurada pelo próprio
Deus: “Glória a Deus e paz na terra aos homens por Ele amados!”
Vigiai! Para esperar o quê? Ou
quem? Que esperamos concretamente? Vigiai! Como no tempo de Noé ou de Jesus,
estamos absorvidos por tantos interesses! Vigiai!
A vida é curta! Paulo indica-nos
alguns meios muito práticos para ficar vigilantes e reorientar a nossa espera.
Vigiai! Em tempo de Advento, em
cada dia da semana que nos é dada para viver!
VIGÍLIA: A oração na noite é uma originalidade cristã, como
testemunham já os Atos a propósito da prisão de Pedro (12,12), depois de Paulo
e de Silas (16,25), e a propósito do encontro de Troas (20,7). Por volta de
250, um regulamento de comunidade (“Tradição Apostólica” 41) justificava a
vigília pela parábola do cortejo nupcial e o convite de Cristo a vigiar (Mt
25,6.13), para acrescentar: “os antigos que transmitiram a tradição
ensinaram-nos assim que a esta hora toda a criação repousa um momento para
louvar o Senhor: os astros, as árvores, as águas e todos os anjos, com as almas
dos justos. Eis porque aqueles que crêem devem apressar-se em rezar a esta
hora”. Do século IV veio-nos o testemunho de São Basílio de Cesareia: “Entre
nós, durante a noite, o povo levanta-se para se dirigir à casa de oração.
Depois de passar a noite numa salmodia repartida em vários coros e na qual
intercalam orações, quando o dia começa já a aparecer, todos juntos, numa só
boca e num só coração, fazem subir para o Senhor o salmo da confissão”.
SIÃO: É a antiga denominação do lugar de Jerusalém, antes da
instalação dos Hebreus. Em sentido estrito, este nome designa a colina sul da
cidade, mas foi estendido em seguida a toda a cidade (2Re 19,31). E aplicado,
em particular, ao lugar do templo (Is 2,3, primeira leitura deste domingo),
como lugar da presença de Deus (Am 1,2). A população da cidade era chamada
“Filha de Sião”, como é indicado pelos Evangelhos para a entrada de Jesus em
Jerusalém (Mt 21,5 e Jo 12,15, que citam Zac 9,9 e Is 62,11). Nas visões cristãs
do mundo que virá, o monte Sião é transposto para o céu, para a grande reunião
da multidão dos eleitos (os 144.000 segundo Ap 14,1), na cidade celeste do Deus
vivo (Heb 12,22). Antigas tradições cristãs situavam igualmente nesta mesma
colina de Sião, o local (chamado cenáculo) no qual Jesus tinha celebrado a Ceia
e que se considerava também como o lugar onde se encontravam os apóstolos no
Pentecostes (Ac 2,1). Nesta compreensão, Sião era, pois, o lugar de nascimento
da Igreja. Na liturgia, isso orientou a compreensão dos salmos, que evocam Sião
e a sua aplicação à Igreja.
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