1. « A vida é breve.»!
Conclui o Apóstolo. E o mesmo
adianta: «o cenário deste mundo é passageiro».
Pois é. Mas enquanto
“passa”, é o tempo que, dia a dia, se cumpre inexoravelmente.
«Cumpriu-se o tempo», diz Jesus, na hora da chegada.
O prazo de validade
da nossa vida esgota-se a cada momento e renova-se a cada instante.
Cada segundo do tempo é uma parcela de eternidade.
E é a única
oportunidade que temos, neste tempo, para viver.
O tempo
corre. E chegou bem mais depressa que o esperado, o tempo tão sonhado
do ano 2018.
2. E nós, que vivemos neste tempo, e não
noutro, perguntámo-nos pelo sentido deste tempo.
Que tempo é este que
nos é dado viver?
Como viver este tempo... sendo que, o tempo é breve,
mas se cumpriu plenamente em Jesus Cristo?!
Não digam,
por favor, que os tempos são maus.
Que ontem é que foi. Não!
Digam que
hoje é que é.
Que hoje o mundo tem incertezas que o tornam mais humilde,
riscos que o fazem pensar mais fundo, e descobertas que inventam, de
novo, o direito ao sonho.
É um mundo grande, no sonho, e pequeno, na
dimensão.
É o mundo deste século, no qual a Igreja está plantada.
Chamada a ser sinal daquele Jesus que continua a passar pelas margens
deste mundo e a lançar-nos a grande rede da comunhão e da
fraternidade.
Este é um bom momento para os cristãos estabelecerem um
diálogo aberto com o mundo contemporâneo, que, tendo esgotado o prazo da
ilusão, se mostra disposto para acreditar.
O novo ano
2018 abre uma porta de reflexão à Igreja e ao mundo sobre o sentido do
tempo e da história.
Há um manancial riquíssimo de projetos pastorais,
tanto a nível de Igrejas locais como da Igreja universal.
E a nossa
paróquia não foge à regra. Importa oferecer o ritual vivo da experiência
de Jesus.
Importa promover celebrações que trespassem os círculos do
costume e toquem, em tom de reflexão e festa, quem desconhece a figura
de Jesus ou O conhece enviesado.
Importa que, neste momento de
particular importância, como assinatura no livro da história, os
cristãos, purificada a memória e aprendidas muitas lições, tentem
revelar o essencial da Pessoa de Jesus.
Sem se deterem nos atalhos onde
por vezes se perdem e ninguém O encontra.
Mesmo que o milênio esteja trocado parece claro que tão cedo não terão os cristãos
ocasião tão universal e forte para transmitir a Boa Nova de Jesus de
Nazaré.
Tempo tão favorável à pesca dos Homens...
3.
Temos, pela frente,um ano de graça, que não pode
tornar-se, por desgraça, o tempo da oportunidade perdida.
Saibamo-lo
viver com intensidade, como se cada instante, entrelaçado no eixo da
eternidade, fosse mesmo o último da nossa vida.
Com liberdade,
desapegados das coisas, na certeza de que tudo presta e nada vale: toda a
posse é inútil, toda a glória efêmera, todo o poder, passageiro.
Vivamo-lo com esperança, porque o mundo e o tempo da paciência têm
também um prazo de validade.
Não sei quando acaba. Sei que não
acaba aqui.
Mas começa precisamente aqui e agora!
«Cumpriu-se o tempo;
arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
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