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O QUE É VOCAÇÃO?
“Eu entendo que a vocação é fruto de um encontro.
O Senhor, que toma a iniciativa sempre, vai conquistando espaço na nossa vida sem que nos apercebamos disso.
São pessoas que passam em nossa vida, situações que nos envolvem, palavras que ouvimos… tudo isso é sinal de que Deus está se aproximando.
Até que, um dia, nos damos conta que estamos tão envolvidos que só conseguimos pensar em estar com Ele, fazer alguma coisa por Ele.
Isso ainda não significa abrir mão do casamento, sair da própria terra em missão, ou entrar para um convento.
Significa ter uma certeza: só é possível construir a vida levando em conta o que Ele diz.
Depois, ou mesmo junto, começa a nascer um questionamento profundo: como eu, com a história que tenho, com as condições que tenho, posso responder da melhor maneira a esta vontade que Deus despertou em mim. Começa a fase do discernimento.
Que estilo de vida, que grau de entrega, de compromisso e que missão mais se identificam comigo?
Este é um processo que varia de pessoa a pessoa. Para uns, é muito simples, acontece ainda na infância.
Para outros, é sofrido, demorado, confuso. Ao final dele, o Senhor nos revela o que pensou para nós, mas depois que nós participamos, crescemos, buscamos.
A vocação é, ao final de tudo isso, o encontro entre a iniciativa de Deus, que não nos criou por acaso, por nada, e a nossa busca, nosso empenho, nossa abertura a Ele.
Comigo aconteceu tudo de maneira bem serena. Nasci numa família muito católica.
Recebíamos anualmente a visita das tias que eram freiras. Três irmãs de sangue que entraram juntas para o convento.
Morava cada uma em um lugar. Quando elas chegavam, era festa. Quanta ternura nos transmitiam!
E eu, aparentemente, nem me importava muito com isso. Até que a adolescência ia chegando e eu comecei a ter muito interesse na vida que elas levavam. Comecei a ler, a interessar-me pela vida religiosa.
Comecei a trabalhar com muito ardor na comunidade, ajudava na catequese, participava com muita alegria da Eucaristia.
Depois, pelos 16 anos, fiz um encontro vocacional com os salesianos em Belo Horizonte e, três meses depois já estava de mudança para o Rio, para fazer uma experiência, terminar o segundo grau e já entrar no seminário.
Já se vão 17 anos e só posso agradecer a Deus. Tenho que caminhar muito ainda, crescer muito como cristão, como padre, mas vivo com a certeza de que vim a este mundo para ser sacerdote, para cuidar das coisas do Senhor e ajudar as pessoas a encontrarem-se com Ele.
É assim, que entende e experimento “vocação”.
Espero que ajude.
Um grande abraço e que Deus nos abençoe, nos mostre seu rosto e nos dê a paz!
Pe. Gustavo Cola, sjb
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