A espiritualidade da comunhão e unidade dos Carismas Fundacionais.
João Paulo II afirmava que
estamos em «uma nova época associativa dos fiéis leigos». Os cristãos leigos já
não procuram os religiosos buscando algumas migalhas da espiritualidade
produzida nos institutos religiosos, se não para «participar responsavelmente
na missão que tem a Igreja de levar a todos o Evangelho de Cristo como
manancial de esperança para o homem e de renovação para a sociedade».
O novo tipo de relações entre
leigos e religiosos está dando lugar a outros tipos de agrupamentos diferentes
daqueles produzidos na época anterior. O novo ecossistema eclesial se
caracteriza pelos agrupamentos de famílias com vivências evangélicas ou
carismáticas, isto é, os conjuntos formados por instituições e grupos de
cristãos unidos por um mesmo carisma fundacional, ou uma mesma «raiz
carismática», porém com estados de vida diferentes e com diferentes acentos do
mesmo carisma.
À medida que o carisma
fundacional se foi afirmando como lugar central de referência para as relações
de religiosos e leigos no interior da família carismática, ao mesmo tempo perde
força a divisão religiosos-leigos baseada na diferença de estados de vida
cristã e ganha terreno a comunhão de comunidades para a missão comum, comunidades
com um mesmo carisma porém com distintos projetos existenciais ou vocacionais.
A espiritualidade da comunhão é a capacidade de ver antes de tudo o que
há de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizá-lo como presente de Deus...
Enfim, espiritualidade da comunhão é saber «dar espaço» aos irmãos e irmãs,
levando o fardo uns dos outros.
“O carisma dos fundadores
revela-se como una experiência do Espírito, transmitida por eles aos próprios
discípulos, para ser vivida, guardada, aprofundada e constantemente
desenvolvida, em sintonia com o Corpo de Cristo, em contínuo crescimento” (n.
11 Mutuae relationes- Critérios diretivos para as relações mútuas entre os
bispos e os religiosos na igreja).
Identidade Carismática:
O carisma fundacional deve estar no
centro das relações de Comunidades dentro da Igreja Universal e Particular para
o crescimento desta Única Igreja de Jesus Cristo, não perdendo sua Identidade
Fundacional mas acrescendo no corpo místico de Jesus Cristo o que podem
oferecer umas das outras espiritualidades.
Inspirados pelo Carisma,
partilham a missão da Igreja segundo o espírito de sua Comunidade seu carisma
fundacional .
Comprometem-se a viver o
evangelho e a ser testemunhas do amor gratuito de Deus à humanidade. São
pessoas que vivem em dinâmica constante de acolhimento e experiência pessoal do
amor gratuito de Deus.
Espiritualidade de Comunhão:
Os que são chamados a entrar
neste Movimento Carismático do Espírito partilham a espiritualidade que brota
do Carisma da Comunhão.
É uma exigência da vocação
universal à santidade, vivida segundo o próprio estado de vida dentro de um
Carisma Fundacional. Trata-se de corresponder a uma verdadeira “vocação
pessoal” que exige discernimento, acompanhamento espiritual e um caminho de
formação.
A vida espiritual do Leigo Consagrado
requer:
- A personalização da fé a partir do
encontro pessoal com Jesus Cristo e, a partir dele, com o Deus Amor;
- A partilha da fé em comunidade como
dimensão fundamental da vida cristã;
- A progressiva assimilação vital dos
valores evangélicos que se exprimem no amor;
- A oração pessoa e comunitária, como
espaço privilegiado da experiência do amor de Deus;
- O compromisso real a favor da libertação
das escravidões de todo o tipo e da salvação dos irmãos, a fim de construir a
fraternidade nova baseada no amor de Deus.
Toda a espiritualidade verdadeira
e genuína fundação concretizam-se num estilo de vida de compromisso missionário
na Igreja.
Uma Comunidade genuína têm como
missão específica dentro de seu carisma fundacional ser testemunhas da Comunhão
na Igreja particular e universal. Em comunhão com outras pessoas partilham o
carisma e juntos poderão manifestar este particular rosto de Cristo para a
Igreja e para o mundo.
A missão pede uma presença significativa
no meio do mundo, como fermento na massa. Pede um compromisso explícito em
favor das outras pessoas, a partir da fé, com uma opção preferencial pelos mais
desfavorecidos, comprometendo-se na construção de uma sociedade nova
fundamentada no amor.
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