Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Qual a diferença entre um Ícone e uma pintura ?


Não obstante nossas fraquezas

A primeira pergunta normalmente feita a um iconografo é como se pode escrever um ícone de um santo que nunca foi visto. 
Quando me formei no Instituto Surikov de Arte (Moscou), esta questão também me incomodava. Pois na hagiografia, encontramos descrições físicas de muitos santos, por exemplo, um nariz reto, bigodes, a cor da pele ou uma barba comprida ... Mas como pode haver muitas variantes em uma "longa barba," como poderei entender como era realmente o santo, fisicamente ?

A resposta é simples: é o próprio santo ajuda o iconógrafo a determinar os detalhes. É o único caminho. 
Ler a hagiografia, rezar ao santo e, em seguida, a sagrada imagem vai surgir corretamente.

Se um pintor pinta um ícone ícone como um retrato, tentando refletir uma parte de si mesmo, seus sentimentos, sua visão do santo, ele irá falhar.

Me lembro de certa vez quando estava fazendo um mosaico de Nossa Senhora, não foi de uma vez que a imagem sagrada surgiu completamente. Disseram-me para deixá-la como estava. Mas eu não podia parar até que em algum momento senti que a imagem agora era exatamente como Nossa Senhora queria que fosse.
Não hesitarei em dizer que é o Espírito Santo que move o iconógrafo. É o Espírito Santo, que desenha as linhas, escolhe as cores.

Surge então uma segunda pergunta pertinente : Um pintor de ícones é tão pecaminoso como qualquer outro homem, como ele pode ser um instrumento do Espírito Santo?
Esta questão é a mais difícil para todos os iconógrafos.

A única maneira de encarar esta questão é a busca da plena sublimação das próprias paixões, dos seus pecados numerosos e de sua indignidade, e orar a Deus pedindo sua ajuda. Eu oro assim: "Ó Senhor, tu sabes que eu sou indigno. Você sabe que eu não posso fazer nada por mim. Mas eu amo as pessoas, eu te amo, ó Senhor! Você quer que as pessoas orem para você, não é? Deixe-me ser o seu pincel."
 
Qual a importância se o pincel é de plástico ou de madeira, se é torto ou quebrado? Mas por mim as pessoas serão capazes de ver a imagem sagrada de Deus.

Talvez eu não devesse ter revelado os segredos da vida interior de um iconógrafo, mas sem isso é impossível compreender como as imagens sagradas surgem. Elas saem na própria forma que os santos desejam que tenham. Logo, o Ícone não se faz pelas virtudes do iconografo, mas sim, apesar de suas fraquezas.

Um iconógrafo deve fazer com que uma pessoa, vendo o ícone, deve compreender aspectos da vida do santo. É uma tarefa difícil, registrar as cores, o fundo, as roupas - toda a matéria.

Então a tarefa do iconógrafo se dá em concentrar todas as informações sobre o santo (e ter a capacidade para isso pode demorar anos ou dezenas de anos de vida ascética) em uma pequena imagem que reflita um símbolo de toda a vida.

Muitas vezes, temos nos ícones o registro de algo nas mãos dos santos.
Por exemplo, São Sergio de Radonezh, que fundou um mosteiro,tem um mosteiro na palma da mão.
O Grande Mártir São Panteleimon era um taumaturgo, por isso tem uma caixa com medicamentos nas mãos. São Andrei Rublev, santo iconografo, é frequentemente retratado com o ícone da Trindade nas mãos. Prelados e Evangelistas são representados com o Evangelho nas mãos. Padres freqüentemente têm um cordão de oração, como São Serafim de Sarov, ou rolos com os ensinamentos dos Padres e orações, como São Siluan O Athonita. Mártires seguram uma cruz.
O Santo imperador Dimitry é retratado em ícones com uma coroa (embora ele nunca tenha sido coroado), muitas vezes segurando nozes nas mãos, pois ele estava brincando com nozes antes de ter sido assassinado (ainda menino), e às vezes segurando uma pequena faca pequena, com a qual foi assassinado.
São Procopio de Ustug é retratado segurando três cajados em suas mãos. Fiquei surpreso ao ver isto. Comecei a ler a sua biografia e descobriu que São Procopio era um "tolo por Cristo", que corria pela cidade, agitando um cajado no ar, ou até mesmo batia com este cajado na cabeça das pessoas, denunciando os pecados do povo.
Mas qual a razão de três cajados? Outros iconógrafos me disseram que os três cajados eram para dar enfase - e parece que há uma tradição sobre tal símbolo. Quando estava trabalhando no afresco deste santo no mosteiro Optina Pústin, pintei cada cajado com cores diferentes: o primeiro era verde, o segundo era vermelho, e um terceiro era azul!
Sabemos que o Santo Mártir Cristovão, que viveu no Egito no século III era muito bonito. Para fugir das tentações, ele implorou a Deus para mudar sua aparência, para fazê-lo repugnante. Deus concedeu o seu pedido.
Nos ícones, ele é retratado como tendo uma cabeça de cão. Eu não acho que ele realmente tivesse uma cabeça de cão(ainda que Deus possa fazer qualquer coisa)mas o registro do ícone é para enfatizar o quanto a sua aparência se tornou feia.
O iconógrafo exageram este aspecto no ícone, a fim de enfatizar a ação santo e chamar a atenção da pessoa para orar diante do ícone.

As cores.

A cor nos ícones desempenha um papel tão importante quanto as coisas mencionadas acima. O vermelho pertence aos mártires, o azul representa a sabedoria, o branco simboliza o paraíso e castidade, o verde é a cor dos Padres Veneráveis, dourado simboliza a santidade.

Há tempos atrás me chamou a atenção a questão do ouro. Uma vez estava em um santo templo, e observava o iconostasio. Quando as luzes elétricas foram desligadas e somente as velas diante dos ícones estavam queimando. Os traços de ouro nos ícones brilhavam, refletindo a luz das velas. Era como se não as velas, mas o halos estivessem irradiando luz. Fiquei espantado, pois a luz não parecia material, não era como a luminosidade que vem de uma vela ou uma lâmpada. Daí que a cor dourada mostra que a pessoa registrada no ícone foi agraciada com um tipo diferente de luz.

Voltando as cores, o vermelho é a cor do sangue e dos sofrimentos, a cor do Sacrifício de Cristo, e daí ser o vermelho a cor da roupa dos mártires, nos ícones. Também vermelhas são as cores das asas dos arcanjos e serafins que estão próximos ao Trono de Deus. O vermelho é ainda a cor da ressurreição, da vitória da vida sobre a morte, simbolizando neste caso o triunfo da vida eterna.

O branco é o símbolo da luz divina. É a cor da castidade, da simplicidade, do paraíso. Nos ícones e afrescos, os santos e os homens justos geralmente usam roupas brancas. As fraldas dos bebés e as vestes dos anjos também são brancas.

O azul da imensidão do céu, é o símbolo do mundo eterno. Ele também simboliza a sabedoria. Azul tambem é a cor de Nossa Senhora, que uniu em si mesma o terreno e o celestial.

O verde é a cor da natureza, da vida, das gramas, folhas, flores e da juventude. A terra é pintada de verde. A cor registra também o presente do inicio da vida: Nos presépios.

Já o brilho dourado dos mosaicos e ícones é a magnificência do Reino de Deus e Sua santidade.

O roxo ou vermelho são cores muito significativas para a cultura bizantina. É a cor do Rei, o Soberano, o Senhor do Céu, o imperador da Terra. Esta cor pode ser vista nas roupas de Nossa Senhora, pois ela é a Rainha dos Céus.

O marrom é a cor da terra nua, da poeira, das coisas temporárias e perecíveis. Misturada com a púrpura nas vestes da Mãe de Deus, esta cor nos lembra da natureza humana, sujeita à morte.

Uma cor que nunca é usada na pintura dos ícones é a cor cinza, pois ela surge da mistura do preto e branco, o mal e o bem, ou seja , esta é a cor da incerteza, o vazio e da não-existência.

O preto é a cor do mal e da morte. Na pintura de ícones, essa cor é usada para pintar as cavernas, como símbolo do túmulo, e o inferno. Em algumas ocasiões, pode ser a cor da reclusão. O negro das roupas dos monges que se afastaram da vida comum, simbolizam a rejeição dos prazeres mundanos e dos hábitos pecaminosos - é a morte de sua vida, em um certo sentido.

O Céu e a Terra em ícones.

Nos ícones, dois mundos convivem: o celestial e o terrestre. O celestial, o divino, o supremo. A palavra "terra" em russo tem origem na palavra "vale" e significa algo abaixo. Este é o princípio para a representação das imagens em ícones. As figuras dos Santos mal encostam no chão com os seus pés. .

Pode haver um táxi em um ícone?

No fundo de um ícone doa santos, muitas vezes temos um mosteiro, uma floresta, a gruta onde o santo viveu, ou o lugar o qual ele é especialmente comemorado.
Na sinaxe dos santos da Lavra de Kiev, ao fundo temos a Pechersk; Com o ícone da Santa Maria do Egito é pintado ao fundo o deserto; Santa Xênia temos São Petersburgo e a igreja no cemitério Smolenskoe.

Mas existe um ícone bem conhecido de São João de Xangai, em que se pode ver um táxi ao fundo. Um ícone marcante!
Alguém pode ficar confuso com um item tão moderno, mas se há muitos séculos atrás era licito pintar um deserto, porque não podemos pintar um táxi agora? Vivemos num período histórico de tempo, na cidade de São Francisco, e lá há táxis amarelos que podem ser vistos ao redor de toda a cidade.

Tais detalhes literários aparecem nos ícones para torná-los mais compreensíveis.
Um tempo atrás, haviam muitos analfabetos que poderiam "ler" a hagiografia(vida dos santos) de forma condensada nos ícones. Então começaram a aparecer os ícones com "registros", cercando a imagem sagrada do santo, ilustrando os mais brilhantes episódios da sua vida, como as ações de um santo asceta, seu martírio e morte, toda a história da sua vida seria contada em "fotos" no mesmo ícone.
Como exemplo desses registros anexos, temos no ícone da "Sinaxe de Todos os Santos, que brilharam na Terra Rússia", pode-se ver os homens do Exército Vermelho fuzilando os novos mártires. Claro, que estes homens estão sem halos.


Passado e Futuro nos Ícones

Muitas vezes, um ícone ilustra os eventos de vários dias ou mesmo a vida inteira de um santo. No ícone dos Santos "Kirik e Ulita" conta a história da mãe e filho em detalhes. Com as mãos posição de oração, os mártires clamam ao Céu, onde entre as nuvens senta-se em Seu trono dourado Nosso Senhor Jesus Cristo. À esquerda do ícone, é registrado entre arcos e colunas (que significa os edifícios) nos quais pode-se ver cenas de suas ações, os milagres e as suas mortes como mártires.
Assim, o ícone mostra o passado e o futuro.

Se alguém em um ícone ou em um afresco aparece sem um halo, isso não significa necessariamente que tal pessoa é um "personagem desfavorável."

Por exemplo, na Sérvia e na Grécia, existe uma tradição de pintar com afrescos as igrejas e mosteiros. E nesses O Salvador está sentado no seu trono, Nossa Senhora e João Batista ao lado dele, e a acompanhá-los, com roupas modernas estão os guardiões da igreja, os príncipes,ofertando o seu dom de Deus - as suas orações pela nação inteira. Eles não tem halos.
No ícone "A Alegria dos que sofrem" há pobres, aleijados, doentes, os enlutados, todos em torno de Nossa Senhora pedindo sua ajuda e intercessão, no entanto, todos eles são representados sem halos.

Também no ícone da "Entrada do Senhor em Jerusalém," mostram crianças que estão sobrecarregadas de alegria, e isso é destacado em uma imagem de certa confusão, com as ´pessoas empurrando umas as outras, com os suas roupas amarrotas e com seus cabelos despenteados, com um burro acabando por pisotear o pé de alguém. Tudo isso é registrado de modo a tornar o espectador, pelo menos emocionalmente , apto para compreender o que está vendo.

Naturalmente são efeitos exteriores,mas que tem a função de vislumbrar o mais profundo, espiritual.

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