Do ponto de vista cristão, como devemos olhar para as pessoas? Como irmãos. Todos fazemos parte de uma única família, na qual Deus é nosso Pai.
Diante disso, há uma atitude que muitas pessoas costumam ter e que não é correta do ponto de vista cristão: essa atitude é pensar mal dos outros, olhar os defeitos alheios e criticá-los.
Hoje é epidêmico “o pensar e o falar mal das pessoas”. Em qualquer lugar aonde você vá, um almoço com os colegas de trabalho, com os amigos, uma rodinha numa festa, um bar, pode ter certeza de que, não poucas vezes, o que mais se exercitará ali será falar mal dos outros.
Essa atitude é tão arraigada hoje que já não pensamos que ela seja ruim. Mas é! Essa atitude demonstra:
- pouco sentido cristão;
- a inconsciência de que somos uma família; e de um familiar, a quem devotamos amor, nunca falamos mal;
- um orgulho de fundo: onde se pensa que ninguém ou quase ninguém presta;
- o desprezo para com os outros; onde não há uma preocupação em ajudá-los, em torná-los melhor.
Qual seria a atitude cristã ao olharmos para as pessoas, pressupondo que somos uma família?
a) em primeiro lugar, rezar para elas
Quando vemos que um irmão não está se comportando bem, a primeira coisa que devemos fazer, se temos fé, se nos apoiamos em Deus, é lançar mão da oração, rezar.
b) em segundo lugar, olhar as pessoas com esperança
É assim que olhamos para nós. Nós sempre pensamos assim: tenho esse defeito, essa limitação, mas posso melhorar, posso crescer. Grande parte da crítica surge quando não temos esperança na melhora das pessoas. Mas isso não é verdade, pois todas as pessoas, com a graça de Deus, podem melhorar, podem retificar a sua conduta.
Ter esperança é também ver que as pessoas têm defeitos, mas também têm muitas qualidades. O crítico tem o vício de olhar apenas os defeitos.
c) em terceiro lugar, sendo possível, ajudar as pessoas a melhorar
É fácil ficar em cima de um pedestal e, de braços cruzados, ir criticando as pessoas. O difícil é sair desse pedestal e “complicar a vida” procurando essas pessoas para conversar, gastando tempo com elas para lhes ajudar a enxergar um comportamento ruim, fazer-lhes uma crítica construtiva, ter paciência para falar várias vezes com ela, se for necessário, até que dê o passo que precisa dar etc.
Tenho tido essas atitudes? Tenho olhado com amor para as pessoas? Tenho procurado ajudá-las ou tenho caído na crítica negativa? É fácil dizer que não fazemos o mal a ninguém, que somos pessoas boas, mas será que somos essas pessoas se caímos na crítica negativa ciente de que ela não só não constrói o amor como ajuda a destruí-lo?
Vamos fazer o propósito de a partir de agora, ao menos, como dizia um santo, “se não puder louvar, cala-te”. Mas se formos além, se além de não falarmos mal, rezarmos pelas pessoas, termos esperança na melhoria delas e as ajudarmos, na medida do possível, a serem melhores, estaremos contribuindo para construir a civilização do amor.
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