Um mestre da Lei faz a Jesus
uma pergunta que talvez nos tenhamos feito mais de uma vez: «Que hei de
fazer para ter como herança a vida eterna?» (Lc 10,25). Era uma pergunta
feita com segundas intenções, pois queria pôr Jesus à prova. O mestre
responde sabiamente o que diz a Lei, isto é, amar a Deus e ao próximo
como a si mesmo (cf. Lc 10,27). A chave é amar. Se buscarmos a vida
eterna, sabemos que «a fé e a esperança passarão, enquanto que o amor
não passará nunca» (cf. 1Cor 13,13). O mestre da Lei vai mais longe ainda e pergunta a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10,29). A resposta chega através de um conto, de uma parábola, de historia curta, sem formulações teóricas complicadas, mas com um grande conteúdo. O modelo de próximo é um samaritano, quer dizer um marginado, um excluído do povo de Deus. Um sacerdote e um levita passam de longe ao ver o homem espancado e mal ferido.
A proposta de Jesus é clara: «Vai e faze tu o mesmo». Não é a conclusão teórica do debate, e sim o convite a viver a realidade de amor, o qual é muito mais do que um sentimento etéreo, pois se trata de um comportamento que vence as descriminações sociais e que surge do coração da pessoa. São João da Cruz nos recorda que «ao entardecer da vida te examinarão o amor».

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